Ritmo diário de vendas caiu 12,7% no bimestre

O ritmo de vendas do primeiro bimestre foi 12,7% inferior ao de igual período do ano passado. Essa é a comparação da média diária de licenciamentos dos dois primeiros meses de 2015 com a da soma de janeiro e fevereiro do ano passado – cenário que melhor retrata a situação do mercado, segundo o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

No bimestre a queda em volume alcançou 23,1%, para 439,7 mil veículos.

No ano passado o feriado do carnaval ocorreu em março, o que distorce a comparação de vendas de fevereiro – e, por consequência, afetará também a deste mês – e do acumulado do bimestre. No segundo mês do ano foram comercializados 185,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 28,3% inferior ao de igual mês do ano passado e 26,7% abaixo do volume vendido em fevereiro.

Em média a queda caiu 15,6% e 13,8%, respectivamente, por dia útil.

Por causa dessa distorção comparativa, a Anfavea preferiu esperar o fechamento do resultado de março para revisar suas projeções para 2015, que, admitiu Moan, serão para baixo.

“O desempenho do mercado foi ruim nesses primeiros dois meses. Temos o atenuante do carnaval, mas mesmo assim o efeito do aumento do IPI, a perda de confiança do consumidor e a série de ajustes anunciados pelo governo contribuíram para uma retração nas vendas.”

Segundo o presidente da Anfavea o mercado retornou ao patamar de novembro de 2008 – naquele mês, no auge da crise econômica mundial, foram licenciados 177,8 mil veículos. Nos últimos doze meses os brasileiros adquiriram 3,3 milhões de veículos, volume próximo ao resultado de vendas de 2011.

Como o desempenho de vendas não é bom, os estoques crescem. Segundo a Anfavea existem 329 mil veículos parados nos pátios das concessionárias e montadoras, 4 mil veículos a mais do que no fim de janeiro. O volume consegue suprir 50 dias de vendas, de acordo com cálculos da associação.

Anfavea revisará projeções para 2015 no mês que vem

A Anfavea anunciou na quinta-feira, 5, que revisará as projeções para 2015 no início do mês que vem, quando da divulgação dos resultados de março e, consequentemente, do primeiro trimestre.

“Evidentemente faremos uma revisão dos números”, admitiu Luiz Moan, presidente da associação, ao revelar os índices da indústria automotiva em fevereiro e no primeiro bimestre, em evento à imprensa em São Paulo. “Normalmente esperamos até o fim do primeiro semestre, mas o quadro mudou radicalmente desde quando fizemos as projeções iniciais, em dezembro de 2014.”

O executivo não quis antecipar os novos índices, alegando ser necessário aguardar ao menos o fechamento do trimestre para uma avaliação mais completa. Mas adiantou que os números serão “muito menores [que o das projeções atuais]”, nos três principais segmentos da indústria: produção, vendas e exportações. Na terça-feira, 3, a Fenabrave revisou sua estimativa de vendas ao mercado interno em 2015, que passou de queda de 0,5% para 10%.

Os números de produção do primeiro bimestre confirmam a necessidade de ajuste nas projeções do ano. De acordo com a Anfavea foram fabricados no acumulado do ano 404,9 mil autoveículos – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – queda de 22% ante mesmo período de 2014, de 519 mil. A atual estimativa da Anfavea para o total do ano é de alta de 4%.

Em fevereiro, isoladamente, as fábricas brasileiras responderam pela produção de 200 mil unidades, em retração de 29% ante mesmo mês do ano passado – lembrando que em 2014 o carnaval caiu em março, ao contrário desde ano – e de 2,3% ante janeiro. Desde 2009 o volume produtivo não era tão baixo para um mês de fevereiro.

Nos últimos doze meses, período que corresponde de março de 2014 a fevereiro de 2015, o País produziu 3 milhões de autoveículos, retração de 18% na comparação com o período anualizado imediatamente anterior. A projeção atual da Anfavea para 2015 aponta 3 milhões 276 mil unidades fabricadas.

EMPREGOS – O nível de emprego na indústria automotiva brasileira continua a cair. Em fevereiro o quadro total fechou em 142 mil 317 pessoas, retração de 8,8% ante um ano e de 1,3% na comparação com janeiro.

Pela primeira vez Moan afirmou que “há um excedente de mão de obra” no setor automotivo nacional. Ele não fez um cálculo de quanto seria o número de empregos afetados por este cenário, vez que, entende, este deve ser analisado caso a caso, ou empresa a empresa. O dirigente, entretanto, salientou que “a indústria tem feito o máximo para manter o nível de trabalho, utilizando-se de todas as ferramentas possíveis, como lay-offs, férias coletivas e outras. É um esforço bastante grande”, considerou.

Fiat concede férias coletivas a dois mil trabalhadores em Betim

Cerca de dois mil trabalhadores da Fiat em Betim, MG, ficarão em casa por vinte dias a partir da segunda-feira, 9. A montadora decidiu conceder férias coletivas a parte de seu efetivo para “ajustar a produção à demanda”, segundo afirmou porta-voz à Agência AutoData.

A fábrica mineira, única da montadora no País, emprega em torno de 20 mil funcionários e produz os modelos Bravo, Doblò, Ducato, Fiorino, Idea, Linea, Palio, Punto, Siena, Strada, Uno e Weekend, praticamente toda a gama Fiat ofertada no País – apenas o 500 e o Freemont são importados do México. O porta-voz não informou quais linhas serão afetadas, confirmando apenas que os dois mil funcionários compõem parte de um turno de produção da unidade, que opera atualmente em três turnos.

Os trabalhadores de férias deverão retornar ao trabalho na segunda-feira, 30.

Na semana passada a produção em Betim foi afetada por três dias devido à manifestação dos caminhoneiros, que interromperam a Rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais, prejudicando o abastecimento de autopeças para a fábrica, que trabalha em sistema just-in-time.

Mercado argentino cai 28% em fevereiro

O mercado argentino repetiu em fevereiro a tendência do primeiro mês do ano e fechou em queda de 28,4% nas vendas, somando apenas 42 mil unidades emplacadas. Os dados são da Acara, associação dos distribuidores de veículos local, e foram divulgados pelo Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData naquele país.

Em fevereiro do ano passado os argentinos consumiram 58,6 mil veículos.

No primeiro bimestre os licenciamentos alcançaram 108 mil unidades, redução de 35,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram emplacados 167,5 mil veículos.

O nível de estoque está baixo, apesar do mercado recessivo. O motivo é a falta de divisas, vez que o governo argentino limita a compra de moeda estrangeira pelas montadoras. Na última semana houve sinalização de afrouxamento da regra, liberando a aquisição de mais divisas com a contrapartida de manutenção de preços e empregos.

Os argentinos mantiveram a projeção de 600 mil a 630 mil veículos vendidos neste ano, mas o resultado de março poderá provocar revisão destas estimativas.

“A queda de 28% não é um indicador real porque fevereiro do ano passado teve volume alto de vendas, por suceder o melhor janeiro da história da indústria argentina, junto com o de 2013”, afirmou ao Tiempo Motor Abel Bomrad, presidente da Acara. “Em março teremos uma projeção anual mais clara, até porque será um mês em que haverá maior disponibilidade de veículos.”

A baixa nas vendas afetou praticamente todas as marcas, que amargaram na maior parte dos casos redução de dois dígitos nos licenciamentos do mês passado. A líder, Volkswagen, caiu 23,6% e registrou cerca de 8 mil veículos. Em segundo lugar ficou a Ford, com pouco mais de 6 mil emplacamentos em queda de 18,8% e, na terceira posição, a Chevrolet, com 5 mil licenciamentos, retração de 8,6%.

Apenas duas marcas, dentre as dez mais vendidas, registraram crescimento – ainda que com volumes mais tímidos: a Honda, nona do ranking com aumento de 2,4% e 512 licenciamentos, e a Nissan, décima, com crescimento de 66,1% e 495 unidades comercializadas.

Oica confirma Brasil como oitavo produtor e quarto mercado

A Oica, entidade que representa as associações nacionais de montadoras, divulgou na quarta-feira, 4, dados referentes à produção e venda global de veículos em 2014. Os números mostram crescimento de 2,6% na produção automotiva mundial no ano passado, para 87,4 milhões de unidades, e alta de 3,1% nas vendas, para 85,5 milhões de veículos.

Isoladamente o Brasil desceu um degrau no ranking de produção, passando a oitavo maior produtor de veículos no mundo, superado pelo México, que encerrou 2014 com 3 milhões 365 mil veículos fabricados, avanço de 10,2% ante 2013, enquanto as montadoras brasileiras entregaram 3 milhões 146 mil unidades, em recuo de 15,3%.

Quem liderou o ranking de produção novamente foi a China, com mais do que o dobro do volume produzido pelos Estados Unidos, segundo colocado do ranking global. Das linhas de montagem chinesas saíram 23,7 milhões de veículos, alta de 7,3% com relação ao ano anterior. Os estadunidenses produziram 11,7 milhões de unidades, crescimento de 5,4% no período.

O Japão foi o terceiro do ranking, com 9,8 milhões de unidades produzidas e alta de 1,5%. A seguir ficou a Alemanha, 5,9 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus produzidos, crescimento de 3,3%.

Dos dez maiores produtores de veículos do ano passado apenas o Brasil e a Índia apresentaram retração com relação a 2013. Os indianos, sextos maiores produtores, caíram 1,5%, para 3,8 milhões de veículos.

MANTIDO – No ranking de vendas o Brasil permaneceu na quarta posição. A queda de 7,1%, para 3,5 milhões de veículos, foi insuficiente para os alemães recuperarem o posto. O mercado da Alemanha cresceu 3% no ano passado, para 3 milhões 356 mil unidades.

Os indianos, que outrora ameaçavam passar os brasileiros, amargaram nova queda nas vendas: 2%, para 3 milhões 176 mil veículos. Assim, mantiveram a sexta posição.

O mercado russo também apresentou queda, de 15,1%, a maior dos dez principais mercados mundiais. Foram comercializados 2,5 milhões de veículos naquele que agora é o terceiro mercado europeu, vez que o Reino Unido, em crescimento de 9,5%, superou a Rússia em volume, com 2,8 milhões de unidades vendidas.

China, Estados Unidos e Japão, tal como no ranking de produção, lideram a tabela de vendas. Os três mercados cresceram: 6,9%, para 23,5 milhões de veículos, 6%, para 16,8 milhões de unidades, e 3,5%, para 5,6 milhões, respectivamente.

Discovery Sport deve responder por metade das vendas da Land Rover no País

Apresentado ainda como carro-conceito em abril de 2014, durante o Salão do Automóvel de Nova York, Estados Unidos, o Discovery Sport chega exatamente um ano depois às ruas brasileiras. O SUV compacto de luxo da Jaguar Land Rover começa a ser vendido no País em 16 de abril e é a aposta da montadora para abocanhar fatia de clientes até então fora da marca.

Como antecipado pela Agência AutoData ainda em outubro de 2014,  o modelo será a nova porta de entrada da marca de origem britânica no País, substituindo o Freelander. Vendido em três versões, com preços que vão de R$ 180 mil a R$ 232 mil, o Discovery Sport deve responder por cerca de 50% das vendas da montadora no Brasil.

Somente nesse ano a JLR espera comercializar 6 mil unidades do modelo. Segundo Gabriel Patini, diretor de marketing e produto, o volume pode aumentar para cerca de 10 mil unidades em 2016, quando o Discovery Sport já for fabricado em solo fluminense e tiver um ano completo de vendas.

Apesar de estar inserido no segmento premium o SUV não possui concorrentes apenas nesse nicho, garante Patini. Além de bater de frente com modelos de luxo como Audi A5, Volvo X60 e BMW X3, a novidade quer atrair consumidores de modelos como Hyundai Santa Fe e Toyota SW4.

“O preço do Discovery Sport se coloca em faixa de transição e passa a ser mais uma opção para o consumidor que quer entrar no segmento premium.”

A montadora aposta no custo de manutenção como atrativo para seu primeiro modelo nacional: o cliente paga total de R$ 990 por um pacote de cinco anos de manutenção do veículo, com média de um atendimento anual ou a cada 10 mil quilômetros.

O novo componente da família Discovery virá importado da fábrica de Halewood, no Reino Unido, até ser fabricado em Itatiaia, RJ a partir de 2016, quando a produção local suprirá o mercado brasileiro. Inicialmente o modelo chega apenas na versão a gasolina.

Segundo Ruben Barbosa, diretor de operações, a versão a diesel será introduzida até o fim de 2015. “Houve uma limitação no volume da fábrica inglesa e eles não teriam capacidade para nos atender neste momento.”

Ainda de acordo com Barbosa o posicionamento de preço do modelo importado será o mesmo praticado quando o Discovery Sport começar a ser produzido em terras fluminenses. “Os custos de produção do Brasil não permitem que o valor seja menor.”

Jaguar Land Rover inicia negociações com fornecedores para Itatiaia

Com planos de inaugurar sua fábrica em Itatiaia, RJ, no início de 2016, a Jaguar Land Rover está empenhada em definir seus primeiros fornecedores locais. Segundo Ruben Barbosa, diretor de operações da montadora no Brasil, uma equipe de cerca de 50 pessoas negocia parceiros para a unidade fluminense.

“A previsão é que o Discovery Sport comece a ser produzido com índice de nacionalização de 30% a 40%, com aumento gradativo deste porcentual.”

Em um primeiro momento a parte estrutural do veículo deverá ser priorizada para o processo de nacionalização, revela Barbosa. “A ideia é que haja cada vez menos itens importados, até mesmo para atendermos às normas do Inovar-Auto.”

Segundo o diretor a escolha por Itatiaia como endereço da fábrica da montadora inglesa considerou a proximidade com fornecedores. “Ainda não temos parceiros definidos, mas é confortante saber que estamos em uma região com um bom parque de fornecedores.”

E não é à toa que a região atrai fabricantes de autopeças: em um raio de 35 quilômetros estão instaladas Nissan, PSA Peugeot Citröen, MAN Latin America e Hyundai Construction Equipment. As cidades de Resende, Porto Real e Itatiaia, todas no Rio de Janeiro, reúnem cerca de 50 fornecedores de autopeças, de acordo com a Federação das Indústrias Fluminenses, a Firjan.

Lá estão instaladas, por exemplo, a sistemista Faurecia, a Tachi-S, fabricante de bancos, a Yorozu, de suspensão, Kinugawa, borrachas de vedação, CalsonicKansei, escapamentos, além da Mitsui Steel.

Apesar da praticidade logística observada no território sul-fluminense, a Jaguar Land Rover não descarta fechar contratos com fornecedores situados em outros Estados: “A localização não é fator definitivo. A meta principal é preservar o padrão de qualidade dos nossos veículos”.

A fábrica da Jaguar Land Rover no País demandará investimentos de R$ 750 milhões e terá capacidade para produzir 24 mil veículos por ano. “Em primeiro momento vamos empregar 400 funcionários, mas esse número pode chegar a 1 mil se somarmos os empregos indiretos”, afirma Barbosa.

O executivo confirma que o primeiro modelo a ser fabricado na unidade, o Discovery Sport, sairá da linha inicialmente nas versões com motores a diesel e a gasolina. “As engenharias britânica e brasileira vão trabalhar juntas para que seja desenvolvido um motor flex. Quando esse projeto for concluído vamos precisar de mais fornecedores locais.”

América do Sul pode entrar no Mais Alimentos Internacional

A Colômbia pode ser o primeiro país da América do Sul a participar do programa Mais Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDA. A informação foi revelada com exclusividade à Agência AutoData pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan.

De acordo com o dirigente já aconteceram reuniões com representantes dos dois governos para discutir o tema, e “a Colômbia se mostrou muito interessada no programa Mais Alimentos Internacional”.

Ainda não há, entretanto, nenhuma compra formalizada.

O Mais Alimentos Internacional deverá responder pela exportação de 2,5 mil tratores até o fim deste ano 2015, segundo as expectativas da Anfavea. Por enquanto os negócios estão concentrados com o continente africano.

320 tratores fabricados pela Agrale já foram entregues para o Zimbábue, além de 538 para o Moçambique. Há negociações ainda com Gana e Senegal. Nas três Américas até agora o único país envolvido no programa era Cuba.

O Mais Alimentos Internacional é um braço do programa federal Mais Alimentos, que vigora desde 2008. No ano passado o MDA confirmou que a iniciativa irá vigorar ao menos até 2017.

De acordo com informações da Anfavea o Mais Alimentos, sozinho, respondeu por 80 mil tratores comercializados no País desde 2008.

Na ocasião da renovação do convênio do MDA com a Anfavea para o Mais Alimentos, em outubro de 2014, Moan afirmou que “o programa representou um ano a mais de vendas de tratores nestes seis anos. E um ano dos bons, de recorde, como o de 2013”.

A expectativa do MDA é comercializar cerca de 20 mil unidades em 2015, elevando assim o volume total do programa para 100 mil tratores.

No início o programa federal que estimula a mecanização da agricultura familiar previa apenas a comercialização de maquinário agrícola, em especial pequenos tratores e implementos, mas depois agregou outros tipos de veículos: caminhões, a seguir comerciais leves, como picapes derivadas de automóveis, e mais recentemente até motocicletas, em acordo costurado com a Abraciclo.

Aviso aos navegantes. De Brasília.

Aviso aos navegantes, sobretudo os recém chegados a Brasília e, em especial, aqueles que estiverem envolvidos com o chamado ajuste fiscal: em toda a economia, nenhum mercado é mais volátil do que automotivo. Mais do que o cambial, o das commoditieis, do petróleo, do ouro ou das ações. Muito mais.

Ao sabor de qualquer leve flutuação nos humores dos consumidores, o mercado automotivo pode subir facilmente dois dígitos ou, na outra ponta, cair praticamente pela metade. E de um dia para o outro, tal como muito bem mostram os desagradáveis resultados negativos de vendas registrados pelo setor no primeiro trimestre que agora se encerra.

Há boas e concretas razões para isto. E todas tem sua origem no fato de que, por seu valor, veículos, sejam automóveis ou caminhões, são comprados a partir de financiamentos com prazo médio que oscila de 24 a 36 meses ou até bem mais – no caso específico dos veículos comerciais.

Pois bem: só entra em uma dívida deste tipo quem tiver razoável convicção de que vai continuar empregado ou, no caso dos caminhões, de que terá carga para ser transportada ao longo de todo o período de duração do financiamento.

Em caso de dúvida – seja em relação à manutenção futura do emprego, seja na capacidade do PIB nacional garantir a geração de cargas a serem transportadas – a compra é adiada.

E, caros navegantes recém-chegados a Brasília, em especial os envolvidos com o ajuste fiscal, é exatamente aí que mora o perigo. Perigo dos bons. Perigo daqueles de fazer naufragar parte significativa da economia industrial do País em função das imensas e longas ramificações de toda a cadeia automotiva.

Acontece que nada é mais fácil para o consumidor, seja de automóvel ou de caminhão, do que adiar a compra de um veículo 0 KM. Pela simples e boa razão de que quem compra um modelo novo sempre chega na concessionária a bordo de um usado a ser oferecido como entrada. E usado relativamente com pouco uso.

Ou seja: a máxima penalidade que recai sobre a cabeça de qualquer consumidor que resolva adiar a compra, à espera de tempos mais promissores ou seguros, é a de ter de rodar mais algum tempo com o seu usado. Talvez até com um barulhinho aqui ou ali. Ou, no caso do caminhão, talvez até com maior consumo de combustível do que se desejaria. Mas o direito de ir e vir, de aceitar carga para transportar, em nada ficará comprometido.

E é exatamente por esta razão que, ao menor sinal de insegurança, o circulo vicioso é posto em movimento: as compras de veículos começam a ser adiadas, as vendas param, a produção é interrompida, férias coletivas são convocadas e as demissões começam – o que, por sua vez, aumenta ainda mais a insegurança, que…

Quem se der ao trabalho de pesquisar a vida deste setor no Brasil nas ultimas décadas vai encontrar vários exemplos destas bruscas subidas e descidas. E há uma, em particular, que merece ser vista com um pouco mais de atenção: no inicio dos anos 80 importante lançamento de uma grande montadora fracassou e isto a levou a realizar uma demissão em massa. Era dezembro. Poucos dias antes do Natal.

Resultado prático: logo no inicio do ano seguinte a insegurança generalizada dos consumidores gerada pela repercussão daquelas demissões derrubou as vendas automotivas como um todo em nada menos que 40%. E foi preciso mais de uma década para que o patamar anterior fosse retomado. Uma década inteira!

A lição que ficou: em se tratando do setor automotivo, tudo é grande. Para o bem e também, infelizmente, para o mal. É, assim, um setor a ser tratado, sempre, com boa dose prudência e caldo de galinha.

Presidente da GM recebe placa comemorativa da AutoData Editora

A sede da AutoData Editora, na Zona Sul de São Paulo, recebeu na noite da terça-feira, 31 de março, a diretoria da General Motors do Brasil para entrega de placa alusiva à edição 306 da revista AutoData, que trouxe a cobertura jornalística da comemoração de 90 anos da montadora no País.

O presidente da General Motors do Brasil, Santiago Chamorro, recebeu a placa das mãos dos diretores da AutoData Editora, Márcio Stéfani, S Stéfani e Vicente Alessi Filho. Também estavam presentes outros membros da diretoria da fabricante, como Marcos Munhoz, vice-presidente, e Carlos Barba, diretor executivo de Design da GM América do Sul.

Diversos fornecedores igualmente marcaram presença no evento, que contou com executivos da Brose, Eaton, HVCC/Visteon, Itaesbra, Kathrein, Lipos, Niken, NGK, Scorpios e Truck Bus. A diretoria da Abrac, Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet, também participou da cerimônia.

Para acessar a versão digital da revista AutoData 306, contendo a cobertura especial de 90 anos da General Motors do Brasil, clique aqui.