Wittmann Battenfeld: quanto mais plástico nos veículos, mais crescimento.

A retração no mercado automotivo não intimida a Wittmann Battenfeld, que espera alavancar seu faturamento no Brasil de 15% a 20% neste ano. A companhia de origem austríaca instalada no País há quinze anos é uma das principais produtoras mundiais de equipamentos utilizados no processo de fabricação da indústria de plástico.

Segundo um estudo da SAE Brasil 25% do peso de cada veículo é composto por materiais plásticos, o que representa em torno de 250 quilos. Há dez anos esse porcentual era de 15%. Na avaliação da associação esse patamar deverá chegar a 40% nos próximos cinco anos com o desenvolvimento de novas aplicações para o material.

Do parachoque, aos terminais elétricos, passando por peças na caixa de marchas, revestimento de fios condutores, painel e enchimentos dos bancos, tudo tem plástico na sua composição. Por isso a expectativa de Reinaldo Milito, diretor geral da Wittmann Battenfeld do Brasil, é que a demanda por máquinas injetoras e robôs seja cada vez maior nas fábricas brasileiras de veículos.

Segundo ele, desde o anúncio das normas do Inovar-Auto, no fim de 2012, os negócios com a indústria automotiva mudaram de patamar.
“Houve uma corrida por tecnologias que deixem os veículos mais eficientes, e o movimento ainda persiste.”

Milito destaca ainda a instalação de novas fábricas no País. “Além do crescimento da demanda nas montadoras já existentes passamos a atender novos clientes.”

Atualmente a indústria automotiva responde por metade do faturamento da empresa no Brasil. Os fabricantes de linha branca, eletroeletrônicos e informática respondem pelo restante, juntamente com os produtores de itens descartáveis.

Por ano são comercializadas cerca de 50 máquinas injetoras e 80 robôs no Brasil. Todo o equipamento é importado de Viena, na Áustria. Milito revela que a companhia não tem a intenção de construir uma unidade no País – no entanto na década de 90 do século passado houve uma operação por aqui.

Na ocasião a Wittmann e a Battenfeld ainda eram empresas independentes – a aquisição aconteceu em 2008 – e a Bettenfeld tinha uma fábrica em Osasco, SP. Cerca de 900 funcionários trabalhavam na unidade, que foi liquidada depois da abertura do mercado brasileiro para as importações, oficializada no governo do ex-presidente Fernando Collor. “A empresa não resistiu à concorrência e optou por manter apenas um escritório no Brasil.”

A parte que sobrou da instalação de Osasco foi desativada apenas no ano passado, quando a operação das duas empresas passou a ser concentrada em um escritório em Campinas, SP. Agora apenas dezoito funcionários trabalham na Wittmann Battenfeld do Brasil. “Nós enxugamos a estrutura e a área de assistência técnica e ficamos mais rentáveis.”

Milito lamenta que a companhia não tenha incentivos do governo federal, justamente por não ter produção local. Concorrentes como a nacional Romi, por exemplo, podem comercializar seus equipamentos com financiamento do Finame, linha de crédito do BNDES a juros mais baixos.

Para tentar se tornar mais visível a Wittmann Battenfeld começará este ano a expor seus produtos em feiras. A companhia estará na Feiplastic – Feira Internacional do Plástico, que acontecerá em maio, em São Paulo.

“Mostraremos pela primeira vez no Brasil a nova geração de injetoras SmartPower, que se destaca pela economia de energia e operação inteligente”.

Brasil e México prorrogam acordo automotivo até 2019

Faltando apenas dez dias para o encerramento da validade do atual acordo automotivo Brasil-México representantes dos dois países assinaram na segunda-feira, 9, no Palácio do Itamaraty, a extensão do comércio bilateral por mais quatro anos, ou até 2019.

Em nota Luiz Moan, presidente da Anfavea, considerou que a extensão do acordo “é fundamental para os objetivos de fortalecer as relações comerciais externas brasileiras”. Ainda no comunicado, o dirigente parabenizou “a postura do governo brasileiro durante as negociações, sempre aberto ao diálogo e com o objetivo claro de buscar as melhores soluções para a conclusão do acordo”.

O México cedeu aos pedidos brasileiros: além da manutenção de sistema de cotas, seu valor foi reduzido. A princípio os mexicanos queriam o retorno do livre comércio, conforme ocorria até março de 2012, quando o Brasil pediu revisão dos termos do comércio bilateral automotivo – ali, então, estabeleceu-se o fim das cotas anuais dali três anos, ou após 19 de março de 2015. A Anfavea também apoiava o fim das cotas, hipótese rechaçada desde o princípio das negociações pelo governo brasileiro.

Foi acordado que a cota para o período 2015-2016 será de US$ 1,56 bilhão, ou aproximadamente 5% a menos que o valor aplicado para o período 2014-2015, de US$ 1,64 bilhão – o montante foi obtido tirando-se a média dos últimos três anos. A partir do ano que vem o valor anual da cota sofrerá reajuste de 3% ao ano.

A maior mudança foi no sistema de distribuição das cotas por empresa: até então 100% desta definição partia do país exportador. Agora haverá uma divisão de 70% para o exportador e 30% para o país importador na definição da divisão do bolo da cota anual entre as montadoras.

Foi mantida a regra de índice de origem de peças regionais em 35%, que deverá crescer a 40% em 2019, “o que permitirá fomentar uma maior integração produtiva”, de acordo com comunicado do governo mexicano. A partir de 19 de março de 2019, conforme os termos acordados, retorna o livre comércio, ao menos em tese.

Ficou também para 2019 possível inclusão de caminhões pesados no acordo automotivo bilateral, algo negociado pelo menos desde 2012. Foi estabelecido que as novas conversas quanto a este tema devam acontecer até o fim de 2018.

Segundo dados do governo mexicano o setor automotivo, incluindo veículos e peças, foi responsável por 46% de todo o comércio bilateral Brasil-México no ano passado. Também de acordo com informações reveladas pela SDE mexicana em 2014 o México utilizou quase que a totalidade de sua cota, enviando ao Brasil US$ 1,6 bilhão em veículos, enquanto o Brasil usou apenas pouco mais de 20% do que teria direito, com US$ 356 milhões. Ao todo, assim, o comércio de veículos dos dois países somou US$ 1 bilhão 965 milhões no ano passado.

Já em autopeças o Brasil enviou ao México em 2014 US$ 1 bilhão 43 milhões, enquanto os mexicanos embarcaram para cá US$ 977 milhões, totalizando US$ 2 bilhões.

Participaram da solenidade o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, o Secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo Villareal, o subsecretario de Comercio Exterior mexicano, Francisco de Rosenzweig, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, e representantes da Amia e Ina, associações mexicanas equivalentes às brasileiras Anfavea e Sindipeças.

General Motors nomeia seus melhores fornecedores globais de 2014

A matriz da General Motors reconheceu em evento na quinta-feira, 5, os melhores fornecedores globais em 2014. Foram nomeadas 78 empresas, das quais sete são também parceiras da montadora no Brasil, segundo informou porta-voz da fabricante à Agência AutoData.

Em comunicado a GM afirmou que os vencedores foram além dos requisitos exigidos originalmente pela fabricante. “Elas são as melhores das melhores, e merecem um reconhecimento especial por suas contribuição excepcional”, assegurou na nota Steve Kiefer, VP de compras e cadeia de suprimentos global. “Precisamos deles para continuar a nos oferecer suas tecnologias mais inovadoras e serviços de alta qualidade, em continuaremos a ganhar, juntos, em benefício de nossos consumidores.”

A General Motors também reconheceu quatro companhias – Dell, Johnson Controls, Lear e Maersk Group – com o troféu Overdrive, “premiação por liderança extraordinária em mudança cultural e comprometimento com iniciativas que trouxeram resultados de negócios excepcionais”.

De acordo com a montadora os escolhidos foram eleitos por equipe global de compras, engenharia, qualidade, manufatura e logística.

Ford recupera a terceira posição nos caminhões

Volvo e Scania, duas fabricantes com portfólio concentrado nos segmentos de caminhões pesados, foram as mais prejudicadas com a queda de 39,4% do mercado, em média, no primeiro bimestre. Isoladamente o setor de pesados registrou retração de 62%, gerando impacto direto nos negócios das duas companhias.

Como consequência as suecas caíram 56,8% e 63,3%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado. E com isso a Volvo perdeu a terceira posição do ranking para a Ford, cujas vendas caíram 14%, bem abaixo da média do mercado – devido, principalmente, ao retorno da Série F ao seu portfólio.

Nas primeiras posições, nenhuma mudança: a MAN segue na liderança, com queda de 32,7%, e a Mercedes-Benz na segunda posição, com 40,6% de retração.

ÔNIBUS – No segmento de ônibus a liderança continuou com a Mercedes-Benz, cujas vendas também caíram abaixo da média do mercado, 18,2% ante 24,2%. A MAN, vice-líder, registrou queda de 20,8% no período.

Neste mercado o destaque fica para a Iveco, que registrou crescimento de 36,9% nas vendas do bimestre.

Produção de motocicletas recua 21% em fevereiro

Em fevereiro deixaram as linhas de montagem brasileiras 110,8 mil motocicletas. Segundo dados divulgados pela Abraciclo na sexta-feira, 6, o volume foi 21% menor do que o apurado no mesmo mês de 2014.

Na comparação com janeiro, quando foram produzidas 122 mil unidades, a retração foi de 9,2%.

Segundo a Abraciclo o feriado do carnaval fez com que o mês tivesse três dias úteis a menos na comparação anual – uma vez que o carnaval de 2014 aconteceu em março –, o que impactou a produção e a comercialização de motocicletas.

As vendas no atacado, aquelas realizadas para concessionárias, somaram 108,6 mil unidades em fevereiro, queda de 21,8% na comparação com o mesmo mês de 2014, quando foram comercializadas 138,2 mil motocicletas. Na comparação com janeiro, entretanto, o volume de vendas foi 3,7% maior.

No varejo foram vendidas 93,8 mil motocicletas em fevereiro, um recuo de 21,5% na comparação anual. Em relação a janeiro a queda foi menor, de 13,7%.

A média diária de vendas no mês foi de 5,2 mil unidades, volume ligeiramente superior, 0,7%, ao da média de janeiro, que foi de 5,1 mil. Contudo, em relação a fevereiro de 2014, quando a média de vendas diária foi de 5,9 mil, a redução foi de 12,7%.

Na comparação do primeiro bimestre as vendas ao varejo caíram 20%, uma redução de cerca de 50 mil unidades.

Em nota o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirmou que “é necessário aguardar o final de março para obter uma avaliação mais consistente da evolução da demanda nos primeiros meses deste ano”.

As exportações registraram expressiva queda de 74,1% em fevereiro, para 2,5 mil unidades. Na comparação com janeiro houve alta de 14,6%. Segundo Fermanian a redução de negócios com a Argentina, principal destino das motocicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus, é o motivo da queda brusca.

Queda no bimestre foi generalizada

Do ranking das dez marcas mais vendidas no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves praticamente ninguém escapou da queda nas vendas do primeiro bimestre, de 22,5% na média. A exceção foi a Honda, oitava no ranking, que manteve o volume de 2014 e assim ganhou 1,1 ponto de participação com relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 4,7%.

A líder Fiat e a sexta colocada Renault registraram retração próxima dos 30% nas vendas, acima da média do mercado. Com isso a montadora de Betim, MG, perdeu 2 pontos de participação, enquanto a Renault foi superada pela Hyundai – queda de 12,6% – e não ocupa mais a quinta posição do ranking, posição em que figurava em fevereiro do ano passado.

Outra mudança com relação ao ranking do primeiro bimestre do ano passado foi a vice-liderança da General Motors, superando a Volkswagen – embora não seja novidade, vez que tal inversão nos postos já vem ocorrendo há alguns meses. As vendas da GM caíram 22,3% e a marca manteve os 17,7% de participação, mas a VW perdeu 1,3 p.p. com a retração de 28%.

Embora tenham registrado queda de 8,7% e 21,9%, Nissan e Mitsubishi, respectivamente, subiram para nona e décima posição do ranking, superando a Citroën, que saiu do ranking das dez mais vendidas no mercado nacional assim como já ocorrera no segundo semestre de 2014.

Brasil só exportou metade da cota a que tinha direito para o México

Ainda nesta semana ou no máximo início da próxima os governos do Brasil e México se reúnem mais uma vez para discutir o acordo bilateral na área automotiva, que vence daqui a duas semanas, dia 19. A partir desta data, caso não haja acerto, o comércio automotivo dos dois países – ao menos em tese – passa a ser livre, o que não interessa à indústria brasileira.

É que o México conseguiu exportar praticamente quase toda a sua última cota anual, válida de março de 2014 a março de 2015, de US$ 1 bilhão 640 milhões para cá, enquanto o Brasil mandou para lá pouco mais da metade desse valor, ao qual também teria direito.

Segundo o primeiro vice-presidente da Anfavea, Antônio Megale, na segunda metade da década passada houve situação inversa e o Brasil concordou em postergar o livre comércio para não prejudicar a indústria mexicana na época: “Acreditamos que até a próxima semana haja um acerto dos dois governos. Nós [Anfavea] não participamos diretamente das reuniões, mas ficamos à disposição para qualquer esclarecimento”. O próximo encontro deverá ocorrer no Brasil.

Tais adendos a acordos bilaterais são naturais, entende o presidente da Anfavea, Luiz Moan, que divulgou na quinta-feira, 5, os resultados da indústria automotiva no primeiro bimestre do ano: “O México cumpriu sua cota em exportações para o Brasil, enquanto nós não conseguimos atingi-la por falta de competitividade”.

Um dos maiores problemas apontado por Moan tem por base a questão cambial: “Em 2004 o dólar valia, em média, R$ 2,90, e no ano passado este valor média ficou em R$ 2,31, ou seja, perda de R$ 0,60 em dez anos mais todos os aumentos de encargos ocorridos nesse período. Vários países produtores de veículos desvalorizam suas moedas para ter competitividade externa, ao contrário do Brasil, que mantém a política do câmbio flutuante”.

Mas os problemas não param por aí. Tem a carga tributária não compensada nas exportações, que conforme o último estudo da entidade chega a 9%, e a falta de financiamento para vendas ao Exterior, dentre outros complicadores: “Vários países têm linhas com taxas competitivas para incentivar seus negócios externos, o que não existe no Brasil”.

BALANÇO – O reflexo deste quadro é a queda constante das exportações brasileiras de veículos, também fortemente prejudicadas pela retração no mercado automotivo argentino, o principal parceiro do Brasil na área.

Em unidades as exportações tiveram queda de 7,2% no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014, inferior portanto ao decréscimo das vendas internas, que chegou a 23,1%. Mas em valor a queda também foi na casa de dois dígitos, 20,8%, consequência na mudança do mix dos produtos exportados, como explicou Moan:

“Houve retração maior nas vendas externas de bens de maior valor, como caminhões e colheitadeiras, o que gerou receita menor proporcionalmente ao volume total”.

Foram embarcados neste início de ano 47,5 mil veículos ante os 51,2 mil do primeiro bimestre do ano passado. Em valores foram, respectivamente, US$ 1,5 bilhão e US$ 1,9 bilhão.

Mas fevereiro, ao menos, foi bem melhor do que janeiro em todos os segmentos, com 31,2 mil veículos vendidos para o Exterior ante 16,3 mil do mês anterior, alta de 91,8%. Mesmo no comparativo com fevereiro do ano passado o resultado do mês também é positivo em 9,2%.

Já em valores verifica-se crescimento de 31% em fevereiro ante janeiro – US$ 860 milhões para US$ 656,5 milhões – e queda de 15,5% no comparativo com o mesmo mês de 2014, quando as exportações atingiram US$ 1 bilhão 17 milhões.

Mercado de máquinas cai 34% em fevereiro

O mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias repetiu, em fevereiro, a trajetória declinante do primeiro mês do ano. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5, foram vendidas 3,7 mil unidades em fevereiro, volume 34,1% inferior ao resultado do mesmo mês do ano passado.

Embora tenha registrado avanço de 10,3% com relação a janeiro, o setor não está otimista com relação aos próximos meses. Luiz Moan, presidente da associação, afirmou que a confiança do agricultor está em baixa, bem como a dos executores de obras de infraestrutura, que têm dificuldades para conseguir financiamentos.

“As linhas de máquinas, importante ferramentas de crédito para o setor, só foram regulamentadas com taxa fixa na última semana de fevereiro. O Moderfrota e o Pronaf estão com verbas restritas e não está confirmado se haverá recursos disponíveis depois de junho. O segundo semestre ainda é uma incógnita.”

No primeiro bimestre as vendas apresentaram queda de 25% com relação ao mesmo período de 2014. Moan ressaltou o baixo desempenho do segmento de colheitadeiras, em pleno período de comercialização mais elevada, pela sazonalidade do agronegócio.

“As vendas de colheitadeiras caíram 42,4% no bimestre. A falta de financiamento atingiu em cheio este segmento, porque é o período de maior demanda.”

Nos últimos doze meses as vendas de máquinas somaram 66,4 mil unidades, volume 18% inferior ao resultado do período imediatamente anterior.

A produção de máquinas passa pelo mesmo entrave. Em fevereiro saíram das linhas de montagem 4,8 mil unidades, retração de 38,2% na comparação com o mesmo mês de 2014 e alta de 3,1% com relação a janeiro. No bimestre a queda chega a 27,4%, com 9,4 mil unidades.

As exportações igualmente caíram: no mês passado os embarques foram 20,7% menores do que os de fevereiro de 2014, com 826 máquinas exportadas. Houve, porém, avanço de 49,4% com relação a janeiro. No acumulado do ano as exportações caíram 13,8%, para 1 mil 379 máquinas agrícolas e rodoviárias.

Exportações de chassis de ônibus crescem 6% em fevereiro

As exportações de chassis de ônibus cresceram 5,9% em fevereiro. Foram enviados ao Exterior 448 unidades no mês passado, enquanto no mesmo período de 2014 foram 423 chassis.

Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5, na comparação com janeiro, quando foram exportadas 285 unidades, a alta é ainda mais expressiva, de 57,2%.

Os ônibus rodoviários responderam pela maior fatia da remessa em fevereiro com 250 unidades, alta de 29,5% ante os 193 chassis um ano antes. Os ônibus urbanos tiveram 198 unidades enviadas ao Exterior no último mês, total 13,9% menor do que o verificado em fevereiro de 2014.

As exportações, porém, foram o único dado positivo para o segmento de ônibus. As vendas de chassis registraram queda de 44,5% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2014, para 1 mil 528 unidades.

Na relação com janeiro, quando foram vendidos 1 mil 875 chassis, a retração foi menor, de 18,5%. No bimestre as vendas registram baixa de 24,2%.

A venda anualizada somou 26 mil 447 unidades. No período imediatamente anterior o total era de 31 mil 93 chassis.

Os números começam a refletir a atual situação do segmento, uma vez que as vendas de chassis demoram em média sessenta dias para serem contabilizadas, dado o período necessário para encarroçamento.

A produção de chassis também ficou com números menores na comparação anual. Enquanto saíram das linhas de montagem 3 mil 750 unidades em fevereiro de 2014, neste ano foram produzidos 2 mil 868 chassis, queda de 23,5%.

Vendas de caminhões caem pela metade em fevereiro

As vendas de caminhões amargaram a maior queda da indústria automotiva em fevereiro. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 5, houve uma retração anual de 50,3%, para apenas 5 mil 182 unidades comercializadas no último mês. Enquanto isso, o mercado geral apresentou recuo de 28,3% no mesmo período.

A média diária foi de 305 caminhões, levando-se em consideração 17 dias úteis devido ao feriado de carnaval.

Na comparação com janeiro, quando foram licenciados 7 mil 675 caminhões, a queda foi de 32,5%. No bimestre a retração é de 39,4%.

Os caminhões pesados foram o subsegmento com a maior baixa: 72,1%. Em fevereiro de 2014 foram emplacadas 3 mil 806 unidades, enquanto no último mês foram apenas 1 mil 61 unidades.

Ao mesmo tempo o segmento de leves apresentou o menor recuo, de 30,2%, para 1 mil 426 unidades. O modelo Série F, da Ford, que não era comercializado no ano passado e entrou nas estatísticas neste ano, ajudou a amenizar a queda na categoria.

As vendas anualizadas somaram 128 mil 707 unidades. Um ano antes o volume fora de 137 mil 269 caminhões.

Segundo Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea, a queda na confiança dos frotistas é um dos motivadores da baixa nas vendas. “O problema é mais o PIB do que a falta de crédito”, afirmou o executivo, fazendo referência à retração da economia no País.

Moraes também mencionou os ajustes econômicos que o governo federal está realizando. Segundo ele, a incerteza diante da manutenção de programas e seus respectivos índices faz com que os consumidores adiem as compras. Além disso as novas taxas de juros do Finame PSI, divulgadas no fim de janeiro, também justificam a retração do mercado de caminhões. “De 6% no ano passado o índice agora varia de 12% a 13%, dependendo do cliente. A linha ficou bem menos atrativa.”

PRODUÇÃO, EMBARQUES – Em fevereiro saíram das linhas de montagem brasileiras 7 mil 786 caminhões, volume 48,7% menor do que no mesmo mês de 2014. No bimestre a produção acumula queda de 43,9%.

De acordo com Moraes o “ajuste da produção é um exercício diário”. O executivo ressaltou que há excedente de mão-de-obra e que as medidas de proteção ao emprego estão sendo usadas ao máximo.

“As montadoras tem conversas praticamente diárias com os sindicatos em busca de ferramentas para controlar a produção. Lay-off, férias coletivas, banco de horas, licença remunerada… tudo está sendo usado nesse momento.”

As exportações acompanharam o movimento de queda e fecharam fevereiro em retração de 19,7% na comparação com mesmo mês de 2014, para 1 mil 428 mil caminhões. Na comparação mensal, entretanto, houve alta de 22,2% no volume embarcado.