Caminhões devem fechar março em 6,4 mil unidades vendidas

O mercado de caminhões deve fechar março na faixa das 6,4 mil unidades comercializadas. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData, a média diária de emplacamentos registrada até a quarta-feira, 25, equivalente a 18 dias úteis, foi de 291 veículos.

No período foram licenciados 5 mil 246 caminhões acima de 3,5 toneladas. Se mantido esse ritmo o resultado de março deverá representar alta de 23,5% em relação a fevereiro, quando foram emplacadas 5 mil 182 unidades.

Ainda assim o comparativo com março do ano passado seria negativo em 30,7%: há um ano foram emplacados 9 mil 239 caminhões.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem a normalização das operações do Finame PSI motivou os empresários do transporte que precisavam ampliar ou renovar a frota a voltar ao mercado aproveitando a atual taxa Selic:

“As taxas mensais do PSI no ano passado eram de 0,49%. Hoje quem deseja financiar 90% do bem tem de arcar com taxa de 0,90%, caso das pequenas e médias empresas, e 1,05% para as grandes. Isso levando em conta as atuais taxas mescladas, que combinam PSI à Selic. Com a inflação em alta e reajustes mensais do plano, atrelado à Selic, o momento é bom para compra”.

Outra fonte ligada ao setor recomendou cautela aos executivos do segmento de caminhões, atuem eles em montadoras ou rede de distribuição, diante dos números de março: “A atividade econômica fraca pode prejudicar a recuperação do setor nos próximos meses”.

De acordo com as fontes as montadoras e a rede de concessionárias do segmento pediram ao governo federal ampliação da parcela financiável via PSI para 80% – hoje o índice é de 50% para grandes empresas e de 70% para pequenas e médias.

“O setor de caminhões tradicionalmente não trabalha com vendas à vista. Ampliar a parcela financiável via PSI seria um grande alento.”

No setor de chassis de ônibus os emplacamentos somaram 1 mil 468 unidades até quarta-feira, 25.

Com a média diária de 81,5 licenciamentos, o mês caminha para fechar em 1 mil 794 unidades, alta de 13,5% em relação às 1 mil 580 vendas em fevereiro e baixa de 27% na comparação anual com os 2 mil 454 chassis de ônibus vendidos em março passado.

Março deverá fechar com 215 mil a 220 mil unidades vendidas

A três dias úteis do fechamento de março, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram cerca de 190 mil licenciamentos até a quinta-feira, 26, média de 10 mil unidades por dia útil. Pelos dados preliminares do Renavam, obtidos com exclusividade pela Agência AutoData, certamente o volume de emplacamentos será inferior ao de março do ano passado, quando foram comercializados 240,8 mil veículos – volume baixo, prejudicado pelo feriado de carnaval.

Segundo uma fonte do varejo a expectativa dos lojistas é comercializar em torno de 215 mil a 220 mil unidades no mês, mantendo, portanto, o ritmo de 10 mil unidades por dia útil – ainda somar-se-ão os emplacamentos de sexta-feira, 27, segunda-feira, 30, e terça-feira, 31.

A fonte acrescentou que em torno de 30% a 35% deste volume foram faturados por meio de venda direta, modalidade que, segundo ele, talvez possa contribuir para que as vendas superem essa estimativa de 220 mil unidades dos lojistas nos últimos dias de março. E resumiu o desempenho do mês para os varejistas: “Desastre, desastre, desastre”.

O movimento nas lojas diminuiu bastante nos últimos meses, de acordo com a fonte. Para piorar, grande parte dos consumidores realmente interessados em adquirir veículos que aparecem nas concessionárias esbarra em negativas das financeiras, que não aprovam as solicitações de crédito.

Esses fatores contribuem para que o desempenho de março provavelmente seja o segundo pior dos últimos dois anos, superior apenas ao de fevereiro deste ano e suas 185,9 mil unidades – volume mais baixo desde novembro de 2008.

Embora ligeiramente superior à da primeira quinzena, a média diária de licenciamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus deverá ficar abaixo da de março do ano passado, quando 10,5 mil unidades foram licenciadas por dia útil, e no mesmo nível de fevereiro, que chegou a 9,8 mil licenciamentos. Nos dois meses, porém, o carnaval gerou impacto negativo no desempenho do mercado.

Até a quinta-feira, 26, a Fiat Strada liderava o ranking de modelos mais vendidos, com 8,5 mil unidades comercializadas. O Chevrolet Onix ocupava a segunda posição, com 7,9 mil licenciamentos, seguido por outro modelo Fiat, o Palio, líder em janeiro e fevereiro, mas com 7,7 mil emplacamentos em março.

Taxa de juros do Moderfrota será reajustada em 1º. de abril

O Moderfrota terá sua taxa anual de juros reajustada a partir da próxima semana. A decisão do CMN, o Conselho Monetário Nacional, foi publicada na edição de 27 de março do Diário Oficial da União, como a Resolução 4 405 do Banco Central do Brasil.

A decisão pega o mercado de máquinas agrícolas de surpresa, já que o mesmo CMN decidira no fim do ano passado que as taxas do programa em vigência valeriam até 30 de junho.

Além disso na prática os negócios com as taxas mais baixas se encerraram na própria sexta-feira, 27, segundo determinou o decreto do Banco Central. Esta é a data para que os pedidos fossem protocolados – a mesma da publicação no DO –, gerando uma corrida nas revendas do segmento. A formalização destas operações ainda com a taxa antiga deverá ocorrer até dia 10 de abril.

O Moderfrota fora até agora poupado dos reajustes nos programas do BNDES, como ocorreu com o Finame PSI no início deste ano.

Agricultores e empresários rurais com receita até R$ 90 milhões por ano terão a taxa reajustada de 4,5% ao ano para 7,5% ao ano. Para os com receita acima desse valor o índice sobe de 6% para 9% ao ano. As demais condições, como parcela financiável e prazos da linha, foram mantidas.

A única boa notícia foi a inclusão de tratores novos com pulverizadores de mais de 2 mil litros e barras de 18 metros ou mais no programa. Os recursos do Moderfrota envolvem mais de R$ 3 bilhões para a safra 2014-2015, que se encerra em junho. A verba do programa para a safra 2015-2016 ainda não foi revelada.

No primeiro bimestre as vendas internas totais de máquinas agrícolas e rodoviárias no atacado caíram 25%, de acordo com números da Anfavea: de 9 mil 369 em 2014 para 7 mil 40 neste ano.

Mercedes-Benz nomeia novo diretor de produção de caminhões

A Mercedes-Benz anunciou a contratação de Carlos Santiago como novo diretor para a área de Produção de Caminhões da montadora em comunicado divulgado na sexta-feira, 27.

O executivo já assumira o novo cargo no dia 17 de março. Seu antecessor, André Luiz Moreira, encerrará as atividades na empresa no dia 15 de abril, após colaborar com o processo de transição. 

Santiago tem 40 anos e é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Segundo a montadora ele possui 17 anos de experiência na indústria automotiva.

No currículo o executivo traz o gerenciamento de unidades industriais, elaboração de estratégias para projetos de grande porte ligados à produção, logística, qualidade e para a instalação de novas linhas de produção.

O executivo responderá por todos os temas relacionados à produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, e também na unidade de Juiz de Fora, em MG.

A fábrica do ABCD é a maior unidade de veículos comerciais da Mercedes-Benz fora da Alemanha e a única a produzir, em um mesmo complexo, caminhões, chassis de ônibus e agregados – motores, eixos e câmbios. Já a unidade de Juiz de Fora voltou a produzir caminhões em 2012.

Desde que se instalou no Brasil, há quase 60 anos, a montadora já produziu mais de 2 milhões de veículos comerciais por aqui.

Lojista terá que informar valor dos tributos dos veículos vendidos

Os vendedores de veículos serão obrigados a informar o valor dos tributos incidentes ao modelo comercializado em suas lojas, seja novo ou usado. A lei 13 111, de 25 de março, foi publicada na edição de quinta-feira, 26, do Diário Oficial da União, e tem sessenta dias a partir desta data para entrar em vigor.

Além desta informação os contratos de compra e venda assinados por vendedor e comprador deverão trazer dados da situação do modelo junto às autoridades policiais, de trânsito e fazendária, como a regularização de documentos, possíveis débitos de tributos e multas, alienação fiduciária ou qualquer outro que limite ou impeça a circulação do veiculo.

As medidas valem para todo e qualquer veículo comercializado no mercado brasileiro: automóvel, comercial leve, caminhão, ônibus e motocicletas. O descumprimento da lei implica em sanções financeiras aos vendedores, incluindo a quitação de eventuais débitos tributários, de multas ou até o reembolso do valor total do veículo caso ele tenha sido furtado.

A reportagem procurou a Fenabrave para comentar o assunto, mas até o começo da noite da quarta-feira, 26, a associação que representa as concessionárias não retornou.

Extintores – Outra encrenca legal teve sua obrigatoriedade prorrogada por mais noventa dias. O Contran informou que o porte de extintor de incêndio do tipo ABC nos veículos, que seria obrigatório a partir de 1º de abril, agora tem nova data: 1º de junho.

Foi a segunda alteração nessa medida, que entraria originalmente em vigor a partir de 1º de janeiro.

Desde 2005 os veículos já saem de fábrica com esse tipo de equipamento de segurança. A necessidade de substituição, portanto, são para modelos produzidos nos anos anteriores.

Scania inaugura linha de pintura de R$ 100 milhões no ABCD

Nesta semana a Scania iniciou as atividades de sua nova linha de pintura final. Instalada dentro da unidade de São Bernardo do Campo, SP, em espaço de 8,4 mil m², a nova área demandou investimento de R$ 100 milhões para a montadora sueca.

Em comunicado a Scania afirmou que a nova linha tem pintura automatizada e possibilita a combinação de 140 cores, ampliando a possibilidade de escolha dos clientes. A montadora destaca ainda que o transporte de peças no local é feito por meio de plataformas elevatórias e que a nova instalação possui o primeiro túnel de luz LED da América Latina.

A companhia ressalta ainda que o projeto foi inspirado nas fábricas da Scania na Suécia e Holanda.

Segundo comunicado do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, “o investimento faz parte de um ciclo de melhorias que culmina em condições de trabalho mais favoráveis”.

De acordo com o sindicato a nova instalação realiza a pintura dos veículos com solvente bicomponente em um sistema mais rápido, que evita desperdício de tintas.

Ainda segundo o sindicato todos os trabalhadores do setor de pintura da montadora estão em treina­mento desde o ano passado para utilização dos novos equipamentos.

O coordenador do sindicato, Carlos Caramelo, afirmou que “a chegada da tecnologia e a inauguração da linha geram mais otimismo para todos os metalúrgicos na empresa”.

De acordo com Marques a inauguração da nova área contempla um acordo nego­ciado com o sindicato em 2011, que já previa a modernização da empresa com ênfase para as questões de segurança no trabalho.

“Acompanhamos todos os processos de rea­dequação. Tudo está sendo incentivado pelo Inovar-Auto.”

Ainda segundo o presidente do sindicato a área de pintura irá atender a novo perfil de consu­midor de caminhões, que está mais exigente, seguindo a tendência dos compradores de automóveis. “Em um momento que só se fala em crise é importante ter notícias sobre investimentos.”

Nos dois primeiros meses do ano a Scania comercializou 907 caminhões, volume 63% menor do que o apurado em janeiro e fevereiro de 2014 – a montadora tem seus negócios concentrados no segmento de pesados, o que mais sofre com a retração de mercado no começo do ano. No mesmo período as vendas totais de caminhões caíram 39,4% no primeiro bimestre.

MDIC sinaliza alterações nas regras do BNDES Finame PSI

Os quase quarenta representantes do alto escalão da indústria automotiva reunidos com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior por uma hora e meia em um hotel da Zona Sul de São Paulo na manhã da quinta-feira, 26, deixaram o encontro sem nenhum pedido atendido de forma concreta. Entretanto o titular do MDIC deixou claro que há, ao menos em sua pasta, intenção de atender aos pleitos da indústria – em especial aqueles que possibilitariam reavivar o mercado de forma rápida, reduzindo a pressão sobre as fábricas.

Monteiro afirmou que há possibilidade de alteração nas atuais regras do BNDES Finame PSI, a principal linha de financiamento para caminhões, ônibus, implementos rodoviários e máquinas agrícolas, “especialmente no que se refere à participação da instituição no total do financiamento”. Até o ano passado a linha financiava 100% do valor do bem, mas a partir deste 2015 o índice caiu para 70% para pequenas e médias empresas e 50% para grandes, aliado a aumento da taxa de juros. Há possibilidade do comprador financiar mais 20% a 40% pelo banco estatal, puxando o total a 90%, mas para esta parcela as taxas de juros são ainda mais elevadas.

O segmento de caminhões é o mais afetado pela queda nas vendas neste início de ano, com retração de 39% no primeiro bimestre. De acordo com projeção da Agência AutoData o índice de março não deverá ser muito melhor, com baixa pouco além de 30%.

Na saída do encontro Luiz Moan, presidente da Anfavea, cobrou “regras e condições mantidas a longo prazo: é disso que precisamos”, ao se referir ao programa PSI. Circulares mensais do BNDES têm alterado mês a mês a taxa de juros da parcela adicional de 20% a 40% do financiamento, e os clientes interessados em adquirir caminhões, que já não são muitos, acabam esperando para fechar o negócio à espera de condições mais vantajosas no mês seguinte.

Para o ministro, um afrouxamento das regras “não afeta o ajuste fiscal” que está sendo promovido pela nova equipe econômica do governo federal. Um dos participantes da reunião confidenciou à reportagem, na condição de anonimato, que o MDIC de fato é solícito à reivindicação, mas “depende agora do [Joaquim] Levy [Ministro da Fazenda] assinar”.

EXPORTAÇÕES – O titular do MDIC também afirmou que o governo estuda formas de estimular as exportações do setor automotivo, “um importante canal de escoamento da produção”. Apesar de não oferecer pormenores, disse que as maiores possibilidades neste tema estão ligadas “ao câmbio e a instrumentos de financiamento”. Ele complementou assegurando que “o setor automotivo está ligado a parcela significativa do plano nacional de exportações” e recordou que “a exportação chegou a representar 30% da produção nacional de veículos e hoje este volume embarcado caiu para cerca de um terço do que já foi um dia”.

O próprio ministro, entretanto, reconheceu que não há perspectivas para aumento das exportações em curto prazo: “Isso não acontece de um dia para outro, mas há boas perspectivas para os próximos anos. A exportação de veículos está no nosso radar”.

Outro tema abordado no encontro foi a renovação de frota – algo discutido há anos. “É um tema importante”, limitou-se a dizer, sem assegurar que o plano possa entrar em vigor ainda este ano. Mas acrescentou que, assim como no caso da possível revisão do PSI, em seu entendimento esta iniciativa não afetaria o programa de ajuste fiscal.

Quanto ao atual momento do mercado, Monteiro considerou que “não há crise no setor automotivo. Há, sim, queda nas vendas, mas crise é algo que passa longe deste segmento. Acreditamos que após os ajustes na economia haverá retomada das vendas”.

E diante da possibilidade de demissões na indústria o ministro assegurou que “o cenário é acompanhado de perto pelo governo, não só pelo MDIC mas por outras esferas oficiais. Estamos cientes dos esforços promovidos pelas empresas para manter o nível dos quadros”.

Moan acrescentou somente que o MDIC “se comprometeu conosco a trabalhar em conjunto” nos temas mais urgentes para a indústria.

ARGENTINA – Os dois dirigentes comentaram ainda as negociações com o governo argentino para renovação do acordo automotivo bilateral. O ministro garantiu que “não há nenhuma dificuldade” nas conversas com o país vizinho e acrescentou que o nível de conteúdo regional é um dos principais temas abordados nas reuniões. Sua expectativa é a de que o novo acordo “saia antes do vencimento do atual” – o que ocorrerá no fim de junho.

O presidente da Anfavea acrescentou que “o mais importante é a manutenção do fluxo de comércio”, assim como já o fizera quando das conversas para renovação do acordo automotivo bilateral com o México.

Federal-Mogul move esforços para reposição e exportações

Os mercados de reposição e exportação estão no radar da Federal-Mogul. Com perspectivas nada otimistas para o fornecimento de OEM, a alternativa encontrada pela divisão Motorparts da companhia, que fabrica de pastilhas, lonas, sapatas, fluidos e lubrificantes para sistemas de frenagem, foi direcionar esforços para os segmentos que apresentam oportunidades de negócios.

Nos últimos meses a companhia promoveu lançamentos dedicados à ampliação do portfólio dos produtos dedicados a esses dois segmentos. O objetivo maior, segundo afirmou em nota o diretor-geral José Roberto Alves, é dobrar o volume de exportações com relação ao ano passado e ampliar o mercado de reposição – estimativas iniciais indicam elevação de 18% nas vendas do primeiro trimestre, comparado com o mesmo período do ano passado.

Para a área de reposição foram lançadas a linha econômica de pastilhas Stop e ampliadas a gama de produtos Jurid, considerados premium, e Ferodo, top premium, além de lonas, sapatas, lubrificantes e fluidos.

Com relação às exportações, Alves afirmou que a desvalorização do real tornou os produtos produzidos aqui mais competitivos e motivou a Federal-Mogul a participar de concorrências em vários países. “No momento estamos trabalhando em várias cotações para o mercado externo e pretendemos fechar 2015 com pelo menor o dobro das exportações do ano passado”.

Ao mesmo tempo a companhia procura, internamente, diluir o aumento de custos de produção com inovações nas linhas de produção que visam ampliar os níveis de eficiência, qualidade e redução de custos.

“Sempre buscamos nos superar na luta pela produtividade e neste ano não será diferente. Para compensar a redução nas vendas para o mercado OEM e o aumento de custos em energia elétrica, impostos e serviços, dentre outros, intensificamos práticas de Lean Manufacturing e Seis Sigma. Atualmente são doze os projetos em execução.”

Metalúrgicos da Ford Taboão têm empregos garantidos até 2017

Os trabalhadores da unidade da Ford do Taboão, em São Bernardo do Campo, no ABCD paulista, terão estabilidade no emprego garantida até 2017. Segundo comunicado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC o benefício é uma das cláusulas do acordo coletivo aprovado pelos metalúrgicos em assembleia realizada na quinta-feira, 26.

O acordo firmado por montadora e sindicato prevê índices de reajuste salarial até 2016 e inclui também os cálculos para a participação nos lucros e resultados, PLR, até 2017.

Neste ano o reajuste será convertido em abono no valor de R$ 8 mil. Em 2016 os trabalhadores da unidade do ABCD terão reposição integral da inflação, incorporada ao salário, mais abono de R$ 1,7 mil.

Para o cálculo da PLR o acordo prevê em 2016 o mesmo valor pago em 2015, e para 2017 o montante será corrigido pelo INPC.

Em comunicado o presidente do sindicato, Rafael Marques, ressaltou a importância da aprovação do acordo no cenário econômico atual:

“Essa proposta nos ajuda a atravessar este ano, em que o mercado se encontra instável, e o próximo. A aprovação tira de cena qualquer ameaça de insegurança em relação ao emprego”.

Como parte do acordo com os metalúrgicos haverá abertura de um programa de demissão voluntária, PDV, na unidade. O período para adesão ainda não foi divulgado.

Podem participar os trabalhadores horistas, que receberão o equivalente a 83% do salário por ano trabalhado. Para os funcionários com restrição médica o valor pago será de 140% do salário por ano trabalhado.

Além disso a montadora acordou com o sindicato que desligará os trabalhadores aposentados – são cerca de oitenta – com os mesmo benefícios oferecidos no PDV.

Procurada, a Ford optou por não comentar o assunto.

O acordo ainda prevê a formação de uma comissão permanente de negociação para produção de novos modelos na unidade, além da chamada ‘desterceirização’ de algumas áreas ao longo deste ano.

Marques, na nota, complementou: “Nesses próximos dois anos vamos debater com a diretoria da fábrica a chegada de novos investimentos e produtos. Queremos trazer de volta a produção do segmento de picapes [hoje concentrada na Argentina com a Ranger, após o fim da Courier] e novas versões do New Fiesta” – a configuração sedã do modelo é importada do México, sendo que apenas o hatch é fabricado no Taboão.

Presidentes de montadoras se reunirão com MDIC

A quinta-feira, 26, testemunhará uma verdadeira caravana de presidentes de montadoras em direção ao Hotel Transamérica, na Zona Sul da Capital paulista: os executivos têm encontro agendado com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC.

A reunião é capitaneada pela Anfavea e terá seu presidente Luiz Moan conduzindo as conversas, que devem durar aproximadamente uma hora e meia. A agenda do evento contempla, à saída, atendimento à imprensa pelo ministro e pelo dirigente, mas de acordo com fontes próximas às negociações ouvidas pela reportagem não há nenhum anúncio programado.

Oficialmente o encontro tratará “da conjuntura econômica do País e do setor automotivo, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e máquinas autopropulsadas”. As fontes, entretanto, asseguram que os dirigentes pedirão ao ministro alternativas efetivas para as atuais dificuldades que o setor enfrenta, demonstrando dados de faturamento e aumento de custos fixos, com a alegação de que sem a concessão de algum tipo de incentivo e consequente reescalonamento da produção demissões começarão a ocorrer na indústria. Na lista de pedidos urgentes estarão facilidades para aumento rápido das exportações – uma forma de escoar o volume produtivo diante da queda do mercado interno –, início rápido e atuante do programa de renovação de frota para todos os segmentos e outros.

Ainda de acordo com as fontes o encontro ocorrerá em São Paulo para facilitar o deslocamento de todos os executivos convocados, o que seria mais difícil caso a reunião acontecesse em Brasília, DF.

No início da semana passada, durante evento promovido pela AutoData Editora, Moan revelou encontros com três esferas governamentais naquela data – uma delas foi com o Ministro da Fazenda. Na ocasião o dirigente se considerou “esperançoso” diante da possibilidade de iniciativas federais para reavivar o mercado automotivo.

Anfir – Quem já se reuniu com o titular do MDIC foi Alcides Braga, presidente da Anfir, associação que reúne os fabricantes de implementos rodoviários, que participou de audiência com Armando Monteiro na terça-feira, 24, em Brasília, DF.

Em entrevista à Agência AutoData o dirigente afirmou ter destacado junto ao ministério a necessidade de colocar em prática o plano nacional de renovação de frota de caminhões, medida que naturalmente beneficiaria também o segmento de implementos rodoviários.

Braga solicitou ainda a ampliação do financiamento de implementos por meio do Finame PSI para até 80% do valor do equipamento.

“Com atividade industrial baixa e queda no consumo nosso cliente não tem como financiar via PSI 50% do implemento, no caso da grande empresa, ou 70%, nas médias e pequenas, e pagar o restante a taxas de juros de mercado. Nosso segmento apresenta resultados sofríveis: o primeiro trimestre será equivalente em vendas a um mês do ano passado.”

O presidente da Anfir antecipou que o setor vai “reverberar o discurso junto ao governo”. E acrescentou: “O ministro terá várias rodadas de conversas com diversos setores. Nós, do segmento automotivo, como Anfavea, Fabus e Sindipeças, vamos sempre bater nas mesmas teclas. Senti uma disposição do ministro em criar uma agenda positiva e ser um aliado.”