Implementos rodoviários: vendas caem 37% no trimestre.

O mercado de implementos rodoviários encerrou o primeiro trimestre em retração de 37% quando comparado com os primeiros três meses do ano passado. Dados divulgados na segunda-feira, 6, pela Anfir, associação que representa as empresas do setor, apontam que foram emplacados 23 mil unidades das linhas leve e pesada no período, ante 36,5 mil unidades em 2014.

A queda foi mais acentuada no segmento de reboques e semirreboques: 50,2% de retração, ou 6 mil 950 unidades – há um ano a linha pesada registrou 13 mil 950 licenciamentos. Já a linha leve registrou recuo de 28,9%, com 16,1 mil carrocerias sobre chassis comercializadas ante 22,6 mil unidades de janeiro a março do ano passado.

Em comunicado o presidente da Anfir, Alcides Braga, reiterou o pedido feito em reunião com o governo na sede do MDIC, no fim de março: “A indústria de implementos rodoviários precisa de medidas de suporte à retomada dos negócios”.

Segundo o dirigente o ministro Armando Monteiro garantiu que estudará o programa de renovação de frota, que, dentre outros itens, prevê a substituição de implementos rodoviários antigos por modelos mais novos e seguros. O aumento da participação do BNDES nos financiamentos dos produtos, outro pleito da Anfir, também será avaliado pelo ministério.

O diretor executivo da Anfir, Mário Rinaldi, afirmou no comunicado acreditar que o governo federal concederá incentivos para a retomada da atividade produtiva em geral:

“A economia brasileira precisa de medidas que reaqueçam a sua atividade. Qualquer movimento positivo nesse sentido trará reflexos positivos à indústria de implementos rodoviários”.

Strada: líder, com 62% do total por venda direta.

As vendas diretas embalaram o desempenho da Fiat Strada, líder do ranking de licenciamentos de automóveis e comerciais leves em março. Segundo dados da Fenabrave, das 9,9 mil unidades da picape emplacadas no mês passado 6,2 mil foram comercializadas por meio desta modalidade, ou 62% do total.

O volume de vendas diretas da Strada foi elevado. O segundo modelo com mais licenciamentos por meio deste tipo de comercialização no mês passado foi outra picape, a Volkswagen Saveiro, com 3,7 mil unidades – ou 58% de seu volume do mês.

O utilitário da Fiat liderou pela segunda vez na história o ranking nacional de automóveis e comerciais leves. A primeira foi há exatamente um ano, em março do ano passado, desempenho inédito para um modelo deste segmento no mercado.

No geral a Strada teve quatrocentas unidades vendidas a mais do que o vice-líder Chevrolet Onix. O hatch liderou o ranking do varejo, com pouca diferença sobre o Hyundai HB20, segundo mais vendido nesta análise – apenas dez licenciamentos atrás do modelo da General Motors.

Na classificação geral o compacto nacional da Hyundai ficou em quarto, com 9,1 mil licenciamentos, atrás também do Fiat Palio, terceiro com 9,2 mil unidades vendidas.

O Palio lidera o ranking acumulado do ano com 32,9 mil licenciamentos, seguido pelo Onix, com 29,9 mil emplacamentos, e pela Strada, com 29,8 mil unidades comercializadas.

Estreante no mercado, o Honda HR-V ficou na 33ª posição do ranking de março, com 2,4 mil licenciamentos.

Mercedes-Benz: novo recorde em automóveis em 2015.

O horizonte enxergado por Dimitris Psillakis, diretor geral de automóveis da Mercedes-Benz, não é nem um pouco parecido com o de seus colegas de setor. Enquanto executivos se desdobram para fechar as contas, ajustar excesso de estoque e minimizar o impacto da queda nas vendas de veículos no mercado local, o grego que desde 2009 mora no Brasil briga para conseguir mais modelos para as concessionárias da marca.

Segundo Psillakis o crescimento de 20% das vendas de automóveis Mercedes-Benz no primeiro trimestre foi prejudicado por falta de produtos. “Poderíamos ter crescido mais”, lamentou o executivo em entrevista exclusiva para a Agência AutoData durante a apresentação de três versões do GLA à imprensa.

O utilitário esportivo, um dos modelos a serem produzidos na futura fábrica de Iracemápolis, SP, será responsável por cerca de 30% das vendas locais de automóveis da companhia neste ano. Vendas que, segundo projeções de Psillakis, serão recordes, mais uma vez. Confira.

Como a alta do dólar afetou as importações de veículos Mercedes-Benz?

O dólar nos afeta como afeta a todos no dia-a-dia. A Mercedes-Benz tem um negócio bem ajustado no País, além de importar automóveis também exportamos caminhões, o que ajuda a balancear e minimizar os efeitos. Existem também dois fatores, o dólar e o euro, então podemos usar as fábricas da Alemanha e dos Estados Unidos, se for necessário. A alta do dólar traz um impacto forte nos nossos negócios, sim, mas não chega a ser direto.

Como foi o primeiro trimestre para o segmento de veículos premium? E para a Mercedes-Benz?

Para a Mercedes-Benz o primeiro trimestre foi bem bacana, crescemos mais de 20% nesses primeiros três meses, comparado com o mesmo período de 2014. E eu diria que poderíamos ter crescido até mais, porque a fábrica não nos entregou o volume encomendado. O nosso desempenho deu uma força ao segmento premium, que cresceu 10% no trimestre, o que é bastante motivador, uma vez que o mercado total teve queda de 17%. É o resultado dos investimentos que as marcas vêm fazendo do País, abrindo novas concessionárias, apresentando novos produtos e dando mais opções aos clientes, como os programas de financiamento.

Qual a expectativa para as vendas do segmento e para a Mercedes-Benz em 2015?

O segmento premium vai crescer. Talvez não no nível que esperávamos em 2014, 2013, quando fizemos os nossos planos, mas continuará crescendo. A Mercedes-Benz crescerá acima do mercado e ganhará participação, porque terá um ano cheio de novidades, de viabilidade de produção. Teremos desempenho superior ao do segmento e um novo recorde de vendas. E vamos continuar investindo, porque nosso plano de longo prazo é estabelecer um diferente patamar no País.

Vocês têm uma meta de participação de mercado no segmento?

Nós temos hoje em torno de 30% de market share dentre as três principais marcas do segmento premium [Audi, BMW e M-B]. Já ganhamos participação na comparação com o ano passado e a tendência é ganharmos mais no decorrer do ano. Não costumo falar qual é a nossa meta, mas queremos crescer proporcionalmente mais do que as outras marcas.

Em que estágio estão as obras da fábrica em Iracemápolis? O cronograma está sendo cumprido?

Está tudo dentro do cronograma, que é muito apertado e constantemente pressionado por fatores externos, como necessidade de licenças, as condições climáticas, etc. Mas estamos cumprindo o prazo. Em fevereiro fizemos o evento da pedra fundamental e concluímos todas as obras de terraplanagem. Agora estamos na etapa de construção dos prédios e já obtivemos todas as licenças necessárias.

As obras de construção dos prédios tomarão mais quantos meses?

A previsão é que acabe no último trimestre deste ano, quando entraremos na fase de preparação de produção. Os primeiros veículos sairão da nova fábrica no primeiro trimestre do ano que vem.

E quais serão os primeiros modelos?

Classe C será o primeiro. O GLA entrará na linha em torno de seis a sete meses depois e será o nosso segundo passo nessa fábrica.

A Mercedes-Benz ampliará sua rede de concessionárias este ano?

Vamos ampliar, sim. Já no ano passado inauguramos dez concessionárias, vamos inaugurar três em abril e temos planos de abrir outras três até o fim do ano. Vamos crescer e ampliar nossa cobertura, apoiado por esses novos modelos que estão tendo sucesso no mercado local.

Qual será o tamanho da rede quando a fábrica for inaugurada?

Esperamos ter mais do que cinquenta concessionárias, talvez 55, no começo de 2016. Vamos crescer a rede de acordo com o nível de vendas, é um plano que sempre vem sendo ajustado.

AEA anuncia diretoria executiva para mandato até 2016

A AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, anunciou na quinta-feira, 2, a composição de sua diretoria para o mandato 2015-2016. Até então apenas o presidente, Edson Orikassa, da Toyota, e seu vice, Sidney Oliveira, da Bosch, haviam sido empossados, o que ocorreu em janeiro.

Na nova composição da diretoria executiva da associação foram nomeados Nilton Monteiro como diretor administrativo, Marcus Vinicius Aguiar, da Renault, diretor de Relações Institucionais, Adriano Griecco, da General Motors do Brasil, diretor de Inovar-Auto, Márcio Azuma, da Honda, diretor de Emissões e Consumo de Motos, Paulo Jorge, da Mercedes-Benz, diretor de Emissões e Consumo de Pesados, além de Rodrigo Giglio, da Cummins, diretor de Fora de Estrada.

Completam o quadro da nova direção da AEA Vilson Tolfo, da Fiat, diretor de Segurança, Alfredo Castelli, da Magneti Marelli, diretor de Acreditação de Laboratórios, Rogério Gonçalves, da Petrobras, diretor de Combustível, Simone Hashizume, da JX Nippon, diretor de Lubrificantes, Carlos Barbosa, da Bosch, diretor de Pós-Vendas, Marcos Clemente, da Mahle, diretor de Eventos, Marcelo Massarani, da USP, diretor de Universidade e Koichiro Matsuo, da Textofinal, diretor de Comunicação.

A nova gestão é formada por vinte diretorias, sendo que antes eram 16. Ainda serão indicados os responsáveis pelas áreas de Marketing, de Emissões e Consumo de Leves, Eletroeletrônico, Estilo, Manufatura, Polímeros/Borracha e Pós-Vendas – as quatro últimas são as novidades.

Argentina encerra trimestre em queda de 28% nas vendas

O mercado argentino de varejo encerrou o primeiro trimestre de 2015 em queda de 28,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com números da Acara, associação local equivalente à Fenabrave no Brasil, foram licenciados no parceiro de Mercosul 157 mil 407 unidades na soma dos primeiros três meses de 2015 ante 219 mil 227 há um ano.

De acordo com o Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData na Argentina, com o primeiro trimestre fechado a previsão da associação para o total do ano é de 600 mil unidades vendidas.

Em março, isoladamente, foram licenciadas 48 mil 236 unidades, queda de 6,6% ante mesmo mês do ano passado, de 51 mil 674. Apesar de índice de retração bem mais comedido que aqueles registrados em janeiro e fevereiro, a indústria se preocupa com o resultado pois o mercado apresentou dificuldades neste período no ano passado por conta de entrada em vigor do chamado Impuestazo, que elevou os preços de diversos modelos.

A Volkswagen liderou o mercado argentino no primeiro trimestre com 29 mil unidades vendidas, queda de 19,3%. Foi seguida por Ford, 22,3 mil e baixa de 13,7%, e Chevrolet, 20,7 mil, retração de 15,7%. Fecham os cinco primeiros do ranking Fiat, 18,2 mil, e Peugeot, 16 mil, ambas também com resultados negativos de 32,7% e 37,6%, respectivamente.

Por modelos o Volkswagen Gol lidera o primeiro trimestre na Argentina com 7 mil 419 unidades comercializadas, queda de 38,7%. Foi seguido pelo Fiat Palio, 6,7 mil, em crescimento de 7,8%, e Ford EcoSport, 6,3 mil e baixa de 19,3%. Ford Fiesta, 6,1 mil, menos 16%, e Chevrolet Classic, 5,7 mil e alta de 11%, completam o top-5 argentino do primeiro trimestre na escolha do consumidor.

Honda altera postos de diretoria na América do Sul

A Honda South America, HSA, anunciou diversas nomeações e alterações em sua diretoria na quinta-feira, 2, de efeito imediato. As mudanças, de acordo com comunicado da fabricante, têm “objetivo de aumentar a competitividade dos negócios e atender, cada vez mais, a demanda do mercado local”.

Na área industrial os brasileiros Júlio Koga e Carlos Eigi Miyakuchi assumiram, respectivamente, a vice-presidência das fábricas de motocicletas, em Manaus, AM, e automóveis, em Sumaré, SP.

Eigi acumulará o posto à função de presidente da Honda Energy, assumido em 2013 – com unidade geradora de energia eólica em Xangri-lá, Rio Grande do Sul.

Otávio Mizikami assumiu a diretoria executiva da fábrica de automóveis, posição ocupada anteriormente por Eigi.

Mudanças também na área comercial. Aqui, Alexandre Cury assumiu a diretoria da operação de motocicletas. Em automóveis, Marcos Martins de Oliveira foi promovido a gerente geral, e será o responsável pelas atividades de vendas e desenvolvimento da rede de concessionárias de veículos de quatro rodas, reportando ao vice-presidente comercial, Roberto Akiyama.

Alterações ainda na área institucional da fabricante. Sérgio Bessa, que ocupava o posto de diretor comercial de automóveis, assume como diretor de Relações Públicas para motocicletas, automóveis, produtos de força e assuntos corporativos na América do Sul. Este departamento faz parte da estrutura de Relações Institucionais, sob a responsabilidade de Paulo Takeuchi como diretor executivo e contempla também a atuação da empresa junto aos órgãos governamentais.

De acordo com a nota, “para compartilhar conhecimento sobre tecnologias e processos globais e seguir contribuindo com o desenvolvimento da gestão local, novos representantes da matriz japonesa também assumiram posições nas áreas administrativas, de produção, vendas e desenvolvimento de produtos na HSA”, mas seus nomes e cargos anteriores não foram divulgados.

A Honda deverá inaugurar sua segunda fábrica de automóveis no País, em Itirapina, SP, até o fim do ano.

 

Presidente da República recebe diretoria da Anfavea em Brasília

Uma semana após reunião com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em São Paulo, a caravana de presidentes e executivos da indústria automotiva seguiu para o Palácio do Planalto, em Brasília, DF.

Na tarde de quarta-feira, 1º., os dirigentes foram recebidos pela presidente Dilma Rousseff e pelos ministros  Joaquim Levy, da Fazenda, Gilberto Kassab, das Cidades, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil.

A pauta apresentada ao governo abrangeu temas como a perda de competitividade da indústria nacional, dificuldades no mercado interno e nas exportações, a efetivação do programa de renovação de frota – ainda que inicialmente para caminhões – e o fim de alterações nas condições de financiamento via BNDES, a exemplo da ocorrida na linha Moderfrota, na última semana.

Em entrevista coletiva concedida ao fim do encontro Mercadante afirmou que “trabalhará junto com a Anfavea para o avanço da indústria de automotores” e que o governo dará respostas às demandas em trinta dias. Porém, já antecipou entender que “o governo foi longe demais nas desonerações fiscais” – o que parece indicar que possíveis benefícios como a volta da redução do IPI estão descartados.

O ministro admitiu, ainda, que o governo precisa “ter mais foco na questão das exportações”.

A criação de um Plano Nacional de Exportações foi destaque. A indústria automotiva discutirá, nos próximos trinta dias, sugestões de projetos estruturantes para esse segmento.

Representantes da indústria ouvidos por AutoData, contudo, deixaram a reunião reticentes. Há quem considere o encontro positivo, ainda que minimamente. Fonte que participou do encontro afirmou à reportagem que “o governo formará grupos de estudo com a Anfavea para verificar maneiras de avançar em competitividade”.

Outros embarcaram frustrados no Aeroporto de Brasília. “Mostramos todo o contexto, o aumento dos custos fixos, a queda no faturamento e a dificuldade de manter postos de trabalho. Mesmo assim não há nada concreto, nenhuma medida que auxilie na retomada do mercado. Foi o mesmo discurso de sempre.”

Dentre os presentes estavam Antonio Megale, Arturo Piñeiro, Cledorvino Belini, Fernanda Villas-Bôas, Koji Kondo, Marcos Munhoz, Marcus Vinicius de Aguiar, Paulo Takeuchi, Philip Schiemer, Roberto Cortes, Rogério Rezende, Steven Armstrong, Valentino Rizzioli e Vilmar Fistarol.

AUTOPEÇAS – Ainda na agitada quarta-feira, 1º., a Camex anunciou inclusão de cinco itens na lista de autopeças sem produção nacional. De acordo com o órgão “a medida está alinhada à política industrial do setor automotivo, com o objetivo de aumentar a competitividade”. Os itens receberam reduções tarifárias de 14% e 16% para 2%.

São eles sensor indutivo de movimento, definido pela Camex como “componente para o monitoramento das rodas direcionais e de tração durante o processo de frenagem, que melhora a segurança e a eficiência dos veículos montados no Brasil”, módulos hidráulicos, ou “sistemas que permitem que cada roda trabalhe independentemente, de forma que elas não travem ou acelerem demasiadamente, dando maior segurança e estabilidade ao veículo”, unidades de controle eletrônico, “componentes que recebem sinais de entrada do interruptor mecânico de impacto instalado no veículo e controlam o acionamento das bolsas de ar e o pré-tensionador do cinto de segurança com base em sinais elétricos recebidos dos sensores de impacto e de deslocamento, módulos eletrônicos VMCU, “que funcionam como uma unidade central de comando, melhorando a tecnologia do caminhão, o que facilita o comando e melhora a efetividade de sistemas integrados” e módulos eletrônicos BBM, “que possuem a função de aumentar a confiabilidade dos sistemas relacionados à carroceria do veículo por meio da realização de verificações constantes dos parâmetros da rede, sendo responsáveis por monitorar os pedais de aceleração e freio, e efetuar os respectivos comandos nos sistemas de gerenciamento do motor, alimentação, frenagem e bloqueio”.

Ainda de acordo com a Camex a revisão da lista foi realizada “a partir de propostas apresentadas por entidades representativas do setor privado”.

Consumidores M-B estão mais jovens

A idade média dos compradores de automóveis Mercedes-Benz está diminuindo. A nova geração de modelos compactos da marca, formada pelo hatch Classe A, o monovolume Classe B, o utilitário esportivo GLA e o cupê CLA, tem consumidores até dez anos mais jovens do que os titulares dos demais modelos do portfólio.

Os dados foram levantados em pesquisas realizadas com consumidores brasileiros desde 2012, quando foi lançado o Classe B, primeiro da nova geração a ingressar no País. Na Europa a idade média diminuiu doze anos sob as mesma condições, de acordo com Dirlei Dias, gerente de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil.

Por aqui os modelos compactos têm compradores com média de idade de 38 a 40 anos, enquanto os outros modelos do portfólio são adquiridos por consumidores na faixa dos 47 a 49 anos. “Fazendo uma média ponderada, conseguimos reduzir a idade média do portfólio para 45 a 46 anos. Estamos melhorando.”

Rejuvenescer os consumidores dos automóveis Mercedes-Benz foi um dos desafios traçados pela Daimler há cinco anos. O design mais moderno da nova geração compacta, que deu lugar aos desenhos clássicos e elegantes dos modelos das gerações anteriores – e ainda aplicados nos automóveis dos degraus superiores do portfólio –, contribuiu para atrair esses clientes mais jovens na opinião do executivo.

Outro desafio traçado há cinco anos foi o de assumir a liderança global em vendas dentre as marcas premium até 2020. Nesse ponto a M-B também melhorou: após encerrar 2014 na terceira posição, assumiu a segunda colocação no fechamento do primeiro trimestre – superou a Audi.

A nova geração de veículos compactos também foi fundamental nesse ponto. Segundo Dias metade das vendas da M-B no Brasil será de modelos desse segmento. Em especial o SUV GLA, que será produzido em Iracemápolis, SP, a partir do segundo semestre do ano que vem e que ganhou três novas versões no mercado nacional, ainda importadas.

Juntaram-se ao catálogo do utilitário esportivo as versões 250 Vision e 250 Sport, com motor 2 litros turbo de 211 cv, por R$ 172 mil e R$ 190 mil, respectivamente. Também foi lançado um novo acabamento de entrada, o 200 Style, com motor  1,6 litro – e com ele agora o GLA parte de R$ 129 mil.

Dias projetou comercializar 6 mil GLA este ano. “Só não venderemos mais porque não temos como aumentar os pedidos à fábrica da Hungria. Desde o lançamento foram mais de 2 mil unidades licenciadas e a lista de espera aponta potencial de vendas 30% superior. Faltou carro em março, faltará em abril e só deveremos normalizar a demanda a partir de maio.”

Os modelos são importados com desconto no IPI majorado, graças às cotas do Inovar-Auto concedidas pelo MDIC após a aprovação do investimento na futura fábrica de Iracemápolis. O projeto segue de acordo com o cronograma e os primeiros modelos, do Classe C, deverão sair das linhas de produção em fevereiro de 2016.

Primeiro trimestre fecha em baixa de 17%

Os últimos dias de março foram um pouco mais animados do que o esperado pelos varejistas em termos de venda e com isso o mês encerrou com 234 mil 681 unidades comercializadas segundo números da Fenabrave revelados no início da noite da quarta-feira, 1º. A previsão da rede era algo em torno de 215 mil a 220 mil.

O total representa baixa de 2,5% ante mesmo mês de 2014, 241 mil – resultado afetado pelo carnaval – e alta de 26,2% na comparação com as 186 mil de fevereiro, igualmente prejudicado pelo feriado carnavalesco.

Com isso o trimestre encerrou com 674,4 mil emplacamentos, queda de 17% ante as 812,7 mil unidades acumuladas nos primeiros três meses de 2014. Ainda que a baixa seja representativa, o índice representa alívio perante o resultado do primeiro bimestre, que apresentou retração de 23%.

A média de cada um dos 22 dias úteis de março foi de quase 10,7 mil unidades, pouco abaixo daquela registrada em fevereiro, 10,9 mil para 17 dias úteis, descontados a segunda e a terça de carnaval e a quarta de cinzas.

Automóveis e comerciais leves encerraram março com 225 mil 982 licenciamentos, queda de 1,2% no comparativo com mesmo mês de 2014 e alta de 26,4% ante fevereiro. No trimestre foram 648,7 mil, queda de 16,2%.

Os caminhões também tiveram um fim de março pouco melhor que o imaginado e fecharam o mês em 6,5 mil licenciados, o que representa baixa de 29,6% ante mesmo mês do ano passado e crescimento de 25,7% na relação com fevereiro. No acumulado do ano foram 19,3 mil, retração de 36,1% – ao término do primeiro bimestre o resultado fora negativo em 39,4%.

Por sua vez os ônibus terminaram março com 2,2 mil unidades emplacadas, queda de 23,2% no comparativo anual e crescimento de 11,6% no mensal. No trimestre 6,4 mil, baixa de 20,6%.

As motocicletas ganharam números positivos nos dois comparativos de março: com 124,5 mil unidades licenciadas, avançaram 10,9% na comparação com igual mês de 2014 e 32,7% ante fevereiro. Na soma dos primeiros três meses do ano são 327 mil, queda de 10,5%.

GM VICE – No mês de março a disputa pelo segundo lugar do ranking de vendas por montadora na soma de automóveis e comerciais leves continuou acirrada. A GM foi a vice, com 16,4% de mercado, deixando a VW em terceiro com 15,4%. A Fiat liderou com 18% e a Ford ficou em quarto com 10,5%. Batalha também pelo quinto posto, vencida pela Hyundai, 7,9%, à frente da Renault, 7,8%.

No acumulado do primeiro trimestre a sequência é exatamente a mesma: a Fiat tem 19,4%, a GM 17,2%, a VW 16,2%, a Ford 10,4%, a Hyundai 7,5% e a Renault 6,8%. Toyota, 6,3%, Honda, 5%, Nissan, 2,3%, e Mitsubishi, 1,8%, completam os dez primeiros do acumulado de 2015.

STRADA – No ranking por modelos a picape leve Fiat Strada confirmou o favoritismo e fechou o mês na liderança do geral, com 9,9 mil unidades emplacadas, ou quatrocentas à frente do Chevrolet Onix. O Fiat Palio, com 9,2 mil, completou o pódio.

Na quarta posição dos mais vendidos em março ficou o Hyundai HB20, com 9,1 mil, seguido de Fiat Uno, 8,7 mil, VW Gol, 8,3 mil, Ford Ka, 8,1 mil, Renault Sandero, 8 mil, e VW Saveiro, 6,3 mil. O Chevrolet Prisma fechou os dez primeiros com 6,2 mil.

Pirelli: alterações no controle acionário não terão impacto nas unidades fabris.

Executivos da Pirelli se reuniram na terça-feira, 31, com representantes da Prefeitura de Santo André, no ABCD, para elucidar questões relativas à negociação de 26% das ações da fabricante de pneus pela ChemChina, em operação global anunciada na semana passada.

Participaram do encontro o diretor de assuntos corporativos da Pirelli, Mario Batista, o chefe de relações de imprensa da Pirelli na América Latina, Marco Cortinoviz, a vice-prefeita e secretária de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia de Santo André, Oswana Fameli, e o secretário municipal de desenvolvimento urbano e habitação, Paulo Piagentini.

Em nota a Prefeitura afirmou que em sua apresentação Batista informou que o presidente da Pirelli, o italiano Marco Tronchetti Provera, permanecerá à frente da empresa por cinco anos e indicará o seu sucessor. A vice-prefeita acrescentou: “Isso é uma notícia para acalmar os ânimos e para que entendamos que as alterações no controle acionário não terão impacto nas unidades fabris. Em Santo André, inclusive, existe um plano para investimento de recursos na ordem de R$ 250 milhões”.

A unidade da Pirelli está instalada na cidade há 85 anos e atualmente emprega 2,5 mil funcionários. Ali são produzidos pneus para caminhões e máquinas agrícolas e está instalado o segundo maior laboratório de pesquisa e desenvolvimento da empresa no mundo.

Fameli também considerou que “a pesquisa e inovação produzidas em Santo André constituem um ativo fundamental para a empresa em nível mundial. Trata-se de uma dimensão empresarial que só tende a ser fortalecida e talvez estas mudanças possam gerar novas oportunidades de ampliação desta posição estratégica de nossa unidade em Santo André”.

Ainda de acordo com a vice-prefeita, no comunicado, “o próprio presidente da ChemChina, ao anunciar o início da negociação, garantiu que a intenção é fortalecer a Pirelli no mundo e ampliar a presença da empresa no mercado asiático”. A transação deve ser concluída no segundo semestre.