Produção argentina cai 10,6% em março

A produção de veículos na Argentina somou 52,3 mil unidades em março, 10,6% abaixo das 58,3 mil unidades produzidas no mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pela Adefa, associação que representa as montadoras daquele país.

O resultado reduziu a queda do acumulado do ano, que fechou em 20,1% no primeiro bimestre. No trimestre foram produzidos 123,5 mil veículos, queda de 16,2% com relação ao volume entregue de janeiro a março do ano passado, ou 147,4 mil unidades.

Segundo o Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData na Argentina, a tendência é de redução nessa queda de produção, uma vez que a Honda começará a produzir o utilitário esportivo HR-V na unidade de Campana nos próximos dias. São esperadas 15 mil unidades por ano, das quais 10 mil com destino ao mercado brasileiro.

O Brasil segue disparado como o maior comprador dos veículos argentinos no mercado externo, embora com redução na participação: há um ano 85% das exportações argentinas vieram para cá, fatia que caiu para 77,5% neste 2015.

Em março as exportações argentinas totais caíram 0,8%, para 28,6 mil veículos. No acumulado do ano a perda chega a 18,8%, com 60,4 mil unidades, contra as 74,3 mil exportadas no primeiro trimestre do ano passado.

Indústria de Caxias do Sul se desdobra para enfrentar queda na produção

Semanas de trabalho mais curtas, reduções nos vencimentos, missões ao Exterior em busca de novos mercados. Os empresários do polo metal-mecânico de Caxias do Sul, RS, buscam alternativas diante do cenário de esfriamento da economia e redução na demanda por caminhões e implementos rodoviários, principais setores clientes dos produtos caxienses.

Só no primeiro trimestre foram quase 1 mil postos de trabalho cortados, de acordo com Getúlio Fonseca, presidente do Simecs, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Os dados oficiais de março ainda não foram fechados, mas até fevereiro as empresas do município empregavam 45 mil 820 pessoas.

“Desde setembro de 2013 foram mais de oito mil demissões”, disse Fonseca em entrevista exclusiva à Agência AutoData. “As empresas evitam os cortes e tentam flexibilizar a produção, mas não há sinais de possível melhora. A projeção de queda de até 30% na produção de caminhões afeta diretamente a nossa indústria.”

As indústrias caxienses adotam desde o fim do ano passado produção reduzida, com cinco a sete dias úteis do mês sem operar. Muitas das empresas trabalham apenas de segunda a quinta-feira e, em algumas, só há produção por três dias da semana. “Os feriados de abril serão todos estendidos. Nesses casos o regime adotado é de luz apagada: nem diretor entra na fábrica.”

No primeiro bimestre a receita da indústria local caiu 28% na comparação com o mesmo período do ano passado. Fonseca evitou falar em projeções para o faturamento: disse apenas torcer pela rápida votação do ajuste fiscal no Congresso Nacional e por uma eventual melhora no cenário a partir de julho.

Na quinta-feira, 9, o Simecs receberia a visita do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, mas o encontro foi postergado devido a problemas de saúde do titular. Na pauta estavam exportações, linhas do BNDES e reforma trabalhista. Fonseca, de qualquer forma, acredita que dificilmente o governo fará alguma intervenção a favor do setor, seja por desonerações ou incentivos.

Por isso o Simecs busca alternativas: há alguns meses uma missão de empresários esteve no Quênia e na África do Sul em busca de contratos de exportação. Nova caravana foi agendada para julho: “O dólar favorece as exportações, mas houve valorização da moeda em outros mercados também e, portanto, a concorrência continua acirrada. De todo modo buscamos novos clientes para tentar reduzir o impacto”.

O dirigente do Simecs alerta para as consequências que o atual momento poderá deixar na indústria metal-mecânica de Caxias do Sul, responsável por 60% do PIB da cidade. Segundo Fonseca já há casos de empresas em processo de concordata, o que preocupa o empresário para quando ocorrer a retomada: “As empresas menores podem não sobreviver até lá”.

NGK ingressa no segmento de bobinas de ignição para reposição

A partir de junho a NGK expandirá sua linha de componentes para reposição: a empresa atuará neste segmento com bobinas de ignição.

Edson Miyazaki, diretor comercial da NGK do Brasil, afirma que inicialmente os componentes serão fornecidos por empresas parceiras, de origem europeia, japonesa e chinesa, devidamente homologadas. Mas o executivo não descarta a produção local das bobinas na fábrica da empresa em Mogi das Cruzes, SP no futuro.

“Nosso foco é ser referência no sistema de ignição e o próprio mercado, tanto repositores quanto OEM, nos cobravam esse componente. Começamos atendendo à reposição e, por enquanto, a produção local está em estudo.”

A projeção de Miyazaki é vender 36 mil bobinas de junho a dezembro o que, junto da estimada alta de 5% nas entregas de velas de ignição, deve ampliar os negócios da empresa na reposição.

“De 2008 a 2013 o mercado de veículos teve alta anual média de 5%. Considerando que a média de quilometragem/ano dos automóveis é de 15 mil e a troca de velas é orientada a partir dos 45 mil quilômetros, há boa fatia de consumidores neste e nos próximos anos. As velas são componentes de desgaste, não podem ter a troca postergada.”

Para o executivo o resultado de vendas a montadoras neste ano, por seu lado, ainda é uma incógnita, mas certamente haverá queda. No entanto, como 80% da produção da NGK destina-se à reposição, Miyazaki estima que as linhas de produção mantenham o ritmo do ano passado ou fechem em alta de até 2%.

“As exportações prejudicam essa estimativa. Nos dois últimos anos as condições na América do Sul, nosso principal mercado, se deterioraram muito.”

Miyazaki calcula que de janeiro a março a queda nos embarques da empresa foi de 30%. “75% do volume vai para América do Sul e o restante para Estados Unidos, Europa e Nigéria.”

Miyazaki assegura que a NGK mantém seu projeto de investimento no Brasil inalterado. Até 2020 a empresa planeja aumentar a capacidade produtiva de 78 milhões de velas/ano para 100 milhões de velas/ano.

Das linhas da empresa no Brasil sai, ainda, média de 1,3 milhão de cabos de ignição por mês.

Bosch prevê alta de 5% no faturamento da divisão de reposição

A concorrência no segmento de reposição está ainda mais acirrada neste ano. Com a queda da produção nas montadoras, fornecedores de sistemas e autopeças voltam-se mais atentamente ao segmento. Delfim Calixto, vice-presidente da divisão automotiva de aftermarket da Robert Bosch América Latina, afirma que no primeiro trimestre a receita do segmento cresceu 7%.

“Há uma pressão muito forte por preços. Todas as empresas querem manter a base produtiva, mesmo com a baixa nos negócios OEM, então reduzem suas margens. Para este ano estimamos queda de 13% no fornecimento às montadoras mas alta de 5% na reposição. Ano passado, crescemos 6,7% na reposição na América Latina.”

Calixto afirma que a estratégia de crescimento da Bosch não se baseia na redução das margens, mas sim na aproximação com os distribuidores: “Ampliamos nossa comunicação com a ponta do mercado, os reparadores e oficinas. Também resolvemos problemas de logística ao assumirmos a gestão de armazenagem, distribuição e operações no centro de distribuição em Louveira, SP” – a empresa investiu R$ 20 milhões no chamado Projeto Fênix. “O índice de satisfação dos nossos clientes aumentou consideravelmente, o que nos mantém em alta no mercado.”

Para o vice-presidente a edição 2015 da Automec é a melhor de todos os tempos. “A movimentação no estande está grande, recebemos boas visitas. Este será o ano da reposição. Sem dúvida estamos receosos com os desdobramentos da crise de confiança no País, mas se pararmos de investir e olhar para a frente, perderemos terreno. Sou um otimista.”

O executivo calcula que fatia de 15% a 20% dos negócios automotivos Bosch são voltados à reposição. E meta da empresa é fortalecer a rede de serviços para continuar crescendo. “Passaremos de 5 mil para 10 mil oficinas credenciadas Bosch nos próximos seis anos.”

MAN inicia vendas do extrapesado TGX 29.480

A MAN Latin America deu mais um passo em seu projeto de consolidação dos modelos extrapesados MAN no Brasil, anunciado em 2009. A partir deste mês a fabricante inicia entregas do extrapesado TGX 29.480 6×4 às concessionárias.

Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas, afirma que o modelo chega ao mercado com índice de nacionalização de 50%, o que já permite contar com subsídio via Finame proporcional a 90% de seu valor.

“Nosso planejamento prevê que até o fim do ano a linha TGX alcançará índice de 60% de conteúdo local, que permitirá o cálculo integral para o Finame.”

Segundo o executivo a previsão é alcançar vendas de 100 unidades/mês do novo modelo a partir do primeiro ano cheio de vendas. “Com a nova lei do motorista os empresários demandam veículos com mais potência, que ampliem o desempenho da operação enquanto o veículo está rodando.”

O modelo TGX 29.480 6×4 oferece as opções cabine leito em teto baixo e alto e chega como modelo 2015/2016.

Alouche calcula queda média de 40% no segmento ao qual corresponde o lançamento, um dos mais afetados pela baixa do mercado de caminhões:

“A queda não era prevista pelas montadoras, ao menos não nessa proporção. Observamos que ocorre uma postergação de compra: apenas o cliente pequeno, de varejo, está fechando negócios. Nossa expectativa é que todos os ajustes fiscais e medidas de curto prazo sejam colocadas em prática e que o consumidor, incluindo o empresário, recupere a confiança na economia.”

A MAN Latin America trabalha com estimativa de mercado similar à da Anfavea, de 80 mil a 90 mil caminhões vendidos neste ano no total do mercado brasileiro.

Financiamento – Desde março a fabricante, em parceria com o Banco Volkswagen, oferece financiamento de 100% de toda a linha de caminhões e ônibus VW e MAN, com carência de seis meses para o pagamento da primeira parcela.

O plano tem taxas de 0,93% ao mês sem entrada e com pagamento em até 60 meses, com parcelas fixas até o final do contrato.

Décio Carbonari, presidente do Banco Volkswagen, afirmou em comunicado que “com as mudanças no Finame PSI buscamos alternativas atrativas para os nossos clientes”.

Com as novas regras do BNDES válidas para este ano, o financiamento via Finame PSI passou de 100% para 50% do valor do bem, no caso das grandes empresas, e para 70%, para pequenas.

Novas projeções da Abraciclo apontam queda de 4,5% nas vendas

A Abraciclo revisou para baixo as estimativas de vendas ao mercado interno e de produção de motocicletas para este ano. Segundo dados da associação os licenciamentos neste ano, inicialmente previstos em 1 milhão 470 mil, alcançarão somente 1 milhão 365 mil, o que representa queda de 4,5% em relação às 1 milhão 429 mil de 2014.

Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, associação que reúne as fabricantes de motocicletas, afirmou que os ajustes foram necessários em decorrência de resultados aquém do esperado no primeiro trimestre. “A confiança do consumidor está em baixa por causa das incertezas em relação ao futuro e manutenção de empregos. O movimento na rede de distribuição caiu muito.”

Segundo dados da associação foram emplacadas 326 mil 960 unidades no trimestre, baixa de 10,5% na comparação com as 365 mil 306 no ano passado.

De acordo com o dirigente a média de aprovações de fichas de crédito pelos bancos – de duas a três a cada dez – também complica o cenário. “E esse quadro não deve mudar, mesmo com os bancos de montadoras ampliando subsídios. Nem faz sentido pedir mais crédito ao governo. A lei de retomada do bem em caso de inadimplência, por sua vez, terá impactos apenas nos próximos dois anos. Por isso vamos incentivar as vendas por consórcio, que representam 40% das nossas entregas, e avançar em competitividade e redução de custos.”

A produção também caiu de janeiro a março: saíram das linhas 360 mil 167 motocicletas, queda de 12,6% ante 412 mil 173 no ano passado.

Nesse cenário a Abraciclo também revisou a expectativa de produção para o ano. Inicialmente estimada em 1 milhão 520 mil unidades, passou agora a 1 milhão 415 mil, queda de 6,8% na comparação com as 1 milhão 517 mil fabricadas no ano passado.

“O primeiro período foi ruim, aquém das expectativas. Esperamos que o ano não fique ainda mais abaixo.”

Para Fermanian o momento é de cautela: “Ajustamos a mão de obra já no ano passado. Em 2011 as associadas contavam com 20,5 mil colaboradores e passaram a 18 mil em 2014. Toda a cadeia sofre, de fornecedores a concessionárias, pois retrocedemos no mercado de mais de 2 milhões de unidades ao ano para 1,5 milhão. Atualmente adotamos férias coletivas e redução de turno. É cedo para falar em demissões, mas tudo pode ocorrer dependendo do mercado. Avaliamos a situação permanentemente”.

Já nas exportações o cenário é bem diferente. Nem mesmo o desempenho fraco no primeiro trimestre, em que embarcaram 6 mil 351 motocicletas, baixa de 76% na comparação com as 26 mil 619 do ano passado, desanima a Abraciclo, que ampliou sua estimativa para este segmento no total de 2015.

Segundo a associação os embarques de motocicletas ao fim do ano serão maiores do que a projeção inicial: de 55 mil unidades o volume esperado saltou a 70 mil na revisão. Contudo, este volume representaria ainda baixa de 20,5% na comparação com as 88 mil 56 exportações no ano passado.

“Os Estados Unidos passaram a Argentina como primeiro mercado dos embarques nacionais, enquanto Colômbia e Peru mostraram-se bons compradores. Há potencial a se explorar, principalmente se avançarmos em competitividade. O governo tem todo interesse de identificar e trabalhar nos entraves para aumentarmos nossas vendas a outros mercados.”

Zen projeta faturamento 15% maior em 2015

Enquanto a maioria das fabricantes de autopeças prevê retração neste ano, acompanhando a queda das vendas de veículos, estimada em 13% pela Anfavea, a Zen projeta alta de 15% no faturamento deste ano.

A fabricante de impulsores de partida, polias e tensionadores de Brusque, SC, aposta em três frentes para ampliar sua receita: mercado de reposição, exportações e fornecimento a novos modelos fabricados por aqui.

Segundo o diretor comercial da Zen, Nelson Bastos, a companhia de origem familiar fundada na década de 60 sempre teve vocação para exportação, pois aposta na diversificação das fontes de renda.

“Desde o início das operações a empresa cultivou relações fora do País. Atualmente exportamos 60% da nossa produção, maior índice histórico.”

Para garantir as remessas a Zen possui três escritórios fora do País: China, Alemanha e Estados Unidos. “O mercado estadunidense responde pela maior fatia das nossas exportações, mas a China vem crescendo muito e a Europa está em recuperação.”

Bastos ressalta, entretanto, que há muitas dificuldades para manter este elevado nível de exportações. A estratégia, segundo o executivo, inclui a diversificação de destinos: “Para não ficarmos dependentes de nenhum país exportamos para 60 destinos diretamente e para outros 100 países de forma indireta.”

O dólar em alta é um dos fatores a contribuir para o aumento da receita. No entanto, Bastos lembra que a principal matéria-prima da companhia é o aço, vendido em dólar. “Há os dois lados da moeda. Aumenta a receita, mas os custos também.”

A parte de reposição também é vista como promissora. Bastos considera que a queda na venda de veículos novos culminará no aumento de reparos na frota – atualmente 70% do faturamento da empresa é proveniente do mercado de veículos leves e 30% de pesados.

Os recentes lançamentos de veículos no mercado nacional, que se intensificaram principalmente no segmento de SUVs, também impulsionaram os negócios da Zen. “Conquistamos contratos de fornecimento importantes com empresas globais como Bosch e Valeo, tanto dentro quanto fora do País.”

A companhia aposta também em contenção frequente de custos: no início de 2014 fechou sua operação de alumínio, que também ficava em Brusque. “Fizemos as contas e notamos que a margem era muito baixa. Não valia a pena manter o negócio.”

A Zen também enxugou o número de funcionários no decorrer dos últimos doze meses. Passou de 1,3 mil para os atuais 950 – todos em Brusque. “Investimos em automação e melhorias. Reduzimos um turno de trabalho e aumentamos a produtividade em 15%.”

Tenneco lança linha de catalisadores para a reposição

De olho no segmento de reposição, a menina dos olhos dos expositores da Automec 2015, a Tenneco apresenta na feira sua nova linha de catalisadores para veículos leves voltadas para o aftermarket. São treze modelos da marca Walker, que permitem 240 aplicações para automóveis e comerciais leves com motores a gasolina, etanol e flex fuel.

O objetivo, segundo Rafael Rampazzo, diretor de engenharia e vendas da Tenneco, é repetir no segmento de reposição o bom desempenho do fornecimento para montadoras, onde a fabricante possui relevante participação – o executivo não divulgou números.

“Vamos buscar a liderança. Queremos começar a produção para o aftermarket a partir de setembro e passar a oferecer estes produtos para o segmento até o fim do ano.”

Com projeção de queda de 9,3% na produção de veículos leves para este ano – divulgada pela Anfavea na terça-feira, 7 –, as fornecedoras de peças, partes e componentes voltaram sua atenção para o aftermarket. Para Rampazzo o segmento tem bom potencial de crescimento e permitirá à Tenneco, que além de sistemas de controles de emissões produz amortecedores e componentes para a suspensão, manter a sua posição no mercado.

“Esperamos no mínimo manter os nossos resultados do ano passado com o segmento de reposição, mas acreditamos que haverá crescimento.”

Além dos catalisadores Walker a Tenneco expõe na feira os amortecedores Monroe e os componentes de suspensão Monroe Axios. Outro destaque no estande da companhia é um simulador de teste de amortecedores, que tem como objetivo mostrar ao público a importância do sistema de suspensão para a segurança do veiculo.

Scania volta a exportar metade de sua produção do ABCD

Metade da produção atual da Scania em São Bernardo do Campo, SP, está sendo exportada. Segundo o presidente da Scania na América Latina, Per Olov Svedlund, houve um aumento do índice de remessa ao Exterior para compensar a queda do mercado brasileiro neste ano.

O executivo não revelou o volume de exportação registrado na unidade brasileira anteriormente, mas assegurou que o número foi revisto para cima neste ano. “Como a linha de produtos da companhia é global, torna-se possível adequar as demandas aos mercados.”

Svedlund afirmou que os produtos nacionais estão abastecendo países na África, Oriente Médio e Ásia, mercados que normalmente são atendidos pela Europa. “Como a demanda da Europa está muito alta passamos a exportar a partir do Brasil. Assim compensamos o mercado local e ainda aliviamos a capacidade europeia.”

A unidade brasileira também é responsável por abastecer clientes da América Latina. Há ainda negócios de exportação dentro do próprio Grupo, como partes de motor enviadas do Brasil para a matriz sueca.

Svedlund preferiu não revelar perspectivas de vendas para a Scania no País em 2015, mas considerou que “a situação está difícil para todas as montadoras”. E acrescentou: “Não vejo nada que poderia mudar o cenário do País no curto prazo”.

Laboratório – Na sexta-feira, 10, a Scania inaugura laboratório de pesquisa no Parque Tecnológico de Sorocaba, SP, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, a Poli-USP.

O investimento no projeto é de R$ 6 milhões – maior aporte da montadora em iniciativas de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil. Desde 2013 a Scania e a universidade mantém um convênio de cooperação tecnológica.

O projeto visa estudar o comportamento do fluxo de ar dentro dos motores a diesel. Segundo Svedlund essa investigação poderá contribuir para melhorar o desempenho dos motores, bem como o consumo e consequente redução de emissão de gases poluentes. 

Ao todo 21 profissionais participam do projeto, sendo doze da Scania e nove da universidade – professores e mestrandos. Os profissionais da montadora também ingressaram no Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva, ministrado pela Poli-USP.

“Houve uma seleção na Scania para eleger essa equipe e apostamos muito na formação e na contribuição desses profissionais.”

Marcelo Massarani, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP, é o responsável pela coordenação da iniciativa e tem até dezembro de 2016 para apresentar resultados para a montadora. “Estamos trabalhando em sintonia com a Suécia. Eles já nos visitaram para saber sobre a pesquisa e em outubro deste ano iremos até lá para compartilhar experiências.”

O conhecimento gerado a partir dessa pesquisa será patenteado e também será aplicado no desenvolvimento de um software para previsão e controle do comportamento do fluxo de ar no motor. Futuramente a ferramenta poderá ser utilizada no processo de manufatura de cabeçotes de motores da Scania no mundo todo.

O projeto, já em seu terceiro ano, rendeu resultados que necessitavam de testes práticos – daí a necessidade de um espaço físico para os pesquisadores. O laboratório contará com equipamentos construídos exclusivamente, como máquina de ensaio de fluxo de ar nos cabeçotes e sensores que não existiam no mercado, dadas as especificidades da pesquisa.

Keko projeta crescer 13% neste ano

Mesmo em momento difícil de mercado a Keko Acessórios está em alta: sua previsão é crescer 13% em relação ao ano passado e saltar o faturamento de R$ 151 milhões, aferido em 2014, para R$ 175 milhões neste 2015.

Juliano Scheer Mantovani, diretor de mercado e inovação, afirma que uma das estratégias é fortalecer a exportação. “No primeiro trimestre as vendas aos 39 países que são nossos clientes responderam por 25% dos negócios, porcentual que normalmente é de 12%. Ou seja, duplicamos o valor de exportações em apenas três meses e a meta é manter essa ascensão. Esperamos ingressar também nos Estados Unidos.”

A partir de junho novos fornecimentos locais também contribuirão para alavancar os negócios da empresa. Projetos de Fiat, Renault e Honda estão na lista: “Forneceremos peças para cinco veículos, considerando modelos novos e outros já em linha”.

Para Mantovani, “é preciso investir em novos produtos, e por isso destinaremos este ano R$ 2 milhões apenas para esta finalidade”.

A novidade da Keko na Automec 2015, que entrou em seu segundo dia na quarta-feira, 8, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, é alinha de engates de reboque e semirreboque K1 e K3. Disponível para todos os SUVs e picapes médias vendidas no Brasil.