Chery brasileira usa Irã para seduzir fornecedores

O projeto original da Chery na inauguração da fábrica de Jacareí, SP, previa a produção em paralelo das versões hatch e sedã do Celer e da nova geração do subcompacto QQ, modelo com maior potencial de volume para a marca de origem chinesa no mercado nacional. No meio do caminho, porém, houve a necessidade de priorizar um dos projetos – e o QQ ficou para depois.

Segundo Luis Curi, vice-presidente da Chery, as condições do mercado brasileiro de veículos e principalmente a alta volatilidade do dólar fizeram a empresa tomar essa decisão. “Queremos que o QQ entre no mercado com mais conteúdo local.”

O QQ tem no seu DNA o atrativo do preço baixo. Muitas peças e componentes importados aumentariam a exposição do modelo ao dólar, hoje acima de R$ 3 – no fim do ano passado, segundo Curi, a empresa trabalhava com a cotação a R$ 2,85. “Cada 1% ou 2% de variação cambial afetam muito nossos planos. Portanto resolvemos trabalhar na nacionalização das peças e adiar o lançamento dele para o fim do ano.”

Agora a Chery trabalha para encontrar fornecedores dispostos a investir no projeto. E tem uma carta na manga: sua operação no Irã.

Aqueles que fornecerem peças para o Celer ou QQ nacionais poderão também exportar para a fábrica da Chery que produz os mesmos modelos no Irã, uma operação que monta em torno de 55 mil unidades por ano e que atualmente é abastecida com peças importadas da China, Tailândia e outros mercados asiáticos.

”É uma situação de ganha-ganha: nós ganhamos com a nacionalização das peças e os fornecedores ganham em volume, com potencial de produzir mais e ganhar novos mercados.”

Curi disse que peças de menor porte, como chicotes, retrovisores, limpadores de para-brisa e componentes de ignição são candidatas naturais a fazer parte do programa de exportação. Ele entende que componentes maiores, que exigem grande operação logística, provavelmente não conseguirão ser competitivos.

Ao mesmo tempo a Chery luta para conquistar mercados sul-americanos, candidatos naturais a receber os modelos de Jacareí. Atualmente não há nenhum contrato fechado, mas a facilidade de transporte e redução no tempo de entrega podem ajudar nas negociações com distribuidores instalados na Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela – em nenhum destes países a Chery é dona do negócio.

“Na Argentina existe o agravante da balança comercial. Por isso procuramos também fornecedores lá para abastecer nossos modelos de Jacareí com peças argentinas e podermos exportar para o país.”

O atual cenário do mercado brasileiro e a decisão de postergar a produção do QQ fizeram a montadora mexer em seus prognósticos para 2015: reduziu de 30 mil para 20 mil veículos sua meta de vendas, metade produzida localmente. Ainda assim o resultado seria o dobro do ano passado, quando foram vendidos cerca de 10 mil unidades da marca.

“Antes os bancos estavam seletivo para liberar financiamentos. Agora é o consumidor que está seletivo para assumir compromisso de longo prazo.”

GREVE – O lançamento do Celer nacional, realizado na terça-feira, 14, em Tuiuti, SP, coincide com a primeira greve enfrentada pela Chery desde sua instalação no Brasil, em agosto do ano passado. Para Curi “essa greve estava escrita nas estrelas. Todos conhecem a forma de atuação do sindicato [de São José dos Campos] e a estratégia deles é a de parar a produção junto com o lançamento, quando nossa rede estará ansiosa por receber os veículos”.

Na terça-feira, 14, houve reunião da diretoria com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que rejeitou a proposta dos representantes da empresa e manteve a greve por tempo indeterminado.

“Seguiremos negociando. Já oferecemos antecipação do dissídio, que seria em setembro, com valores até 20% superiores, e eles não aceitaram. Fazem comparações irreais, de salário nível três de empresas concorrentes com nível um das nossas. Nós pagamos menos que as outras, sim, mas estamos começando agora, não podemos nos comparar com Ford ou General Motors, que estão há anos no País”.

Curi reclama que o sindicato pede jornadas de 40 horas semanais, quando a lei prevê 44 horas. E destaca: “Ford e GM estão fazendo lay off e reduzindo seus quadros, enquanto nós estamos contratando. O cenário é outro. Não podemos oferecer jornada de 40 horas logo no começo. Precisamos de tempo”.

A greve teve início no dia 6. Em comunicado, o sindicato afirmou que “a proposta apresentada pela empresa é muito ruim, por isso já foi rejeitada na mesa de negociação. Enquanto a Chery não melhorar os salários e condições de trabalho, ninguém volta a produzir”.

Para Habib, vendas de leves cairão 18% em 2015

Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, está pessimista com relação ao mercado brasileiro de 0 KM. Por seus cálculos as vendas de veículos leves neste ano cairão 18% com relação a 2014, para 2 milhões 750 mil unidades – a previsão da Anfavea é de queda de 12,3%, para 2 milhões 925 mil.

“Acredito que as vendas possam cair ainda mais, pois estimo que o resultado será no mínimo de queda de 18%. Sou mais pessimista que a Anfavea. Talvez o ano feche em 2,7 milhões, ou nem isso.” Ele, além de presidente do Grupo SHC, é concessionário Citroën, Volkswagen e Jaguar Land Rover.

Sua justificativa: “O mercado cai basicamente por falta de confiança do consumidor, que é o item mais importante para o mercado de carros. Além disso o índice de desemprego está subindo, o que igualmente afeta a confiança e acaba por retroalimentar este cenário”.

Para os anos a seguir a projeção de Habib não é exatamente das mais animadoras. “2016 será um pouco melhor que 2015, mas não muito melhor, algo como crescimento de 3% a 5%. Nos períodos seguintes, vamos supor que as vendas registrem alta de 10% a cada ano. Isso significará que em 2019 retornaremos ao patamar registrado em 2012, de 3,7 milhões de unidades. Serão sete anos para recuperar este volume. Vai demorar.”

O empresário salienta que “nesta época, 2012, prevíamos para 2015 um mercado ao redor de 4 milhões de unidades, e teremos 2,7 milhões. Em 2018 ou 2019 vislumbrávamos 5 milhões e serão 3,7 milhões. Todo mundo terá de refazer seus projetos”.

Esse processo passará necessariamente pelo ajuste da rede de concessionários, acrescenta Habib. “Há 5 mil lojas, uma estrutura preparada para vender 4 milhões de veículos. Não há como manter esse quadro vendendo 2,7 milhões.” O próprio Grupo SHC já começou este movimento, fechando casas Citroën. “Agora estamos com 32 lojas, creio que um tamanho suficiente” – algumas, entretanto, terão operações unificadas com a Peugeot. Na Jac Motors das 50 concessionárias inauguradas no Dia J, há quatro anos, sobraram 35: três tiveram as operações encerradas neste ano.

Outro fator prejudicará uma recuperação mais rápida do mercado, na opinião de Habib: o preço dos veículos. “Vão subir acima da inflação pelos próximos dois anos”, garante. “Muita coisa em um veículo tem preço ligado ao dólar, mesmo quando adquirida no Brasil: aço, vidro, pintura, plástico, eletroeletrônica. Antes uma variação cambial podia ser compensada pelo aumento do volume, com um mercado em crescimento. Agora não mais.”

Pelos cálculos de Habib os automóveis no País já subiram 5% de preço apenas no primeiro trimestre, sem considerar os pontos extras do fim da redução do IPI.

Chery Celer: sem olhos puxados nem sotaque chinês.

O primeiro automóvel chinês produzido em terras brasileiras finalmente saiu do papel. As 72 concessionárias Chery já têm em seu estoque unidades do Celer nacional, que desde fevereiro sai das linhas de montagem da fábrica de Jacareí, SP, em carrocerias hatch e sedã com cerca de 35% de conteúdo local.

São mais de vinte fornecedores locais – empresas multinacionais, como Basf, Bosch, Delphi, HVCC, Petronas, Pilkington, Pirelli etc. –, número que deverá crescer até o fim do ano, quando a Chery projeta chegar a 50% de conteúdo local no seu veículo de estreia. Em dois anos a meta é superar os 60%.

O Celer nacional recebeu alterações com relação ao modelo importado da China desde 2013, tanto em design quanto mecânica. A começar pelo motor Acteco 1,5 litro flex, com 16V e que agora alcança 113 cv graças à calibração feita em parceria com a Delphi para adaptação ao mercado local. Suspensão e sistema de freio também foram tropicalizados, visando aproximar o carro mais ao gosto do consumidor brasileiro.

A frente ganhou novos para-choques e mudanças na grade frontal em ambas as carrocerias. A traseira do sedã tem alterações nos desenho das lanternas, agora em LED – assim como no hatch –, e na tampa do porta-malas.

Os dois modelos tiveram ainda o painel de instrumentos totalmente redesenhado.

Essas mudanças dão traços de ineditismo ao Celer jacareiense, que ainda traz novo sistema de ar-condicionado, mais preparado para enfrentar as altas temperaturas do Brasil. Por isso Roger Peng, presidente da Chery do Brasil, trata o modelo como novo dentro do portfólio da marca: “O Celer é o primeiro veículo sem olhos puxados ou sotaque chinês. É inteiramente brasileiro”.

Segundo Luciano Resner, da área de qualidade, houve especial atenção com relação à qualidade e segurança do veículo. Além dos obrigatórios ABS e air bag, a carroceria dos modelos usa aço de alta densidade. Os crash-testes feitos internamente preveem nota de três a quatro estrelas nas avaliações do Latin NCap.

Outra diferença com relação à estratégia anterior da Chery foi oferecer item opcional, o rádio I-Connect, que traz TV digital e bluetooh por R$ 1,8 mil, e duas versões para ambas as carrocerias – antes o modelo era completo de série.

O Celer, de qualquer forma, ainda sai da fábrica com um bom pacote de itens. Ar-condicionado, sensor de estacionamento e trio elétrico são de série por R$ 39 mil no modelo hatch e R$ 40 mil no sedã. A versão Act traz ainda rodas de liga-leve de 15 polegadas, faróis de neblina e alarme antifurto por R$ 41 mil no hatch e R$ 42 mil no sedã.

Desde o lançamento, em 2013, foram comercializados em torno de 2 mil Celer no mercado nacional. A edição brasileira deverá, apenas neste ano, quintuplicar o volume de vendas, de acordo com Filipe Pereira, da área de vendas. “Por esse preço e com esse pacote de opcionais, 10 mil unidades é uma projeção até conservadora.”

Quem comemora são os concessionários, que ganharão em volume. A rede, que chegou a ter 110 casas, foi reduzida para 72 pontos de vendas – mais cinco serão abertos até o fim do ano. O objetivo, segundo o vice-presidente Luis Curi, é aumentar as fatias do bolo para aqueles que investiram antes – bolo, agora, com tempero brasileiro.

Produção mexicana supera em 22% a brasileira no trimestre

A produção de veículos cresceu 9,6% no México no primeiro trimestre deste ano. Segundo dados divulgados pela Amia, associação equivalente à Anfavea naquele país, saíram das linhas de montagem mexicanas 849 mil veículos no período ante 774,7 mil um ano antes.

Assim o México se consolida à frente do Brasil em termos de produção. Por aqui, no mesmo período, foram fabricados 663,1 mil veículos, queda de 16,2% na comparação anual.

Portanto o volume produzido no México de janeiro a março deste ano superou em 21,9% o número de veículos que deixaram as linhas de montagem brasileiras.

Somente em março as fabricantes instaladas no México produziram 299,8 mil unidades, avanço de 8,1% em relação ao mesmo mês de 2014.

MERCADO – As vendas de veículos no México apresentaram avanço de 22% durante o primeiro trimestre. Foram comercializadas 306,1 mil unidades no período ante 251,1 mil de janeiro a março de 2014.

Ainda segundo a Amia somente em março foram emplacados 104,9 mil veículos no México, volume 22,4% maior do que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 85,6 mil unidades.

Por marcas a Nissan liderou as vendas no mês passado naquele país ao comercializar 28,5 mil veículos, alta de 29,5% ante o mesmo mês do ano anterior. A General Motors e a Volkswagen praticamente dividem a segunda colocação, com 15 mil 853 mil e 15 mil 850 unidades, respectivamente.

A montadora de origem estadunidense apresentou crescimento de 27,4% em relação a março de 2014, enquanto a fabricante alemã teve números 9% mais altos na mesma comparação.

FORD – De acordo com informações divulgadas pela publicação estadunidense Just-Auto a Ford anunciará investimento de US$ 2,5 bilhões no México na próxima sexta-feira, 17.

Segundo a publicação metade do aporte a montadora será destinado à ampliação da unidade instalada no Estado de Chihuahua do Norte, onde a empresa montará dois novos motores a diesel. A outra parte seria aplicada em fábrica de transmissões no Estado de Guanajuato.

O mesmo Estado deve receber uma fábrica da Toyota, de acordo com informações da mesma publicação. A unidade teria capacidade produtiva anual de 200 mil unidades e criaria cerca de 2,4 mil empregos diretos.

VW, Hyundai Caoa e M-B anunciam novas paradas para adequação à demanda baixa

Uma nova leva de mecanismos para ajustar a produção de veículos a atual demanda começou a ser anunciada nesta segunda-feira,13. Volkswagen, Mercedes-Benz e Hyundai Caoa vão paralisar a produção por ao menos algum período nos próximos dias.

A unidade de São Bernardo do Campo, SP, da Volkswagen será a responsável pela maior parada. A montadora terá apenas doze dias úteis em maio. Segundo informações obtidas pelo portal Car and Driver a companhia concederá férias coletivas de 1 a 13 de maio para os funcionários da unidade. Procurada, a Volkswagen preferiu não comentar o assunto, mas o sindicato local confirmou a parada.

A publicação teve acesso a um comunicado da montadora distribuído para fornecedores no qual afirma que não haverá recebimento de componentes durante as férias coletivas, com exceção de itens críticos que serão acertados pela logística da fábrica diretamente com os fornecedores.

Ainda no ABC a Mercedes-Benz concederá dois dias de licença remunerada aos funcionários: na terça-feira, 14, e quarta-feira, 15. Segundo nota da montadora de caminhões a breve parada “trata-se de mais uma medida para continuar a gerenciar o excedente na fábrica de São Bernardo do Campo, SP”.

A unidade tem 719 funcionários em lay-off e a data prevista para o retorno é 30 de abril. O Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC informou, por meio de porta-voz, que já há uma negociação para tratar da situação do grupo de trabalhadores. A M-B informou em comunicado que “tem dialogado a todo momento com o sindicato para buscar soluções e gerenciar o excesso de pessoas na unidade”.

Centro-Oeste – A partir do dia 22 de abril os 1,6 mil funcionários da Hyundai Caoa  em Anápolis, GO, terão férias coletivas de dez dias. Em nota a montadora afirmou que a medida serve “apenas para a readequação de estoque”.

Na unidade da Mitsubishi, em Catalão, GO, o temor é por demissões, de acordo com o sindicato local. A entidade foi notificada pela montadora que está revisando suas contas e que tem excedente de pessoal, porém não informou sobre medidas para contornar a situação. Em nota a montadora disse apenas que “como todas as empresas do Brasil está reavaliando as contas por causa da atual situação econômica do País”.

Chery – Enquanto isso a greve na Chery, instalada em Jacareí, SP, chegou ao oitavo dia na segunda-feira, 13. Representantes da montadora e do sindicato local reuniram-se durante a tarde, mas não chegaram a um acordo durante encontro na Superintendência Regional do Trabalho do Estado de São Paulo.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região afirmou em comunicado que o Ministério do Trabalho se comprometeu a enviar fiscais à fábrica da Chery para apurar as denúncias de irregularidades, que incluem má qualidade da alimentação oferecida aos operários.

No encontro o sindicato também cobrou dos representantes da Chery a assinatura da convenção coletiva da categoria, cumprindo salários e direitos dos trabalhadores. A resposta da direção da empresa deve ser apresentada ao sindicato na terça-feira, dia 14, em reunião agendada para 9h na unidade da Chery.

Mercado de veículos cresce 5,6% nos Estados Unidos

O mercado estadunidense de automóveis e comerciais leves apresentou crescimento de 5,6% no trimestre. Segundo dados da versão digital do The Wall Street Journal foram comercializadas 3,9 milhões de unidades de janeiro a março, ante 3,7 milhões de veículos em igual período do ano passado.

O crescimento foi puxado por modelos de maior porte, como picapes e utilitários esportivos, que apresentaram demanda 11,2% superior no trimestre, alcançando 2,1 milhões de unidades vendidas. Os automóveis responderam por 1,8 milhão dos veículos consumidos pelos cidadãos estadunidenses, em estabilidade com relação aos primeiros três meses de 2014.

Em março as vendas ficaram estáveis com relação ao mesmo mês de 2014, em 1,5 milhão de unidades – com a diferença que o mês passado teve um dia a menos de vendas, 25 contra 26 em março do ano passado.

A General Motors liderou as vendas do trimestre, com 684 mil automóveis e comerciais leves comercializados, volume 5,3% superior ao do período de janeiro a março do ano passado. A Toyota ficou na segunda colocação, com 575,6 mil unidades, alta de 10,5% no trimestre, e a Ford ocupou a terceira posição, com crescimento de 2% e 591,9 mil veículos vendidos.

A Chrysler, quarta colocada, registrou o melhor desempenho do período, ao crescer 6,5%, para 495 mil unidades comercializadas – os números não incluem as vendas da Fiat, em queda de 3,4% no trimestre, para 11 mil unidades.

Honda premia seus fornecedores

A Honda premiou 25 empresas durante seu 17º Encontro com Fornecedores, organizado na terça-feira, 7. Divididos em oito categorias, foram homenageados fornecedores que registraram em 2014 o melhor desempenho em quesitos como qualidade, atendimento, custo, desenvolvimento e meio-ambiente.

Segundo porta-voz da companhia, os premiados não são elencados em ordem de pontuação: todos possuem o mesmo grau de importância, alcançaram as metas estabelecidas e foram reconhecidos no mesmo nível.

Workshop AutoData analisará atual situação do mercado de autos

Os números do setor automotivo divulgados semana passada pela Anfavea infelizmente foram novamente negativos.Nos primeiros quatro meses deste ano saíram das linhas de montagem brasileiras 881,8 mil veículos, volume 17,5% menor que no mesmo período de 2014.

Este foi o pior quadrimestre desde 2008. E, para tornar ainda mais nebulosa a situação, no índice anualizado, a probabilidade da projeção da produção para este ano já caiu para baixo das 3 milhões de unidades, algo que também não ocorria desde o final daquela primeira década deste milênio.

Em relação aos estoques, as montadoras e concessionárias instaladas no Brasil fecharam o mês de abril com veículos suficientes para suprir 50 dias de vendas. Somente para se ter uma ideia do que isto pode significar, o volume considerado normal costuma girar de 30 a 40 dias.

Ainda segundo a Anfavea, a tendência, nos próximos meses, é de teórica estabilização do mercado. “De qualquer forma, ter a oportunidade de acompanhar bem de perto o movimento comercial principalmente no segmento de automóveis, o principal do setor, até pelo menos o fechamento do semestre como forma de poder balizar as possíveis decisões gerenciais de agora em diante poderá ser bastante interessante em termos empresariais”, afirma Paulo Fagundes, editor de seminários da AutoData Editora.

Workshop de Autos – Justamente para colaborar com esta necessária busca de informações frente a esta delicada e difícil atual situação vivida pelo setor automotivo brasileiro é que AutoData promoverá no próximo dia 25 de maio, uma segunda-feira, em São Paulo, o Workshop AutoData de Tendências Setoriais Automóveis e Comerciais Leves, um evento que já está ganhando grande importância estratégica na busca de informações para este ano, vez que este discutirá as reais perspectivas comerciais especificamente deste segmento, que é simplesmente o mais importante do mercado em termos de volumes para os demais meses do ano.

“São números e previsões relevantes que serão discutidas neste evento e que certamente balizarão as próprias produções das principais montadoras até dezembro, com reflexos diretos, inclusive, para as programações dos principais fornecedores deste segmento da indústria”, explica Fagundes.

Para que esta análise aprofundada das perspectivas seja possível, o evento reunirá pela primeira vez tanto os principais líderes de vendas das principais montadoras instaladas no Brasil, como também os líderes das redes de concessionários que mostrarão sua visão do varejo do mercado.

Além desta análise comercial específica deste segmento de automóveis, o evento trará também a visão da Anfavea a respeito das possibilidades do mercado e da Anef, a entidade que congrega os bancos das montadoras.

Já estão confirmadas as presenças de Lélio Ramos, diretor comercial da Fiat; Antônio Megale, vice-presidente da Anfavea; José Carneiro de Carvalho Neto, vice-presidente da Fenabrave; Jorge Khalil, presidente da Abrac; Sérgio Reze, presidente da Assobrav e Guido Viviani, presidente da Abracaf.

Além destes importantes nomes já confirmados, foram convidados também executivos da Hyundai, Honda e Renault.

Este workshop acontecerá em São Paulo, no dia 25 de maio, em evento de meio período. Informações e inscrições poderão ser obtidas pelo site www.autodata.com.br, pelo e-mail seminario@autodata.com.br ou pelos telefones 11 5189-8938/8940.

Magneti Marelli estima crescer 10% na reposição em 2015

A Magneti Marelli participa da 12ª. edição da Automec com excelentes perspectivas. A unidade brasileira é responsável pela maior rentabilidade das operações na reposição da empresa em todo o mundo e, no ano passado, o faturamento neste segmento cresceu 19% no País.

Para 2015 a empresa se prepara para alcançar mais um salto de dois dígitos, na faixa de 10%.

A estimativa foi revelada por Eliana Giannoccaro, presidente da unidade aftermarket para a América Latina – a executiva também acumulou, no início deste ano, a direção global de marketing e comunicação.

Giannoccaro afirma que apenas no primeiro trimestre deste ano o faturamento da divisão cresceu 20%, superando as estimativas. “Em razão da esperada estabilidade ou mesmo queda da atividade econômica brasileira é que projetamos alta de 10% para o ano. Cada mês é um mês, e alcançar a previsão no fim do ano será uma vitória.”

Ela comenta que o crescimento das marcas Magneti Marelli e Cofap, parte do Grupo, advém da ampliação constante de portfólio: “Temos mais de 50 linhas de produtos, de lâmpadas a equipamentos de diagnose. Adicionamos recentemente 1 mil 267 códigos nas linhas de pastilhas de freio, peças para motos, componentes de suspensão, direção e câmbio automatizado. São mais de 16 mil itens no total”.

De acordo com números da empresa as vendas de todos os componentes somados registraram 18 milhões de unidades no último ano no Brasil.

“Nossa rede tem mais de 700 distribuidores, é bem distribuída em todo o território nacional e estreita a relação com o consumidor, de modo que conseguimos trabalhar com o conceito de fidelidade às marcas.”

Considerando-se a produção total de componentes da Magneti Marelli, fatia de 20% a 25% destina-se ao mercado de reposição – o restante vai para o mercado OEM.

Um dos destaques da empresa na Automec 2015, que termina no sábado, 11, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, é a linha de amortecedores do Jeep Renegade, modelo recém-lançado.

GM prorroga lay-off de 819 trabalhadores em São Caetano até junho

A General Motors prorrogou por mais três meses o lay-off de 819 trabalhadores da unidade de São Caetano do Sul. O grupo deveria retornar ao trabalho na sexta-feira, 10.

Em nota a montadora afirmou que o novo período foi negociado com o sindicato local e que agora os metalúrgicos voltarão ao trabalho em 9 de junho. Ainda segundo a GM “a medida tem como objetivo ajustar a produção à atual demanda do mercado”.

A montadora arcará com todas as despesas trabalhistas dos metalúrgicos durante a extensão do lay-off. Isso porque o Fundo de Amparo ao Trabalhador, FAT, do Governo Federal, auxilia as companhias em um período máximo de cinco meses – como o grupo já está afastado desde novembro de 2014, este limite já foi excedido.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, em comunicado, afirmou considerar que o lay-off não é favorável aos trabalhadores, mas que em momentos de retração do mercado, como o atual, é uma solução temporária que protege os empregos.

Para reduzir a mão-de-obra excedente a GM já abriu dois programas de demissão voluntaria, PDV, neste ano – um dele incluía até um veículo Prisma no pacote de benefícios. A companhia não informa o número de adesões.

MERCEDES-BENZ – Enquanto isso em São Bernardo do Campo, SP, a Mercedes-Benz ampliou o prazo para adesão ao PDV na unidade até 27 de abril. Originalmente o programa vigoraria até a sexta-feira, 10.

Este é o segundo PDV realizado na unidade neste ano.

Em nota a companhia afirmou que “o mercado de veículos comerciais no Brasil está retraído desde 2014 e a queda nas vendas se acentuou no primeiro trimestre deste ano. Como consequência, toda a indústria tem hoje excesso de pessoas em suas unidades fabris”.

Como atrativo para adesão ao PDV a M-B oferece pagamento de R$ 28,5 mil independentemente do tempo de trabalho, que se somam aos direitos rescisórios. Os funcionários que estão em lay-off e aderirem ao PDV ainda terão um bônus adicional de R$ 11,5 mil. Um grupo de 715 metalúrgicos está afastado na unidade, com previsão de retorno para 30 de abril.