Os resultados do mercado de caminhões ainda frustram as mais modestas expectativas de recuperação. O primeiro quadrimestre amarga baixa de 39,3% nos emplacamentos na comparação com o mesmo período do ano passado, com acumulado de 25 mil 90 unidades para 41 mil 345 em 2014.
Os dados foram revelados pela Anfavea na quinta-feira, 7. Rogério Rezende, vice-presidente da associação, afirmou que não há novas razões para a baixa no mercado de caminhões. “São os mesmos problemas e relacionam-se à baixa atividade industrial, inclusive automotiva, forte demandante de transporte, e à baixa confiança de empresários e consumidores de modo geral.”
Para Rezende é preciso que as medidas de ajuste fiscal sejam aprovadas e implementadas pelo governo o quanto antes. “Apenas isso pode melhorar os níveis de confiança e, gradualmente, mudar o humor do mercado.”
A queda nas vendas de caminhões pesados é a mais notável: os licenciamentos acumularam 5 mil 965 unidades no ano, baixa de 60,8% em relação às 15 mil 228 nos quatro primeiros meses de 2014.
Em abril os emplacamentos de caminhões registraram 5 mil 782 unidades, 46,9% abaixo dos 10 mil 889 de abril do ano passado.
“Há empresas, e isso em diversos setores, com 15% a 20% de sua frota parada na garagem. Toda a indústria aposta no ajuste fiscal, e sem isso nada vai melhorar.”
Recursos para financiamento via BNDES, contudo, não faltam. “O crédito está mais seletivo, os clientes mais endividados, mas a demanda está reprimida.”
Nem mesmo os recordes aguardados para o agronegócio devem, na análise do executivo, alavancar as vendas ao campo. “A frota é nova, com média de dois a três anos. A organização de desembarque no Porto de Santos para as exportações também avançou muito, reduzindo a necessidade de mais caminhões.”
O programa de renovação de frota, tão aguardado pelo setor, não está pronto segundo Rezende. “E quando começar será aos poucos, em projeto piloto de 500 unidades, o que não deve representar muito no mercado total.”
Produção e embarques – 30 mil 177 caminhões foram produzidos no País nos primeiros quatro meses do ano, 45,2% a menos que os 55 mil 108 saídos das linhas em período equivalente de 2014.
Em abril foram feitos 6 mil 864 caminhões, 44,3 % a menos que os 12 mil 314 do mesmo mês no ano passado.
As exportações, por sua vez, apresentam uma estabilidade no comparativo anual: as vendas de caminhões ao Exterior somam 6 mil 58 unidades no quadrimestre, leve queda de 1,7% frente aos 6 mil 192 no ano passado.
Em abril as vendas foram de 1 mil 668 unidades, 1,4% a menos que as 1 mil 692 no ano passado.