A Michelin iniciou nesta semana venda no mercado nacional de reposição do pneu de uso misto LTX Force, o primeiro projeto da fabricante francesa desenvolvido 100% no Brasil, com participação das equipes técnicas da empresa na América do Sul. Destinado a SUVs e picapes, o novo pneu on e off-road será também fornecido ao mercado OEM para Volkswagen, General Motors, Ford e Renault a partir do segundo semestre.
De acordo com Flávio Santana, gerente de produtos da Michelin para América do Sul, o Brasil foi escolhido para desenvolver o novo pneu com vistas a atender mercados emergentes, dentre os quais os países sul-americanos, África, Ásia e também México.
Até agora a Michelin só atuava no mercado de pneu de uso misto por aqui com produtos importados.
Um dos fatores que gerou a demanda por desenvolvimento local é o crescimento expressivo no País dos segmentos de SUVs e picapes. Segundo Santana, nos últimos dez anos esses dois mercados duplicaram de tamanho enquanto o de automóveis cresceu 41%. “Alem disso dos 48 lançamentos programados pelas montadoras brasileiras para os próximos três anos trinta são de SUVs e picapes e dezoito de automóveis.”
Ruy Ferreira, diretor comercial de pneus de passeio e caminhonete da Michelin América do Sul, diz que a linha LXT Force dura até 35% mais do que os produtos similares da concorrência, freia até dois metros antes em pista molhada e propicia redução de até 4% no consumo de combustível. “A maior demanda por veículos robustos e adaptáveis a qualquer tipo de terreno, como as SUVs e picapes, exigia um pneu que em qualquer destas situações garantisse melhor desempenho, durabilidade e mais economia.”
Santana informa que a Michelin já fechou contrato de fornecimento para a VW Amarok, os Chevrolet S-10 e TrailBlazer, o Ford EcoSport e um novo veículo da Renault.
RIO E MALÁSIA – O LTX Force já está em produção na fábrica da Michelin em Itatiaia, RJ, e também será fabricado na Malásia. “Quase todo o mercado sul-americano será atendido pela produção local e, em um segundo momento, este pneu será lançado em outros continentes. É motivo de orgulho para todos nós”, diz Anoildo Mattos, gerente de marketing para pneus de passeio e caminhonete da Michelin América do Sul.
O Brasil também deverá atender o México e países africanos, enquanto a operação da Malásia abastecerá prioritariamente os asiáticos. Mas também haverá exportação daqui para lá e vice-versa. É que das 26 dimensões que a linha LXT Force, que abrange aros de 15 a 18 polegadas, 21 serão feitas no Brasil e as demais lá.
Sem revelar números de produção e nem programação de vendas, Ruy Ferreira informa que a Michelin quer crescer 120% no mercado brasileiro de SUVs e picapes. O investimento na nova linha, que demandou três anos de projeto e testes, faz parte do total investido mundialmente pela Michelin em pesquisa e desenvolvimento, cerca de € 600 milhões ao ano.
Para comprovar as vantagens do novo produto em relação à concorrência – 35% a mais de durabilidade, frenagem até dois metros antes em piso molhado e economia de 4% de combustível – a Michelin contratou dois institutos independentes: Dekra e TÜV SÜV. Os comparativos foram feitos com pneus de uso misto comprados no mercado brasileiro na dimensão 265/70 aro 16.
De acordo com Flávio Santana, o LTX Force aplica tecnologias que vêm do mundo da competição: “A escultura da banda de rodagem, por exemplo, é inspirada no Rally Dakar e desenhada especialmente para oferecer maior aderência ao solo, com blocos mais altos, que proporcionam robustez e tração superiores. Essa nova escultura avança sobre as laterais do pneu, proporcionando um reforço nessa zona crítica em uso off-road”.
Já o composto de borracha, cuja fórmula é mantida em segredo, é inspirado no Rali WRC, World Rally Championship, garantindo ao pneu maior resistência ao desgaste. “Desta combinação única da banda de rodagem reforçada e do novo composto de borracha nasceu a nova tecnologia”, afirma Santana.
O preço sugerido do LTX Force 16” na rede autorizada Michelin é de R$ 798, valor que, segundo Santana, é próximo ao oferecido pela concorrência.