Argentina poderá substituir US$ 420 milhões em importações de autopeças

O programa de nacionalização de autopeças incentivado pelo governo argentino poderá substituir, somente neste ano, US$ 420 milhões em importações, de acordo com prognósticos da ministra da Indústria local, Débora Giorgi. As informações foram publicadas no site do órgão governamental.

É mais do que o dobro das substituições de importações no setor no ano passado, que alcançaram US$ 217 milhões. Mas a ministra ainda não está satisfeita.

Ao fim do primeiro quadrimestre foi divulgado um levantamento com trinta empresas de autopeças, dentre as mais de uma centena que apresentou informação sistematizada sobre suas atividades. Sediadas em sete estados, empregam quase 6,3 mil pessoas e podem fornecer 806 componentes às montadoras locais e do Exterior.

Trata-se da nova modalidade do programa de nacionalização, que procurou desenhar um mapa definitivo do potencial de cada autopeça para fornecer às montadoras estabelecidas na Argentina. “Essa segunda etapa de reindustrialização da Argentina requer maior esforço para articular ciência, tecnologia e inovação com os padrões mundiais de qualidade e design e internacionalizar nosso sistema produtivo”.

O ministério promove encontros com executivos de autopeças e montadoras para avançar na localização de partes e peças. Para auxiliar, o governo oferece ferramentas de financiamento e capacitação.

“As mesas de integração são uma política de estado”, disse Giorgi, em referência aos encontros com os executivos do setor. “Impulsionamos sinergias das montadoras e fábricas para alcançar maior integração nacional e poder também exportar peças argentinas para o mundo.”

A integração argentina alcança atualmente 35%, peça sobre peça, e o objetivo é chegar a 50%.

Para Anef, faltam clientes para financiamentos

Os bancos de montadoras têm liquidez e dinheiro disponível para emprestar, mas faltam consumidores interessados em entrar em planos de financiamento. Essa foi a declaração – de certa forma surpreendente – de Décio Carbonari, presidente da Anef, durante apresentação que encerrou o Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, no fim da tarde de segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

Supreendente porque a sensação do mercado, geralmente transmitida por varejistas e executivos de montadoras, é justamente a oposta: os clientes procuram os bancos, mas suas fichas são recusadas.

Carbonari explicou: “Nos bancos de montadoras [representados pela Anef] não houve mudança nas análises de fichas. É verdade que historicamente sempre fomos mais conservadores, mas a visão que temos hoje é a que faltam clientes”.

O presidente da Anef explicou que os bancos de varejo, como Itaú e Bradesco, reduziram seu apetite no setor automotivo nos últimos anos, atitude que fez as promoções agressivas com prazos longos praticamente sumissem do mercado. O fato abriu também espaço para os bancos de montadoras crescerem.

Mesmo assim o saldo da carteira de financiamentos do setor apresentou queda de 9,4% em março, para R$ 192,7 bilhões. Segundo o dirigente da Anef a tendência é pela continuidade deste quadro, acompanhando o mercado de veículos que caiu nos últimos dois anos.

“Primeiro vem a redução do mercado e só depois a do saldo da carteira. No nosso segmento o impacto da queda é diluída.”

Para Carbonari o desempenho do mercado em 2015 poderá ser inferior ao projetado pela Anfavea e Fenabrave: o executivo acredita em vendas na casa de 2,5 milhões de automóveis e comerciais leves, mantendo o ritmo do primeiro quadrimestre.

Ele, entretanto, salientou que “é difícil projetar, mas enquanto não cessar a queda no desemprego e da renda média do trabalhador não há como pensar em retomada”. Para o presidente da Anef, “ainda não chegamos no fundo do poço”.

Fim de semana registrou movimento em alta nas lojas, dizem Caoa e Fiat

O último fim de semana, dos dias 23 e 24 de maio, surpreendeu positivamente executivos da Fiat FCA e do Grupo Caoa. “As concessionárias registraram um movimento mais acentuado, que divergiu do cenário observado durante outros dias de maio”, revelou Roger Corassa, diretor de vendas do mercado interno da Fiat FCA.

O executivo participou de painel do Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, realizado na segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo. Ele dividiu o palco com Antônio Maciel Neto, presidente do Grupo Caoa.

Para Corassa o movimento maior durante o fim de semana pode indicar sinalização de melhor entendimento e aceitação do consumidor às medidas na economia – corte de R$ 69,9 bilhões do orçamento da União foi anunciado na sexta-feira, 22. “Começamos o mês com um feriado e logo em sequência houve o Dia das Mães. Somente neste final de semana as coisas começaram a ficar mais claras para os consumidores”, considerou o executivo da Fiat.

Maciel igualmente reportou bons resultados no final de semana, mas em sua visão este pode ter representado somente “um soluço do mercado”. O presidente do Grupo Caoa considerou ainda que “mesmo com os bons negócios de sábado e domingo o mês de maio deve encerrar abaixo das 200 mil unidades, em volume de vendas 25% menor na comparação anual”.

Ambos afirmaram esperar um mercado total em 2015 inferior a 3 milhões de unidades no País.

Nas contas de Maciel, “se o ritmo melhorar no segundo semestre devemos encerrar em 2,9 milhões de unidades, mas caso mantenha-se nesse patamar atual não passaremos de 2,7 milhões”.

Corassa ressaltou que para enfrentar o atual cenário a Fiat realiza reuniões “praticamente diárias” para acompanhar os estoques e definir estratégias de vendas. “Já concedemos férias coletivas em março e maio na unidade de Betim, MG, e realizamos algumas paradas técnicas. Estamos avaliando cada passo do mercado e reforçando as ações promocionais, inclusive no segmento de vendas diretas”.

Maciel revelou durante sua participação no evento que a estratégia do Grupo Caoa também ficou mais agressiva. “Cada vendedor da rede faz em média 50 ligações diárias e estamos pagando o valor cheio da Tabela Fipe nas negociações de troca por um 0 KM. Estamos fazendo o possível para não deixar nenhum negócio escapar.”

Rede trabalha ações para enfrentar encolhimento do mercado

Os números do mercado nacional de veículos estão aquém das estimativas mais modestas neste ano. A solução para enfrentar momentos como este é simples, entende Sérgio Reze, presidente da Assobrav, associação nacional dos distribuidores VW: “É preciso debater menos a economia e ir até o cliente. As montadoras têm que falar com a rede e a rede, por sua vez, com sua linha de frente. É hora de arregaçar as mangas”.

O dirigente foi um dos participantes de painel do Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, realizado pela AutoData Editora na segunda-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul de São Paulo. O encontro debateu tendências de vendas ao varejo e dele participaram ainda Ricardo de Oliveira Lima, vice-presidente da Fenabrave, e Ney Faustini, representante da Abrac, associação nacional dos concessionários de bandeira Chevrolet.

Para Reze a indústria automotiva não vive exatamente uma crise. “As vendas de novos são, sim, afetadas por uma crise, que é econômica e política. Minha empresa mesmo já trabalha com estimativas de volumes de novos menores. Mas as vendas de usados e pós-vendas são exemplos de segmentos que estão indo relativamente bem.”

O presidente da Assobrav ainda considerou que esta não é a primeira vez que o País enfrenta algum tipo de turbulência econômica – há inúmeros exemplos de outras ocorrências semelhantes na história. “Vivemos crises desde a morte de Getúlio Vargas, em 1954, depois nos tempos de Jânio Quadros e mais recentemente com Fernando Henrique Cardoso, que restringiu o crédito ao consumidor”.

Em relação à indústria, Reze comentou a perda das vendas ao mercado externo. Para ele “o País foi descuidado: exportávamos para Egito, Rússia, Alemanha, Estados Unidos. E esquecemos esses mercados”.

Lima, vice-presidente da Fenabrave, por sua vez acrescentou: “Reinvestimos cegamente, sem considerar que o Brasil vive ciclos. E atualmente a crise política se instalou na economia e, consequentemente, em diversos setores”.

Ainda assim, o porta-voz da associação que representa todos os distribuidores no País estimou melhor ânimo nos próximos meses: “Este ano prevemos melhora no segundo semestre, vez que o consumidor não tem mais o orçamento comprometido com IPVA, IPTU e matrícula escolar. Além disso há uma série de lançamentos no mercado”.

Faustini, da Abrac, destacou ainda que há 240 mil consumidores contemplados em consórcio. “A rede Chevrolet começou recentemente uma campanha neste sentido, que já movimenta mais as casas. Isso é positivo, pois embora estejamos na liderança [nas vendas a varejo], sofremos os efeitos da baixa econômica como todas as marcas.”

Para Faustini o mercado deve retomar o crescimento apenas em 2017. Mas salientou que “se tivermos boas notícias na economia, isso pode se antecipar. O mundo não acabou”.

Estoques devem cair em maio, calcula Anfavea

Os estoques de veículos leves deverão apresentar redução ao término de maio – em abril o volume total chegou a 367 mil unidades na soma dos pátios de montadoras e rede de distribuição, o equivalente a 50 dias de venda, um dia a mais que no fim de março.

A informação foi revelada por Antônio Megale, 1º. Vice-presidente da Anfavea, associação que representa as montadoras no País, na segunda-feira, 25, em palestra que abriu o Workshop AutoData Tendências Setoriais – Automóveis e Comerciais Leves, no Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul da Capital Paulista.

O cenário de redução dos estoques neste mês, de acordo com o dirigente, se deve à somatória de dois fatores: “Houve férias coletivas em diversas montadoras em maio e os índices de venda estão se mostrando estáveis com relação a abril. A combinação destas realidades, assim, deverá representar uma redução no volume dos estoques”.

Por outro lado os índices de produção de maio deverão trazer uma “queda importante” no comparativo com abril – e também com maio do ano passado.

Para o VP da Anfavea o mercado automotivo brasileiro atravessa essencialmente uma crise de confiança. Ele deu exemplo utilizando o cenário das máquinas agrícolas: “Temos uma supersafra à frente e quando isso acontece o mercado de maquinário agrícola geralmente é alavancado em conjunto, mas não é o que temos visto este ano. Isso mostra que a questão é de confiança. Em conversas que tivemos recentemente com empresários do segmento isso ficou muito evidente”.

Megale entende que o momento atual gera “grande preocupação”, mas assegura que a melhor forma de atravessá-lo é “ficar atento, e não desesperado”.

O dirigente deu mostras de certeza de recuperação a partir do ano que vem e mostrou números que servem como base para justificar sua confiança. “Nos Estados Unidos o mercado caiu 36% e a produção 47% de 2007 para 2008 e atualmente os números ali são de plena evolução. No Japão, na mesma análise, a baixa foi de 14% e 32%, respectivamente, e agora o país está saindo da crise. Tudo indica que o mundo deverá partir rumo ao crescimento nos próximos anos e o Brasil deve se beneficiar com isso.”

Outro dado relevante, para Megale, é a relação habitante por veículo no País, ainda muito abaixo de mercados semelhantes como Argentina e México: 5,4 aqui para cerca de 3,3 nestes vizinhos latino-americanos. “Apenas para nos igualar a estes países nossa frota teria que crescer 50%, o que significaria um adicional de 20 milhões de veículos.” Esta elevação deve ocorrer em especial no Interior e nas cidades menores, acrescentou, vez que em São Paulo, por exemplo, o índice já é próximo ao Europeu, em 2 habitantes por veículo.

O representante da Anfavea se mostrou confiante ainda com uma reformulação das leis trabalhistas, com possível adoção do chamado PPE, Plano de Proteção ao Emprego, com regras mais flexíveis para redução de jornada e salários, em breve.

“O projeto está no Ministério da Fazenda, que está fazendo os cálculos, mas pelo que soubemos o PPE está evoluindo muito bem dentro do governo e pode ser anunciado nos próximos meses.”

Megale argumenta que o PPE é melhor que o quadro atual porque “o problema hoje é uma queda de 20%, mas pelas regras atuais não se consegue reduzir a produção neste nível. Quando se acionam sistemas como lay-off ou coletivas a parada é de 100%. No caso da indústria automotiva o PPE oferece uma visão melhor para a cadeia de autopeças, que é muito importante e não pode ser enfraquecida”.

Nos cálculos da Anfavea “no caso de um trabalhador que receba R$ 4 mil, como referência, em um lay-off o governo arca com R$ 1,4 mil, via FAT, enquanto que pelo PPE este valor cairia para cerca de R$ 480”.

Apenas de janeiro a maio a indústria automotiva brasileira, considerando apenas as fabricantes de veículos, cortou aproximadamente 3,5 mil postos de trabalho.

Reposição deve crescer 5% ao ano no País, estima Roland Berger

O setor de reposição tem horizonte otimista nos próximos anos no Brasil, com previsão de alta nos negócios de, em média, 5% ao ano.

A conclusão é de estudo realizado pela consultoria Roland Berger em parceria com Sindipeças, Sincopeças e Sindirepa, ao qual a Agência AutoData obteve acesso.

De acordo com a pesquisa apenas em 2015 os negócios no segmento deverão movimentar R$ 23 bilhões – R$ 19,5 bilhões em autopeças e R$ 3,5 bilhões em fluidos. Desse faturamento 55% serão concentrados no segmento de automóveis e 45% no de pesados.

Stephan Keese, consultor sócio da Roland Berger, atribui a projeção positiva à ampliação da frota circulante brasileira nos últimos anos e ao aumento do que chama de valor por veículo: “os modelos comercializados no País estão mais complexos, com maior tecnologia e mais eletrônica embarcada”.

Keese explica que para a confecção do estudo a consultoria ouviu os diversos elos da cadeia de reposição, incluindo profissionais das próprias montadoras e de fornecedores, distribuidores, varejistas, associações e oficinas. A conclusão é a de que o segmento da reposição automotiva oferece boas oportunidades de negócio a empresas que se estruturarem a esse mercado, mas deve-se levar em conta seu cenário bastante específico, analisa o consultor:

“Para muitas empresas a reposição é um negócio de segunda prioridade. Vemos hoje, com a queda da produção automotiva, que grandes fornecedores aplicam esforços na reposição para mitigar as perdas no OEM. No entanto esta trata-se, ainda, de uma ação pontual, de curto prazo”.

Desta forma as melhores chances de ganhos em rentabilidade na fatia da reposição, de acordo com Keese, dependem de estratégias de médio e longo prazo: “É preciso investir em processo logístico, entender a cadeia de distribuição e reduzir custos operacionais para, assim, conseguir uma boa margem de lucro”.

O consultor destaca a importância dos varejistas como clientes. “Há aqueles que compram direto da fábrica, além dos distribuidores que vendem diretamente para as oficinas. Cada região, e até mesmo cada peça, tem uma característica específica. Trata-se de um mercado bem diversificado.”

Brilliance revela plano para se instalar na Argentina

A chinesa Brilliance tem plano de construir fábrica na Argentina. A informação foi transmitida pelo executivo responsável pelas operações da montadora nas Américas do Sul e Central, Han Ren, à ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi, durante reunião em Buenos Aires nesta semana.

Se a intenção for adiante, esta seria a sétima unidade fabril da Brilliance fora da China – a empresa já possui plantas no Egito, Rússia e Irã, além de Filipinas, Malásia e Coréia do Norte, as três últimas de menor porte.

A Brilliance é empresa estatal, pertencente ao Estado chinês de Liaoning, e no país-sede conta com joint-venture com a BMW para produzir os modelos das Séries 1, 3 e 5. No Brasil é mais conhecida por sua divisão de veículos comerciais, a Jinbei, representada pela CN Auto que vende van nas versões passageiro e carga com o nome Topic.

Em comunicado a ministra argentina da indústria considerou que “é interesse do governo estudar a instalação de uma nova montadora no país”, mas deixou claro que o plano deve representar “um projeto produtivo integral, superior ao nível apenas de montadora, de modo a firmar compromissos de integração nacional crescente”.

Não foram pormenorizados os modelos que poderiam ser fabricados no País vizinho – além dos BMW a montadora tem somente linha de utilitários, com oferta de MPVs e vans. Para estes produtos conta com acordo de transferência de tecnologia com a Toyota e a Magna.

Além disso a empresa produz componentes em parceria com grandes sistemistas globais tais como Bosch, Continental, Delphi, TI Automotive e Johnson Controls.

Proibição de frisagem de pneus avança na Câmara

Avançou na Câmara dos Deputados o projeto de lei que proíbe a frisagem de pneus no país – a adulteração do pneu careca, com a criação de novos sulcos nos produtos usados a fim de ampliar sua vida útil. O texto do deputado catarinense Celso Maldaner foi aprovado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.

Segundo a Agência Câmara o PL 7 308/14, o texto original sofreu alterações: a nova versão permite a frisagem, desde que em pneus cuja fabricação já prevê a ressulcagem. Segundo o autor do substitutivo, o deputado cearense Antônio Balhmann, alguns caminhões saem de fábrica com uma camada extra de borracha, já pensando na frisagem após o desgaste natural.

Esses pneus recebem uma identificação especial na lateral: Ressulcagem/Regroovable. A exceção aberta traz a ressalva de que a frisagem terá que ser feita “nos termos do manual de instruções do pneu”, sob pena de sanção.

A proposta tramita de forma conclusiva e agora será analisada nas comissões de Viação e Transportes, de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Guia da Indústria AutoData — Transmissões está no ar

Está disponível a partir da sexta-feira, 22, a nova edição do Guia da Indústria AutoData, desta vez dedicada ao segmento de transmissões de veículos comerciais.

Esta série de publicações especiais, ao longo do ano, formará um verdadeiro guia da indústria automotiva brasileira. Em versão exclusivamente criada para o meio digital, a nova publicação busca traçar um perfil de vários segmentos. Eletrônica, matérias-primas, autopeças, reposição e outras áreas terão espaço neste novo meio, que trará as tendências e perspectivas mais imediatas de cada um deles, o mercado inclusive, e que poderão servir de balizamento para decisões, negócios e parcerias – além de dados institucionais das empresas que os compõem.

As três primeiras publicações envolvem o powertrain de veículos comerciais: na sexta-feira, 15, a série estreou com tema motores a diesel. Esta segunda publicação, agora, aborda as transmissões, enquanto as suspensões para o segmento serão abordadas na próxima sexta-feira, 29.

Nesta edição, Eaton, Voith e ZF foram ouvidas. A publicação traz, além de reportagem dedicada ao segmento, que aposta fortemente nas caixas automáticas e automatizadas, o perfil completo de cada uma destas empresas.

Ao ampliar o espaço para informações acerca destas e tantas outras áreas a AutoData Editora, assim, amplia sua cobertura jornalística e a visibilidade de empresas, produtos, aplicações e serviços.

Para acessar o Guia da Indústria AutoData – Transmissões, basta acessar este link: arquivos/ad-mst/.

Para acessar o Guia da Indústria AutoData – Motores, basta acessar o link arquivos/ad-msp/.

Greve na Volvo prosseguirá ao menos até segunda-feira, 25

A greve dos metalúrgicos na fábrica da Volvo em Curitiba, PR, se manterá pelo menos até a segunda-feira, 25. A informação foi divulgada pelo SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Em comunicado, o sindicato também considerou que haverá assembleia para discutir o movimento no início da semana “apenas se houver proposta”. O SMC afirma que “até o momento nenhuma nova proposta foi apresentada ao sindicato, que continua à disposição para dialogar e acabar de vez com o impasse, contrapondo a intransigência da montadora”.

Na segunda-feira, 18, a montadora aceitou abrir um lay-off e um programa de PDV para seiscentos trabalhadores que seriam demitidos com o fim do segundo turno na unidade. Em assembleias realizadas naquele dia e na terça-feira, 19, os trabalhadores não-associados ao SMC, a maioria administrativos, aceitaram a proposta e retornaram ao trabalho. Os funcionários associados ao sindicato, entretanto, rejeitaram o acordo e mantiveram a paralisação, que já é a maior da história na unidade, fundada em 1979 – até então a maior greve durou 5 dias. Pelos cálculos do SMC, que considera somente os dias da semana, a paralisação chegou ao décimo-primeiro dia na sexta-feira, 22. Mas se computados os dias corridos seriam 15, e a segunda-feira, 25, representaria o décimo-oitavo dia.

O impasse agora se deve ao valor do adiantamento da PLR. O benefício no ano passado foi de R$ 30 mil e a Volvo oferecia R$ 15 mil, dada previsão de redução de 50% na produção, com R$ 5 mil de adiantamento. A fabricante reviu a oferta eliminando o teto de R$ 15 mil, prevendo elevar o valor caso os volumes fabris sejam maiores que a metade de 2014, mas manteve o valor do adiantamento enquanto o SMC pede R$ 9,5 mil – no ano passado o valor antecipado foi de R$ 19 mil.

No comunicado o SMC afirmou que “o valor apresentado pela Volvo contrasta e de certa forma até destoa com valores pagos em outras empresas do mesmo e até de menor porte de Curitiba e Região. Na Johnson Controls em São José dos Pinhais, por exemplo, os cerca de 150 trabalhadores garantiram R$ 8,1 mil de adiantamento e na Faurecia em Quatro Barras o valor conquistado pelos 750 companheiros foi de R$ 7,8 mil”.

O sindicato alega também que “a montadora suspendeu o pagamento do vale-mercado e do adiantamento salarial dos trabalhadores do chão de fábrica. Ambos deveriam ser pagos no dia 20”.

MERCEDES-BENZ – Já na fábrica da Mercedes-Benz do ABCD continuam as negociações em torno de possível demissão de 500 trabalhadores em lay-off, conforme anunciado pela fabricante, que agendou as dispensas para o dia 29. Encontro com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC está agendado para a segunda-feira, 25 – reunião na quarta-feira, 20, terminou sem conclusões.

Moisés Celerges, diretor do SMABC, em nota, foi taxativo: “Não vamos aceitar demissões”. Ele considera: “Reconhecemos que o setor atravessa um período de baixa, mas quando a produção estava em alta a Mercedes ganhou muito dinheiro. Além disso, esse problema não vai durar para sempre e a economia irá se recuperar, por isso estudamos alternativas”.

O diretor sindical acrescentou ainda: “Acreditamos que é possível construir um acordo e evitar o desligamento de parte dos trabalhadores, como a montadora está propondo, alegando ser excedente”.

GENERAL MOTORS – E na GM reunião da montadora com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul na sexta-feira, 22, terminou sem acordo. As conversas foram principalmente com relação ao destino de 819 metalúrgicos que estão em lay-off desde novembro e têm na agenda retorno para 9 de junho. Ao Diário do Grande ABC o presidente do sindicato, o Cidão, afirmou que “ainda não está garantida a volta deles. Estamos construindo um acordo que proteja o emprego deles por um tempo maior, e não somente até o fim do ano”.

Ainda de acordo com o sindicalista ao periódico, a montadora pretende lançar mão de férias coletivas por até 20 dias em junho, e o sindicato sugeriu adoção de licença remunerada – na primeira opção os dias parados são descontados das férias regulares e na segunda do banco de horas.

Desde a semana passada a montadora negocia com o sindicato também a adoção de um novo lay-off na unidade, para cerca de novecentos trabalhadores.