Paulo Solti assume direção da Citroën no Brasil

A Citroën do Brasil anunciou na sexta-feira, 19, novo diretor geral para suas operações no Brasil, que incluem a marca DS: o escolhido foi Paulo Solti, que já estava no Grupo PSA Peugeot Citroën há cerca de um ano como responsável por peças e serviços na América Latina.

Ele sucede a Francesco Abbruzzesi, que ocupava o posto desde setembro de 2011. O executivo se desligou do Grupo PSA Peugeot Citroën “para dar continuidade à sua trajetória profissional”, segundo comunicado da fabricante.

Solti, brasileiro, 45 anos, fez carreira no setor automotivo, começando pela Renault, em 1996. Ali ocupou diversos cargos, inclusive na matriz, até 2009, quando passou ao Grupo Midas na Europa. Ali ficou até o fim de 2011: no início do ano seguinte foi nomeado CEO da Volvo Cars para América Latina, cargo que ocupou por dois anos até se transferir para a PSA.

Ele é formado em Engenharia Metalúrgica pela Escola de Engenharia Mauá e pós-graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas, a FGV.

Iveco inaugura campo de provas em Sete Lagoas

A Iveco na América Latina passou a integrar um time de fabricantes de veículos comerciais diferenciado na região. Como poucas por aqui, a companhia construiu campo de provas específico para o desenvolvimento de produtos em Sete Lagoas, MG, local de sua instalação fabril no País. Inaugurado oficialmente na quinta-feira, 18, o projeto levou quatros anos para ficar pronto e consumiu R$ 24 milhões – parte dos R$ 650 milhões que a companhia aplica na operação até 2016.

“Diferentemente das outras unidades Iveco no mundo, Sete Lagoas representa uma das operações mais completas da companhia”, destaca Marco Borba, vice-presidente da empresa para a América Latina. “Aqui há produção de toda uma linha de veículos, dos leves aos pesados, além do blindado Guarani.”

De acordo com o executivo o campo de provas foi criado para oferecer produtos melhores e, consequentemente, buscar mais competitividade para a marca. Na prática a nova estrutura permite internar na própria casa todas as fases de desenvolvimento de seus veículos, sem necessidade de buscar apoio de terceiros como ocorria até então. “Com os testes que agora podemos fazer internamente reduziremos tempo de validação de produtos e custos de desenvolvimento, além de aumentar a confiabilidade.”

A estrutura agora presente em Sete Lagoas tem capacidade para realizar até três mil testes por ano. O campo possui 300 mil m² com pista oval de 1 mil 650 metros de extensão para avaliações de desempenho, e anexos para testes de medição de ruídos como também para durabilidade de componentes. Área específica, com rampas de 12%, 20% 24% e 60% de inclinação e fosso alagado, dedica-se às avaliações do anfíbio militar Guarani – a Iveco tem contrato de R$ 6 bilhões com o Exército Brasileiro para entregar 2 mil 44 unidades do veículo até 2032.

“A estrutura tem nível de excelência, semelhante ao que a Iveco tem fora do País”, compara Darwin Viegas, diretor de desenvolvimento do produto Latam. “O campo de provas nos proporciona economia de tempo e recursos. Agora temos mais ferramentas para o trabalho contínuo de desenvolvimento de competências.”

Mercado – A Iveco projeta um mercado de caminhões de 96 mil unidades em 2015, queda por volta de 40% com relação ao ano passado. No cenário, a empresa espera terminar o ano com participação de 8,5%. De acordo com os dados da Anfavea a empresa acumula vendas de 1,9 mil unidades até maio, recuo de 46,7% na comparação anual e um volume que representou fatia de 6,4% do mercado de caminhões.

A estimativa da Iveco em buscar mais pontos porcentuais está baseada em ações de venda que a empresa pretende realizar no segundo semestre e atual aprimoramento da rede em andamento. “Planejamos eventos de experimentação de veículos por todo País”, conta Ricardo Barion, diretor de marketing da fabricante. “Também workshops técnicos com todos os gerentes da rede e desenvolvimento de novos produtos. Estamos trabalhando forte para estarmos fortes quando o mercado voltar.”

 

De volta às origens

As quatro argolas entrelaçadas voltaram a estampar a fachada do prédio principal da fábrica do Grupo Volkswagen em São José dos Pinhais, no Paraná. Versões pré-série do modelo Audi A3 Sedan nacional já começaram a sair das linhas de montagem instaladas na unidade, que após quase dez anos voltará a produzir modelos da marca – o início da produção comercial está previsto para o começo de setembro.

A unidade que nasceu Volkswagen-Audi em 1999 retorna à condição original após um hiato de quase dez anos sem produção de modelos da divisão premium do Grupo VW. Nesse intervalo, porém, a Audi continuou firme na cabeça dos paranaenses, que até hoje se referem à unidade como ‘fábrica da Audi’ – restaram ainda, inclusive, placas de informações próximas à unidade com essa identificação, mesmo sem produção de modelos da empresa desde 2006.

O cronograma do retorno á condição de montadora está sendo cumprido à risca, de acordo com Bernd Martens, integrante do board da Audi AG, que visitou a instalação paranaense na quinta-feira, 18, com outros membros da diretoria da companhia. Na ocasião o executivo dirigiu alguns modelos produzidos em pré-série e garantiu: possuem o mesmo índice de qualidade daqueles que saem de outras fábricas da Audi.

“Revisamos todo o projeto e liberamos a produção da última pré-série. Checamos a qualidade dos processos de produção, das peças localizadas, visitamos alguns fornecedores e saímos satisfeitos com o resultado. Vamos começar a produzir em setembro, sem imprevistos.”

Segundo Martens nessa primeira etapa serão nacionais vidros, bancos, revestimentos do compartimento de bagagem, chicotes, tanques de combustível e a montagem dos eixos, dentre outros componentes. A base de fornecedores é a mesma da Volkswagen, embora os produtos sejam diferenciados para os modelos da Audi – há casos de fornecedores que investiram em linhas especificas para a marca premium.

O cronograma prevê a nacionalização de novos itens a cada três meses. “Cumpriremos 100% das exigências do Inovar-Auto.”

A experiência do executivo como diretor de compras da VW do Brasil no passado permitiu que a nacionalização dos componentes ocorresse sem dificuldades. “Já sabíamos o que poderia ser localizado dentro do preço, qualidade e do prazo exigido e nos concentramos nesses itens. Aqueles que não poderiam [se adequar a essas condições] nem foram considerados.”

O A3 Sedan com motor TFSI 1,4 litro turbo flex, capaz de gerar até 150 cv – ante os 122cv do modelo a gasolina atualmente comercializado – será o primeiro modelo dessa nova fase da Audi brasileira, a partir do começo de setembro. O novo motor, inédito para o Grupo, sairá das linhas de uma fábrica nacional: certamente da unidade da Volkswagen em São Carlos, SP, que anunciará investimentos na semana que vem. O executivo, porém, não confirmou a informação e nem localidade da unidade que produz o novo motor.

Segundo Martens o A3 Sedan será exatamente igual ao importado, com exceção do motor, e trará mais extensa lista de pacotes de equipamentos. Os preços não sofrerão alterações, mas as versões atuais terão mais itens do que as atuais importadas.

Em março de 2016 será a vez do Q3 nacional, ainda sem definição de motorização flex. As linhas serão independentes e a capacidade será de 16 mil do sedã e 10 mil do utilitário esportivo compacto, com flexibilidade para aumentar ou diminuir de acordo com a demanda. Toda a produção terá o mercado nacional como destino.

“Vamos começar a avaliar a possibilidade de exportar, mas a princípio a fábrica atenderá apenas o mercado interno.”

Na semana que vem Martens e outros executivos do Grupo viajarão ao México, onde avaliarão a instalação da unidade de San José Chiapa, em Puebla, que produzirá o utilitário esportivo Q5 a partir de 2016. O modelo chegará ao mercado brasileiro com desconto no imposto de importação, inserido nas regras do acordo comercial bilateral do México com o Brasil.

Emprego – As linhas da Audi empregarão diretamente 320 trabalhadores, mas nenhum foi contratado. A crise do mercado brasileiro obrigou a empresa a solucionar um problema da VW, que precisaria demitir trabalhadores ociosos das linhas da família Fox.

“O plano era contratar, mas a situação mudou tão drasticamente que tivemos que usar os funcionários da Volkswagen. Eles passaram por treinamentos em outras fábricas do Grupo no Exterior.”

O executivo mantém certeza da correta decisão de voltar a produzir no Brasil, cuja retomada acabou por coincidir com um cenário de retração da indústria automotiva nacional. “Estamos convencidos de que o mercado brasileiro voltará a crescer no longo prazo, assim como o segmento premium. Nosso plano funcionará conforme o planejado.”

Comau nacionaliza estação de montagem robótica

Em um galpão alugado pela Comau na cidade mineira de Betim, a poucos quilômetros da fábrica da Fiat, começaram a ser fabricadas as primeiras estações nacionais de montagem robótica automatizada. As chamadas SmartRob automatizam um dos processos de produção que mais inovações recebeu nos últimos anos na indústria automotiva nacional: o powertrain.

São sessenta unidades encomendadas, todas para parceira Fiat – a Comau faz parte do Grupo Fiat Chrysler. Mas a nacionalização visa alcançar mais clientes, assegura Fabrizio Anzalone, diretor da área de powertrain da Comau para a América Latina.

“A indústria automotiva brasileira precisa aumentar a produtividade e um dos caminhos é o investimento em automação. Estamos trazendo potenciais clientes para cá, apresentando a linha, buscando novos acordos. Mas não é uma decisão que se toma no curto prazo, é algo que precisa ser estudado, em tempo de maturação que leva de seis meses a dois anos.”

A SmartRob é uma estação de montagem robótica automatizada para processos de powertrain em série. Flexível, é capaz de acelerar o tempo de produção de um motor ou transmissão, manual ou automática, com alta precisão. Na configuração apresentada na quinta-feira, 18, fez a montagem dos cabeçotes do motor, mas pode ser programada para outras funções.

Mais de 65% dos componentes são produzidos no Brasil, onde a Comau envolveu cerca de vinte fornecedores. O robô NJ60, porém, vem da Itália, embora não impeça que a estação possa ser financiada por meio de linhas do BNDES, que exigem conteúdo local mínimo de 65%.

“Nacionalizamos todos os componentes possíveis. Ficaram de fora apenas o robô e alguns componentes eletroeletrônicos que não têm produção local.”

Após serem montadas no galpão, as estações são desmontadas e levadas ao cliente, onde são novamente montadas e programadas de acordo com as necessidades. O executivo garante que há sigilo total para todos os clientes.

Anzalone não soube quantificar o investimento feito pela Comau na empreitada, mas revelou que a força de trabalho da companhia cresceu 40%, boa parte na contratação de engenheiros.

Em exposição no balcão de Betim, ao lado de uma mostra de quadros pintados por artistas italianos – representando a união de engenharia com arte, de acordo com a empresa –, a estação deverá partir nas próximas semanas para São Paulo, onde a Comau espera conquistar mais clientes.

Anzalone afirmou que a intenção da empresa não para por aí: há planos, bem avançados, de nacionalizar outra estação, a SmartCell. “A diferença para a SmartRob é a possibilidade de efetuar montagens paralelas, em processos específicos. Estamos conversando com um parceiro que por questões de confiabilidade não podemos revelar, mas devemos nacionalizar também este produto em breve.”

Vendas de motocicletas caem 7% na primeira quinzena

As vendas de motocicletas recuaram 6,9% na primeira quinzena de junho na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados divulgados pela Abraciclo na quinta-feira, 18, os emplacamentos somaram 50 mil 838 unidades ante 54 mil 581 nas primeiras semanas de junho de 2014.

Há baixa de 6,7% também na comparação com a primeira quinzena de maio, quando os emplacamentos somaram 54 mil 494 unidades.

Segundo informações da Abraciclo a média de licenciamentos nos dez dias úteis de junho também encolheu na comparação com os períodos analisados.

Com 5 mil 84 emplacamentos/dia, a primeira quinzena de junho caiu 6,9% na comparação com as 5 mil 458 unidades/dia de junho passado e 6,7% em relação aos 5 mil 449 emplacamentos/dia apurados em maio.

Porém, o fechamento do mês pode reservar boas notícias no comparativo com junho de 2014, mês marcado pela Copa do Mundo no Brasil, que começou em 12 de junho. Mantido o ritmo, a previsão mensal para os 21 dias de vendas de junho chega a 106 mil 764 unidades, apontando alta de 2,8% em relação às 103 mil 869 umidades em junho de 2014.

 

Renault mostra Duster Oroch definitiva em Buenos Aires

A Renault finalmente revelou a versão definitiva e de produção de sua nova e inédita picape, que foi batizada Duster Oroch – dando ao nome do conceito mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo, no fim do ano passado, o status de sobrenome na versão de fábrica. A exibição ocorreu no primeiro dia do Salão de Buenos Aires, na Argentina.

Em comunicado a fabricante afirmou que o novo modelo “se posiciona no meio termo de picapes compactas e médias, ideal para uso misto lazer e trabalho. Com 4 portas e 5 lugares, oferece  atributos de habitabilidade similares aos de uma picape maior, com cabine dupla. Mas graças ao seu tamanho, é ágil e com um amplo volume de carga”.

A fabricante confirmou que a produção do modelo ocorrerá na fábrica de São José dos Pinhais, PR, e que sua chegada ao mercado brasileiro ocorrerá ainda neste ano. 

Ainda na nota Asweni Gupta, Diretor Mundial de Veículos Utilitários da Renault, considerou que “além de ser um novo modelo, nossa primeira picape representa um novo passo rumo à estratégia de globalização da Renault. Com o Renault Duster Oroch, a marca lança sua ofensiva no competitivo segmento das picapes”.

A Renault aproveitou o evento ainda para mostrar o novo Sandero RS, versão efetivamente esportiva do hatch: motor 2 litros flex de 150 cv com etanol, câmbio manual de seis velocidades, ESP com opção esportiva e novas regulagens da suspensão, direção e sistema de freios, este a disco nas quatro rodas. O modelo também será produzido no Paraná e lançado no segundo semestre deste ano no mercado brasileiro.

Peugeot – Na mostra portenha a Peugeot apresenta os novos os novos 308 e 408, agendados para chegar ao Brasil no fim do ano.

De acordo com a empresa o 308 terá duas ofertas no País: a da versão produzida na Argentina e outra importada da Europa, “com nomenclaturas e posicionamentos diferenciados”, segundo nota da montadora.

Honda – Quem também participa do Salão de Buenos Aires é a Honda, que mostra no pavilhão La Rural o HR-V, marcando o lançamento oficial do novo SUV no mercado argentino.

O modelo é produzido naquele país, além de Sumaré, SP, na unidade Honda de Campana.

M-B abre inscrições para prêmio de Responsabilidade Ambiental

A Mercedes-Benz abriu inscrições para a sexta edição de seu prêmio de responsabilidade ambiental. Até 31 de agosto, fornecedores e concessionários podem inscrever projetos relacionados ao meio ambiente.

O anúncio dos três melhores trabalhos do grupo de fornecedores ocorrerá durante o evento de entrega do prêmio Interação, que reconhece excelência em qualidade, logística, custos e inovação dos parceiros, agendado para dezembro.

Já para a categoria de concessionários, que igualmente reconhecerá as três melhores iniciativas, a premiação acontecerá durante o evento Certificação StarClass 2015, da Rede de Concessionários Mercedes-Benz, também agendado para dezembro.

As inscrições para o prêmio de Responsabilidade Social podem ser feitas no www.mercedes-benz.com.br/institucional/sustentabilidade/premio-de-responsabilidade-ambiental.

Em nota a Mercedes-Benz destacou que o objetivo da premiação é “estimular e divulgar o desenvolvimento ambiental sustentável colocado em prática por seus fornecedores e concessionários, reconhecendo o mérito daqueles que também adotam as boas práticas ambientais”.

Cada parceiro da montadora, seja ele fornecedor ou concessionário, pode inscrever apenas um projeto. Os temas podem variar, tais como uso de tecnologias limpas, redução do consumo de recursos naturais, adaptação às mudanças climáticas e outros.

Os projetos serão analisados por uma comissão julgadora formada por profissionais da Mercedes-Benz e também de universidades conveniadas.

Cartão BNDES não poderá mais ser usado para compra de utilitários

Grande alavanca de venda de utilitários, em especial picapes, a comercialização via cartão BNDES – realizada com descontos correspondentes aos de modalidade direta – será encerrada no fim deste mês, mais exatamente no dia 30, uma terça-feira.

A partir daí o banco colocará em operação outra linha de financiamento para este tipo de veículo, denominada Pró-Utilitário, mantendo o foco nas micro e pequenas empresas. Esta, porém, além de processo mais burocrático, tem taxa de juros mais elevada: com o cartão BNDES o máximo cobrado até então, para financiamento em 48 parcelas, era de 13,49% ao ano. Com o Pró-Utilitário será de 15,17% ao ano em junho – o índice irá variar mês a mês – mais a remuneração da instituição financeira emissora do Cartão BNDES, que continuará a ser exigido para a aquisição, até o teto de 6% ao ano. O prazo máximo continua de 48 meses, com de 3 a 6 meses de carência.

Outra importante alteração está no índice de financiamento: antes, pelo cartão BNDES, era possível financiar 100% do veículo. Agora, pelo Pró-Utilitário, o limite é de 70%.

Em comunicado enviado à Agência AutoData, porta-voz do banco de fomento confirmou que “a partir de 1º. de julho de 2015 o financiamento a veículos utilitários – camionetas, vans e pick-ups – por meio do Cartão BNDES será suspenso. Esses itens passarão a ser financiados pelo programa BNDES Pró-Utilitário, criado em maio, tendo como data inicial de protocolo 8 de junho de 2015 e vigência até 30 de março de 2016. Tal programa destina-se a apoiar a aquisição de veículos utilitários que integrem a logística operacional das beneficiárias finais”. Há, entretanto, um teto orçamentário para o programa, de R$ 500 milhões.

Diante da medida a rede de concessionárias já começou a se mexer para tentar garantir vendas pelo Cartão BNDES até o dia 30. Uma das maiores montadoras do País disparou e-mail de alerta para todas as casas de sua rede alertando para o fato, e essa mensagem tem sido retransmitida aos clientes pessoa jurídica pelas concessionárias. A reportagem teve acesso a esta mensagem, que não menciona a nova linha Pró-Utilitário e informa apenas o prazo final para as operações com o cartão do banco, dia 30.

A lista dos modelos elegíveis ao Pró-Utilitário por enquanto é a mesma do Cartão BNDES: lá estão as duas picapes leves mais vendidas do País, Fiat Strada e Volkswagen Saveiro, além de outros modelos Fiat como Fiorino, Ducato, Doblò e Uno Furgão, além das Chevrolet S10 cabine simples e Montana, Peugeot Boxer, Citroën Jumper, Iveco Daily e Agrale Marruá. Modelos importados, mesmo da Argentina, assim como ocorria anteriormente, não podem participar, o que exclui da relação Ford Ranger, Toyota Hilux e VW Amarok, por exemplo.

Sérgio Reze, presidente da Assobrav, associação que reúne os distribuidores VW, e ex-presidente da Fenabrave, demonstrou severa preocupação com a iniciativa do BNDES. Para ele, “é óbvio que a medida afetará todos os que vendem picapes por este sistema. É a mesma coisa que tirar o Finame dos caminhões”.

De acordo com dados da Fenabrave quase 60% dos emplacamentos da Fiat Strada e da Volkswagen Saveiro até maio ocorreram por meio de venda direta, modalidade na qual os negócios com o Cartão BNDES estão incluídos. Não há, entretanto, dados disponíveis quanto ao volume isolado destas operações.

Os modelos são oferecidos com descontos que variam, em média, de 15% a 30%, de acordo com concessionárias da Grande São Paulo consultadas pela Agência AutoData. Todas estão orientando os clientes a fechar negócio com o Cartão BNDES o quanto antes – como a operação ocorre junto ao faturamento do veículo e dado o curto prazo disponível, de menos de duas semanas, a única chance é escolher um modelo já disponível no estoque da loja.

 

Vendas caem 25% na primeira quinzena de junho

A queda nas vendas do mercado brasileiro acentuou-se ao fim da primeira quinzena de junho, que fechou com números inferiores aos registrados nos meses anteriores. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData foram licenciados 108,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus até a terça-feira, 16, quando junho completou onde dias úteis.

Os números são 25% inferiores ao do mesmo período do ano passado, com a ressalva de que a sexta-feira, 5, foi emenda do feriado de corpus christi – o que, em junho do ano passado, ocorreu apenas na segunda quinzena. Em junho de 2014 a primeira quinzena fechou com 144,5 mil licenciamentos, ainda sem efeito da Copa do Mundo, que começara dias antes.

O desempenho repete o da primeira quinzena de maio, que igualmente fechou em retração de 25% com relação ao mesmo período de 2014. Ali a queda se agravou no decorrer do mês, que acabou com vendas 27,5% inferiores às de maio do ano passado.

Na comparado com a primeira quinzena de maio o mercado em junho recuou 1,6% – no mês passado foram licenciados 110,1 mil veículos na primeira quinzena.

A média diária ficou abaixo do nível de 10 mil unidades registrado nos últimos meses, ainda que bem próximo: foram emplacados 9,8 mil veículos por dia útil, volume pouco superior apenas ao de março, quando a média diária alcançou 9,6 mil unidades – naquele mês registrou-se também o pior desempenho médio do ano.

O acumulado do ano registra retração de 21,3%, com 1 milhão 214 mil unidades comercializadas. Em volume a queda está próxima de 330 mil veículos, uma vez que até o fim da primeira quinzena de junho de 2014 o mercado brasileiro havia registrado 1 milhão 544 mil veículos vendidos.

De acordo com fonte do varejo ouvida pela reportagem a rede de concessionários projeta para junho números inferiores aos de maio, na faixa de 205 mil a 210 mil licenciamentos. Pesa nessa conta o feriado de corpus christi, que tirou praticamente dois dias de emplacamentos – a quinta-feira, 4, e a sexta-feira, 5.

Mas o mercado em si, está fraco, de acordo com a fonte, que relata lojas vazias ou com baixo movimento e muitos licenciamentos pela modalidade direta. De acordo com suas informações, nesta primeira metade do mês houve marca que registrou cerca de 60% de seus negócios por este sistema, que oferece descontos para pessoas jurídicas.

A fonte calcula, no geral, como de 30% a 35% a proporção das vendas diretas nas 108,3 mil unidades licenciadas na primeira quinzena.

Junho do ano passado fechou com 263,6 mil unidades comercializadas. Caso as vendas alcancem a projeção dos varejistas, o mês fecharia com queda de mais de 20% nos licenciamentos.

Mercedes-Benz reforça estratégia para caminhões usados

Desde que foi inaugurada, em agosto de 2013, o SelecTrucks, primeiro ponto de vendas de caminhões seminovos da Mercedes-Benz no País, permanecia como único da espécie. Agora, segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, a companhia acelera planos de expansão deste modelo de negócio, que incluem uma nova unidade em Minas Gerais até o fim deste ano.

“A Mercedes-Benz já sabia da relevância desse mercado, mas não imaginava que ele seria tão representativo. Atualmente o mercado de usados tem 2,5 vezes o tamanho do segmento de caminhões novos e queremos participar dele mais ativamente.”

O primeiro SelecTrucks do Brasil, instalado em Mauá, SP, às margens do Rodoanel, comercializou 548 caminhões usados desde sua inauguração. Foram 103 caminhões em 2013, 287 em 2014 e 158 no acumulado de 2015 até maio. “Vemos curva crescente e devemos encerrar esse ano com o maior volume”, estima Leoncini.

Ainda segundo as contas da M-B, as vendas de usados geraram também setecentos contratos de caminhões novos. “Um mercado acaba ajudando o outro: os clientes dão os usados como entrada e compram modelos zero quilômetro ou veículos mais novos.”

O SelecTrucks é responsável pela compra, estoque, manutenção e venda de seminovos, apoiando os concessionários na negociação com os clientes. O portfólio é divulgado por um site, que facilita a consulta e escolha do cliente.

Para ampliar o formato, a montadora estuda um local para instalar o SelecTrucks em solo mineiro. Segundo Leoncini a unidade não seguirá exatamente os mesmos padrões da loja de Mauá: “Inicialmente vamos usar um terreno grande para alocar os caminhões e uma estrutura montada em contêiner. Dessa forma podemos realizar uma espécie de teste, avaliar a melhor localização e eventualmente mudar de local”.

Além disso, a Mercedes-Benz iniciará um projeto-piloto em duas concessionárias, ainda não definidas, na macrorregião que vai de Campinas a Ribeirão Preto, no Interior do Estado de São Paulo, que ganharão estrutura complementar para a venda de caminhões seminovos.

“Estamos em contato com concessionários e precisamos fazer que eles entendam que não seriam pontos concorrentes e sim complementares, uma vez que a venda de novos continuaria sob responsabilidade da concessionária.”

Para garantir participação no mercado de caminhões usados o SelecTrucks não vende apenas veículos Mercedes-Benz: todas as marcas são aceitas, desde que os caminhões tenham até dez anos de uso. Ainda assim a montadora oferece garantia total para os veículos com até seis anos de uso: 12 meses para caminhões rodoviários e seis meses para os modelos fora de estrada. A garantia não possui limite de quilometragem, reembolsa 100% dos custos com reparos até o valor de venda do veículo e não possui franquia.

“Fazemos um trabalho minucioso de avaliação na hora da aquisição do caminhão e garantimos que o veículo esteja nas melhores condições quando chegar ao novo dono.”

Segundo Leoncini, além da garantia, um dos atrativos para a aquisição de seminovos no SelecTrucks é o financiamento. “Temos um acordo com o Banco Mercedes-Benz e a taxa de juros para 42 prestações é de 1,5% ao mês, enquanto a maioria dos bancos trabalha com um índice médio de 2,3% ao mês.”

Ainda de acordo com o executivo “a iniciativa no mercado de seminovos contribui para que a Mercedes-Benz mantenha-se competitiva em um mercado extremamente disputado e colabora para um maior volume de serviços e de peças, gerando mais resultados para a empresa e para os concessionários”.

O SelecTrucks adequou-se às características do mercado brasileiro usando os mesmos conceitos e padrões do TruckStore, modelo de negócio de caminhões usados utilizado pela Daimler em 14 países da Europa e também nos Estados Unidos e na África do Sul. Anualmente as 31 lojas no mundo comercializam cerca de 16 mil caminhões seminovos.