Reposição: um oásis no mercado.

Em contraste com a queda de 20% na venda de veículos novos no primeiro quadrimestre do ano, o mercado de reposição tem gerado bons negócios para os fornecedores de autopeças. Muitas empresas registram desempenho positivo no segmento, o que vem compensando, ao menos em parte, a retração nas entregas OEM.

A Automec, realizada em São Paulo, no início de abril, foi um espelho fiel desse quadro favorável no aftermarket. O público surpreendeu os mais de 1,2 mil expositores nos cinco dias da mostra: quase 70 mil visitantes e vários negócios encaminhados em ambiente que em nada lembrava a tal crise.

Um oásis em meio ao pessimismo? Ao que tudo indica, sim. Tanto que as fabricantes de autopeças fizeram projeções otimistas, impulsionadas principalmente pelo segmento de reposição.

O entusiasmo dos visitantes e expositores encontrou respaldo nas projeções do Sindipeças: a reposição deve responder por volta de 19% das vendas este ano ante 17% em 2014, ainda que em valores, cerca de R$ 13 bilhões, não haja diferença significativa.

O Sindipeças projeta receita total de R$ 67,9 bilhões, resultado que representará queda de 11,5% em relação a 2014. As vendas para montadoras, que no ano passado responderam por 67,5%, terão participação de 64%, com faturamento de R$ 43,4 bilhões. Paulo Butori, presidente da entidade, analisa que reposição e exportações compensarão em parte a queda nos negócios OEM: “Em vez de comprar um carro novo o brasileiro investirá mais na manutenção do usado”.

Mais reparos – De acordo com Lourenço Oricchio Júnior, diretor-geral da Sabó Américas, a companhia tem acompanhado a tendência do mercado de colher bons resultados na área de reposição: “Os consumidores estão reparando seus veículos e adiando as compras do modelo zero”. A Sabó possui uma engenharia exclusiva para atender ao segmento de reposição e nos últimos dois anos lançou 234 produtos para o segmento. A ideia, segundo Oricchio, é ampliar cada vez mais a relevância desse mercado dentro dos negócios da empresa, além do comércio exterior.

“As exportações também tem nos ajudado a enfrentar esse momento do mercado interno. Somos fornecedores da General Motors e da Ford em praticamente todo o mundo e as remessas para fora respondem por 30% do nosso faturamento.”

Por sua vez a Gates, fabricante de correias, tensionadores e mangueiras, registrou faturamento 35% maior no segmento de reposição durante o primeiro trimestre. César Costa, diretor comercial, diz que o resultado reflete duas realidades: “No primeiro trimestre de 2014 tivemos vendas fracas em decorrência da expectativa para a Copa do Mundo. Mas o crescimento este ano se deve, além da base de comparação baixa, também à tendência de que os consumidores apostam na reparação em vez de adquirir veículos novos”.

O aftermarket responde por 60% do faturamento do negócio automotivo da companhia no Brasil: “Nas vendas diretas às montadoras registramos uma redução importante de janeiro a março. No fim das contas o balanço do trimestre acabou negativo por causa desse fator”.

O executivo espera que o segundo semestre seja marcado pelo início de retomada da economia do País e prevê que o faturamento total da Gates cresça 9,5% neste ano: “Estamos otimistas, especialmente com a parte de reposição. Acreditamos que esse índice de crescimento possa chegar  a 15% se o ritmo de vendas atual perdurar”.

Para garantir que a reparação automotiva continue impulsionando os resultados a empresa reforçou sua comunicação com revendedores de autopeças: “Temos realizado mais treinamentos e abrimos nossa fábrica em Jacareí, no Interior de São Paulo, para receber visitas. Dessa forma ampliamos o conhecimento dos revendedores e fortalecemos a marca”.

A Zen, fabricante de impulsores de partida, polias e tensionadores de Brusque, SC, também entoa discurso favorável com relação ao mercado de reposição. Na avaliação de seu diretor comercial, Nélson Bastos, a queda nas vendas de veículos novos culminará no aumento de reparos na frota – atualmente 70% do faturamento da empresa é proveniente do mercado de veículos leves e 30% de pesados.

A NGK também está confiante no segmento: a partir deste mês expandirá sua linha de componentes com a venda de bobinas de ignição. Edson Miyazaki, diretor comercial da NGK do Brasil, afirma que inicialmente os componentes serão fornecidos por empresas europeias, japonesas e chinesas – mas não descarta a produção das bobinas em Mogi das Cruzes, SP.

A projeção de Miyazaki é vender 36 mil bobinas de junho a dezembro o que, junto da estimada alta de 5% nas entregas de velas de ignição, deve ampliar os negócios da empresa no aftermarket – cerca de 80% da produção da NGK já se destina à reposição. Miyazaki estima que, na média, suas linhas mantenham o ritmo do ano passado ou apontem para alta de 2%.

As exportações em baixa, porém, prejudicam a estimativa de alta maior no faturamento de 2015. “Nos dois últimos anos as condições da América do Sul, responsável por 75% das vendas no Exterior, se deterioraram”, lembra Miyazaki, que calcula que desde janeiro os embarques recuaram 30%.

Apesar das dificuldades externas e nos negócios OEM, o executivo assegura que a NGK manterá seu projeto de investimento no Brasil inalterado: até 2020 a empresa planeja aumentar, por exemplo, sua capacidade produtiva anual das atuais 78 milhões de velas para 100 milhões.

Mercado europeu avança pelo vigésimo-primeiro mês consecutivo

O mercado europeu de automóveis continua a apresentar bons resultados. Segundo a Acea, associação que representa as montadoras da União Europeia, maio registrou o vigésimo-primeiro mês consecutivo de crescimento, quando comparado com igual mês do ano anterior.

Os europeus adquiriram 1 milhão 110 mil veículos, crescimento de 1,3% sobre maio de 2014 – o menor avanço desde o início dessa sequência de altas consecutivas.

Nos primeiros cinco meses do ano o mercado europeu acumula 5,8 milhões de automóveis comercializados, volume 6,8% superior ao de janeiro a maio de 2014. Todos os mercados principais da União Europeia contribuíram para este avanço no acumulado do ano: Espanha em alta 21,7%, Itália 15,2%, Reino Unido 5,7%, França 3,8% e Alemanha com 3,6%.

O ranking de marcas tem a Volkswagen na liderança com 707,4 mil veículos vendidos de janeiro a maio, crescimento de 6,3% ante os primeiros cinco meses de 2014. A Ford ocupa a vice-liderança, com alta de 4,8% e 427,6 mil unidades vendidas, seguida por Renault, 399,7 mil veículos e 11,4% de avanço, Opel, com 391,3 mil unidades e 5% de crescimento, e Peugeot, com 357,1 mil veículos vendidos e idêntico avanço de 5%.

 

Focus Sedan será apresentado em julho com novo sobrenome

Ao apresentar o novo Focus hatch em Fortaleza, CE, na segunda-feira, 22, a Ford informou que somente em julho irá mostrar a nova geração do modelo em sua versão sedã. A decisão faz parte de estratégia da montadora de reposicionar o Focus Sedan no mercado brasileiro, conforme revela o gerente geral de marketing da Ford América do Sul, Oswaldo Ramos:

“O Focus Sedan mudará inclusive de sobrenome. Ainda não posso revelar pormenores, mas o modelo deixará de ter o Sedan em sua denominação: ganhará outra nomenclatura. O mercado de sedãs no Brasil é muito associado a carros mais tradicionais, menos esportivos. Queremos mudar isso”.

A montadora já se utilizou de estratégia semelhante para o novo Ka: a versão sedã foi batizada apenas como Ka+, sem utilizar o termo Sedan junto à nomenclatura da versão.

Ramos promete uma ampla ação de marketing para tentar desvincular o Focus Sedan do segmento ao qual pertence. Por mais paradoxo que isso pareça, o gerente da Ford mostra-se otimista com a estratégia que a montadora está montando nesse sentido: “Vamos reforçar as novas características do modelo, principalmente sua jovialidade e esportividade. São quesitos que o brasileiro não associa a um sedã e por isso a mudança do sobrenome do modelo. Por enquanto é só o que posso revelar”.

Enquanto o Focus hatch é líder do mercado no seu segmento, seguido do Volkswagen Golf e Chevrolet Cruze Sport6, o Focus Sedan perde para modelos mais tradicionais do mercado brasileiro, como Toyota Corolla e Honda Civic. “A disputa no segmento de sedãs médios é muito mais acirrada do que no de hatches médios: enquanto o primeiro tem doze concorrentes o segundo conta com apenas cinco. Por isso vamos aproveitar a nova geração, com design mais moderno e a incorporação de novas tecnologias nas áreas de segurança e conforto, para reposicionar o modelo no mercado.”

Em alta – Com a linha toda renovada e 100% de modelos globais a Ford conseguiu ampliar participação no mercado brasileiro este ano, saltando de 9,5% para 11% no comparativo dos primeiros cinco meses do ano passado com o mesmo período deste ano.

O novo diretor de marketing, vendas e serviços da Ford América do Sul, Guy Rodriguez, atribui os problemas atuais do mercado interno à falta de confiança do brasileiro: “O problema não é falta de dinheiro, é falta de confiança. Acho que durante este ano ainda não haverá retomada das vendas, talvez no ano que vem. O certo é que se a confiança voltar passaremos de uma situação de estoque elevado para falta de carro. Ela voltando a retomada será imediata”.

Na avaliação de Ramos, gerente de marketing, o consumidor brasileiro está hoje mais maduro e isso acaba afetando o volume de venda: “Antes o cliente do modelo 0 KM trocava de carro a cada dois ou no máximo três anos. Agora ele está preferindo esperar quatro anos e comprar um carro mais sofisticado, mais completo. Isso gera uma postergação das compras”.

A linha Focus, produzida na Argentina, recebe o motor 1.6 e a transmissão manual do Brasil. “Há vários outros pequenos componentes que vão daqui para lá. No geral, incluindo a troca de veículos, temos conseguido manter equilíbrio nas nossas relações bilaterais, o que é importante para os dois países”, diz Ramos. A Ford traz o Ranger e o Focus de lá e manda as linhas Ka e Fiesta para lá.

Chery premia dez concessionárias

A Chery reconheceu dez concessionárias em seu Programa de Avaliação e Reconhecimento, organizado na quinta-feira, 18, durante o 3º Encontro Nacional de Pós-Vendas da montadora, em Itupeva, SP. Nas duas categorias, Performance e Rapidez nas Melhorias, foram premiadas as cinco revendas que mais se destacaram.

O prêmio tem por base a avaliação de critérios como qualidade do atendimento ao consumidor, gestão da distribuição dos produtos no pós-venda, a estrutura física e comercial dos estabelecimentos, gestão dos recursos humanos, participação e aproveitamento em treinamentos e a fidelidade das lojas no cumprimento da garantia dos veículos.

A montadora tem como objetivo fornecer aos clientes um serviço de atendimento de alta qualidade, dando sequência à sua chegada ao mercado brasileiro, segundo Luis Curi, vice-presidente da Chery do Brasil. O executivo afirmou em comunicado que a ação contribui para a formação da imagem da marca por aqui: “Em continuidade aos planos de consolidação da Chery no País, a empresa seguirá investindo em ações de pós-venda”.

O encontro com os revendedores teve apoio de cinco parceiros locais da montadora: Petronas, Mapfre, Interozone, Bardahl e Sances.

Francesco Abbruzzesi assume diretoria na GM do Brasil

Poucas semanas depois de deixar seu posto de diretor-geral da Citroën do Brasil Francesco Abbruzzesi já está dando expediente em outra montadora instalada no País: a General Motors. Ele troca assim a Zona Sul paulistana, onde estão instalados escritórios da PSA Peugeot Citroën, por São Caetano do Sul, sede da montadora de origem estadunidense no Brasil.

Na General Motors seu cargo é diretor de costumer care e aftermarket, mas na prática ele substitui a Edgar Lourençon, diretor geral de vendas, marketing e aftermarket, que se desligou da empresa, via aposentadoria, após 38 anos e uma carreira invejável.

Abbruzzesi, nascido na Itália, ocupava o cargo na Citroën desde setembro de 2011, vindo da Fiat Auto Europa. De acordo com informações de bastidores obtidas com exclusividade pela Agência AutoData o executivo se desligou do Grupo PSA Peugeot Citroën justamente ao aceitar convite para trabalhar na concorrente – oficialmente a razão de seu desligamento foi “dar continuidade à sua trajetória profissional”.

Seu substituto na Citroën foi Paulo Solti, que já estava na PSA há cerca de um ano como responsável por peças e serviços na América Latina. Brasileiro, tem carreira no setor automotivo, começando pela Renault, em 1996, e com passagens pelo Grupo Midas na Europa e Volvo Cars América Latina, como CEO.

Já Lourençon, também brasileiro, entrou na GMB em 1977 como engenheiro na área de manufatura. Ao longo dos anos acumulou a liderança de diversas áreas da montadora como qualidade, exportações e vendas, e chegou à presidência de três subsidiárias: Chile/Peru, Argentina/Paraguai/Uruguai e África do Sul, além de ocupar cadeira no board internacional. Quando da saída de Grace Lieblien da presidência da GMB, no fim de 2012, foi um dos cotados a assumir o cargo, mas perdeu a disputa para Santiago Chamorro. Em agosto de 2013 ele assumiu justamente a diretoria deixada pelo colombiano na estrutura da fabricante no Brasil.

Ford: novo Focus com 15% de desconto para quem já tem o atual.

Em ação inédita no mercado brasileiro, a Ford oferecerá para os atuais proprietários do modelo Focus hatch a opção de adquirir a nova geração do modelo com faturamento direto da fábrica, o que equivale a um desconto de 15% em relação ao preço de tabela.

O novo Focus Hatch só chegará à rede de concessionários em agosto, mas sua pré-venda foi iniciada na segunda-feira, 22, e exclusivamente para esse público.

A oferta será válida por três meses, revela o gerente geral de marketing da Ford América do Sul, Oswaldo Ramos: “É uma estratégia de fidelização do cliente. Como o lançamento desta nova geração ocorre apenas dois anos após a apresentação da anterior, decidimos privilegiar os que compraram o modelo o Focus 2014/2105 0 KM – a comprovação deve ser via CPF.

Foram vendidos em dois anos cerca de 30 mil Focus hatch e outros 30 mil Focus Sedan, modelo que será lançado em julho, com venda também a partir de agosto, e que terá oferta do mesmo sistema de venda com desconto para os proprietários atuais.

De acordo com Ramos para tornar viável a venda direta a Ford fez acordo com a sua rede de concessionárias, que será a responsável pela entrega do carro novo – independentemente do consumidor vender seu usado na revenda, como parte do pagamento, ou para outro cliente, mesmo que seja um particular.

Produzido em Pacheco, Argentina, o novo Focus chega com novidades no design externo e interno e preço a partir de R$ 70 mil na versão SE 1.6. “Tiramos a versão S 1.6 de linha e mantivemos o mesmo preço para a SE, que agrega vários itens de série, como controle eletrônico de estabilidade e tração e assistente de partidas em rampa.”

São mais quatro versões: SE Plus 1.6 por R$ 72 mil, SE Plus 2.0 com câmbio automático, R$ 79 mil, Titanium 2.0 automático, por R$ 87 mil, e Titanium Plus 2.0 automático, topo de linha, que custa R$ 96 mil.

O Focus hatch, segundo as contas da Ford, é líder do segmento de hatches médios no mercado brasileiro, com 28% de participação. O Brasil é o terceiro mercado do mundo a receber a nova geração do modelo, apenas oito meses depois da sua introdução na Europa.

Sem revelar índices, Ramos comenta que houve aumento do índice de compras regionais e também redução de custos que permitiram manter preço do produto, apesar da adição de maior conteúdo tecnológico. O executivo acredita que as vendas do modelo continuaram em patamar similar ao do ano passado, na faixa de 1,2 mil a 1,5 mil unidades mensais.

De acordo com dados apresentados pela Ford durante o lançamento do novo Focus em Fortaleza, CE, o mix de compra no mercado de hatches médios mudou substancialmente nos últimos quatros anos. Em 2011 as versões de entrada respondiam por 52% do volume do segmento e hoje têm apenas 10%. No mesmo período as versões topo de linha passaram de inexpressivos 4% para 42% – o restante são as intermediárias.

Essa migração, segundo Ramos, mostra que o segmento de hatches médios se sofisticou e, por isso, o novo Focus chega “com mais tecnologia e conteúdo em toda a linha”. Dentre as novidades o modelo incorpora assistente de frenagem autônoma, que evita colisões traseiras em outros veículos em velocidades de até 20 km/h e reduz de forma significativa o impacto em até 50 km/h, e o ETS, de Enhanced Transitional Stability System, que ativa a eletrônica evitando desvios de trajetória antes mesmo que o motorista perceba essa possibilidade.

DAF anuncia novo diretor comercial para o Brasil

A DAF anunciou na segunda-feira, 22, novo diretor comercial para sua operação brasileira: é Luis Antonio Gambim. Até então o executivo atuava na mesma função na Auto Sueco, concessionária Volvo. Antes foi gerente regional de vendas de caminhões na própria Volvo e também gerente regional na Volvo Financial Services.

Gambim ficará alocado na sede administrativa da DAF, em Ponta Grossa, no Paraná, junto à fábrica.

Em comunicado, ele considerou: “Tenho um desafio muito importante nesta nova posição: o de fazer, em conjunto com o time, a DAF ser reconhecida no Brasil da mesma forma que é na Europa. Temos um produto excelente, uma marca forte e um grupo sólido por trás das operações da companhia no Brasil. Isso é fundamental para atingir os volumes estabelecidos no planejamento da empresa. E o momento é o mais propício para nos desenvolvermos, ganharmos musculatura para a retomada do mercado em 2016”.

A DAF, ao lado da Volvo, representa uma das únicas montadoras já confirmadas na próxima Fenatran, em novembro, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo.

Esta é a segunda alteração no primeiro escalão da DAF ocorrido neste ano: em março Michael Kuester assumiu a presidência, sucedendo Marco Antonio Dávila, que passou à vice-presidência do Grupo Paccar, controlador da DAF. Luis Antonio Gambim ocupa justamente a posição deixada por Kuester dentro da estrutura.

Outra mudança na montadora no País envolve Jorge Medina, diretor de marketing, que acumulou a área de vendas.

Faturamento automotivo em Caxias do Sul cai 33% até maio

As indústrias dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico de Caxias do Sul, RS, fecharam os primeiros cinco meses de 2015 em queda de quase 28% no faturamento na comparação com o mesmo período de 2014. O índice foi divulgado pelo Simecs, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da cidade, nesta semana.

Em nota o presidente do Simecs, Getulio Fonseca, salientou que no setor automotivo, em particular, a retração foi mais forte e chegou a 33%. A indústria de veículos e componentes representa o maior impacto econômico na cidade e região.

De janeiro a maio o faturamento do segmento automotivo, pelos cálculos do sindicato, chegou a R$ 3 bilhões 744 milhões. No mesmo período do ano passado foi de R$ 5,6 bilhões. A eletro-eletrônica foi a que menos caiu, 4,9%, para R$ 518 milhões, enquanto o metal-mecânico viu retração de 12,2%, para R$ 1 bilhão 17 milhões. O faturamento total foi de R$ R$ 5 bilhões 280 milhões ante R$ 7 bilhões 311 milhões um ano antes.

O único alívio veio das exportações, que cresceram 18,3% em faturamento e chegaram a R$ 824 bilhões ante R$ 696,5 bilhões de janeiro a maio de 2014. A receita gerada dentro do Estado do Rio Grande do Sul caiu 33,8%, para R$ 971 milhões, enquanto para fora do Estado a retração chegou a 32,3%, para R$ 3 bilhões 484 milhões.

Também de acordo com o sindicato aconteceram 2,2 mil demissões no município até maio, que se somaram às 5,2 mil ocorridas no ano passado. Hoje, aponta o Simecs, o total empregado, 44 mil pessoas, é menor do que o registrado em janeiro de 2010, quase 48 mil.

“O quadro de desemprego só não é pior porque as empresas metalúrgicas estão realizando flexibilização da jornada de trabalho”, afirmou Fonseca na nota.

O assessor de planejamento do Simecs, Rogério Gava, acrescentou no comunicado que o nível de atividade industrial da economia gaúcha apresentou forte queda em 2014, após crescimento observado em 2013. Segundo ele a produção industrial no Estado do Rio Grande do Sul repete o mesmo nível de 13 anos atrás.

Audi lidera segmento premium no País até maio

Ao mesmo tempo em que afina os últimos preparativos para voltar a se tornar uma fabricante de veículos no Brasil, a Audi comemora a liderança nas vendas do segmento premium em 2015. De janeiro a maio foram 6,4 mil modelos vendidos, crescimento de 26,8% – mais do que o dobro do avanço dessa faixa do mercado, 12,5%, e em sentido totalmente oposto às vendas totais, em queda de 20% no período.

“Esse resultado nos deixa muito orgulhosos”, resumiu Jörg Hofmann, presidente da Audi do Brasil. “Puxamos o crescimento do mercado premium no Brasil: as vendas [do segmento] crescem porque a Audi cresce.”

A Audi considera no cálculo do segmento as suas vendas mais as de BMW, Jaguar, Land Rover, Lexus, Mercedes-Benz, Mini, Porsche e Volvo – para ela, é este o mercado brasileiro premium. De janeiro a maio do ano passado essas marcas emplacaram 21,6 mil unidades, volume que cresceu para 24,4 mil veículos nos primeiros cinco meses de 2015, segundo levantamento da Agência AutoData a partir de dados de Anfavea e Abeifa.

Além dos 26,8% de crescimento da Audi, a Mercedes-Benz apresentou avanço ainda maior, de 36,3%, alcançando 5,8 mil unidades. Mesmo assim ficou na terceira posição, atrás da BMW, que, com 5,9 mil licenciamentos, registrou queda de 2% com relação ao ano passado e, assim, perdeu a liderança que ocupou em 2014.

Em volume, Audi e M-B acrescentaram cerca de 2,8 mil unidades ao segmento, volume que basicamente define o crescimento das vendas premium – embora outras marcas também tenham elevado suas vendas, como Jaguar, Lexus e Volvo, porém em volumes mais baixos.

Segundo Hofmann o avanço das vendas da companhia resulta de toda a reestruturação promovida nos últimos anos, o que chama de Audi 360 graus. O portfólio de veículos foi renovado, com produtos que caíram no gosto dos consumidores, o pós-venda recebeu investimentos como a ampliação do centro de distribuição em Jundiaí, SP, e a inauguração do centro de treinamento em São Paulo, e houve contratação de novos funcionários administrativos.

Aliado ao aporte de R$ 300 milhões aplicado na ampliação da rede de concessionários, que até o fim do ano chegará a 50 postos de vendas espalhados pelo País, a Audi conseguiu a tão comemorada liderança antes mesmo de iniciar a produção local do A3 Sedan, prevista para o começo de setembro.

Superou até as expectativas de Hofmann, que entretanto prefere manter os pés no chão. “Ser o número um é bom, mas nosso plano é manter um crescimento sustentável no mercado brasileiro.”