Mercado argentino chegará a 600 mil unidades

Limitado pela restrição de compra de dólares promovida pelo governo, o mercado argentino de veículos deverá fechar o ano com 600 mil unidades licenciadas, uma retração de 12,6% com relação ao ano passado – que já fechara em queda de 28,3% na comparação com 2013. As projeções foram anunciadas por Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb, durante sua apresentação no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2015 na manhã de segunda-feira, 20, na Fecomércio, em São Paulo.

O lado positivo é que o segundo semestre terá queda mais suave que a primeira metade do ano: 6,8%, ante 17,7%. Segundo Sica, os baixos volumes dos seis últimos meses do ano passado explicam essa diferença.

Os pátios das montadoras brasileiras poderiam estar menos cheios, uma vez que a crise no mercado argentino é em parte provocada pelas restrições de importação – cujos efeitos seriam amenizados caso o mercado brasileiro estivesse em melhores condições. Como as exportações de veículos argentinos caíram 22,8% no primeiro semestre, muito devido ao desempenho do mercado brasileiro, menos dólares chegaram às montadoras, que não conseguem ampliar suas importações.

“O mercado argentino não passa por crise de demanda: é uma crise de oferta. Os preços dos carros se mantêm, não há espaço para promoções e as concessionárias estão ganhando mais dinheiro do que ganharam em 2013, quando as vendas bateram 900 mil unidades”.

Em contrapartida, as montadoras e fornecedores têm suas margens achatadas porque a indústria argentina sofre mais. A composição do mercado argentino é formada por 40% de modelos nacionais, de maior porte e preço, e 60% importados, boa parte modelos compactos produzidos no Brasil.

De janeiro a junho a produção argentina caiu 12,4%, para 270,3 mil unidades. O diretor da Abeceb projeta 553 mil unidades até o fim do ano, com queda de 10,4% – a capacidade instalada do País é de 1,2 milhão de unidades. “A indústria acumula 22 meses seguidos de contração. Os programas tiveram que ser ajustados à queda do Brasil”.

O Brasil responde por cerca de 80% das exportações argentinas, que representam mais da metade da produção local. Neste ano as exportações totais deverão somar 288,6 mil unidades, queda de 19,4% com relação a 2014.

Exportações terminarão ano em alta, estima Anfavea

No máximo no início de setembro a Anfavea anunciará suas novas projeções para as exportações brasileiras de veículos em 2015 – este segmento ficou de fora da revisão dos números, anunciada no começo de junho. A informação foi concedida à Agência AutoData pelo presidente da associação, Luiz Moan, que fez a palestra de abertura do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2015, na segunda-feira, 20, na Fecomércio, na zona central de São Paulo.

De acordo com Moan as novas projeções serão positivas tanto em valores quanto em volumes. No primeiro caso a alta será de um dígito, na faixa de 2% a 3%, enquanto no segundo alcançará os dois dígitos – os números ainda não estão totalmente fechados, mas poderão ser antecipados no início de agosto, a depender da finalização de alguns cálculos. As exportações não foram revistas no mês passado pois a Anfavea aguardava o anúncio do Plano Nacional de Exportações e também o avanço das negociações de acordos de comércio com outros países da América do Sul como Colômbia e Peru.

No fechamento do primeiro semestre os números de exportação apontaram crescimento de 16,6% em autoveículos montados – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – e queda 18,4% em máquinas agrícolas e de construção. Em dólares, o resultado foi negativo em 7,4%. A projeção atual, do início do ano, aponta alta de 1,1% nos embarques em volume, para 338 mil unidades de autoveículos e de 1% em maquinário agrícola e de construção, para 13,9 mil unidades, além de elevação de 2,5% em valores, para R$ 11,8 bilhões, incluindo máquinas agrícolas e de construção.

Em sua apresentação no evento Moan chamou a atenção para o que considerou como exagero no clima pessimista e de crise no País. “Em máquinas agrícolas, por exemplo, não há explicação técnica para redução de vendas” – que caíram 25% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado: “Temos uma safra agrícola recorde à frente”. A razão é apenas uma, ponderou: “Queda do nível de confiança do comprador e do investidor”.

O dirigente citou algumas ações da Anfavea, diretas ou indiretas, para combater este cenário: ações específicas de venda, a exemplo do Salão Auto Caixa e do Festival do Consorciado Contemplado, e o PPE, Programa de Proteção ao Emprego, “que assegura estabilidade ao trabalhador durante o programa”.

Moan ainda lembrou que “nenhum centavo de investimento das associadas à Anfavea foi postergado” diante do cenário atual, mas refez os cálculos para o início da retomada. “Acreditávamos que a inflexão da curva poderia começar neste segundo semestre, mas agora vemos este movimento no segundo trimestre de 2016.” Esta segunda metade de 2015, de qualquer forma, pelas estimativas do presidente da Anfavea, “será estável com relação ao primeiro, com viés de alta. Não cairemos mais do que já caímos”.

 

Toyota: Porto Feliz será maior do que o projetado inicialmente.

A futura fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz, SP, foi ampliada antes mesmo de sua inauguração, prevista para o primeiro semestre de 2016. Antes programada para produzir 70 mil motores 1,3 litro e 1,5 litro da família Etios, acompanhará agora o aumento de produção dos modelos em Sorocaba, SP, que a partir do ano que vem alcançará 108 mil unidades por ano.

Não houve necessidade investimento adicional ao R$ 1 bilhão aplicado na unidade, cuja pedra fundamental foi assentada em fevereiro do ano passado. Como a fábrica foi desenhada para produzir até 200 mil motores por ano, serão necessários apenas ajustes ao projeto inicial, de 70 mil unidades – que era a capacidade anterior para o Etios em Sorocaba.

“A capacidade da fábrica cresceu 54% antes mesmo da inauguração”, revelou Steve St. Angelo, CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, com exclusividade para a Agência AutoData.

O executivo adiantou ainda que nas próximas semanas a Toyota começará o processo seletivo para a contratação dos funcionários da fábrica, que empregará em torno de setecentos trabalhadores. O cronograma segue aquele anunciado em fevereiro de 2014.

St. Angelo reafirmou que tem objetivo de produzir também os motores 1,8 litro e 2 litros do Corolla na unidade produtiva, conforme projetado na cerimônia da pedra fundamental. Essa seria a segunda etapa do projeto, que levaria a capacidade de produção da fábrica para 200 mil unidades por ano, mas o martelo ainda não foi batido oficialmente. Atualmente os motores do sedã são importados do Japão, assim como os do compacto.

A crise no mercado automotivo brasileiro não mexeu nos planos de investimento da Toyota no Brasil, assegura o executivo. Além de aumentar a capacidade de Sorocaba e Porto Feliz, a companhia anunciou em março a criação do terceiro turno de produção na área de forjaria em São Bernardo do Campo, SP. Lá serão produzidas as bielas e os virabrequins dos motores do Etios, linha adicional à dos mesmos componentes que compõem os motores de Corolla e Camry dos Estados Unidos.

Em fevereiro a montadora assinou protocolo de intenções para construir um centro de distribuição de veículos em Pernambuco, próximo ao porto de Suape.

Na Argentina também há investimentos: até o fim do ano a nova geração da Hilux, que abastecerá também o mercado brasileiro, começará a sair das linhas de montagem de Zárate.

Embora o cenário dos mercados brasileiro e argentino seja negativo, com retração nas vendas no primeiro semestre, a Toyota registrou desempenho superior à média. Na Argentina, cujas vendas caíram 17,6% de janeiro a junho, a marca registrou queda de 11,3%, para 30,4 mil unidades, e superou a Peugeot no ranking de licenciamentos, tornando-se a sexta marca mais vendida naquele País.

Já no Brasil a Toyota cresce: nos primeiros seis meses do ano as vendas foram 3,1% superiores às do mesmo período do ano passado, com 86,7 mil unidades comercializadas. Sétima no ranking de marcas, encostou na Renault, sexta colocada, com menos de 3 mil licenciamentos de diferença.

Motocicletas: primeira quinzena em retração de 7%.

Dados divulgados pela Abraciclo, associação que representa as fabricantes de motocicletas e outros veículos de duas rodas no País, na sexta-feira, 17, apontam redução de 7% nos emplacamentos de motos na primeira quinzena de julho na comparação com o mesmo mês de 2014.

Os índices, baseados no Renavam, indicam no período 52,8 mil licenciamentos de motocicletas, ante 56,8 mil na primeira quinzena de julho do ano passado. Na comparação com a primeira metade de junho, entretanto, registra-se alta de 3,9%, porém com um dia útil a mais de vendas.

Pelos cálculos da associação a média diária de vendas de motocicletas apresentou o mesmo porcentual de recuo, 7%, no comparativo anual: 4,8 mil ante 5,1 mil. A Abraciclo destacou em comunicado tratar-se do pior índice desde 2005. Em relação à primeira quinzena de junho, de 5,1 mil unidades comercializadas por dia útil, a queda é de 5,6%.

O resultado praticamente repete aquele registrado na primeira metade de junho na comparação com mesmo período de 2014, que viu baixa de 6,9% nos volumes de negócio.

Como referência, no total do primeiro semestre, ainda de acordo com a Abraciclo, foram vendidas 659,1 mil unidades no atacado, queda de 8% com relação aos primeiros seis meses de 2014. Resultados semelhantes foram registrados no varejo: redução de 10,6% nos licenciamentos, para 641,7 mil motocicletas. O ritmo produtivo em Manaus, AM, acompanhou este movimento: saíram das linhas de montagem 699,5 mil motocicletas de janeiro a junho, volume 9,5% inferior ao do mesmo período de 2014, quando a produção alcançou 772,9 mil unidades. Em 2005 a indústria de motocicletas produziu 610 mil unidades no primeiro semestre.

 

Construção de parcerias: dá para fazer melhor!

A relação de fornecedor com cliente é, na maior parte das vezes, marcada por intensas disputas e negociações que, em alguns casos, podem até acabar em ruptura. Embora o jargão ‘ganha-ganha’ seja sempre utilizado, na prática o que se nota é uma imensa desconfiança das duas partes.

É fato que nos negócios não há espaço para grandes concessões, portanto o tal de ‘ganha-ganha’ pode soar como romantismo. Muitos de nós utiliza a expressão Amigos, Amigos… Negócios À Parte, não é mesmo? É um indicador da complexidade de se misturar afetividade ao tema.

Proponho uma reflexão aos executivos e donos de negócio quanto ao método e filosofia de trabalho que deveriam adotar na construção de verdadeiras parcerias cliente-fornecedor. Especificamente na indústria automotiva, há décadas ocorrem grandes fissuras no relacionamento de negócios de montadoras com as fabricantes de autopeças – que começam a aflorar já nas discussões iniciais para redação do contrato de fornecimento.

Longas negociações são normalmente conduzidas até que se chegue ao pacto formal e podemos imaginar que, embora assinado, o contratado nem sempre satisfaz integralmente as duas partes.

Em uma indústria complexa como a dedicada ao desenvolvimento e produção de veículos existem pontos importantíssimos em discussão e negociação:

a)     A precificação. É usual observarmos que os volumes previstos de encomenda da montadora junto ao produtor da peça na prática não se realizam, o que pode comprometer o resultado financeiro do fornecedor. Uma saída aqui é a construção de cenários vinculando volumes a preços: isso traz mais flexibilidade na vida real e pode evitar futuras demandas ou disputas. Outro ponto de interesse é que muitas vezes a metodologia adotada pelo potencial fornecedor na definição do preço não é acurada com a alocação indevida de custos e despesas já existentes, tornando o preço proposto desconfortável para o cliente. É o que podemos chamar de cálculo burro;

b)    O equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Em uma economia instável e com memória viva da inflação como a brasileira, ao longo do fornecimento as bases de custo inicialmente previstas podem ficar fora da realidade, prejudicando o fornecedor. É extremamente importante que as partes estabeleçam, de comum acordo, mecanismos de ajuste de preços por fatores externos à gestão das empresas ou sobre os quais não há como interferir – itens como câmbio, salários e acordos ou dissídios coletivos, variação de preço de metais ou insumos como a energia, devem de alguma forma ser identificados para ajuste futuros de preços, seja para cima ou para baixo;

c)     A garantia. O desenvolvimento de uma aplicação segue processo refinado e longo para evitar falhas do produto final no campo – algo importantíssimo em qualquer situação e mais ainda quando a peça é considerada item de segurança. Como, apesar de todo vigor do projeto, falhas podem ocorrer na vida real, as partes contratantes devem definir as condições de correção de defeitos e a cobertura ou reembolso das perdas causadas;

d)    As especificações do produto. É preciso avaliar com atenção as exigências no desenho da peça para garantir que esta possa ser fabricada sem grandes dificuldades no chão de fábrica e atenda as demandas de durabilidade e funcionalidade. Já vivenciei situações em que o fornecedor busca oferecer soluções de engenharia ao cliente com robustez excessiva, que na verdade só faz o produto mais caro sem agregar valor na aplicação;

e)     A venda no mercado de reposição. Sabemos que usualmente as margens praticadas nas vendas de fornecedores às montadoras são apertadas – o montante de ganho tem relação direta com o volume das vendas. Nas negociações pode acontecer de a montadora não permitir que o fabricante da peça faça a venda de parte da produção no mercado de reposição. Esse impedimento, que pode ter sua razão por investimentos em ferramental, por exemplo, com certeza diminuirá a chance do fornecedor obter melhor remuneração futura na produção do item;

f)      O aporte para investimentos em ferramental e/ou em linhas de produção. É importante que as partes se entendam sobre eventual suporte financeiro da montadora ao fornecedor, permitindo que esse mitigue as necessidades de capital próprio, ou emprestado, para a instalação de novas linhas de produção ou expansão das existentes devido aos novos negócios;

g)     As programações de encomenda e as suas revisões. Notamos, vez ou outra, mudanças bruscas nos cenários de negócio demandando correções nas quantidades encomendadas. Não é possível que só uma das partes imponha sua vontade: há necessidade de um bom acordo prevenindo antecipadamente os limites de variação nos volumes, assim como sua absorção em dado período de tempo. O caso pode ser mais grave se parte da produção depender de material importado, pois neste caso a reação para cortar ou aumentar as encomendas exige mais tempo da cadeia de fornecimento;

h)    Iniciativas de melhoria contínua e ganhos de produtividade. No cenário de intensa concorrência e demandas cada vez maiores dos clientes finais é vital o estabelecimento de mecanismos claros e de metas a serem cumpridas pelo fornecedor ao longo do período de fornecimento com o objetivo de diminuir custos. De fato o fornecedor precisa sempre atuar para encontrar caminhos de desempenhar melhor seu papel. Faz bem para o negócio!

É possível melhorar o relacionamento cliente-fornecedor no setor automotivo, sem dúvida. A confiança mútua no cumprimento dos pontos do contrato de fornecimento, a partir de regras razoáveis, ajuda na construção de verdadeiras parcerias nos negócios.

José Rubens Vicari é administrador de empresas pela FGV com pós-graduação em finanças. Atuou por vinte anos como CEO de empresas metalúrgicas no setor de autopeças. Mentor voluntário para empresas startups pela Endeavour. Seu blog é www.senhorgestao.com.br.

Quinzena fecha em queda de 19%

As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus voltaram a cair na primeira quinzena do mês. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData foram licenciados 104,1 mil veículos até a quarta-feira, 15, volume 19% inferior ao do mesmo período do ano passado e 3,8% abaixo do resultado da primeira metade de junho, quando foram registrados 108,3 mil licenciamentos.

As comparações, porém, são distorcidas por alguns fatores. As 128,6 mil unidades comercializadas em julho do ano passado tiveram influência negativa da segunda fase da Copa do Mundo, evento realizado no Brasil em 2014 e que afetou as vendas de veículos. Esse efeito prejudicou as vendas deste período.

Já as 104,1 mil unidades vendidas nas primeiras duas semanas deste mês foram prejudicadas por feriado-ponte no maior mercado do País, o Estado de São Paulo. Na quinta-feira, 9, foi feriado estadual, com emenda em algumas cidades na sexta-feira, 10.

A média diária de vendas alcançou 9,5 mil veículos, menor volume para o período do ano. Mas não existem novos feriados no horizonte e os varejistas ainda têm doze dias úteis para comercializar veículos. Mantido o ritmo desta primeira quinzena, o mercado fecharia com 209 mil unidades comercializadas, pouco abaixo da média dos últimos meses – em junho, 212,5 mil veículos, e em maio, 212,7 mil unidades.

Usualmente as vendas aceleram na proximidade do fim do mês e, assim, a tendência é que esta média diária cresça nas semanas a seguir.

Dados positivos – A Anfavea divulgou na tarde de quinta-feira, 17, os primeiros resultados do Festival do Consorciado Contemplado, inciativa da associação das montadoras em conjunto com a Fenabrave, que congrega as distribuidoras de veículos, e a Abac, representante das administradoras de consórcios.

Em maio e junho o uso de carta de créditos de consórcios para aquisição de veículos 0 KM avançou 4,4%, de 143,1 mil para 149,4 mil unidades – a comparação é com igual período de 2014. As vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 19,8% nestes dois meses.

A participação dos consórcios nas vendas de veículos saltou de 18,2% para 23,7% no período.

Os resultados ficaram dentro das expectativas de Paulo Roberto Rossi, presidente da Abac. Em nota, afirmou que são resultado do “engajamento das marcas participantes na oferta de condições vantajosas aos consorciados contemplados, verdadeiros clientes dessa classe especial”.

Para Luiz Moan, presidente da Anfavea, o festival tem atingido seu principal objetivo: estimular o mercado e atrair o interesse de proprietários de cartas de crédito contempladas. “Tenho a convicção que os resultados ao término da ação serão expressivos. Afinal no bimestre de maio e junho a participação dos consórcios cresceu 30%.”

Já Alarico Assumpção Junior, presidente da Fenabrave, acredita que as ações das montadoras em conjunto com as concessionárias estimularam o uso das cartas de crédito. “Fizeram com que os resultados dos emplacamentos de veículos fossem melhores do que poderiam ter sido sem o estímulo das ações.”

Inicialmente programado para 45 dias, o Festival do Consorciado Contemplado foi prorrogado por igual período. O encerramento agora está previsto para 31 de julho.

Duas empresas brasileiras recebem prêmio global do Grupo VW

Maxion Wheels e Kurashiki Chemical Products – fabricantes de rodas e espumas para bancos, respectivamente – foram as duas empresas do Brasil presentes em seleta lista de 26 reconhecidas como as melhores fornecedoras globais do Grupo Volkswagen, o Volkswagen Group Award 2015. O evento ocorreu terça-feira, 15, em Neuburg, cidade próxima a Ingolstadt, na Alemanha, que reuniu uma plateia de 260 convidados de 26 países.

Durante a cerimônia do Volkswagen Group Award, neste ano em sua 13ª edição, Martin Winterkorn, presidente do conselho de administração, destacou a importância de intensificar as parceiras para enfentar o futuro.

“Para produzir bons carros é realmente necessário ter bons parceiros, e certamente nós temos. Ao longo dos próximos anos quase todos os aspectos da indústria automotiva mudarão. Na era digital precisamos preservar nosso pontos fortes e ao mesmo tempo desenvolver novas forças. Trabalharemos nisso com nossos fornecedores em uma forte parceira para inovação.”

Javier Garcia Sanz, membro do conselho responsável pelas compras, elogiou as empresas parceiras, agradecendo a dedicação e as realizações dos fornecedores: “Nós só podermos moldar a mobilidade do futuro e continuar com o nosso sucesso com fornecedores fortes. Juntos, alcançamos marcos históricos para o Grupo. Isso diz respeito à aplicação de nossas estratégias e à entrega de 10 milhões de veículos aos nossos clientes pela primeira vez.”

O Volkswagen Group Award tem como objetivo honrar o desempenho dos fornecedores. Os premiados são reconhecidos por critérios como poder de inovação, qualidade, capacidade de desenvolvimento, sustentabilidade e gerenciamento de projeto.

Pósitron nacionaliza desenvolvimento e produtos

O negócio de som automotivo da PST Electronics, empresa que detém a marca Pósitron, passou por uma verdadeira revolução nos últimos anos. Os aparelhos, que antes eram basicamente importados desmontados da China e outros países asiáticos e montados na Zona Franca de Manaus, AM, agora possuem mais conteúdo nacional. E foram desenvolvidos localmente.

Desde 2013, quando o segmento de som automotivos da companhia completou cinco anos de existência e superou a marca de 1 milhão de unidades comercializadas, a PST começou sua reestruturação. Segundo Nelson Godoy, gerente de varejo da Pósitron, a toda a nova linha que começou a entrar no mercado este ano foi aplicado o conceito 3P, de “Projeto, Produção e Pósitron”.

O projeto foi 100% desenvolvido pela equipe de engenharia dedicada ao segmento, independente de fatores externos. Com isso as especificações dos aparelhos de som automotivo se aproximaram mais do gosto e necessidade do consumidor brasileiro.

A produção, o segundo P, também foi concentrada no Brasil, ampliando o nível de exigência de qualidade dos insumos e do produto e também da oferta de peças de reposição. “É claro que alguns componentes não podem ser encontrados aqui e precisamos importar. Mas toda a parte impressa é nacional e estamos no processo de migração de peças injetadas para fornecedores locais.”

O terceiro P, Pósitron, refere-se à própria marca: o conhecimento do varejo automotivo brasileiro acumulado nos anos de experiência no País, o suporte do marketing às ações dos varejistas e, nas palavras de Godoy, “a melhor relação custo benefício do mercado”.

Ele argumenta que “justamente pela proximidade do mercado e conhecimento do consumidor brasileiro conseguimos entender qual será a próxima tendência no segmento de sons automotivos. Por isso nossa linha 2015, a primeira a ser desenvolvida inteiramente sob o conceito 3P, traz a tecnologia bluetooth em todos os produtos”.

Segundo Godoy a transmissão remota de dados remoto por meio do sistema é a mais forte tendência do segmento. “Em curtíssimo prazo todos os consumidores deverão migrar para um aparelho com a tecnologia.”

Ele aponta fatores como o crescimento de serviços de música por streaming e a necessidade de acessar aplicativos e demais funções do celular por meio de viva-voz como justificativas pelo aumento da demanda por rádios com bluetooth. “O consumidor quer o celular integrado com o carro.”

A linha Pósitron 2015 será oficialmente apresentada na feira Eletrolar, voltada à indústria e varejo de eletrodomésticos e eletrônicos. Há modelos de rádios e DVDs, todos com entrada USB e bluetooth e dois anos de garantia, e diferentes especificações, como funções de acesso por voz, áudio streaming, telas de 3 a 7 polegadas etc.

O objetivo da companhia é ampliar em 10% as vendas do negócio, que corresponde a um quarto do faturamento da PST, que chegou a R$ 500 milhões no ano passado. Godoy estima que de 85% a 90% das vendas seja no mercado de reposição, com o restante no mercado OEM – duas montadoras vendem o equipamento como original em sua rede de concessionárias e uma instala os modelos dentro da linha de montagem.

Os modelos, porém, atendem a todos os modelos produzidos e vendidos no mercado nacional.

A SEGUIR – Quase atropelando o agora mandatório bluetooth chegam algumas tecnologias que, dentro de poucos anos, poderão tomar o mesmo caminho da transmissão de dados remota. A necessidade de espelhar o celular nas centrais de entretenimento dos carros – que é o que estão virando os sons automotivos – exigirá que os aparelhos sejam compatíveis a tecnologias como CarPlay, da Apple, e Android Auto, do Google.

“Alguns de nossos aparelhos dessa linha já estão prontos para usar essa tecnologia. Mas sabemos que em poucos anos ela estará em todos os produtos.”

Aos celulares com Windows Phone ou BlackBerry, que ainda não possuem tecnologia automotiva, surge a opção do Mirror Link – que nada mais é do que a opção de espelhar o celular na tela, mas sem integração com os sistemas operacionais móveis.

Executivos da Mitsubishi brasileira têm quebra de sigilo determinada por CPI

Três dos principais executivos da MMC Automotores, que representa a Mitsubishi no Brasil com fábrica em Catalão, Goiás, tiveram quebra de sigilo determinada pela CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga possíveis manipulações de sentenças em julgamentos do Carf, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, da Receita Federal. A CPI foi instaurada a partir da Operação Zelotis, da Polícia Federal.

De acordo com informações da Agência Brasil a CPI determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Eduardo Souza Ramos, fundador da empresa. Já Paulo Ferraz e Robert Rittscher, respectivamente ex e atual presidente da MMC, terão rompidos seus sigilos telefônicos, de SMSs e e-mails quebrados.

Consultada pela Agência AutoData, a MMC informou apenas que não se pronunciaria a respeito da decisão da CPI. Rittscher compareceu à comissão na semana passada para prestar esclarecimentos, ocasião em que lhe foi sugerida pelos senadores adesão à chamada delação premiada. O executivo, entretanto, negou a oferta, considerando que não teria informações disponíveis para agregar às investigações.

Também tiveram quebrados os sigilos fiscal e bancário de representantes de três empresas que teriam prestado serviço à MMC em ações no Carf: Planeja Assessoria e Alfa Atenas Assessoria Empresarial, além de Cristina Mautoni, sócia da empresa Marcondes & Mautoni Empreendimentos –  o outro sócio e presidente da empresa é Mauro Marcondes Machado, vice-presidente da Anfavea na atual gestão ocupando justamente a cadeira a que tem direito a MMC na associação.

De acordo com a Agência Brasil as investigações da PF apontam que, após ser autuada pela Receita Federal por acumular incentivos fiscais indevidamente, a MMC conseguiu reduzir o débito de multa da Receita Federal de R$ 266 milhões para cerca de R$ 900 mil em um julgamento no Carf.

Ao órgão de comunicação o presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira, do PSDB do Tocantins, afirmou: “Precisamos esclarecer muitas questões quanto ao caso da Mitsubishi. Ela negociou com operadores do esquema investigado pela Polícia Federal e obteve vitória em um processo de centenas de milhões”.

 

Palio e Strada dominam fortemente as vendas da primeira quinzena

O Fiat Palio já abriu caminho para liderar mais um mês de vendas no mercado nacional, que seria o sexto em sete meses do ano, pavimentando assim um cada vez mais possível bicampeonato como o modelo mais vendido do Brasil.

Até a terça-feira, 14, o hatch – somando suas duas versões de carroceria em oferta no mercado nacional, Fire e novo Palio – já acumula 4,8 mil emplacamentos, de acordo com dados preliminares do Renavam divulgados pela Fenabrave. Seus rivais diretos mais próximos, o Hyundai HB20 e o Chevrolet Onix, já estão cerca de 1 mil unidades atrás, na terceira e quarta posições, respectivamente.

Na vice-liderança está a Fiat Strada, justamente o único modelo a conseguir destronar o Palio como líder em um mês deste ano, março. O comercial leve tem 4,4 mil emplacamentos, mas este ótimo desempenho contou com um auxílio indireto: o BNDES mudou as regras para compras deste tipo de veículo, que pôde ser financiado em 100% pelo cartão BNDES somente até dia 30 de junho – agora as regras estão mais burocráticas e o limite máximo é de 70%. Com isso houve uma antecipação de compras para esta modalidade no fim do mês passado, com reflexo nos registros deste início de julho. Tanto assim que também a VW Saveiro obteve bons números neste período: com 2,6 mil emplacamentos, ficou na nona posição do ranking dos mais vendidos.

A tendência tanto para a Strada quanto a Saveiro, assim, é de alguma redução deste impacto ao longo da segunda quinzena de julho.

Na quinta posição da primeira metade de julho está o Ford Ka, com 3,4 mil unidades licenciadas, seguido pelo Gol, 3,1 mil, Toyota Corolla, mais uma vez com ótimo desempenho em sétimo com 2,8 mil, Fox, 2,7 mil, e o Renault Sandero fecha os dez primeiros com quase 2,6 mil, destronando o Fiat Uno do top-10.