Subaru projeta dobrar vendas em 2015

A Subaru está em franca expansão no mercado brasileiro. No primeiro semestre os licenciamentos dos modelos da marca japonesa cresceram 89% com relação aos primeiros seis meses do ano passado, saltando de 400 para 757 unidades. A expectativa do diretor geral Flávio Padovan é fechar o ano com 2,2 mil veículos comercializados, ou o dobro do volume alcançado no ano passado.

A base é pequena, é verdade, mas o crescimento acelerado resulta dos esforços promovidos pela marca, aqui representada pelo Grupo Caoa desde 1998, nos últimos anos. Padovan, que chegou na empresa em maio do ano passado após sair da Jaguar Land Rover, trata o momento como um relançamento da Subaru no Brasil.

Foram feitos investimentos em marketing, com uma campanha publicitária 100% desenvolvida e filmada no Brasil, em pessoas, com a ampliação do número de trabalhadores, e na rede. “Fechamos o ano passado com nove pontos de venda. Já inauguramos um em 2015, em Florianópolis, e abriremos mais três até o fim do ano. Em 2016 chegaremos a vinte lojas.”

Para suportar o crescimento a marca traz novidades ao mercado. Em outubro chegam as novas gerações do Legacy e do Outback, que ajudarão a incrementar as vendas. E nas próximas semanas as concessionárias Subaru começam a vender o sedã esportivo WRX, incluindo a versão STI, desenvolvida para competições.

O WRX tem motor Boxer 2 litros com injeção direta, que alcança até 270 cv aliado à transmissão automática com oito velocidades – uma opção com câmbio manual deverá chegar ao mercado em breve. Por R$ 147,9 mil.

A versão STI – sigla de Subaru Tecnica Internacional –, facilmente identificada pela presença do aerofólio traseiro e a dupla saída de escape, tem motor Boxer de 2,5 litros turboalimentado, que alcança 310 cv com o câmbio manual de seis marchas. Segundo a Subaru alcança até 255km/h e faz de 0 a 100km/h em 5,2 segundos. O preço: R$ 194,9 mil.

Padovan não arriscou projeções de vendas para os modelos e nem para a Subaru em 2016. Na verdade o executivo tem um problema: “As fábricas do Japão e dos Estados Unidos, as únicas da Subaru no mundo, estão no teto da capacidade. Não conseguimos projetar as vendas por isso, estamos disputando encomendas com outros mercados”.

A importância do mercado de reposição de peças no Brasil

O parque de veículos em circulação no Brasil apresenta características que geram excelentes oportunidades de negócio no segmento de reposição de peças, o aftermarket. Observo, por outro lado, que lamentavelmente nem todos os fabricantes de autopeças estão preparados, estruturados, para participar efetivamente nesse segmento de mercado. É preciso, de fato, organizar o modelo de negócios para que se possa jogar o jogo com sucesso.

O atual momento de dificuldade, com os volumes de encomenda das fabricantes de veículos na média caindo mais de 20% com relação a 2014, acaba por estimular algumas empresas a destinarem parte da produção ao aftermarket. Participar desse segmento, no entanto, não é uma questão de oportunidade ou mesmo de arranjar um jeito de desviar parte do volume produzido quando aquelas diminuem os programas. É preciso usar mais, digamos, ciência, recursos e foco caso se pretenda participar do jogo.

Comecemos pelo dimensionamento do mercado:

  • Os dados disponíveis sobre a frota em circulação são conflitantes dependendo da fonte utilizada, mas segundo o mais recente anuário publicado pela Anfavea temos aqui mais de 32,7 milhões de automóveis, com idade média estimada, segundo alguns, ao redor de 10 anos. Mais de 70% desse total circula nas regiões Sudeste e Sul do País. Já os veículos comerciais leves somam aproximadamente 6,3 milhões, com idade média de 9 anos e, destes, 65% estão registrados no Sul e no Sudeste;
  • a frota de caminhões e ônibus, com idade média superior a 15 anos, segundo algumas fontes, se aproxima de 3 milhões de unidades; e
  • totalizando, existe um mercado importante a ser servido de mais de 41 milhões de veículos exigindo um bom estudo de segmentação, regionalização, canais de distribuição, pós-venda, comportamento de compra e tendências.

Vejamos o perfil da frota, pois observamos, em todos os segmentos de mercado, automóveis e comerciais leves e caminhões e ônibus, uma mudança substantiva quanto a conteúdo e tecnologia:

  • De uns tempos para cá a importação de veículos de maior valor agregado certamente cresceu, e os carros licenciados em 2011 com motorização 1 litro, segundo dados da Anfavea, representaram 41,6% do total – mas em 2014 automóveis licenciados nessa configuração atingiram 36,1% do total comercializado. Outro fato que não pode ser ignorado é a maior oferta de automóveis com ar condicionado, air bag, direção hidráulica e freio ABS;
  • no segmento de caminhões e ônibus foram duas as mudanças mais relevantes, como a introdução do motor eletrônico e, mais recentemente, em 2012, a oferta de veículos que atendem aos padrões de emissões Euro 5; e
  • esses fatos trazem algo novo para o mercado de reposição e oferecem oportunidades de ofertas de produtos com maior valor agregado e margem. É muito importante, portanto, considerar esses pontos no desenho da estratégia de atuação no aftermarket.

Observemos, agora, os canais de distribuição e vendas:

  • O tamanho do território e a infraestrutura acanhada exigem grande esforço para servir ao mercado, embora se saiba que próximo de 70% da frota estão localizadas nas regiões Sudeste e Sul. A fabricante de autopeças que pretenda atuar fortemente na reposição necessita contar com forte, e bem distribuída, rede de distribuição. Estudos indicam que os distribuidores, na verdade grandes atacadistas, significam quase 50% das vendas de autopeças tanto atendendo ao varejo quanto vendas em balcão;
  • as oficinas autorizadas das fabricantes de veículos, das concessionárias, que em 2010 respondiam por cerca de 17% das vendas no mercado de reposição, segundo dados recentes já representam 22%, e a tendência é a de que essa participação aumente com ofertas interessantes em preço e serviço. É possível vender às oficinas autorizadas desde a fabricante de peças? É muito difícil, porém é possível servir esse canal, evidentemente com margem menor comparativamente à praticada nos negócios com distribuidores; e
  • as vendas por internet, o e-commerce, ainda não são representativas no País, ao menos no segmento de autopeças. Porém convém aos seus fabricantes estudar a tendência e eventualmente modificar o modelo de negócio visando à utilização futura desse canal de venda.

E o atendimento ao mercado, marca e pós-venda?:

  • Um dos grandes desafios para servir bem ao mercado de reposição é a disponibilidade do produto ou a capacidade de entrega por parte do fabricante da peça. Isso ocorre porque os volumes são menores do que os usualmente encomendados pelas montadoras, trazendo dificuldades para o chão de fábrica. A previsibilidade da venda também é complicada, pois diferentemente da montadora, o distribuidor evita colocar programações firmes de compra. Por outro lado a imensa variedade de peças com diferentes aplicações e desenhos exige flexibilidade e adaptações nos programas de produção e estoque. Conclusão: para servir bem no mercado de reposição a política de estoque e entrega tem de ser diferente da adotada para a montadora;
  • pesquisas revelam que a qualidade do produto é importante no mercado de reposição, porém não é o item mais relevante na decisão de compra. De todo modo não é permitido desprezar a importância de os fabricantes de autopeças terem disponível um bom serviço de pós-venda, reagindo rapidamente a casos de defeito no campo. É bom lembrar que grandes distribuidores de autopeças, e mesmo os de tamanho médio, não estão preparados para desempenhar o papel de garantidores do bom desempenho da peça no mercado. Outro ponto agudo é a capacitação de mecânicos responsáveis pela troca da peça no campo, exigindo treinamentos e visitas frequentes às oficinas; e
  • a atuação no mercado de reposição de peças no segmento automotivo será melhor sucedida caso o fabricante cuide bem da marca, e da exposição do seu produto no campo. A distribuição de catálogos, instruções técnicas para troca e aplicação do produto, publicidade e participação em feiras e eventos ajudam na alavancagem das vendas, por certo.

E, finalmente, os preços:

  • Está certo: quem define o preço é o mercado, mas… Com o emaranhado de canais de distribuição a formulação do preço requer atenção dos gestores dos fabricantes de autopeças que atuam diretamente na reposição. Além de observar os movimentos da concorrência, certa vigilância na prática de preços na ponta do mercado precisa ser adotada, evitando a guerra desnecessária de preços e, ao mesmo tempo, mostrando ao mercado uma referência de preço para o produto e para a marca.

Como vimos, apesar do mercado brasileiro para a reposição de autopeças ser bastante atrativo para as empresas, sua participação efetiva depende de um modelo de negócios bem estruturado e contínuo. Não é razoável improvisar ou simplesmente lembrar-se do segmento quando as vendas às montadoras perdem representatividade.

José Rubens Vicari é administrador de empresas pela FGV com pós-graduação em finanças. Atuou por vinte anos como CEO de empresas metalúrgicas no setor de autopeças. Mentor voluntário para empresas startups pela Endeavour. Seu blog é www.senhorgestao.com.br.

Onix tenta destronar Palio como o mais vendido em julho

Faltando apenas um dia para o fechamento definitivo dos resultados de julho – a sexta-feira, 31 –, o Palio vê apenas um modelo a ameaçar sua provável coroa como o mais vendido do mês: o Onix cresceu na segunda quinzena e está aproximadamente quinhentas unidades atrás, uma diferença difícil mas não impossível de ser descontada em um dia.

O placar preliminar dos licenciamentos, divulgado pela Fenabrave com base nos números do Renavam, aponta o Palio com 10,5 mil e o Onix com 10 mil. Como a média diária de cada um está ao redor de 460 unidades a tarefa do Chevrolet é dura, mas um esforço adicional da montadora pode representar uma virada de último minuto. Caso o Palio confirme a liderança, será o sexto mês como ponteiro em sete do ano – perdeu apenas em março, para a Strada.

Novamente com sólido desempenho aparece na terceira posição o Hyundai HB20, com 9 mil licenciamentos. Ka, 8,8, mil, e Strada, 8,5 mil, fecham os cinco primeiros.

Esta turma da frente conseguiu abrir grande distância para os demais: o sexto colocado, Gol, já ficou bem para trás, com 6,9 mil emplacamentos até o penúltimo dia de julho, a quinta-feira, 30. Fecham o top-10 provisório, pela ordem, Sandero, 6,5 mil, Fox, 6,1 mil, Corolla – outra vez o sedã mais vendido do País, superando todos os modelos compactos deste segmento –, 5,8 mil, e Uno, 5,6 mil.

Na décima-quinta posição está o HR-V, mantendo seu ritmo forte: na primeira metade do mês ultrapassou o EcoSport no acumulado do ano e assumiu a liderança do segmento dos utilitários esportivos compactos, em carreira meteórica – conforme revelou na ocasião a Agência AutoData.

O Honda soma, faltando um dia útil para o fim do mês, 4 mil emplacamentos – e assim está pouco à frente do Jeep Renegade, o décimo-oitavo no geral e segundo no segmento, com 3,8 mil. Ambos, assim, estão à frente dos dois modelos mais tradicionais desta faixa de mercado, o EcoSport e o Duster.

Ford elege seus melhores fornecedores na América do Sul em 2015

A Ford promoveu na semana passada seu encontro anual com os principais fornecedores da América do Sul, ocasião na qual apresentou resultados e estratégias de negócios aos seus parceiros. Durante o evento também foi realizada entrega do prêmio Top Supplier 2015 aos fabricantes de autopeças e prestadores de serviços que mais se destacaram durante o ano.

Em comunicado a montadora revelou alguns dos critérios da premiação: foram avaliados itens como qualidade, entrega, custo, relacionamento comercial, condições de trabalho e atendimento das necessidades de desenvolvimento do produto, manufatura e logística.

Foram premiadas treze empresas em treze categorias. Grob do Brasil e Maxion Wheels do Brasil também receberam reconhecimento pela premiação no World Excellence Awards, realizado em maio na América do Norte.

Participaram da premiação da montadora Steven Armstrong, presidente da Ford América do Sul, Roxana Molina, diretora de Compras da região, Hau Thai-Tang, vice-presidente Global de Compras, e Birgit Behrendt, vice-presidente de Programas e Operações Globais de Compras, além de Sue Leone, Greg Hamel, Robin Wright, Ermal Faulkner e Julie Lodge-Jarrett, diretores globais.

M-B lança cartão que dá desconto em combustível

A Mercedes-Benz apresentou na quinta-feira, 30, um novo serviço de pós-vendas denominado MercedesServiceCard. Trata-se de um cartão, semelhante aos de débito e crédito, destinado aos clientes frotistas de caminhões e ônibus da empresa.

De acordo com Ari de Carvalho, diretor de pós-vendas, o cartão funciona como uma ferramenta para redução de custos operacionais no uso dos veículos – uma espécie de mantra entoado por praticamente todas as fabricantes do segmento, em especial para os pesados. A maior vantagem do cartão, criado em parceria com a rede Ticket Car, é a obtenção de descontos de 3% a 5% no combustível quando o abastecimento for realizado em um dos pouco mais de onze mil postos conveniados, de diversas bandeiras – o índice depende de cada posto individualmente.

Outra comodidade oferecida é na aquisição de peças e serviços de manutenção na rede de concessionárias Mercedes-Benz: o cliente que possuir o cartão já tem crédito pré-aprovado, o que reduz a burocracia durante o processo.

Qualquer frotista pode obter o cartão, independente da aquisição de um veículo 0 KM: o serviço está disponível para qualquer pessoa jurídica proprietária de veículos comerciais, mesmo os não M-B, independente do tamanho da frota, modelo ou ano de fabricação. Mas o cartão é individual para cada veículo, e há cobrança de anuidade – de valor não divulgado nem pela Mercedes-Benz nem pela Ticket Car.

Carvalho acredita que o cartão poderá ajudar ainda na fidelização dos clientes à marca: “É uma ferramenta eficaz para maior controle e melhor gestão de despesas de cada veículo da frota, proporcionando maior rentabilidade”.

O cartão não está disponível para motoristas autônomos. O início das vendas está programado para a próxima segunda-feira, 3 de agosto.

Toyota abre contratações para Porto Feliz e Sorocaba

A Toyota abriu processo para contratar até 500 trabalhadores para suas fábricas de Sorocaba, SP, onde produz a família Etios, e Porto Feliz, SP, de onde sairão os motores 1,3 litros e 1,5 litro que equipam o compacto. A fábrica de motores, com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2016, empregará em torno de 180 funcionários, segundo comunicado divulgado pela montadora na quinta-feira, 30.

Em recente entrevista exclusiva à Autodata o CEO da Toyota América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, revelou em primeira mão que as contratações começariam em poucas semanas. Contou também que a fábrica de Porto Feliz, inicialmente projetada para produzir 70 mil motores, foi ampliada para até 108 mil unidades por ano – exatamente a capacidade de produção dos modelos Etios, também recentemente ampliada.

As contratações de Sorocaba servirão para atender essa nova capacidade produtiva do compacto da Toyota em suas configurações hatch e sedã. De janeiro a junho foram comercializadas cerca de 30 mil unidades dos dois modelos no mercado nacional, segundo a Fenabrave – os Etios também são exportados para a Argentina, Paraguai e Uruguai.

No comunicado divulgado à imprensa, St. Angelo afirmou que, com as contratações, a Toyota “demonstra o compromisso com o Brasil ao criar novas oportunidades de trabalho, complementado pelos recentes investimentos já realizados para o desenvolvimento da produção local e aprimoramento da qualidade dos veículos da marca”.

Koji Kondo, presidente da Toyota do Brasil, ponderou que a geração de empregos é uma das maneiras mais significativas de retribuição à sociedade. “Gostaria de dar as boas vindas aos novos colaboradores da família Toyota do Brasil, que, com certeza, nos ajudarão a continuar a trilhar pela rota do crescimento sustentável.”

Interessados podem consultar as vagas disponíveis na seção Trabalhe Conosco do site www.toyota.com.br.

Campanha – Em São José dos Campos, SP, os metalúrgicos aprovaram em assembleia a pauta da Campanha Salarial 2015, que será conjunta com os trabalhadores de Campinas, Limeira e Santos, representando cerca de 165 mil pessoas. A data-base é 1º de setembro.

O sindicato afirmou em comunicado que a categoria reivindica reajuste de 13,3% no salário, sendo o INPC do período mais 3,4% de aumento real, e 15% no caso das montadoras da região – dentre elas a General Motors, que na terça-feira, 28, anunciou novo pacote de investimentos que exclui a fábrica de São José dos Campos por, segundo a companhia, “falta de flexibilidade e competitividade”.

A Chery, de Jacareí, SP, é outra montadora que tem trabalhadores representados pelo sindicato local.

Os metalúrgicos querem também piso salarial do Dieese para a região – R$ 3,3 mil em junho –, redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, estabilidade no emprego, mais direitos para as mulheres, renovação e ampliação das cláusulas sociais, dentre outras coisas.

Os trabalhadores da região de São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos também se posicionaram contrários ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego, anunciado há semanas pelo governo federal. Eles defendem a redução da jornada de trabalho sem mexer nos salários – pelo PPE há redução de até 15% nos vencimentos dos metalúrgicos que aceitarem, em assembleia, aderir ao plano.

Mais uma vez inadimplência fecha em 3,9%

Em junho o índice de inadimplência nos pagamentos de financiamentos de veículos por pessoas físicas ficou estável em 3,9%. Foi o sétimo mês consecutivo que não houve alteração para cima ou para baixo, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na quinta-feira, 30.

Em dezembro do ano passado, quando os atrasos nos pagamentos superiores a noventa dias caíram para 3,9%, ante os 4% do mês anterior, o índice sofreu sua última alteração.

Não há variação positiva na inadimplência desde maio do ano passado. Na ocasião, os atrasos subiram de 4,9% para 5%.

Em junho do ano passado o índice fechou em 4,9%, um ponto porcentual acima do resultado apurado no mesmo mês deste ano.

Segundo o Banco Central a inadimplência geral, correspondente aos atrasos nos pagamentos em todas as modalidades de crédito do setor financeiro, registrou redução de 0,1 ponto porcentual com relação a maio, caindo de 3% para 2,9%. O resultado foi estável com relação há um ano.

No crédito às famílias o indicador também recuou 0,1 p.p no mês, para 3,7%, enquanto nas operações com empresas manteve-se em 2,3%, mesmo patamar de maio.

MAN reforça negócios de exportação para o Chile

A MAN Latin America está reforçando os negócios no Chile, gerados a partir de exportações da fábrica brasileira instalada em Resende, RJ – apenas no primeiro semestre deste ano foram 330 unidades de caminhões e ônibus embarcados. A Porsche Chile SpA, importadora oficial das marcas Volkswagen Caminhões e Ônibus e MAN naquele país, está investindo R$ 100 milhões em novas instalações em Santigado, a Capital.

A nova unidade oferecerá serviços de assistência técnica, incluindo manutenção preventiva, além de centro para treinamentos e ambiente dedicado à demonstração de veículos.

A arquitetura da casa, com inauguração prevista para outubro, procurou privilegiar a movimentação interna de veículos. O terreno total conta com 50 mil m2, sendo 7,5 mil m2 construídos em primeira etapa, com previsão de futura expansão para 10 mil m2.

Para Ricardo Albuquerque, gerente executivo de vendas internacionais da MAN Latin America, em comunicado, “a ampliação fortalecerá a marca no país, além de conquistar novos nichos de mercado. Com certeza vamos superar as expectativas dos nossos clientes para que possamos continuar crescendo nos mercados latino-americanos”.

Patricio Abrigo, gerente de Caminhões e Ônibus Volkswagen da Porsche Chile, acrescentou na nota que “este é um grande investimento, que muitos qualificaram como arriscado devido ao momento econômico. Entendemos, porém, que é um trabalho de longo prazo e em linha com a estratégia global do Grupo”. Para ele, “esta nova unidade marca o início de um grande futuro para todos os clientes da MAN e Volkswagen Caminhões e Ônibus em nosso país”.

A importadora iniciou as atividades no Chile em 2013.

Scania: o mercado não pode viver de subsídios.

De janeiro a junho o mercado de caminhões caiu 42,3% com relação ao primeiro semestre do ano passado, mas a queda foi superior nos segmentos semipesado, 43%, e pesados 61,4%, exatamente aqueles em que a Scania oferece seus produtos. As vendas da companhia caíram 63,5% no período, de 6,9 mil caminhões para pouco mais de 2,5 mil unidades.

A participação da fabricante sueca no mercado nacional – considerando apenas os segmentos em que compete –, que chegou a 19% há dois anos, bateu nos 12% no primeiro semestre. Ainda assim dentro da média histórica da marca, de acordo com Victor Carvalho, diretor de vendas de caminhões da empresa.

Em entrevista à Agência AutoData durante o lançamento do R 440 na configuração 8×2, na fábrica da Scania em São Bernardo do Campo, SP, o executivo, evitando falar em números, traçou sua previsão de panorama para a indústria nos próximos meses e avisou: o mercado precisa acostumar a caminhar sem subsídios.

Quais são as suas projeções para o mercado de caminhões até o fim do ano? Já dá para traçar alguma expectativa para o ano que vem?

Falar de expectativa é um pouco complicado neste momento. A indústria como um todo passou por um primeiro semestre difícil, o mercado caiu mais de 50%. Daqui para frente é difícil prever. Não falamos em números, mas esperamos que esse cenário de ajuste fiscal passe, a economia e o mercado comecem a se recuperar e o consumidor volte a ter confiança em investir. Quando isso ocorrer, o mercado de transportes se recupera rapidamente, porque ele está muito conectado com a economia. É um ano desafiador.

E a Scania? Como estão os negócios em 2015?

A Scania pretende pelo menos manter a sua participação histórica de mercado. No primeiro semestre caímos de 15% para 12% nas vendas de modelos acima de 16 toneladas, muito porque nos últimos anos os frotistas compraram muito – e a Scania tem uma posição muito forte nos frotistas – e este ano eles saíram do mercado. 2015 está tendo basicamente um mercado de varejo. Começou com muito estoque, principalmente da concorrência, e provocou muita oscilação de preços no primeiro semestre. A Scania não trabalha com estoque, procura ficar próxima aos clientes para buscar entender as necessidades e tentar ajuda-los com soluções diferentes, como esse conjunto 8×2, e acaba deixando um pouco o market share de lado. Mas estamos com iniciativas para manter pelo menos nossa média histórica que é ao redor destes 12%. Não estamos descontentes, mas claro que há espaço para crescer no varejo, com pequenos e médios clientes.

Quando você acha que a economia brasileira vai retomar?

Bem difícil falar. O primeiro semestre de 2016 ainda será difícil, acreditamos que a partir do segundo semestre de 2016 passaremos a ter movimentos mais efetivos do mercado, quando passar essa maré de ajustes do governo. Mas o mercado precisa entender que não pode viver de subsídios, o modelo já está esgotado. O mercado precisa movimentar por si só, acompanhando a economia. Quando ela começar a se recuperar, o mercado de caminhões acompanha.

O lançamento do R 440 8×2 ocorre em um momento de baixa do mercado. Qual sua expectativa de vendas para ele?

É um momento de lançar alguma coisa? Sim, para a Scania é o momento, devido à alternativa que estamos trazendo ao mercado. Apesar do momento atual, é uma oportunidade para o cliente reduzir seu custo operacional. Acreditamos que nesse primeiro ano cerca de 5% a 10% do nosso volume de vendas total seja do 8×2, com migração de cerca de 15% do público 6×2 e 6×4 para esta nova configuração.

Desses 5% a 10%, alguma coisa seria adicional ao volume da Scania?

Buscar volume adicional é buscar novos clientes, mais participação de mercado. Essa solução é mais uma alternativa interessante para o cliente, que pode ser provocado a adquirir um modelo que não existia no mercado. É pensar, fazer conta e investir: se está rodando com um 6×4 bitrem com uma eficiência não muito boa, ou com um rodotrem também com pouca eficiência, por que não investir numa solução que vai trazer economia no custo operacional? É nisso que a Scania acredita: é uma solução que vai trazer efetividade e competitividade ao cliente.

Scania oferece configuração 8×2 de fábrica

O cliente tem sempre a razão. O mantra amplamente divulgado por estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços e fabricantes de produtos foi levado à risca pela área de engenharia da Scania ao desenvolver a nova configuração de rodas 8×2 para seu caminhão rodoviário R 440, que chega ao mercado nas próximas semanas.

O modelo vem suprir uma necessidade criada pela Portaria 63 do Contran, publicada em 2009, que mexeu com as homologações para composições de transporte de cargas em estradas. À época Valdecir Adamucho, sócio proprietário do Grupo G 10, transportador rodoviário com sede em Maringá, PR, identificou que para transportar combinações com PBTC, peso bruto total combinado, igual ou superior a 57 toneladas, precisaria de um cavalo mecânico de tração dupla, do tipo 6×4, e uma carreta bitrem.

“Essa decisão reduzia a nossa capacidade de transporte e aumentava o custo da operação”, explicou Adamucho. Havia ainda outros inconvenientes: “Em feriados prolongados há restrição de circulação de caminhões com bitrens em algumas rodovias”.

Por iniciativa própria o transportador buscou oficinas independentes para resolver a equação: ao adicionar um quarto eixo no cavalo mecânico, elevava a capacidade de transporte de carga sem ficar fora da lei. Fez isso em dois caminhões e assim testou durante um ano, com resultados positivos. Depois, ampliou para outros modelos da frota – agora são duzentos caminhões 8×2 – adaptados e passou a ideia para outras transportadoras.

“Atualmente existem mais de 1 mil caminhões circulando com a configuração 8×2. Alguns com soluções diferentes da que encontramos.”

Paralelamente a Scania desenvolvia seu próprio cavalo mecânico 8×2 original de fábrica. Ao saber da solução da G 10, o gerente de desenvolvimento de novos negócios, Celso Mendonça, mandou sua equipe de engenharia para o pátio da empresa para analisar a solução encontrada. “Ao todo 25 engenheiros trabalharam por mais de 9 mil horas para chegar a esse caminhão, agora oferecido de fábrica com garantia inclusive no quarto eixo “.

Com capacidade para 54,5t de PBTC, sendo 37t de carga líquida, o caminhão se encaixa na faixa que começa na chamada vanderleia, a tração 6×2, carreta de três eixos espaçados e capacidade para 53t PBTC, e vai até o bitrem, sete eixos, tração 6×4 com duas carretas de dois eixos e capacidade para 57t.

Segundo Victor Carvalho, diretor de vendas de caminhões, o R 440 8×2 tem preço 5% superior ao equivalente 6×4, porém 5% inferior quando somado todo o conjunto – cavalo mecânico + carreta. Oferece também redução de consumo de combustível, gasto dos pneus, pode rodar em feriados nas rodovias e garante maior eficiência na operação.

“Já estamos negociando algumas unidades com outros clientes, mas é complicado fazer uma projeção de vendas no atual cenário de mercado. Acredito que vai roubar um pouco dos clientes que comprariam a vanderleia [composição de eixos espaçados] e o bitrem.”

A composição pode ser usada para transporte de grãos, pallets, sólidos, cimento, dentre outras aplicações. O R 440 foi o primeiro a receber a configuração, com opção de cabines R, R Highline e Streamline, mas em breve será expandido para outros modelos da marca.

Sai de fábrica com motor 13 litros que gera 440 cavalos e traz de série a caixa de transmissão automatizada OptiCruise, ar-condicionado digital e a tecnologia Scania Driver Support, que auxilia o motorista a conduzir melhor o veículo. Tem 3,9m de espaç entre eixos e dois tanques de combustível de 330 litros. Para suportar o aumento da carga transportada, a quinta roda usada é a mesma dos rodoviários 6×4, com capacidade para 24t.