Participação dos consórcios para veículos cresce quatro pontos

A participação dos consórcios nos financiamentos para veículos cresceu 4,1 pontos porcentuais no primeiro semestre deste ano ante mesmo período do ano passado. O dado foi revelado pela Abac, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, na terça-feira, 4. O total foi de R$ 16,9 bilhões, para 26,5% – faz parte do sistema de vendas a prazo também as opções de CDC e leasing –, ante 22,4% na primeira metade de 2014.

Nos veículos leves, categoria que reúne automóveis e comerciais leves, registrou-se alta de 11,3% nas vendas de novas cotas e de aproximadamente 13% no total de participantes do sistema.

Outros indicadores, como contemplações, créditos comercializados e concedidos e ticket médio, também cresceram, apontam a Abac. A participação nas vendas ao mercado interno foi de 24,2%, com volume de crédito de R$ 10,4 bilhões, crescimento de 18%. O total de participantes saltou para três milhões ante 2,7 milhões há um ano, alta de 12,8%, as vendas de novas cotas atingiram 468,5 mil no semestre ante 421 mil, elevação de 11,3%, o volume de crédito comercializado chegou a R$ 19,97 bilhões ante R$ 17,7 bilhões no primeiro semestre de 2014, subida de 12,8%, e o tíquete médio foi a R$ 40,9 mil ante R$ 39,4 mil há um ano, 3,8% acima. Já as contemplações foram 257 mil ante 218,5 mil, salto de 17,6%.

Nos veículos pesados, categoria que engloba caminhões, ônibus, semirreboques, tratores e implementos, a alta no volume de participantes ativos foi de 2,8%, para 265 mil, no mesmo comparativo. As vendas de novas cotas subiram 7,3%, para 23,6 mil, e o volume de crédito comercializado elevou-se em 9,2%, para R$ 3,79 bilhões, enquanto o tíquete médio evoluiu 5,7%, para R$ 166,4 mil. Mas as contemplações e o volume de crédito ofertado caíram 7,6% e 6,3%, respectivamente.

E nas motocicletas e motonetas – o segundo maior grupo do sistema brasileiro de consórcios – a participação da modalidade nas vendas chegou a mais de 60%, ainda que as novas adesões tenham registrado baixa de 10% e os participantes ativos de 3,3%. Mas o ticket médio cresceu pouco mais de 8% e as contemplações viram elevação de 2,3%.

Desta forma, sempre segundo a Abac, os veículos automotores em geral fecharam o primeiro semestre com alta de 7,4% nas contemplações, de 4,3% nos participantes ativos, que chegaram a 6,2 milhões, e estabilidade na venda de novas cotas, com pouco mais de um milhão.

Em comunicado a associação comemorou também os resultados do Festival do Consorciado Contemplado, realizado em parceria com Anfavea, Abraciclo e Fenabrave: na soma de maio e junho de 2015 as vendas de veículos 0 KM 19,8% e a utilização de cartas de crédito de consórcios para a aquisição de veículos avançou 4,4%, de 143,1 mil para 149,4 mil. Com isso houve aumento da participação dos consórcios nas vendas de 18,2% para 23,7%.

Para o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, “os bons resultados devem-se ao engajamento das marcas participantes na oferta de condições vantajosas aos consorciados contemplados, verdadeiros clientes Classe Especial. Portanto, nossas expectativas por ocasião do lançamento se confirmaram ao longo desses dois meses iniciais”.

Fabrice Cambolive é o novo presidente da Renault do Brasil

O francês Fabrice Cambolive assumiu na terça-feira, 4, a presidência da Renault do Brasil, no lugar de Olivier Murguet, que desde 1º de abril é vice-presidente sênior e presidente do conselho da região das Américas da companhia – e, nos últimos quatro meses, acumulou funções.

Formado pela Escola Superior de Comércio de Toulouse e pela London Business School, Cambolive iniciou a carreira na Renault Áustria em 1995. Passou depois por diversas funções de gerência nas subsidiárias da Europa e Espanha e em 1999 assumiu a diretoria de pós-vendas na Renault Nissan Suíça, cargo que deixou para assumir a diretoria geral da divisão de distribuição Renault Retail Group no país helvético.

Em 2005 tornou-se diretor de marketing da Renault Alemanha e quatro anos depois gerente geral da Renault Commercial Romania SRL, divisão de vendas e pós-vendas da companhia na Romênia. De 2011 a 2015 ocupou a vice-presidência de vendas e marketing da região Eurásia e Rússia.

Murguet foi presidente da Renault do Brasil de 2012 até julho de 2015. Ingressou na Renault em 1990 na subsidiária de Portugal e ocupou diversos cargos. Antes de ser presidente da divisão brasileira, passou por aqui como diretor de vendas de 1996 a 2001. Desde 1º de abril ocupa o cargo atual, vice-presidente sênior e presidente do conselho da região Américas.

Resgate da história: os 60 anos do esporte a motor em Goiás.

A assinatura, do jornalista Fernando Campos, emoldura e dá a qualidade e a oportunidade para Esportes a Motor em Goiás: 60 Anos de Histórias, um raríssimo esforço regional de resgate do passado pioneiro do esporte a motor, particularmente o automobilismo, o motociclismo e o kart e, mais recentemente, a Fórmula Truck. Era uma época em que Osvaldo Relojoeiro, personagem e piloto goiano, aparecia nas fotos sempre com os óculos de corrida sobre a testa. Dizem que não perdia uma – nenhuma oportunidade de estar presente –, desde os tempos em que corrida na cidade, mesmo, era de bicicleta.

Em Goiás aceita-se que tudo começou mais oficialmente em 1954, quando Adercílio Pires recebeu um dos troféus de vencedor de bateria – sob os olhos de Osvaldo Relojoeiro – numa corrida de motos que teve Harley, Husqvarna, Matcheless, BSA, Royal Enfield, Jawa e CZ.

A foto que registrou a consagração de Pires é singela testemunha de como as coisas aconteciam: à moda churchulliana do sangue, suor e lágrimas, com muito macacão de mecânico de algodão e botina campeira. Os óculos de corrida, do qual Osvaldo Relojoeiro era detentor de um, parece ser o maior luxo da época.

E que ele não exibiu na foto do, digamos, pódio dos vencedores na categoria de 150 cm3 de cilindrada, formado por ele, Eurípides Cafuçu e Nicola Limongi. Era 24 de outubro, ano 1954, resultado de uma das baterias comemorativas de mais um aniversário da cidade.

“Em 1955 as corridas voltaram, já com a configuração e o circuito que as tornaria famosas e tradicionais: largada em frente à Brasseria, um bar de luxo que ficava em frente ao Banco Agropecuário, abaixo do edifício sede do O Popular, subia pela avenida Goiás até a praça Cívica onde contornava um obelisco, […] e rumava em direção à rua 10. Pouco à frente da catedral a pista fazia um retorno de 180o para descer a rua 20 até a avenida Anhanguera onde contornava à esquerda a estátua do bandeirante […]. E fechava a volta em frente à Brasseria.”

E quem participava? Era gente que gostava de rodas e de motor, de velocidade e de desafios, como Zé Dentinho, Zé Maria, Gugu, Japonês, Mascate e Azeitona. Claro: havia também aqueles identificados por prenome e nome da família, mas importante mesmo era Ademar Luiz Ferreira, dono de concessionária de lambretas no bairro de Campinas, a Casa Oriente, que promovia competições para atrair freguesia – corrida até com bicicletinha motorizada, a Gulivette…

A obra assinada por Fernando Campos tem como seu Fustel de Coulanges a reconstrução, modernização e reinauguração, em 2014, do Autódromo Internacional de Goiânia, o Ayrton Senna – um antiquíssimo requerimento do pessoal ligado às pistas local. Tornou-se pista de primeiríssimo mundo.

Mas como é que as coisas aconteciam lá nos tempos de guerra inglesa, nos tempos de Osvaldo Relojoeiro, Dentinho, Azeitona e Eurípides Cafuçu?. A descrição consta da obra de Fernando Campos:

“Os pilotos contam, Neuder Motta é testemunha, que os concorrentes em velocidade plena olhavam em frente e viam a pista totalmente tomada por espectadores que, ao se aproximarem, as motos, se afastavam, bem no momento. Dezenas de metros adiante, repeteco, o povo ajuntava para ver as máquinas ao longe, fechava a pista e a abria segundos antes da passagem!”.

Fernando Campos também conta, em capítulo próprio, a saga do kartismo em Goiás, a presença dos Mini dos Fittipaldi e dos FBM dos Giaffone, as corridas de rua realizadas na praça Tiradentes e em Inhumas, com largada defronte ao Salão Rex, uma barbearia. E no Centro Cívico, diante do Palácio das Esmeraldas, o do governo.

Vêm daí duelos históricos, sempre de goianos com brasilienses, do qual o mais famoso juntava, na pista, o kart laranja, número 17, de Alex Dias Ribeiro, e o também laranja, 18, de Nélson Piquet.

O autor recorda que o primeiro circuito fixo do Estado, predecessor do autódromo, foi uma iniciativa de motociclistas, por meio do Moto Clube de Goiânia. Era uma área de 3 alqueires, às margens de estrada e perto de Guapó – desestimulada, porém, a rapaziada transferiu a posse da propriedade. Depois de anos de opções desperdiçadas as atenções se fixaram, afinal, em área da fazenda Gameleira, de localização e topografia privilegiadas. E o Autódromo Internacional de Goiânia foi inaugurado en 27 de julho de 1974.

QUEM É – O jornalista Fernando Campos nasceu em Coimbra, Portugal, em 1940, e acompanhou a família em sua fuga para o Brasil, em 1953 – fuga da ditadura salazarista e da PIDE. A família estabeleceu-se em São Paulo, mas, afinal, escolheu Goiânia, e em 1961 Fernando, que já trabalhava no Diário de S. Paulo, sob pressão da mãe, dona Fernanda, juntou-se a ela.

Dois anos depois, integrado ao processo de popularização do kart em Goiânia, começou a escrever suas primeiras notas e reportagens no diároio O Popular, uma coluna chamada AutoMotoKart. Que ao longo do tempo, em 1978, ganhou o éter por meio da rádio Araguaia FM com o nome de Rodas&Motores – em 1985 o programa chegou à televisão e se mantém no ar há 30 anos, hoje pela NET e pela TV Capital. E pela rádio Terra FM.

Serviço
• Esportes a Motor em Goiás: 60 Anos de História, edição bilíngue, 30,5 cm x 26,5 cm, capa dura, 2015;
• textos e seleção de fotos de Fernando Campos, tradução de Jorge Meditsch;
• projeto gráfico da Visualmente Falando, designer gráfico e ilustrador Wiliam Fernando, CTP, impressão e acabamento Editora Poligráfrica,
• realização da Artec Construtora, edição institucional.

Palio espanta a zebra e garante mais uma vitória mensal

Confirmando as expectativas o Palio sagrou-se como o modelo mais vendido no País em julho: fechou o período com 11,3 mil emplacamentos, assegurando distância suficientemente segura para o segundo colocado no período, o Onix, que terminou com 10,7 mil, de qualquer forma um bom resultado para o Chevrolet.

Desta maneira o Fiat começa a solidificar a hipótese de se sagrar bicampeão em 2015, o que seria justamente a segunda vez na história: no acumulado do ano o compacto, somando suas duas versões em oferta no mercado, já registra vantagem de 7,5 mil unidades para o segundo colocado, novamente o Onix, e de 10,6 mil para o terceiro colocado, a Strada.

Mas em julho o último degrau do pódio foi do HB20, com 9,4 mil licenciamentos, deixando o Ka em quarto com 9,3 mil – também um bom desempenho para o Ford – e a Strada apenas em quinto, com 8,9 mil.

Os números foram divulgados pela Fenabrave na segunda-feira, 3.

A seguir ficaram dois modelos VW, bem próximos: Fox/CrossFox com 7,3 mil e Gol com 7,2 mil. Completam os dez primeiros o Renault Sandero, igualmente em mês positivo com 6,8 mil, e Uno, 6,1 mil, apenas 14 unidades à frente do Toyota Corolla, repetindo excelente volume e o feito de ser o sedã mais vendido do Brasil, desbancando até os compactos desta faixa, além de fechar o top-10 dos mais vendidos.

Quem igualmente comemora julho é o HR-V, outra vez com números invejáveis: com 4,4 mil emplacamentos foi o décimo-quinto da lista e o primeiro dos SUVs compactos, quadro já se repete no acumulado do ano, 1,2 mil unidades à frente do EcoSport. O Ford, aliás, foi apenas o quarto desta faixa no mês, com 2,9 mil licenciamentos: perdeu também para o Renegade, 4 mil, e o Duster, 3,2 mil. Foi melhor só que o 2008, com apenas 778.

O desempenho tanto de HR-V quanto do Renegade impressiona: cada um deles superou em vendas de julho outros modelos bem mais baratos, como VW Up!, Ford Fiesta, Toyota Etios, VW Voyage, Renault Logan e Nissan March. No acumulado do ano, porém, o Honda já está quase 12 mil licenciamentos à frente do Jeep.

IAC chega a Itatiaia para fornecer à Jaguar Land Rover

Os primeiros fornecedores da futura fábrica da Jaguar Land Rover começam a chegar à Itatiaia, na região sul-fluminense. Na quinta-feira, 30, o IAC Group, sigla para International Automotive Components, assinou protocolo de intenções com a prefeitura local para instalar três galpões em um terreno de 4,5 mil m² às margens da Via Dutra, na altura de Penedo.

Ali serão montados componentes e sistemas de interiores do Land Rover Discovery Sport, como painéis e consoles, com geração de cerca de 50 empregos direto. Segundo porta-voz da IAC a empresa ocupará os galpões a partir de 1º de setembro, mas as linhas começarão a operar no último trimestre do ano – quando a Land Rover começará a produzir as primeiras unidades-teste do Discovery Sport nacional.

A IAC, formada a partir de um spin-off da divisão de interiores da Lear, tem sede em Luxemburgo, apesar de sua origem em Michigan, e faturou US$ 5,9 bilhões no ano passado. Possui 83 fábricas espalhadas em 20 países, emprega mais de 32 mil pessoas e fornece peças para mais de 300 veículos. Estreia no Brasil com a unidade de Itatiaia para atender, a princípio, apenas à Land Rover, um dos seus cinco maiores clientes globais.

Não é a primeira companhia a se instalar em Itatiaia para fornecer à montadora de origem inglesa: a Benteler Componentes Automotivos também terá operações na cidade fluminense e está, inclusive, em processo de contratação de trabalhadores.

Mas outras estão por vir: o secretário de Desenvolvimento Econômico de Itatiaia, Denilson Sampaio, afirmou ao portal do município na internet que um fornecedor da JLR tem interesse em se instalar em Itatiaia – que negocia também com uma fabricante de cosméticos e uma cervejaria.

Consultada, a Jaguar Land Rover confirmou por meio de porta-voz que a IAC é uma das primeiras fornecedoras da montadora a se instalar em Itatiaia e que outras empresas fecharão acordo nos próximos meses, inclusive após o início da produção, previsto para o fim do ano – até porque há necessidade de aumentar gradativamente o índice de nacionalização dos modelos para atender as exigências do Inovar-Auto.

O início de produção comercial da fábrica e sua inauguração estão confirmados para o primeiro trimestre de 2016.

Vendas de veículos caem 22,8% em julho

Em julho foram licenciados 227,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus no mercado brasileiro, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave na segunda-feira, 3. O resultado, 22,8% inferior ao do mesmo mês do ano passado – que registrou 294,8 mil unidades vendidas –, ficou abaixo também das projeções dos varejistas, que esperavam vendas na casa de 228 mil a 230 mil unidades.

Comparado com junho, quando foram emplacados 212,5 mil veículos, o mercado apresentou avanço de 7,1%, mas houve redução na média diária de vendas: de 10,1 mil unidades/dia em junho, 21 dias úteis, para 9,9 mil veículos/dia em julho, 23 dias úteis. Há de se considerar, porém, que o maior mercado do País, o Estado de São Paulo, teve apenas 22 dias úteis, uma vez que 9 de julho foi feriado estadual e os Detrans não operaram.

No acumulado do ano o mercado registra redução de 21% nas vendas, com 1 milhão 547 mil unidades comercializadas, ante 1 milhão 968 mil veículos vendidos nos primeiros sete meses do ano passado. A queda se aprofundou 0,3 ponto porcentual na comparação com o primeiro semestre.

O segmento de automóveis e comerciais leves apresentou queda de 21,6% em julho, somando 219,4 mil emplacamentos. Com relação a junho houve avanço de 7,2% e no acumulado do ano a retração alcançou 20%, para 1 milhão 489 mil unidades.

Em caminhões as vendas chegaram a 6,5 mil unidades no mês passado, queda de 47,3% na comparação anual e crescimento de 4,9% com relação a junho. No acumulado do ano foram emplacados 43,9 mil veículos, volume 43% inferior ao de igual período de 2014.

As vendas de chassis de ônibus somaram 1 mil 698 unidades em julho, volume exatamente igual ao de junho, mas 34,6% inferior ao de julho do ano passado. De janeiro a julho foram comercializados 13,4 mil chassis, queda de 26,5%.

O mercado de motocicletas recuou 11% no mês passado, para 107,7 mil unidades – 7,1% acima do volume comercializado em junho. Nos primeiros sete meses do ano os licenciamentos do segmento chegaram a 749,5 mil unidades, queda de 10,6%.

Ranking – A Fiat fechou o mês com a liderança nas vendas de automóveis e comerciais leves, com 17,4% de participação. A vice-liderança ficou com a Volkswagen, que teve 14,2% do total dos licenciamentos, seguida por General Motors, com 14%. A Ford, com 12% ficou na quarta posição e encostou no pódio.

Zoe poderá ser vendido no varejo no Brasil

Em visita de uma semana ao Brasil o diretor mundial de programa de veículos elétricos da Renault, Eric Feunteun, pretende fazer contatos com empresas locais para incentivar o uso desse tipo de produto no País.

Em entrevista concedida na segunda-feira, 3, revelou que já passa de setenta o número de veículos elétricos da marca comercializados no País – dos quais 25 do modelo Zoe, lançado na Europa no final de 2012 e apresentado aqui no início de 2013.

Embora deixando claro que não exista qualquer previsão de quando a empresa iniciará venda no varejo de seus modelos elétricos, Feunteun adiantou que quando isso ocorrer o veículo escolhido será o Zoe:

“Essa seria a nossa opção para a venda no Brasil diretamente para o consumidor comum. É um modelo adequado ao uso cotidiano, com autonomia de 150 quilômetros, e a perspectiva de dobrar este número nos próximos anos a partir dos investimentos em curso para ampliar sua capacidade de rodagem”.

A venda no varejo, segundo o diretor mundial, dependeria de uma maior estrutura de abastecimento dos modelos elétricos, o que ainda não existe no Brasil. No caso dos negócios fechados com empresas a Renault instala na concessionária que intermediou o negócio um posto de carregamento, dedicado a atender o novo cliente regionalmente.

A empresa mantém no Brasil parcerias com a Itaipu Binacional e a CPFL Energia, além de atender empresas interessadas em testar os elétricos em suas frotas. De acordo com Feunteun, o elétrico ainda tem limitações no mercado brasileiro por causa do preço – três a quatro vezes maior do que versão similar a gasolina, como acontece com o Fluence elétrico – e autonomia limitada:

“Estatísticas no Exterior dão conta que 98% dos usuários de elétricos carregam seus veículos em casa ou no trabalho. Mas há uma discussão sobre como abastecer e quem paga a conta, dependendo de onde o automóvel estiver”.

A Aliança Renault Nissan investe US$ 4 bilhões no desenvolvimento de veículos elétricos e já vendeu mais de 250 mil unidades desses modelos em todo o mundo. No Brasil comercializa o Twizy, Zoe, Kanggo e Fluence com motores elétricos, sempre para frotistas envolvidos com as demandas do setor elétrico ou energético.

“O retorno das empresas brasileiras tem sido muito bom. A manutenção do elétrico é mais barata e com custo de R$ 7 é possível percorrer 100 quilômetros”, comenta o diretor mundial.

A Itaipu Binacional, uma das principais parceiras da Renault nessa área, iniciou no final do ano passado a montagem de 32 unidades do Renaul Twizy com parte do acordo de cooperação tecnológica assinado com a Renault no ano anterior. Além disso a usina possui frota de vinte unidades do Zoe, entregue em março do ano passado.

Hyundai-Caoa firma TAC com MP por propaganda enganosa

A Hyundai-Caoa firmou um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, com o Ministério Público de São Paulo se comprometendo a não mais veicular qualquer tipo propaganda enganosa, ainda que parcial, que possa induzir o consumidor a erro na hora de adquirir seus produtos e serviços.

Esse foi o acordo que a empresa e a Z+ Comunicação, agência de publicidade sediada na Capital paulista que atende à Hyundai-Caoa, fizeram para que o inquérito civil instaurado em 2011, com base em decisões do Conar, fosse encerrado.

Procurada pela reportagem da Agência AutoData, a Hyundai-Caoa afirmou por meio de sua assessoria de comunicação que não se manifestaria sobre o assunto.

O TAC assinado cita diversas peças publicitárias da montadora, produzidas pela agência e veiculadas desde o ano 2000.

Em outubro de 2010, por exemplo, o Conar recomendou a alteração de anúncios que afirmavam: “A Hyundai passa a Ford e já é a quarta maior fabricante de automóveis do mundo” – a posição fora alcançada apenas na Coreia do Sul e somava a produção da Kia, outra fabricante do Grupo – e “Hyundai eleita a melhor do mundo entre as marcas de grande volume de vendas”.

O documento traz ainda outra série de comerciais que usaram frases que poderiam induzir o consumidor a erro. Algumas delas, sobre a marca: “a Hyundai-Caoa fabrica em Goiás carros com a tecnologia mais avançada do mundo”, “A Hyundai não teve aumento de IPI porque tem fábrica no Brasil” e “Hyundai é a segunda marca mais vendida na Europa”.

Diversas peças publicitárias dos veículos Azera, Elantra, HR, i30, ix35, Santa Fé, Sonata, Tucson e Veracruz também foram citadas. Um exemplo sobre o Tucson: “O mais vendido e desejado do Brasil”. A empresa citou também a concorrência em suas peças, em diversas oportunidades, como na que dizia “Novo Hyundai Veracruz 2011: mais potente que o Land Rover Discovery V6, maior que o Volvo XC90 e custa bem menos do que o Volkswagen Touareg”.

Pelos termos do acordo a Hyundai-Caoa deverá pagar R$ 100 mil cada vez que descumprir a promessa de não veicular mais propaganda enganosa nos meios de comunicação.

A companhia se comprometeu ainda, pelos termos do TAC, a indenizar a sociedade pelos danos morais causados efetuando a doação de 27 caminhões modelo HR, com baú, 0 KM. Avaliados em R$ 60,5 mil cada – a soma chega a R$ 1,6 milhão, portanto –, serão doados a entidades filantrópicas nos próximos oito meses, sendo quinze para a região Sudeste, cinco para a região Sul, três na região Nordeste, três na Centro-Oeste e um na região Norte. A quantidade definida de acordo com o volume de vendas da Hyundai-Caoa no Brasil, por regiões.

As doações também não poderão ser usadas para promoção pessoal, redução ou isenção de tributos: ao efetua-las, a montadora deverá informar que se trata de cumprimento de obrigação assumida junto ao MP-SP.

Julho deve fechar de 228 mil a 230 mil unidades vendidas

O mês de julho deverá encerrar com vendas de autoveículos – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – na faixa de 228 mil a 230 mil unidades comercializadas. A previsão é do varejo, levando-se em conta os números registrados até a quinta-feira, 30: foram licenciados no País 215 mil unidades, e espera-se de 13 mil a 15 mil emplacamentos no último dia útil, a sexta-feira, 31.

Caso confirmado, esse volume representará índice próximo de 22% de queda na comparação com julho de 2014, porém alta de aproximadamente 7,5% ante junho, que fechou com 212,5 mil unidades licenciadas segundo dados da Anfavea.

O total ainda apontaria média diária de quase 10 mil unidades, contando o feriado estadual de São Paulo, maior mercado do País, no dia 9, e sua emenda na sexta-feira, 10. Este índice se configura como o novo patamar de vendas em 2015: ainda que com pequenas variações, este padrão próximo a 10 mil emplacamentos por dia se repete desde fevereiro. Só foi diferente em janeiro, quando chegou a 12 mil.

Assim, julho só será melhor que junho devido ao número maior de dias úteis: 23 a 21, mais uma vez considerando no cálculo o feriado com emenda no Estado de São Paulo.

Caso a previsão do varejo para julho seja confirmada o acumulado dos sete primeiros meses do ano indicará volume muito próximo a 1 milhão 548 mil autoveículos comercializados, o que representaria redução bem próxima de 21% ante as 1 milhão 958 mil do mesmo período de 2014 – mantendo a curva de redução estável ante o acumulado até junho, fechamento do primeiro semestre, que foi de 20,7%.

Especificamente nos caminhões a previsão do mercado, de acordo com fontes do segmento consultadas pela Agência AutoData, é de encerramento dos negócios em julho na casa de 6 mil unidades, ou pouca coisa além. Esse resultado representaria estabilidade perante junho e também maio, ainda que a redução na comparação com julho de 2014 chegue muito perto de 50%.

Os resultados oficiais do mês serão divulgados pela Fenabrave na segunda-feira, 3.