Fiat, GM e VW: menos da metade do mercado.

Pela primeira vez na história da indústria automotiva brasileira as três marcas líderes de mercado detêm menos de 50% das vendas locais no acumulado do ano. Fiat, Chevrolet e Volkswagen registraram, somadas, 49,5% de participação nos licenciamentos de automóveis e comerciais leves no período de janeiro a julho, segundo dados da Anfavea.

Foram licenciados 737,8 mil veículos das três marcas nos primeiros sete meses do ano, volume 30,3% inferior ao comercializado em igual período de 2014 – ou 320,1 mil veículos vendidos a menos em sete meses. Ao fim de julho do ano passado as lideres acumulavam 56,8% das vendas do mercado nacional.

O mercado cedeu 20% neste mesmo período, com 373 mil unidades comercializadas a menos do que de janeiro a julho do ano passado. Com isso, as três marcas registraram perda de 7,3 pontos porcentuais de participação do mercado.

A líder Fiat perdeu mais. Suas vendas caíram 31,5% nos primeiros sete meses do ano, para 274,8 mil unidades, garantindo à marca 18,4% de participação de mercado. Há um ano essa fatia estava em 21,5%.

A Chevrolet, da General Motors, viu suas vendas cederem 28,7%, para 235 mil unidades, mas manteve a vice-liderança com 15,8% de market share. Ao fim de julho do ano passado também era vice-líder, mas tinha 17,7% de participação.

Em terceiro permanece a Volkswagen, apesar do recuo de 30,4% nas vendas. A montadora, que no ano passava somava 17,6% de market share, fechou o período de janeiro a julho com 15,3% das vendas.

Quarta colocada, a Ford foi uma das que roubou parte dessa fatia das líderes. As vendas dos modelos da marca caíram 4,7% de janeiro a julho – abaixo, portanto, da média do mercado – e, com isso, sua participação subiu de 9% para 10,8%, 1,8 ponto porcentual.

A Hyundai, quinta colocada, ganhou 1 ponto de participação em um ano e subiu de 7% para 8% das vendas do mercado de automóveis e comerciais leves. Os licenciamentos da marca caíram 8,8%. A Renault, sexta, apresentou queda de 17,7% e ficou com 7,1% de participação, avanço de 0,2 ponto porcentual.

Sétima e oitava colocadas, Toyota e Honda apresentaram desempenho oposto ao do mercado: as vendas cresceram 1,4% e 17,9%, respectivamente, com 6,9% e 5,7% da fatia das vendas – há um ano representavam 5,5% e 3,9%.

A Nissan, nona colocada do ranking, teve redução de 3,2% nas vendas e fechou com 2,4% de participação, ganho de 0,4 ponto porcentual. A décima colocada, Mitsubishi, não aparecia na lista dos dez mais no ano passado, posto que era ocupado pela Citroën.

DAF: entendendo o mercado brasileiro.

Quando assumiu o posto de diretor comercial da DAF, montadora com unidade produtiva em Ponta Grossa, PR, o paulista Luis Antonio Gambim encontrou cerca de 260 caminhões nos estoques da fábrica e da rede de concessionários. O executivo arregaçou as mangas, buscou os contatos acumulados em mais de vinte anos de indústria automobilística e, com a ajuda de cinco grandes negócios fechados, praticamente eliminou a quantidade de caminhões armazenada.

Na visão do diretor a DAF não deve trabalhar com estoques. “Ainda somos pequenos no Brasil e produzimos em Ponta Grossa cerca de dois caminhões por dia. Eles precisam circular, precisam aparecer nas rodovias. Essa é a melhor propaganda”.

A queima de estoque teve seu preço. Gambim admite que ofereceu descontos generosos aos novos clientes dos caminhões, apertando um pouco da margem da companhia, que completará dois anos de produção no Brasil. No sentido oposto, afrouxou as exigências da DAF aos concessionários, que necessitavam investir vultuosas quantias para erguer uma revenda da marca. O valor, segundo ele, caiu pela metade.

Após dois anos de produção nacional a DAF entendeu e se reorganizou para competir no mercado brasileiro. A chegada do executivo, que também trabalhou na Rodobens e na Volvo, foi uma das mudanças promovidas pela companhia: trouxe alguém que conhece e entende o mercado brasileiro de caminhões para comandar a equipe de vendas.

Gambim ainda está montando sua equipe, buscando profissionais de outras montadoras. Alguns já estão na empresa e trabalham agora para cumprir a primeira grande meta estipulada pelo executivo: fechar o ano com 3,5% de participação nas vendas do segmento pesado – atualmente estão com 2,2%.

“Há cinquenta dias, antes da minha chegada, tínhamos menos de 1%. O mercado de pesados fechou julho com 10,8 mil unidades vendidas. Acredito que neste ano serão vendidas de 17 mil a 19 mil unidades”.

Até o fim do ano a equipe do executivo terá novas armas para competir no mercado. Na Fenatran será apresentado ao público o segundo modelo nacional, o caminhão CF com opção de 360cv e 410cv, para competir em um segmento em que a DAF ainda não possui produtos – o de modelos com configuração 4×2. A linha XF também terá novidades na feira, com a chegada da cabine Super Space.

Cresce também a rede de concessionários: das atuais 20 passará para 25 pontos de venda, com a chegada a Bahia, Espírito Santo, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Desde o começo desse mês toda a linha XF está apta a ser financiada pelo Finame, do BNDES, por superar 60% de conteúdo local. O mesmo ocorrerá com a CF, garante Gambim.

Subir o conteúdo nacional, alega o executivo, é um dos grandes desafios da DAF: “Temos fornecedores muito bons e qualificados, mas a cadeia automotiva está sofrendo. Existem empresas em situação de insolvência”.

O projeto de Ponta Grossa prevê a instalação de um parque de fornecedores, mas é algo que será feito mais para frente, garante o executivo – assim como a produção local das cabines e motores. Quando? “Depende do mercado”.

A grande meta do executivo é alcançar 10% das vendas de modelos pesados. Não traça prazo para chegar ao objetivo, mas garante: “A DAF será uma das grandes montadoras de caminhões do Brasil nos próximos dez anos”.

Produção recua 15% em julho

Puxada pela retração nas vendas internas e externas, a produção de veículos caiu 15% em julho, comparado com o mesmo mês do ano passado. De acordo com dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 6, saíram das linhas de montagem 215,1 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus no mês passado, ante 252,7 mil unidades em julho de 2014.

Com relação a junho houve avanço de 17,8% no volume produzido nas fábricas brasileiras. A comparação, porém, tem algumas distorções, conforme lembrou o presidente da Anfavea, Luiz Moan, em entrevista coletiva à imprensa: “Em junho o movimento de férias coletivas foi mais intenso”.

Segundo a Anfavea no fim de junho havia cerca de 37 mil trabalhadores em férias, lay off, licença remunerada e outros mecanismos aplicados pela indústria para ajustar a produção ao mercado. Moan afirmou que ao fim de julho esse número alcançava 7 mil pessoas.

“Sem dúvida existe um excedente de trabalhadores nas fábricas. Estamos produzindo no nível de 2006, com maior número de funcionários. Os lay offs , férias coletivas, mostram claramente que existe essa diferença”.

De janeiro a julho foram produzidos 1,5 milhão de veículos, ante 1,8 milhão de unidades no ano passado. De um ano para cá mais de 14,5 mil trabalhadores foram desligados das fábricas de automóveis, caminhões, chassis de ônibus e máquinas agrícolas. Somente em julho foram 1,2 mil demissões.

“Algumas montadoras já estão trocando ideia com centrais sindicais a respeito de possível adesão ao PPE [Programa de Proteção ao Emprego, criado no mês passado pelo governo federal]”, disse Moan. Ele acredita que essa medida pode ajudar a evitar demissões no setor.

Nos últimos doze meses foram produzidos nas fábricas brasileiras 2,8 milhões de veículos, 15,4% abaixo da produção dos doze meses imediatamente anteriores. A Anfavea projeta 2,6 milhões de unidades produzidas este ano, queda de 10% com relação ao resultado de 2014.

Crise de confiança impede reação nos chassis de ônibus

O mercado de chassis de ônibus voltou a recuar em julho. No último mês foram comercializadas 1 mil 432 unidades, queda de 34,6% em relação a julho de 2014, quando foram vendidos 2 mil 189 chassis no País. Na comparação mensal a queda foi mais amena, de 1%.

Segundo Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea, “há potencial de venda de chassis, mas a crise de confiança impede a retomada das compras. O empresariado está receoso com os cenários econômico e político e está postergando as aquisições”.

O executivo lembrou ainda que o mercado de ônibus foi muito impactado pelas vendas ao programa Caminhos da Escola, do Governo Federal. “É como se um segmento de mercado tivesse sido extinto e não há previsão para que o programa volte a ter números significativos.”

A previsão da Anfavea aponta 20 mil chassis comercializados em 2015. No acumulado do ano até julho o número chegou a 11 mil 97 unidades, uma queda de 28,6% na comparação anual. “Se mantivermos esse ritmo não vamos chegar às 20 mil unidades. A esperança é que alguma licitação anime o mercado” – uma das apostas é na cidade de São Paulo.

A produção de chassis acompanhou o recuo nas vendas. Em julho 1 mil 895 unidades deixaram as fábricas brasileiras, uma queda de 35,8% na comparação anual. Em relação a junho, porém, houve avanço de 5,3% no volume produzido: muitas fábricas encerraram férias coletivas e retomaram as atividades no período.

Os ônibus urbanos registraram a maior retração na produção: 44,9% na comparação anual. Já o segmento de rodoviários apresentou recuo de 5,7% no mesmo período. No acumulado do ano a produção de chassis soma 15 mil 760 unidades. O volume é 28,9% menor do que o apurado no mesmo intervalo de 2014.

As exportações são a parte positiva do mercado de chassis de ônibus. Em julho 717 unidades deixaram o País, uma alta de 15,3% na comparação anual. Já na relação com julho o avanço foi de 10,5%. No acumulado do ano as remessas de chassis somam 3 mil 981 unidades, aumento de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2014.

Caminhões: um ano de sete meses.

O mercado de caminhões alcançará até dezembro volume de vendas semelhante ao apurado de janeiro a julho do ano passado – em torno de 77 mil unidades. Essa foi a projeção divulgada por Luiz Moan, presidente da Anfavea, na coletiva à imprensa de quinta-feira, 6, quando foram divulgados os resultados de julho e do acumulado do ano.

“Teremos um ano de sete meses”, afirmou Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da associação que representa as montadoras. De janeiro a julho deste ano foram comercializados 43,8 mil caminhões, volume 43,1% inferior ao do mesmo período do ano passado. “O setor ainda passa por um momento bem difícil”.

Em julho foram vendidos  6 mil 497 caminhões, o segundo melhor volume para o ano – só ficou abaixo de janeiro, quando foram emplacadas 7 mil 675 unidades. Mesmo assim o resultado ficou 47,6% inferior ao do mesmo mês de 2014.

A produção também sofre. Em julho saíram das linhas de montagem 6,6 mil caminhões, volume 25% superior a junho e 46,4% inferior do mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano foram produzidas 48,3 mil unidades, queda de 45,4% com relação aos primeiros sete meses do ano passado.

“A produção acompanha o mercado interno, com as montadoras ajustando seus níveis de estoque para não afetar tanto o capital de giro das fábricas e das concessionárias. É uma redução drástica, para ajustar ao tamanho do mercado”.

Dados positivos são encontrados nas exportações. Nos primeiros sete meses foram enviados ao Exterior 12 mil caminhões, crescimento de 12,2% sobre o resultado de igual período de 2014. Em julho os embarques alcançaram 1,7 mil unidades, queda de 10,4% sobre junho, mas 31,7% acima do exportado em julho de 2014.

Mercado deve manter mesmo ritmo até dezembro

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, reafirmou na quinta-feira, 6, que a retomada do mercado nacional de veículos deve acontecer no primeiro trimestre de 2016 – expectativa que revelou em primeira mão em seminário promovido pela AutoData Editora em 20 de julho. Segundo ele, houve uma postergação da melhora do cenário devido à demora da implantação do ajuste fiscal: “Esperávamos que as medidas fossem realizadas de forma mais ágil, mesmo assim estamos confiantes que o mercado apresentará uma reação”.

Durante a divulgação dos resultados de julho, realizada em São Paulo, o dirigente afirmou que a retração acentuada nas vendas faz parte de um momento passageiro.  “Sabemos que isso vai passar. Não é a toa que a indústria anunciou R$ 8 bilhões em novos investimentos no País. Ao todo já foram confirmados R$ 85 bilhões no Brasil para os próximos anos”, afirmou. “Todos estamos confiantes em uma melhora e no potencial do País.”

Moan acredita que o ritmo de vendas até dezembro deve manter o mesmo patamar apurado durante o ano. “Nós prevíamos uma recuperação no segundo semestre, mas haverá um atraso nesses resultados justamente pela demora na aprovação das medidas de ajuste fiscal.”

Em julho foram comercializados 227,6 mil automóveis, comerciais leves, ônibus, caminhões e máquinas agrícolas no País. O volume é 22,8% menor do que o apurado um ano antes.  Na comparação mensal, no entanto, houve um incremento de 7,1% nas vendas.

De acordo com Moan, os brasileiros mantêm a propensão de compra de veículos. “Prova disso é a venda de veículos usados. De janeiro a julho foram comercializadas cerca de 6 milhões de unidades, uma alta de 4% na comparação anual”, disse.

Para Moan, outra prova de que o mercado tem potencial para se recuperar são os consórcios. “Em junho foram comercializadas 78,5 mil cotas no País, uma alta de 9% ante maio e de 37% ante junho de 2014. Os brasileiros querem comprar.”

No acumulado do ano a venda de veículos soma 1 milhão 546 mil unidades, em baixa de 21% na comparação anual. Já as vendas anualizadas apresentam retração de 13,9%, para 3 milhões 90 mil unidades.

Estoques – O nível de estoque recuou em julho. Segundo a Anfavea, o total caiu de 46 dias em junho para 45 dias no último mês.

Em volumes a somatória passou de 351,1 mil unidades para 344,8 mil no fechamento de julho. Desse total, 206,9 mil estão em poder dos concessionários e 137,9 mil nas fábricas.

Máquinas: mercado interno volta a cair em julho.

Depois de uma leve reação em junho, com elevação de quase 7% sobre o mês anterior, o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias recuou novamente em julho. No mês, indica levantamento da Anfavea divulgado na quinta-feira, 6, foram negociadas 4 mil unidades, 37,5% a menos do que um ano antes e  9,1% abaixo do apurado no mês anterior. No acumulado dos primeiros sete meses a queda nos negócios chegou a 27,2% na comparação com igual período do ano passado.

Para Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Anfavea, o resultado mensal inferior ao de junho não indica necessariamente um cenário de quedas ainda mais expressivas ao longo do ano. A dirigente admite até mesmo uma média igual ou até um tanto melhor nos últimos cinco meses de 2015, suficiente até mesmo para diminuir o recuo apurado de janeiro a julho. 

“Ainda dá para acreditar em um mercado anual só 20% inferior ao de 2014”, afirmou, enfatizando a própria ironia para acrescentar que a indústria ainda persegue a projeção inicial para o ano.

Esse degrau abaixo do mercado de julho não surpreendeu, segundo a vice-presidente da Anfavea.  Afinal o setor se ressentiria de alguma escassez de crédito em especial na primeira quinzena, período de transição do Plano-Safra 2014/2105 para o 2015/2016. “O BNDES voltou a operar suas linhas somente na metade do mês”, lembrou Andrade.

O Plano-Safra 2015/2016 foi anunciado ainda no transcorrer de junho com recursos da ordem de R$ 187 bilhões, 20% a mais do que no ano passado, embora com taxa média maior, de 8,75% ao ano.

Mas preocupante, para ela, é a seguida queda no índice de confiança do agricultor, que chegou a 82,8 pontos no segundo trimestre do ano – no encerramento de 2014 era de 104,4 pontos.

Com um mercado interno 27% menor no acumulado do  ano a produção de máquinas agrícolas e rodoviárias não poderia seguir ritmo nada diferente, até mesmo porque as exportações de 6,2 mil unidades em sete meses – 843 delas em julho – também não ajudam muito: foram 21,3% menores do que de janeiro a julho de 2014.

Em julho foram fabricadas 5 mil 119 máquinas, 41,6% a mais do que no mês anterior. A grande variação positiva, no entanto, se justifica somente pela base comparativa fraca, já que em junho muitas empresas mantiveram suas linhas paradas em função de férias. De qualquer forma, foi o terceiro melhor mês do ano e atenuou o decréscimo acumulado, agora de 27,7%. 

Os tratores de rodas, segmento de maior volume de produção, somaram 4,2 mil unidades fabricadas em julho, 49,3% a mais do que no mês anterior, mas 41,4 % a menos do que no mesmo mês do ano passado.   

Exportações à espera de novos acordos até setembro

Apesar de ter caído em julho comparativamente a junho, o volume de veículos exportados segue com resultado positivo no ano e a receita registra queda menor mês a mês, mantendo-se assim a expectativa de o setor de ao menos repetir em 2015 os US$ 11,5 bilhões do ano passado.

Ao divulgar os dados de exportação na quinta-feira, 6, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, mostrou-se otimista com a perspectiva de crescimento contínuo nessa área, revelando contatos cada vez mais próximos do governo brasileiro com Peru e Colômbia: “Acreditamos que ainda este mês ou no máximo em setembro serão assinados com os dois países acordos bilaterais, com melhorias em relação ao que existe hoje”.

Por esta razão a associação decidiu postergar a revisão das projeções de vendas ao mercado externo neste ano por mais um ou dois meses.

Em julho foram embarcados 28,3 mil veículos, 17,6% a menos do que o total de 34,3 mil do mesmo mês de 2014 e resultado 40,7% inferior ao de junho, quando as exportações chegaram a 47,7 mil unidades. No acumulado, porém, verifica-se crescimento de 10,7%, com exportações de 225,3 mil veículos até julho ante os 203,6 mil dos primeiros sete meses do ano passado.

Em valores as vendas externas atingiram US$ 747 milhões no mês passado, 24,7% a menos do que no mesmo mês de 2014, US$ 992 milhões, e redução de 25,7% em relação a junho, quando o setor exportou perto de US$ 1 bilhão. As variações mês a mês, segundo a Anfavea, são naturais e, por isso, não preocupam. O importante, de acordo com Moan, é que no acumulado do ano a queda da receita com exportação mostra tendência de recuperação:

“Começamos o ano com o comparativo anual indicando 27% de retração no valor exportado e agora esse índice está em 10%. Nos primeiros sete meses atingimos quase US$ 6,3 bilhões ante US$ 7 bilhões no mesmo período de 2014, mas acreditamos em crescimento até dezembro e, por isso, mantemos nossa meta de equiparar a receita das exportações deste ano com as de 2014”.

O crescimento em volume em contraste com a queda em receita deve-se basicamente ao mix de produtos importados. Enquanto os embarques de automóveis crescem 10,7% no ano, os de máquinas agrícolas caem 21,3% – 6,2 mil unidades este ano contra quase 7,9 mil nos primeiros sete meses de 2014. “São produtos de maior valor agregado e preço unitário maior, o que acaba gerando a queda do faturamento do setor com exportações”, explica o presidente da Anfavea.

BMW S 1000 RR nacional fica R$ 4 mil mais barata

A superesportiva BMW S 1000 RR começa a ser produzida este mês na Zona Franca de Manaus, dentro das instalações que a BMW Motorrad possui na fábrica da Dafra na Capital amazonense. O preço foi reduzido em R$ 4 mil com relação ao modelo importado da Alemanha.

Segundo a companhia, em comunicado, a versão nacional, que desde janeiro está disponível em nova geração, oferecerá o mesmo pacote de equipamentos da importada, mas o preço caiu para R$ 72,9 mil para as cores vermelha e preta e R$ 75,4 mil para a tricolor em vermelho, branco e azul.

É a sétima motocicleta nacionalizada pela companhia, que também monta por aqui a G 650 GS, F 800 R, F 800 GS, F 800 GS Adventure, R  1200 GS e R 1200 GS Adventure.

Frederico Alvarez, diretor da BMW Motorrad Brasil, afirmou no comunicado que a produção local da S 1000 RR dá sequência à estratégia de nacionalização das motocicletas da marca, com a mesma qualidade e preços ainda mais competitivos.

“O Brasil é o quinto maior mercado da BMW Motorrad no mundo e segue promissor no segmento de alta cilindrada.”

Rassini NHK é a primeira empresa do setor a aderir ao PPE

A fabricante de molas e feixes de molas Rassini NHK, detentora da marca Fabrini, é a primeira empresa do setor automotivo a aderir ao PPE, o Programa de Proteção ao Emprego, lançado pelo Governo Federal há aproximadamente um mês. A proposta foi aprovada em assembleia realizada na sede da empresa, em São Bernardo do Campo, SP, da manhã da quarta-feira, 5.

As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O acordo prevê redução de 15% da jornada de trabalho com igual redução dos salários para todos os 550 trabalhadores da fábrica, com complementação via FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador, de metade da redução salarial – ou seja, 7,5%. A iniciativa terá duração de quatro meses, o que dará ao trabalhador a garantia de emprego até 31 de janeiro de 2015, salientou o sindicato em comunicado.

O programa poderá ser prorrogado por até oito meses.

Para Rafael Marques, presidente do Sindicato, em nota, “este acordo celebrado com a Rassini será referência para a base inteira. A aprovação foi unânime e demonstrou o reconhecimento do espírito do Programa, que valoriza o vínculo do trabalhador ao seu emprego”. Para o dirigente sindical, “é muito mais eficiente, inteligente e correto ter a participação do Estado brasileiro na preservação do emprego”.

Marques reforçou ainda, no comunicado, que o sindicato “não vai admitir demissões na categoria. Vamos exigir dos empresários que usem o programa [PPE] até o limite. Se tiver demissão, vai ter greve”.

Fim do lay-off – Os 750 metalúrgicos da General Motors que estão em lay-off desde março devem retornar à fábrica de São José dos Campos na próxima segunda-feira, 10. Esta é a expectativa do sindicato local, que revelou, em comunicado, que na quarta-feira, dia 5, os trabalhadores começaram a receber telegramas da montadora comunicando retorno.

A notícia da volta à fábrica está sendo recebida com alívio pelos trabalhadores, de acordo com o sindicato – os metalúrgicos terão direito a garantia de estabilidade pelos próximos três meses.

O lay-off na GM de São José dos Campos começou no dia 9 de março e atingiu 798 trabalhadores, sendo que 48 já retomaram suas atividades.