Cerca de uma centena de executivos da indústria automotiva, incluindo representantes de montadoras, fornecedores e outros elos da cadeia, se reuniu na quinta-feira, 27, para discutir os desafios e as oportunidades para o setor no Estado do Paraná nos próximos anos.
O 1º. Fórum Automotivo Regional do Paraná, realizado pela AutoData Editora no Centro de eventos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, a FIEP, em Curitiba, PR, os palestrantes foram unânimes em apontar os investimentos no aumento da competitividade, da competência técnica e da capacidade de inovação como principais ferramentas para que as empresas do setor enfrentem o período de desafios impostos pelo atual cenário econômico brasileiro e se preparem para uma retomada do crescimento – que a grande maioria projeta para o médio prazo.
Primeira palestrante do Fórum, a gerente dos Observatórios do Sesi, Senai e Instituto Evaldo Lodi, IEL, Marília de Souza, ressaltou a importância do setor automotivo para a indústria paranaense, em que fabricantes de veículos e autopeças, juntos, ocupam a segunda posição na geração de PIB industrial no Estado, representando 18% do total.
Grande responsável pela mudança de perfil do Paraná, tradicionalmente agrícola, o setor automotivo é hoje o terceiro principal gerador de empregos industriais ali. Em 1990 o Estado era responsável por 0,5% da produção de veículos no Brasil, índice que atualmente cresceu para 11%.
Para Souza, “o setor automotivo elevou o Estado para um patamar de desenvolvimento que dificilmente seria alcançado dentro de seu perfil tradicional de produção”.
Embora de 2014 para 2015 o setor automotivo tenha registrado redução de 7,8 mil postos de trabalho no Paraná, caindo de 46 mil vagas ocupadas em 2013 para cerca de 39 mil hoje, a expectativa é de recuperação. Também segundo informações dos Observatórios, o segmento automotivo, incluindo autopeças, responde por quase 10% dos R$ 60 bilhões em intenções de investimento no Paraná, para o período 2011-2023.
A exportação foi caminho defendido por Antonio Megale, primeiro vice-presidente da Anfavea, também palestrante do evento, como chave para a expansão do setor. Para ele o grande aumento do consumo interno de veículos nos últimos anos fez com que os fabricantes – que já chegaram a exportar 40% de sua produção – esquecessem o mercado externo.
“Mas, para que a exportação seja viável, o principal desafio de nossa indústria é investir em avanços tecnológicos que nos permitam fabricar um produto mundial”, afirmou em sua apresentação. Para o dirigente, a eficiência energética dos veículos é um dos aspectos mais importantes para garantir essa competitividade. “Felizmente o Brasil registra avanços sólidos nessa área, em grande parte impulsionados pelo programa Inovar-Auto.”
Outros três palestrantes, Volker German, diretor de produção da Volkswagen/Audi, Carlos Morassuti, VP de assuntos corporativos da Volvo do Brasil, e Carlos Henrique Ferreira, diretor de comunicação da Renault do Brasil, concordaram que o momento é de unir esforços. Os representantes das três montadoras citaram programas internos de redução de custos em que os próprios colaboradores propõem ideias para aumentar a eficiência das fábricas.
“Momentos de incerteza econômica como o que vivemos hoje não podem nos paralisar”, reforçou Christian Murayama, sócio diretor da KPMG e também participante do evento. “As empresas precisam continuar investindo em ganhar eficiência e ajudar sua cadeia de fornecimento a ser cada vez mais eficiente.”