Paraná: momento é de unir esforços.

Cerca de uma centena de executivos da indústria automotiva, incluindo representantes de montadoras, fornecedores e outros elos da cadeia, se reuniu na quinta-feira, 27, para discutir os desafios e as oportunidades para o setor no Estado do Paraná nos próximos anos.

O 1º. Fórum Automotivo Regional do Paraná, realizado pela AutoData Editora no Centro de eventos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, a FIEP, em Curitiba, PR, os palestrantes foram unânimes em apontar os investimentos no aumento da competitividade, da competência técnica e da capacidade de inovação como principais  ferramentas para que as empresas do setor enfrentem o período de desafios impostos pelo atual cenário econômico brasileiro e se preparem para uma retomada do crescimento – que a grande maioria projeta para o médio prazo.

Primeira palestrante do Fórum, a gerente dos Observatórios do Sesi, Senai e Instituto Evaldo Lodi, IEL, Marília de Souza, ressaltou a importância do setor automotivo para a indústria paranaense, em que fabricantes de veículos e autopeças, juntos, ocupam a segunda posição na geração de PIB industrial no Estado, representando 18% do total. 

Grande responsável pela mudança de perfil do Paraná, tradicionalmente agrícola, o setor automotivo é hoje o terceiro principal gerador de empregos industriais ali. Em 1990 o Estado era responsável por 0,5% da produção de veículos no Brasil, índice que atualmente cresceu para 11%.

Para Souza, “o setor automotivo elevou o Estado para um patamar de desenvolvimento que dificilmente seria alcançado dentro de seu perfil tradicional de produção”.

Embora de 2014 para 2015 o setor automotivo tenha registrado redução de 7,8 mil postos de trabalho no Paraná, caindo de 46 mil vagas ocupadas em 2013 para cerca de 39 mil hoje, a expectativa é de recuperação. Também segundo informações dos Observatórios, o segmento automotivo, incluindo autopeças, responde por quase 10% dos R$ 60 bilhões em intenções de investimento no Paraná, para o período 2011-2023. 

A exportação foi caminho defendido por Antonio Megale, primeiro vice-presidente da Anfavea, também palestrante do evento, como chave para a expansão do setor. Para ele o grande aumento do consumo interno de veículos nos últimos anos fez com que os fabricantes – que já chegaram a exportar 40% de sua produção – esquecessem o mercado externo.

“Mas, para que a  exportação seja viável, o principal desafio de nossa indústria é investir em avanços tecnológicos que nos permitam fabricar um produto mundial”, afirmou em sua apresentação. Para o dirigente, a eficiência energética dos veículos é um dos aspectos mais importantes para garantir essa competitividade. “Felizmente o Brasil registra avanços sólidos nessa área, em grande parte impulsionados pelo programa Inovar-Auto.”

Outros três palestrantes, Volker German, diretor de produção da Volkswagen/Audi, Carlos Morassuti, VP de assuntos corporativos da Volvo do Brasil, e Carlos Henrique Ferreira, diretor de comunicação da Renault do Brasil, concordaram que o momento é de unir esforços. Os representantes das três montadoras citaram programas internos de redução de custos em que os próprios colaboradores propõem ideias para aumentar a eficiência das fábricas.

“Momentos de incerteza econômica como o que vivemos hoje não podem nos paralisar”, reforçou Christian Murayama, sócio diretor da KPMG e também participante do evento. “As empresas precisam continuar investindo em ganhar eficiência e ajudar sua cadeia de fornecimento a ser cada vez mais eficiente.”

 

Mercedes reabre negociações com sindicato

Na quinta-feira, 27, quarto dia de greve na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, SP, a montadora fez um movimento que pode mudar o destino dos 1,5 mil trabalhadores que seriam demitidos a partir de 1º de setembro: convocou o sindicato para uma nova rodada de negociações.

Um dia antes cerca de 10 mil trabalhadores, de acordo com o sindicato, saíram às ruas do ABC para protestar contra as demissões e pedir à M-B uma possível adesão ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego. O plano permite redução de até 30% na produção com diminuição equivalente no salário, mas até metade desse valor poderá ser bancado pelo FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Em comunicado a Mercedes-Benz destaca que é a favor da adoção do PPE, mas medidas adicionais de contenção de custos, como a reposição parcial da inflação nos salários no ano que vem, seriam necessárias. “Só assim a empresa poderá continuar a gerenciar o excesso de pessoas na fábrica gerado pela ociosidade, que hoje é de 50% diante da forte crise econômica no País”.

Uma proposta com parte do que a M-B sugere foi recusada pelos trabalhadores da fábrica no começo de julho. Na semana passada os executivos da companhia apresentaram a mesma proposta ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que sequer levou à assembleia por não ter sido aceita pelos trabalhadores há pouco mais de um mês.

Desta vez, entretanto, a expectativa é que a empresa apresente proposta diferente. No comunicado a M-B destacou que está disposta a “encontrar solução junto com o sindicato para garantir a estabilidade do emprego aos funcionários por um ano na fábrica”, mas que isso só poderá ocorrer “com sacrifício mútuo, de ambas as partes – empresa e colaboradores”.

A primeira reunião, que durou seis horas, terminou sem avanços, de acordo com informações do sindicato. Uma nova rodada de negociações foi agendada para a tarde de sexta-feira, 28.

Indian confirma entrada no mercado brasileiro

A Indian Motorcycle confirmou na quinta-feira, 27, por meio de comunicado, sua entrada no mercado brasileiro. A marca será lançada oficialmente no País durante o Salão das Duas Rodas, no início de outubro, em São Paulo.

A marca é histórica e carrega legado semelhante ao da também estadunidense Harley-Davidson: foi fundada no início do século passado. Viveu certo ostracismo e viu sua produção ser interrompida várias vezes, em especial dos anos 70 ao início deste século. Voltou de verdade às atividades após sua aquisição pelo Grupo Polaris, em 2011.

No Brasil serão comercializados os modelos Indian Scout, Chief Classic, Chief Vintage, Chieftain e Roadmaster.

A rede de concessionárias será iniciada com lojas em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, RJ, Belo Horizonte, MG, e Florianópolis, SC. De acordo com a empresa serão lojas exclusivas com showroom e oficinas completos. “Novos pontos de venda serão anunciados em 2016 nas demais regiões do País”, afirmou a Indian no comunicado.

A fabricante também já possui site no País: o www.indianmotorcyclebrasil.com.br.

 

Sobrevivendo em situações difíceis

Não há nenhuma dúvida sobre os efeitos dramaticamente negativos da aguda crise de demanda que o setor automotivo enfrenta há mais de um ano. Só para recordar:

  • Nos veículos leves a queda de produção no período de janeiro a julho é de 16,5% comparativamente ao mesmo intervalo de 2014. O que significa 280 mil unidades a menos, ou seja: tivemos 6 meses de produção em um período de 7 meses, levando em conta o desempenho do ano passado – que já apresentara queda de 17% ante 2013. Assim, em dois anos as montadoras deixaram de produzir cerca de 637 mil unidades;
  • nos caminhões e ônibus até julho foram montados perto de 64 mil veículos, baixa de 42% na comparação anual. Em 2014 a redução da produção ante 2013 não chegou a 1%, mas de todo modo em dois anos a queda chegou a 42,5%, ou 47 mil unidades. A maior retração se deu nos caminhões pesados – veículos de maior valor agregado –, cerca de 60% em 2015 ante 2014;
  • em máquinas agrícolas a produção de 35,6 mil unidades representa queda de 27,7%, também a segunda consecutiva em dois anos – em 2014 foi próxima de 15% ante 2013. As colheitadeiras tiveram baixa mais acentuada, de 43% em 2015 e de 19% em 2014, acumulando variação negativa de quase 54% em dois anos, ou 2,8 mil unidades a menos;
  • nas motos a diminuição de 12% na produção significa aproximadamente 109 mil unidades a menos que 2014, enquanto que em dois anos a queda no volume produzido é de 16,2%.

A projeção para os próximos doze meses é a de que um possível aumento da demanda será tímido e lento. Por essa razão toda a cadeia do setor precisa tomar atitudes fortes para mitigar o efeito danoso nos resultados provocados por essa nova realidade no nível de negócios.

Recentemente, como resultado da ação conjunta de várias associações do setor automotivo, o Governo Federal anunciou mais uma medida – a anterior foi o PPE, Programa de Proteção ao Emprego, e abriu o acesso de empresas a empréstimos e financiamentos junto à Caixa e Banco do Brasil. Mas do anúncio da intenção à chegada do recurso à empresa tomadora o caminho é longo, portanto o alívio não será imediato.

A atitude de oferecer os recursos financeiros via Caixa e BB gerou opiniões antagônicas na mídia e por consequência na sociedade, mas é insensato não admitir a grave crise que atinge o setor automotivo. É necessária, sim, ajuda às empresas participantes da cadeia. Não resta dúvida.

Há, por outro lado, grave situação estrutural no segmento de autopeças, principalmente nas empresas de capital nacional Tier 2 e 3, a exigir muito mais atenção na gestão e utilização de melhores práticas.

Acredito que a situação frágil da cadeia de fornecedores do setor irá gerar, no médio prazo, oportunidades de aquisições e fusões, o que resultará em empresas mais sadias e competitivas. Mas não agora: neste momento é preciso formular planos alternativos de negócio e a atenção deve estar no curto prazo.

E é na área financeira onde está a possibilidade de obter dados e informações preciosas, dando mais sustentação ao processo de decisão e evitando uso de ‘achismos’.

Essa é uma lista de pontos de investigação, coleta de dados e formulação de ações:

a)     Atual estrutura de capital do negócio; fontes de financiamento bancário; vencimentos e custos. Dá para renegociar algo? Que propostas seriam encaminhadas aos credores? Quando? Estabeleça um cronograma para ação imediata;

b)    fluxo de caixa: estudar em profundidade a geração de caixa assim como os gastos e investimentos, buscando estabelecer equilíbrio e assim diminuir ou eliminar as necessidades de tomada de recursos no mercado;

c)     condições de pagamento a fornecedores de bens e serviços. Quais são elas, individualmente? Defina um novo parâmetro para negociação e estabeleça um cronograma de consultas e encontros com os parceiros;

d)    preços de venda praticados: discutir com a área comercial oportunidades para elevação de preços onde possível; avalie a rentabilidade por cliente/produto. Faria sentido descontinuar a comercialização de alguma linha de produto não suficientemente rentável? Encaminhar solicitação de reajuste de preços aos clientes nos casos mais críticos de lucratividade, mas fundamentados com a estrutura e evolução dos custos;

e)     prazos de recebimento: Quais são, hoje, por cliente? Em conjunto com a área comercial avaliar mudanças para diminuir o prazo de recebimento definindo cronograma de ação;

f)      custos fixos: estudar com todas as áreas da organização a diminuição dos custos fixos. Isso não inclui somente o quadro de pessoal, mas também as despesas associadas a prestadores de serviços, onde aplicável. Uma vez que as ações são definidas convém estabelecer esquema para monitorar o progresso em cada uma delas comparativamente à meta estabelecida;

g)     investimentos de capital: máquinas, equipamentos. É preciso avaliar com cuidado quais podem ser adiados e da lista final escolher as prioridades levando em conta o retorno esperado. É importante também estudar as fontes de financiamento mais atrativas, caso haja necessidade de tomada de recursos de terceiros;

h)    oportunidades de exportação: dar suporte e ajuda à área comercial para avalia-las, levando em conta o novo nível de taxa de câmbio; e os custos internos de produção, além das despesas com logística e custos dos insumos;

i)       oportunidade para trocar itens comprados no Exterior por nacionais: com a evolução da taxa de câmbio nos últimos dez meses quanto está custando o insumo importado versus os preços oferecidos por fabricantes nacionais? Em quanto tempo seria possível mudar a fonte de suprimento?

Em muitas das empresas do setor automotivo a situação exige atenção absoluta na sobrevivência do negócio, mas não nos esqueçamos de que outras iniciativas terão de ser tomadas mais adiante, principalmente no jeito de fazer a gestão dos negócios, para que as companhias estejam mais bem estruturadas – e ganhando dinheiro.

Abimaq: queda de 7% no faturamento.

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos caiu 7% no acumulado de janeiro a julho, comparado com os primeiros sete meses de 2014, segundo dados divulgados pela Abimaq na quarta-feira, 26. As empresas associadas faturaram R$ 50,7 bilhões no período.

Em julho, quando a receita alcançou R$ 7 bilhões, a queda foi de 0,2% na comparação com junho e de 7,7% com relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Abimaq esse resultado poderia ser pior, uma vez que a elevação do dólar aumentou o valor faturado com as exportações.

À Agência Brasil o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, afirmou que a tendência do mercado interno observada nos últimos meses, aliada às exportações fracas, indicam que o setor terá novamente retração este ano. “Estimamos queda superior à do ano passado. Será a terceira consecutiva: em 2013 o faturamento caiu 5% e em 2014, 12%”.

As exportações acumulam queda de 18,7% no ano, apesar da desvalorização do real que aumenta a atratividade do produto brasileiro no Exterior. Segundo Pastoriza o câmbio começou a desvalorizar em março com relação a outras moedas – o dólar, isoladamente, só melhora a competitividade diante de produtos estadunidenses – e é preciso mais tempo para que se note um estímulo nos resultados.

“A competitividade da indústria brasileira ficou mais relevante de março para cá. É um período curto para que a gente sinta o reflexo. Ele poderá vir no fim deste ano ou no ano que vem, que é o tempo de retomar contratos, se continuar a defasagem na taxa de câmbio”.

O dólar, porém, já mexeu com as importações, em queda de 18,7% no acumulado de janeiro a julho, com relação a igual período de 2014, e também com o déficit na balança comercial brasileira do setor, que fechou o período em US$ 7,4 bilhões, valor 18,6% inferior ao dos primeiros sete meses de 2014.

Continental Pneus e lubrificantes Mobil firmam parceria

A rede de revendedores Continental Pneus poderá oferecer sistema de troca de óleo Mobil em suas instalações. Um acordo da companhia com a fornecedora de lubrificantes permitirá uma série de benefícios aos lojistas credenciados da fabricante de pneus, o que poderá ampliar o fluxo de pessoas nas lojas e, por consequência, seu faturamento.

Pelo acordo as revendedoras da marca poderão adotar o sistema Troca Inteligente Mobil, que armazena o lubrificante em tanques e permite colocar o produto diretamente no cárter do veículo, dispensando embalagens plástica e desperdício do óleo. A expectativa é que, com isso, as revendedoras de pneus consigam atrair mais gente.

“As revendas da marca são muito procuradas por consumidores para outros serviços”, afirma Renato Sarzano, diretor superintendente da Continental Pneus, em comunicado divulgado pela empresa.

A troca de óleo é o principal item lembrado pelos consumidores quando se fala em manutenção de veiculo, de acordo com levantamento da companhia. As visitas às lojas também são frequentes: em média a cada cinco mil quilômetros o consumidor faz a substituição do lubrificante. E o tempo médio de permanência na loja também é curto – trinta minutos em 85% dos casos.

Aliados, todos esses fatores geram mais atendimentos e aumento da carteira de clientes, de acordo com a companhia.

“Optamos por trabalhar em conjunto com a Mobil porque é uma empresa que, assim como nós, se preocupa em ofertar produtos de alto valor agregado que envolve tecnologia de ponta, sempre com respeito ao meio ambiente. Também possui boa adesão e preferência na nossa rede de revendedores”, completou Sarzano.

Metalúrgicos da M-B vão às ruas contra as demissões

Trabalhadores da Mercedes-Benz e de outras empresas representadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC participaram na manhã de quarta-feira, 26, da Marcha Contra as Demissões, em protesto aos 1,5 mil cortes que a montadora fará na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, a partir de 1º de setembro.

A intenção, segundo informou o sindicato em comunicado, é demover a empresa da ideia de demitir esses funcionários e voltar a negociar uma possível adesão ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego. Não à toa o trajeto escolhido teve como destino a Rassini, fabricante de autopeças da região que foi a primeira a aderir ao plano criado pelo governo federal em julho.

“O acordo na Rassini é um exemplo para todas as empresas e trabalhadores do Brasil”, afirmou Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, Central Única dos Trabalhadores, em nota. “A empresa sofreu queda de produção, mas buscou o diálogo e alternativas para proteger o emprego com dignidade. O PPE é uma alternativa na Mercedes-Benz”.

Nas contas do sindicato mais de 10 mil trabalhadores participaram da marcha, que saiu da portaria central da fábrica da M-B. Desde segunda-feira, 24, os trabalhadores estão em greve na unidade, em protesto contra as demissões, que começaram a ser anunciadas na semana passada por meio de telegramas aos metalúrgicos que estavam em casa, ainda em licença remunerada.

O sindicato alega que as demissões na M-B poderão gerar mais desemprego à região. “Será uma tragédia para a cadeia produtiva e para a sociedade. Para cada demitido aqui, quatro trabalhadores também perdem o emprego”, lembrou o vice-presidente da entidade, Aroaldo Oliveira da Silva. “Nós não vamos permitir”.

A Mercedes-Benz alega que tem excedente de dois mil trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo e a simples adesão ao PPE não seria suficiente para resolver os problemas de competitividade da unidade. Em junho a companhia ofereceu um acordo que misturava PPE, congelamento de salário e PDVs, dentre outras medidas, mas os trabalhadores recusaram em assembleia.

Sem acordo – Em Taubaté, SP, os 5 mil trabalhadores da fábrica da Volkswagen que produz Gol, Voyage e up! mantiveram a greve – que já dura mais de uma semana – após uma reunião conciliatória de representantes da companhia e do sindicato dos metalúrgicos local no TRT, Tribunal Regional do Trabalho, de Campinas, SP, terminar sem acordo na terça-feira, 25. Nova audiência foi agendada para a segunda-feira, 31.

Segundo o sindicato a Volkswagen desrespeitou acordo firmado em 2012, com validade até 2017, de garantia de emprego na fábrica ao demitir cerca de 50 trabalhadores. Eles pediram readmissão do pessoal.

A companhia, ainda segundo a entidade, alegou que acumula retração nas vendas nos primeiros sete meses do ano e as medidas de flexibilidade adotadas, como férias coletivas e banco de horas, foram insuficientes para adequar a produção à demanda e equilibrar financeiramente a fábrica de Taubaté.

A greve que começou na segunda-feira, 17, continuará enquanto o impasse não for resolvido, informou o presidente do sindicato, Hernani Lobato, em comunicado: “Agradecemos aos trabalhadores e ex-trabalhadores que aderiram à greve e contamos com o apoio de todos para sairmos vitoriosos nessa luta”.

Inadimplência em veículos fecha novamente em 3,9%

Pelo oitavo mês consecutivo os atrasos superiores a noventa dias nos pagamentos de financiamentos de veículos por pessoas físicas fecharam em 3,9%, sem alteração para cima ou para baixo. Os dados foram divulgados pelo Banco Central do Brasil na manhã de quarta-feira, 26.

A última vez que o índice apresentou modificação com relação ao mês anterior foi em dezembro do ano passado, quando recuou dos 4,1% registrados em novembro para 3,9%. Desde esse episódio permanece estacionado nos 3,9% – em 2015, de janeiro a julho, não apresentou outra porcentagem.

Comparado com julho do ano passado, quando a inadimplência para aquisição de veículos somava 4,8%, o índice caiu 0,9 ponto porcentual.

A inadimplência não registra alteração positiva desde maio do ano passado, quando os atrasos nos pagamentos subiram de 4,9% para 5%.

Segundo o Banco Central, em julho a inadimplência registrada em todas as modalidades de crédito do sistema financeiro superiores a noventa dias correspondeu a 3% da carteira, uma alteração de 0,1 ponto porcentual para cima com relação a junho.

O nível de atraso nos crédito às famílias subiu 0,2 ponto porcentual no período, para 3,8%. As operações com empresas sofreram variação positiva de 0,1 ponto porcentual, alcançando 2,4% do total da carteira.

Caoa quer mais fornecedores nacionais

Um dos principais trabalhos da equipe da fábrica de Anápolis, GO, do Grupo Caoa tem sido identificar e negociar com fornecedores a nacionalização de peças e componentes. A recente disparada do dólar aprofundou a necessidade de ampliar o conteúdo local dos Hyundai ix35, Tucson e dos caminhões HR e HD, que em breve  ganhará uma nova versão nacional.

 Anselmo Borgheti, diretor de marketing e produto, desenvolvimento de rede, pós-venda e comunicação do Grupo Caoa revela que há uma área no site da empresa para abrigar possíveis parceiros. As negociações, porém, ainda seguem em ritmo lento: “Não será em um mês ou dois que conseguimos fechar esse tipo de parceria”.

A empresa pretende nacionalizar tudo o que conseguir, de acordo com o executivo, que cita componentes de freios e suspensão como os mais propensos a encontrar um denominador comum nas contas da Caoa e dos fornecedores. A instalação de unidade produtiva em Anápolis, apesar de teoricamente reduzir custos, não é mandatória: Borgheti disse que fornecedores do Brasil inteiro são candidatos.

A fábrica da empresa tem licença para produzir modelos Hyundai Tucson, HD78 e HR desde sua inauguração, em 2007, após R$ 1,2 bilhão em investimento. Outros R$ 600 milhões permitiram a produção do ix35 a partir de 2013. A unidade pode produzir 86 mil veículos/ano em dois turnos de trabalho, mas com pequeno investimento na linha de pintura, diz Borgheti,  esse limite saltaria  para mais de 100 mil unidades anuais.

Até o fim do ano entrará em produção outra versão do caminhão HD, o HD80. Borgheti, contudo,  não dá mais informações:  “Posso adiantar apenas que ele estará dentro das regras do Finame e que  lançamento será em novembro ou dezembro”.

Antes, possivelmente em setembro, será inaugurado oficialmente em Anápolis – já está em operação desde julho – o Centro de Desenvolvimento de Desenvolvimento de Eficiência Energética, um complexo de laboratórios para análise da eficiência dos veículos produzidos em Anápolis, com testes químicos, de motores e emissões, que poderá se estender para os HB20 produzidos pela Hyundai em Piracicaba, SP.

Já o mercado brasileiro, segundo Borgheti, deverá apresentar retração em agosto, na comparação com julho. “As vendas estavam em um ritmo de cerca de 10 mil unidades por dia útil. Neste mês estão um pouco abaixo.”

Para o Grupo Caoa, porém, as expectativas são menos negativas. A chegada do New ix35 ajudará a alavancar as vendas do modelo, já crescentes nos últimos meses. O HB20, um dos principais modelos vendidos nas concessionárias do Grupo, apresenta desempenho estável com relação ao ano passado, assim como os modelos Ford. A queda fica na linha dos importados, muito em função da valorização do dólar. “Tivemos que aumentar os preços. Mas os importados representam apenas 10% das nossas vendas. O grosso mesmo vem de Anápolis”, lembra Borgheti, que, no entanto, destaca o crescimento das vendas dos modelos Subaru,, outra marca negociada pela empresa.

Volvo tenta ficar 5 segundos à frente

A matriz sueca da Volvo tem em seus domínios um veículo-protótipo que considera tratar-se de um caminhão ‘humanizado’: equipado com as mais modernas tecnologias de segurança conhecidas hoje, ele é capaz de escanear todo o entorno a cada 25 milisegundos e reconhecer o ambiente externo, tais como pedestres, carros ou ciclistas, mesmo que estejam se mexendo e a velocidades distintas. Mais: pode antecipar em até 5 segundos os movimentos que estes agentes farão ou poderão fazer, possibilitando assim que acidentes, como um atropelamento causado por um ponto cego em uma curva à direita, sejam totalmente evitados – primeiro o caminhão avisa o motorista do fato e, se este não toma providências, ele mesmo assume o comando e aciona os freios.

Este caminhão foi mostrado em outubro do ano passado, com previsão de chegar ao mercado em 5 a 10 anos. Coincidência ou não, concomitantemente a montadora apresentava no Brasil a sua nova Linha F, carregada de aparatos tecnológicos que procuram elevar a produtividade do veículo – algo que a montadora abriga sob o chapéu Conectividade.

Ali as novidades eram tantas que se mostrou necessário algum tempo para que as tecnologias se desenvolvam em seu pleno potencial: o processo é mais ou menos como lançar um smartphone e aos poucos apresentar novos apps que tornam seu uso mais interessante ou prático.

Falando em aap, a Volvo procura popularizar o seu My Truck: com ele o motorista pode verificar diversas funcionalidades do caminhão, como nível de fluidos, óleo, combustível, lâmpadas queimadas e outros. Tradicionalmente este processo é feito de forma visual e física pelos motoristas antes de partir para viagens rodoviárias, o que, pelos cálculos da fabricante, toma algo como vinte minutos. “É um tempo que o aplicativo economiza e que pode ser utilizado para rodar na estrada ou para o caminhoneiro ficar mais tempo com sua família”, avalia Nilton Roeder, diretor de estratégia, desenvolvimento de negócios e suporte a vendas de caminhões para América Latina. O My Truck será um dos alvos de divulgação da Volvo na Fenatran, em novembro.

Outra novidade ainda à procura de seu pleno potencial é o Dynafleet, que avalia o comportamento do motorista e aponta ações práticas de melhoria em busca de menor consumo e desgaste de componentes. A evolução é que agora ele também funciona on-line: o frotista pode comunicar o motorista das ações de melhoria durante a viagem – antes o relatório só era gerado na chegada ao destino, o que levava as práticas de evolução só para a viagem seguinte.

Destaque também para o Voar On: com ele o motorista consegue se comunicar com uma central na fábrica da Volvo em Curitiba, PR, para relatar alguma falha ou defeito. Antigamente o motorista precisava ligar de um aparelho telefônico, como seu celular, para o número do serviço; agora basta apertar um botão no painel – o caminhão tem um chip telefônico embutido, exclusivo para este fim. E do outro lado da linha o operador tem acesso a todos os relatórios eletrônicos do caminhão, e com isso pode não só, por exemplo, identificar um vazamento, como esclarecer a razão deste. Então orienta o motorista a levar o veículo à concessionária mais próxima, onde o mecânico já estará ciente do problema e da forma de providenciar o conserto.

Mas Michael Gudmunds, gerente de serviços conectados da Volvo Trucks, acredita que em breve esta modernidade cairá em desuso: para ele, todas as parafernalhas eletrônicas e conectadas em breve se conversarão, falando a mesma língua – inclusive externas, como de estradas ou postos de combustível e pedágio – possibilitando levar a zero as paradas não programadas. Ele recorda que o software que estima o desgaste de componentes, por exemplo, no Brasil usa como parâmetro a quilometragem percorrida, mas nada impende que outros sejam utilizados, como o peso transportado, a condição da estrada, as variações climáticas e muito mais, aperfeiçoando o sistema.

Para embasar essas modernidades a Volvo realizou pesquisa com cerca de seiscentos caminhoneiros em todo o País e identificou que, na média, 38% deles possui smartphones e, destes, a ampla maioria usa o aparelho para acessar internet, trocar mensagens por whatsapp e procurar por fretes em apps especializados – nos casos de profissionais que atuam em rotas de longa distância o índice é maior, 50%. Aqui, uma curiosidade: a página do Facebook da Volvo brasileira é aquela com mais seguidores de todo o Grupo Volvo no mundo, 550 mil.

Com tudo isso a montadora tenta pavimentar o caminho para, em coisa uma década, no máximo, estar 5 segundos à frente. E, também, naturalmente, convencer o cliente a pagar até 20% a mais por um caminhão 0 KM – a marca assegura que pela economia proporcionada em consumo, menor desgaste e aumento de produtividade compensa a diferença de preço na aquisição.