Cerca de duzentos convidados se reuniram na noite da quinta-feira, 10, no Clube Monte Líbano, na Zona Sul da Capital paulista, por uma boa razão: reconhecer e homenagear Jaime Ardila, durante jantar que marcou uma espécie de último ato antes de sua aposentadoria como presidente da General Motors na América do Sul e apresentação oficial de seu substituto, Barry Engle.
E a plateia era qualificada: toda a alta diretoria da montadora estava ali, a exemplo de Luiz Moan, diretor de assuntos institucionais e também presidente da Anfavea, Santiago Chamorro, presidente da GMB, Marcos Munhoz, VP, Isela Constantini, presidente da GM Argentina, e diversos outros membros da direção da empresa na região. O igualmente aposentado José Carlos da Silveira Pinheiro Neto também foi render suas homenagens, mas a principal representação da importância da despedida ficou a cargo da presença de ninguém menos do que a CEO global Mary Barra.
A rede de concessionários foi representada pelo presidente da Abrac, Jorge Khalil, e a cadeia de fornecedores pelo Sindipeças, na pessoa de seu conselheiro Flávio Del Soldato.
Foram muitos os discursos elogiosos e, em diversas oportunidades, emocionados.
Marry Barra aproveitou a oportunidade para revelar que a viagem ao País serviu também para revisar os planos de investimento e futuros produtos aqui e assegurou estar “mais otimista do que nunca”. A executiva afirmou que hoje a montadora se debruça em “desenvolver modelos e tecnologias que farão a diferença quando o mercado voltar” e ainda se mostrou empolgada com o lançamento do OnStar por aqui, agendado para o mês que vem – trata-se de um sistema de conectividade e segurança já oferecido pela GM em diversos mercados.
Del Soldato, em momento de descontração, lembrou que o homenageado sempre foi querido pelos fornecedores – “mas não pelo preço”, afirmou, arrancando gargalhadas da plateia. E Khalil recordou do difícil momento de 2008, quando a matriz por pouco não foi à bancarrota e a montadora aqui assegurou a saúde da rede mesmo em meio ao furacão.
Barry Engle, apresentado oficialmente como o sucessor de Ardila à frente da América do Sul, não deixou de surpreender ao garantir, em excelente portunhol: “Adoro uma boa crise.” Ele explicou: “Já vivi diversas, em muitos mercados. Nestes períodos nunca trabalhei tanto, mas também nunca cresci tanto e nem me senti tão satisfeito profissionalmente. A crise vai passar e vamos sair dela mais fortes e competitivos. A GM acredita na América do Sul e em seus mercados”.
Munhoz, por sua vez, afirmou que Ardila não deixará ex-colegas na corporação, mas sim amigos. E que deve se preparar para “recebê-los em Miami [onde fixará residência a partir de agora], em especial os brasileiros”.
O dono da festa foi brindado ainda com diversos vídeos enviados por ex e atuais colegas de trabalho, conhecidos e familiares, sempre enaltecendo suas qualidades como administrador e conselheiro. Ao lado da esposa, Martha, colombiana assim como ele – juntos desde que se conheceram na universidade, no fim dos anos 70 –, afirmou que agora dedicará mais tempo à família e aos esportes prediletos, tênis e golfe.
Ardila, que entrou na GM em 1984, acumulou em sua carreira na empresa passagens por Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, México, Chile e Argentina, além de seu país natal. Mas garantiu que em nenhum lugar foi tão bem recebido quanto no Brasil, onde está desde 2007. “O brasileiro é um povo amável, criativo e empreendedor. Nunca percam isso, independente de qualquer situação econômica ou política que vivenciarem. Este país é maior do que isso”, concluiu.