MAN apresenta seu pacote anti-crise

A MAN Latin America apresentou na quarta-feira, 16, sua linha de caminhões 2016 – antecipando-se à Fenatran, feira do segmento de comerciais, agendada para novembro em São Paulo, da qual não participará.

Porém mais do que uma nova gama de modelos o que a montadora trouxe de novidades ao mercado pode ser considerado como um pacote anti-crise: em síntese, a fabricante passará a oferecer um novo plano de financiamento do tipo leasing operacional, sem entrada, para a linha TGX, enquanto a gama VW de caminhões recebeu oferta de uma nova versão de entrada, denominada Trend, mais barata. As chamadas versões vocacionais, como carro-forte, canavieiro, betoneira e compactador de lixo, também ganharam reforço.

Para Roberto Cortes, presidente e CEO, a nova linha traz “dezenove caminhões que atendem o momento” – momento este que acusa queda de 43,5% na venda de caminhões novos no acumulado do ano até agosto na comparação com mesmo período do ano passado, sendo que especificamente nos pesados a baixa chega a impressionantes 61% de acordo com dados da Anfavea.

Para o executivo “esta é mais uma crise e, assim como todas as outras, vai passar. Já convivi com dezessete delas: essa é a décima-oitava. Em todas a sensação era de ser pior que já atravessamos, algo que se repete agora. Nossa resposta é promover ações inovadoras e nos adaptarmos perante o mercado atual, algo que conseguimos fazer em apenas nove meses e que agora apresentamos”.

Uma das maiores atrações é o chamado leasing operacional, que, segundo explica Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda, “funciona como uma espécie de aluguel, ainda que este não seja o termo correto”. Na prática o cliente recebe um caminhão 0 KM com todas as despesas incluídas, como IPVA, licenciamento, emplacamento e mais os serviços de monitoramento e manutenção preventiva. pagando por isso uma parcela fixa, sem entrada, por um período determinado em contrato – 36, 48 ou 60 meses. Ao fim do prazo pode optar por simplesmente devolver o caminhão ou adquiri-lo pelo preço de mercado de então. A maior diferença para os planos tradicionais de leasing é que não existe a figura da parcela-balão ao término do plano.

Para Cortes “a montadora e o banco VW assumem todo o risco, como o da revenda e de possíveis variações nos custos de manutenção, mesmo com um cenário inflacionário, uma vez que a parcela é fixa por todo o plano”. Alouche acrescenta que “as únicas preocupações do frotista serão pneus e o seguro. O resto está inteiramente incluído no pacote”.

Em um cálculo preliminar o VP indica que um financiamento de um modelo TGX em 50 meses pelo atual Finame, considerando também o financiamento da entrada, custaria aproximadamente R$ 9 mil por mês ao comprador. No plano da MAN, o valor cairia para R$ 8,3 mil no mesmo prazo – sempre considerando que neste o cliente não fica automaticamente com o veículo ao fim do plano. É preciso levar em conta também que o modelo ainda não atinge 100% das exigência do Finame em índice de nacionalização, o que restringe uma parcela do financiamento pelas condições do BNDES. Este quadro, segundo a MAN, mudará no fim do ano, com o alcance do teto de peças nacionais exigido pelo banco estatal de fomento.

A montadora estima comercializar quatrocentos caminhões da linha TGX pela nova linha, em período de seis a oito meses, no que considera como um projeto-piloto. Se considerar que os resultados foram positivos, deverá estender a oferta para o restante da gama de caminhões VW.

Completa o pacote anti-crise da MAN a chegada das versões Trend, que podem ser aplicadas para toda a gama dos caminhões MAN e Volkswagen – em algumas de série e em outras sob encomenda. Alouche afirma que esta é “mais despojada e simplificada, atendendo algumas especificações de clientes que não precisam de certos itens de conforto e conveniência que eram de série para as versões de entrada até então, as Advantech”. A redução no preço, entretanto, pode chegar de 3% a 8%.

Outra ação nesse front é a volta da opção Titan para o Constellation 19.330, que a montadora considera como “configuração sob medida para quem quer um caminhão de baixo custo sem abrir mão de desempenho, tecnologia, qualidade e robustez”.

 

25º Congresso Fenabrave abre as portas em São Paulo

Abriu as portas na terça-feira, 15, a 25ª edição do Congresso Fenabrave, dessa vez realizado novamente em São Paulo, no Expo Center Norte. Apesar do cenário negativo do mercado automotivo brasileiro, executivos e autoridades presentes à cerimônia de abertura evitaram centralizar o tema crise em seus discursos – apesar do assunto ter sido insistentemente provocado pelo mestre de cerimônia, um jornalista não-especializado do canal de televisão de maior audiência no País.

Em resposta Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, destacou a necessidade dos ajustes do governo para que a economia retorne ao seu trilho. “É um remédio amargo, porém necessário. Só temos que tomar cuidado para que o remédio não mate o doente: uma carga adicional de impostos seria letal”, afirmou, sem citar nominalmente a CPMF, cujo possível retorno o governo negocia com o congresso.

O dirigente listou diversas medidas que a Fenabrave tomou este ano, muitas em conjunto com outras associações de classe do setor automotivo, para provocar o consumidor a comparecer às lojas. Festival do Consorciado Contemplado, Feirão Auto Caixa, lei da retomada e a mais recente conquista, a desburocratização na transferência de veículos usados foram citados por Assumpção Jr. durante sua apresentação.

Presente ao palco, o deputado federal Herculano Passos anunciou a criação de Frente Parlamentar Mista para defender os interesses do setor de distribuição na Câmara dos Deputados e no Senado Federal em Brasília, DF. Ele será o presidente do grupo, que será oficialmente anunciado no próximo dia 30.

O presidente da Fenabrave comentou a iniciativa, lembrando que “o setor de distribuição possui 8,1 mil empresas e gera 420 mil empregos. Tem enorme importância econômica e social para o País e precisamos fortalecer sua presença contando com porta-vozes onde não havia acesso. A ideia é defender os nossos interesses, sem prejudicar ninguém”.

Também presente à cerimônia Luiz Moan, presidente da Anfavea, voltou a destacar o potencial do mercado brasileiro devido à sua baixa relação de carros por habitantes. O executivo reforçou que as entidades de classe do setor automotivo seguem atuando em conjunto, e “essa união de todas as associações nos ajudará a melhorar no curto e no longo prazo”.

Na quarta-feira, 16, a programação de palestras segue no 25º Congresso Fenabrave, paralelamente à ExpoFenabrave, feira de negócios que reúne cerca de setenta expositores. À tarde haverá solenidade em comemoração aos 50 anos da Fenabrave. A organização espera receber 5 mil pessoas nos dois dias do evento, o maior do setor de distribuição na América Latina.

MERCADO – Retomada nas vendas somente no segundo trimestre do ano que vem, de acordo com o presidente da Fenabrave. O empresário projetou queda de 20% no mercado este ano, somados todos os segmentos, e descartou qualquer auxílio do governo para este ano. A proposta de renovação de frota, por exemplo, segue parada e não há possibilidade de ser retomada neste 2015, assegurou.

Segundo o empresário as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, somadas, seguem no ritmo de 10 mil unidades por dia. Como em setembro serão 21 dias úteis o mercado deverá fechar na faixa das 210 mil unidades, volume semelhante às 207 mil unidades de agosto, mas bem inferior às 296,3 mil unidades comercializadas em setembro do ano passado.

Foton Aumark negocia produzir em linha ‘alugada’ no Brasil

Com as obras da fábrica de Guaíba, RS, atrasadas devido à demora na liberação do financiamento do BNDES, segundo alega a Foton Aumark, a empresa abriu negociações em busca de solução para não retardar também o início de produção de seus caminhões nacionais.

Dentro de 45 dias deverá ser anunciada parceria com outra fabricante já instalada no País para que os modelos da marca sejam montados provisoriamente em suas instalações, a partir de fevereiro do ano que vem.

Não fosse esse acordo, em conversas bem adiantadas com dois possíveis parceiros, a produção atrasaria pelo menos sete meses, de acordo com Bernardo Hamacek, CEO da Foton Aumark do Brasil. “Acreditamos que o financiamento do BNDES seja liberado em outubro, ou sete meses depois do que planejávamos. A partir daí começaríamos as instalações de maquinário, mas só conseguiríamos inaugurar a fábrica em novembro de 2016.”

Como a apreciação cambial praticamente tornou inviável a importação de mais modelos da China, apesar de ainda estar disponível parte da cota do Inovar-Auto sem cobrança dos trinta pontos adicionais de IPI, a solução foi antecipar a produção dos modelos em um parceiro.

Segundo Hamacek a operação não seria complicada, uma vez que a Foton possui produção pouco verticalizada. “Recebemos quase todas as peças e componentes desmontados e usamos a linha para efetivamente montar o caminhão.”

O CEO afirmou que as negociações envolvem atualmente duas empresas, sem citar nomes – admitiu que uma delas, porém, é gaúcha. Este parceiro seria ideal, uma vez que os benefícios fiscais concedidos pelo Rio Grande do Sul seriam mantidos: “Mas vamos fechar com aquele que se demonstrar preparado para começar mais rápido”.

Os projetos dos caminhões não sofreram atrasos. Hamacek disse que o modelo de 10 toneladas será o primeiro a entrar na linha – se tudo der certo com o acordo com o parceiro, em fevereiro de 2016 –, com 70% dos componentes nacionalizados. Muitos fornecedores já estão definidos: motores serão Cummins, eixos Dana, transmissão ZF, freios Knorr-Bremse, rodas Maxion, embreagem Sachs , pneus Pirelli, tanques de combustível Bepo, baterias Heliar, dentre outros. A cabine será importada da China.

Em maio será a vez do modelo de 3,5 toneladas, atualmente o mais vendido da Foton Aumark no Brasil. O CEO afirmou que no mês passado o caminhão alcançou 5% de participação de mercado no segmento, o que para ele comprova que a marca está sendo reconhecida no mercado. Devido o seu sucesso, o modelo poderá ter até a produção antecipada.

Neste ano a companhia deverá vender 1,1 mil caminhões ante seiscentos no ano passado. Para 2016 a expectativa é crescer de 20%, acima do que Hamacek espera para o mercado brasileiro – uma recuperação de 10% a 15% com relação aos índices deste ano, 40% inferiores ao do ano passado.

A rede conta com 26 pontos de venda, aos quais quatro deverão se juntar até o fim do ano. Essas trinta revendas cobririam de 85% a 90% do mercado da Foton Aumark, segundo cálculos do executivo, e têm capacidade suficiente para receber a produção local.

EXPORTAÇÕES – Projetada para 2,5 mil caminhões no primeiro ano a produção deverá ganhar incremento, apesar do mercado nacional não apresentar bom desempenho neste ano e ausência de grandes expectativas para o ano que vem. Isso porque a fábrica nacional poderá abastecer também outros mercados da Foton na América Latina.

Segundo Hamacek as negociações para tornar o Brasil base de exportação começaram há cerca de um mês e meio, devido à atual conjuntura do cenário econômico. Ao mesmo tempo em que o real se desvalorizou ante o dólar, este movimento não ocorreu com a moeda chinesa. “Esses fatores tornaram o Brasil mais competitivo e tiraram algumas vantagens da China.”

A Foton possui operações no Chile, Colômbia, Peru e Uruguai, principais candidatos a receber os caminhões brasileiros. Em média são vendidos por ano 5 mil caminhões da marca, que poderão crescer a produção da fábrica – primeiramente no parceiro e, depois, na casa próprioa, que seguirá em construção mesmo com o acerto do acordo de produção em fábrica, de, possivelmente, até mesmo um concorrente.

 

Hyundai projeta retorno do crescimento do mercado brasileiro já em 2016

A curva descendente do mercado brasileiro de veículos leves apresentará inflexão já no ano que vem. De acordo com projeções de Won-Hong Cho, diretor vice-presidente global da Hyundai Motor, as vendas no País cairão para 2,5 milhões neste ano e chegarão a 2,7 milhões de veículos em 2016.

O retorno ao patamar superior a três milhões de unidades verificado no ano passado, porém, só deverá ocorrer em 2020, quando as vendas baterão as 3,2 milhões de unidades. O executivo apresentou o cenário esperado pela Hyundai na palestra magna do 25º. Congresso Fenabrave, que abriu suas portas na terça-feira, 25, no Expo Center Norte, em São Paulo, Capital.

“Temos certeza de que o crescimento do mercado brasileiro voltará. O potencial é alto, dada a taxa relativamente baixa de veículos per capita do País. A indústria se recuperará já em 2016.”

O chamado segmento B de veículos seguirá dominando as vendas locais, mas perderá espaço para os utilitários esportivos. Cho acredita que, de 60% no ano passado, as vendas de veículos do segmento B cairão para 53% em 2020. No mesmo período os SUVs se apropriarão dessa fatia, pois crescerão de 9% para 16% segundo os cálculos do executivo. O vice-presidente deu a entender que a Hyundai planeja produzir modelos deste segmento por aqui nos próximos anos:

“A Hyundai presta bastante atenção a estas movimentações de mercado”.

O olho no futuro da companhia ultrapassa as fronteiras do mercado local, onde no ano passado alcançou o dobro de vendas de 2012 – de 108 mil para 232 mil unidades. A Hyundai dividiu em quatro segmentos as áreas de desenvolvimento de automóveis: alto volume, premium, verdes e alto desempenho.

Com relação ao último a montadora apresentou na terça-feira, 15, a marca N, dedicada exclusivamente a este tipo de consumidor, amante de esportivos – e que, naturalmente, possui recursos para adquiri-los.

Mas é no segmento de veículos de alto volume que, obviamente, vem o forte das vendas da companhia. Para estes, dentre os quais os HB20 fabricados em Piracicaba, SP, a Hyundai pretende popularizar tecnologias de conforto, segurança e entretenimento, atualmente presentes com maior ênfase nos modelos premium.

“Para o consumidor do século 21 ter um automóvel não é suficiente. Ele quer qualidade, confiabilidade e procura uma marca que ofereça bons produtos. A essência da Hyundai traz essa democratização do conteúdo, de apresentação de valores premium à vida cotidiana das pessoas. Foi assim que ficamos conhecidos no Brasil.”

O executivo afirmou em sua apresentação, ainda, que o grande desafio dos próximos anos é inserir o automóvel no mundo conectado. Citou como exemplo a possibilidade de, por meio de um smartphone, ligar o ar-condicionado do veículo ainda em casa, para nos dias quentes poder pegá-lo na garagem já fresquinho.

“A internet das coisas fará parte do automóvel em um futuro bem próximo.”

Ford e sindicato retomam negociações

A Ford e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC retomaram as negociações, embora a empresa não tenha mexido com a situação dos duzentos trabalhadores demitidos. A associação que representa os trabalhadores afirmou, em comunicado, que as conversas voltaram na tarde de segunda-feira, 14, sem dar outros pormenores.

A greve foi mantida pelo quinto dia consecutivo, porém com mudanças: em assembleia nos turnos da manhã decidiu-se que apenas os setores de manutenção e ferramentaria não entrariam na fábrica.

Segundo o diretor executivo do sindicato, Alexandre Colombo, a ação lembra a chamada Greve dos Golas Vermelhas, de 1990: “[A greve] começou com paralisações nesses pontos vitais da empresa”.

O sindicalista afirmou ainda que os trabalhadores seguirão na luta diária para a defesa dos empregos. Na terça-feira, 15, o sindicato convocou os metalúrgicos para um ato unificado às 9h na Avenida Paulista, na região Central do São Paulo.

Prefeitura de São Paulo isenta híbridos e elétricos do rodízio

Em mais uma iniciativa para tentar estimular o uso de híbridos e elétricos, a prefeitura de São Paulo anunciou na segunda-feira, 14, que este tipo de veículo está isento do rodízio municipal – que restringe a circulação no centro expandido nos horários de pico da manhã e da tarde uma vez por semana, de acordo com o número final da placa.

De acordo com os cálculos da prefeitura, entretanto, há apenas 387 unidades de veículos híbridos e elétricos emplacadas no município – serão apenas estes, portanto, que terão direito à isenção neste momento.

Há algumas semanas o município abriu mão de sua parcela de direito no IPVA, de 50%, para veículos híbridos e elétricos, desconto que será repassado aos proprietários.

De acordo com o prefeito, Fernando Haddad, o objetivo dos estímulos é propiciar aumento do interesse do consumidor por este tipo de veículo, menos poluente, e portanto a frota. “Nós queremos que ela se expanda, pois infelizmente ela ainda é muito pequena. Queremos que carros elétricos baratos sejam produzidos no Brasil e estamos dando condições e benefícios para que isso ocorra.”

Para Ricardo Guggisberg, presidente executivo da ABVE-Associação Brasileira do Veículo Elétrico, em comunicado, a iniciativa “é um grande avanço no sentido de tornar esta tecnologia mais atrativa para os consumidores”.

Ele complementou considerando que “a liberação dos veículos híbridos e elétricos não afetará o trânsito, mas sim a tendência de se adquirir um segundo carro, geralmente mais velho e poluente, para driblar o rodízio”.

Haddad ainda afirmou que não pretende reiniciar na cidade o programa de inspeção veicular, afirmando que boa parte dos proprietários passou a emplacar seus veículos em cidades do entorno da Grande São Paulo para driblar a obrigatoriedade. Com isso o município perdeu receita de IPVA e não viu melhorias na qualidade do ar, argumentou. A solução, segundo o prefeito, seria instituir a inspeção em todo o Estado.

Contrato da MWM com Egypt Power é renovado até 2020

O maior contrato de exportação da MWM Motores foi renovado por mais cinco anos – e com dois anos de antecedência. Até 2020 a fabricante de motores diesel fornecerá no mínimo 2,5 mil unidades da família Série 10 por ano para a Egypt Power, um grupo egípcio que distribui motores na África e no Oriente Médio, para aplicação em repotenciamento de veículos e no segmento de geração de energia.

Antes da renovação o contrato estava previsto para se encerrar em 2017. Os volumes deverão superar a cota mínima: somente neste ano deverão ser enviados 4,5 mil motores para a Egypt Power, um crescimento de 20% com relação a 2014. O contrato prevê motores 4.10TCA, com 135cv de potência, 4.10TCA com 145cv e 6.10TCA com 206 cv.

“Nossas exportações totais deverão crescer 30% neste ano”, calculou Thomas Puschel, diretor de vendas e marketing da MWM Motores, em entrevista à Agência AutoData. Segundo o executivo a ampliação do contrato com o grupo egípcio é motivo de celebração dentro da empresa, dada a relevância do cliente no portfólio de vendas da companhia e a atual taxa cambial apreciada.

“Certamente garante a continuidade do plano em fortalecer e expandir nossa participação no segmento de exportação”.

Os motores são produzidos nas unidades de São Paulo, Canoas, RS, e Jesús Maria, em Córdoba, na Argentina. A fábrica do país vizinho voltou a operar em novembro de 2013 e deverá produzir 2,5 mil motores este ano, volume 20% superior ao do ano passado, devido à política de equilíbrio da balança comercial instituída pelo governo argentino. Empresas como a Agrale, por exemplo, compram os motores feitos na MWM argentina para poder gerar saldo e exportar máquinas para aquele país.

A MWM segue buscando mais oportunidades de negócio no Exterior, até para compensar a queda nas vendas do mercado doméstico. Segundo Puschel um acordo de exportação para o México está em vias de ser fechado.

É preciso manter as finanças equilibradas, sempre!

Houve uma época em nosso País que o profissional mais importante na área financeira de uma empresa era aquele que reunia conhecimentos para lidar com o ambiente de alta inflação, tirando proveito das vantajosas taxas de juros nas operações Overnight: o tesoureiro. Muitos, eu tenho certeza, se lembram dessa situação.

Por outro lado, a economia fechada a produtos importados permitia certa situação de conforto para que as companhias reajustassem os preços de venda repassando para o mercado tanto a elevação dos custos como também as ineficiências de gestão. A própria inflação, sempre nos dois dígitos, mascarava os resultados e o foco em produtividade era praticamente inexistente. Havia iniciativa do governo para controle dos preços, mas mesmo assim não era tão difícil ganhar dinheiro naqueles tempos.

O ambiente de negócios tem mudado desde o início dos anos 90. A abertura comercial por meio da redução significativa dos impostos sobre a importação, a diminuição da inflação interna, a elevação da carga tributária para equilibrar as contas públicas, o fortalecimento dos sindicatos e sua busca por reajustes de salário acima da inflação, o avanço da produção manufatureira na Ásia a custos extremamente baixos e a concorrência mais acirrada em todos os segmentos, inclusive no setor automotivo, provocou nas últimas décadas grande atenção no controle financeiro dos negócios. Claro está que também no chão de fábrica têm acontecido mudanças significativas permitindo algum ganho de produtividade, mas não na extensão necessária para manter a indústria competitiva.

O jeito é fazer mais com menos, trabalhando com organizações enxutas e mitigar a dependência na tomada de recursos junto a bancos por meio da boa gestão do caixa. Qualquer descuido ou lentidão em tomar atitudes para corrigir o rumo dos negócios pode ser fatal, levando a empresa à bancarrota.

Agora vivemos no Brasil uma situação dificílima pela queda acentuada da demanda e entramos em quadro de recessão econômica cujo término parece distante. Se já tínhamos de fazer a gestão com todos aqueles desafios, agora se soma a queda do ritmo de negócios por trimestres a fio.

A Serasa Experian registrou aumento da inadimplência das pessoas jurídicas de 4,3% no período acumulado de janeiro a julho na comparação como o ano passado. E os protestos de títulos, na mesma série comparativa, cresceram 15%. As falências somaram 1 mil 156 até agosto desse ano, ante 1 mil 82 há um ano. Foram decretadas 586 falências nos primeiros meses de 2015, e ainda segundo a Serasa, 766 recuperações judiciais foram requeridas este ano, sendo que no mesmo período de 2014 foram 541.

No setor automotivo os dados de produção interna em todos os segmentos, sem exceção, registram queda consistente nos volumes produzidos em séries anualizadas desde dezembro de 2013. A queda mais acentuada foi nos caminhões e ônibus, de 48% nos doze meses acumulados até agosto. O setor de máquinas agrícolas ficou negativo em 34,5% para o mesmo período. A queda menos expressiva se deu em automóveis, com variação desfavorável de 23%.

Não resta dúvida, portanto, que a situação é muito complicada, asfixiando as empresas do setor de maneira generalizada e com certeza mais gravemente aquelas que já estavam fragilizadas, ou por dificuldades na gestão dos recursos financeiros e dos negócios em geral ou mesmo por inabilidade.

É preciso manter as finanças equilibradas, sempre!

O equilíbrio na gestão financeira exige de um lado muito rigor por parte do corpo diretivo, com ações concretas e sérias no dia-a-dia, e de outro a adoção de práticas inteligentes para financiar os negócios tanto nas necessidades de curto prazo, de capital de giro, como para executar a estratégia de longo prazo.

A correta gestão do capital de giro – contas a receber, estoques, contas a pagar – pode mitigar consideravelmente a necessidade de tomada de recursos junto a bancos, enquanto os investimentos em itens do ativo fixo exigem análise profunda sobre o retorno esperado com a iniciativa versus o custo de capital. Aí sim a empresa deve definir qual a fonte de recurso mais apropriada, menos custosa e de menor risco para amortização.

Especificamente em relação a recursos para financiamento de projetos de longo prazo é bom levar em conta o BNDES. Está certo que na atual conjuntura suas linhas de crédito estão mais restritas e as taxas de juros foram reajustadas, mas ainda assim é uma boa alternativa.

Cabe aqui lembrar também que a distribuição de resultados – seja na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio, ou mesmo de remuneração dos donos do negócio – deve ser estrategicamente pensada na gestão dos recursos financeiros. Em algumas situações é preferível não fazer a distribuição ou retirada.

No planejamento tributário é recomendável dedicar muita vigilância à possibilidade, de maneira responsável, da empresa fazer valer seus direitos, seguindo a legislação. Há casos em que é possível reivindicar de modo estruturado o crédito de impostos ou a eliminação de sua incidência sobre as transações.

Pode ser ainda uma alternativa interessante no planejamento tributário observar regiões geográficas que estimulam, via benefício fiscal, a instalação de empreendimentos. Isso não é novidade no setor automotivo, mas nunca é demais lembrar que a contribuição ao caixa pode ser significativa, ajudando a manter o tão desejado equilíbrio.

Nova revisão nas projeções

O novo número ainda não está definido, mas é certo que a Anfavea estuda e muito provavelmente deverá fazer nova revisão nas projeções de vendas e produção de veículos para este ano. E mais a vez, a revisão será para baixo.

A nova projeção poderá ser anunciada no início de outubro, em conjunto com a divulgação dos resultados deste mês. Mas resultará, no fundamental, não exatamente das vendas de setembro mas, sim, da frustação gerada pelos resultados de agosto. A média diária do mês passado se manteve na mesma faixa de 10 mil unidades que vinha sendo registrada nos meses anteriores.

Na prática, todavia, isto significou que, ao contrário do que o setor esperava, o início da retomada não aconteceu. Caíram por terra, assim, as projeções de um segundo semestre com números melhores do que os da primeira metade do ano. Perdemos mais um trimestre. “No mínimo”, especifica Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Ele faz coro, assim, com a avaliação de Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que também esperava alguma recuperação a partir de agosto. “Resta, agora, neste ano, tentar preservar o máximo possível de empregos”, diz.

Para a definição dos novos números a serem projetados para este ano a Anfavea ainda acompanha bem de perto as vendas neste setembro, sem afastar completamente a possibilidade da média diária de vendas apresentar alguma redução.

Não sem razão. Afinal, conforme dados divulgados pela Fenabrave há poucos dias, a manutenção do ritmo em agosto se deveu, basicamente, às vendas no atacado, para frotistas, que compensaram queda nos negócios no varejo.

De qualquer forma, por mais que as vendas diárias se mantenham neste e nos próximos meses na mesma faixa das 10 mil unidades, o ritmo da produção será reduzido com relação ao que vinha sendo registrado nos últimos meses.

E a explicação mais uma vez pode ser encontrada na mesma frustação gerada por agosto: como a esperada retomada não se cumpriu, o setor perdeu as esperanças de diminuir via aumento das vendas os elevados estoques com os quais vem trabalhando.

Neste contexto, a redução dos estoques terá de se dar, necessariamente, via redução do ritmo das linhas de montagem.

Em temos concretos, o setor trabalha, hoje, com estoque correspondente a pouco mais de cinquenta dias de vendas, sempre considerada a média diária da ordem de 10 mil unidades. No geral, o estoque considerado ideal é de cerca de um mês de vendas. Talvez, no máximo, segundo Moan, quatro ou cinco dias a mais, em se considerando um país com dimensões continentais como é o caso do Brasil.

Em termos concretos isto significa que o setor terá de parar sua produção em torno de quinze dias – meio mês – de agora até dezembro, para conseguir chegar ao final do ano com padrão de estoque mais equilibrado e mais bem ajustado à nova realidade do mercado.

As chances de conseguir alguma compensação neste quarto final de ano via aumento das exportações são consideradas remotas. O principal mercado do setor no Exterior, a Argentina, também não vai bem. Nos demais casos que estão sendo trabalhados – como a Colômbia, por exemplo, país com o qual um acordo automotivo deverá ser formalizado em uma ou duas semanas –, os frutos não terão como ser colhidos de imediato.

E em se tratando de mercados que foram abandonados e agora precisam ser recuperados – tais como Oriente Médio e África, por exemplo – serão necessários de quatro a cinco anos, na avaliação de Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz.

Vale lembrar que o setor entrou neste ano projetando um primeiro trimestre difícil, equilíbrio no segundo e retomada a partir da metade do ano. Com isto, produção e vendas em 2015 seriam iguais às do ano passado, no máximo 5% abaixo, com um pouco de sorte talvez até 5% acima.

Quando ficou claro que o segundo trimestre também seria de queda, postergando o equilíbrio em pelo menos um trimestre, a nova projeção, tornada pública em junho, passou a ser de queda já na faixa de dois dígitos, próxima de 20% nos automóveis e de 40% nos caminhões. Agora, com a nova frustação gerada por agosto, esta projeção de queda deve se tornar um pouco maior. Com impacto igualmente maior na produção.

É bem provável, todavia, que os reflexos nos empregos já possam ser considerados como coisa do passado. Marques informa que nos fabricantes de autopeças, responsáveis pela maior parte da mão de obra, as demissões aconteceram no ano passado. E aposta, além disso, que até dezembro, na sua base pelo menos, bem mais da metade dos trabalhadores estarão vinculados a empresas que terão aderido ao Programa de Proteção a Emprego.

Ele lembra, contudo, que o PPE acomoda a situação apenas por alguns meses. Ou seja: “É indispensável que as vendas no próximo ano sejam maiores do que neste. A mera repetição do resultado não será suficiente”.

BMW S 1000 R: mais uma nacional com preço reduzido.

A divisão de motocicletas do Grupo BMW, a BMW Motorrad, anunciou mais um modelo produzido nas instalações da fábrica da Dafra em Manaus, AM: a BMW S 1000 R. Assim como a superesportiva S 1000 RR, que em agosto entrou na linha de produção manauara, o modelo teve seu preço reduzido – mas, dessa vez, com desconto bem maior, passando dos R$ 67,6 mil cobrados na versão importada para R$ 53,9 mil na made in Brazil.

Segundo a companhia os itens foram mantidos: assistente de troca de marchas, controle de tração dinâmico, módulo de controle de motor, manoplas aquecidas, spoiler do motor e indicador de direção em LED, dentre outros. O motor 1 litro também é o mesmo, com quatro cilindros e linha e até 160cv de potência.

A única novidade com relação ao modelo nacional está na opção de cores, pois além de branco e vermelho, o modelo também é oferecido com pintura preta.

A S 1000 R é a oitava motocicleta nacionalizada pela montadora na fábrica da Dafra. Frederico Alvarez, diretor da BMW Motorrad Brasil, afirmou em notas que a empresa seguirá com a estratégia: “O objetivo é consolidar nossa presença no País com a produção nacional de motocicletas com a mesma expertise da Alemanha e posicionamento ainda mais competitivo.”