Volkswagen Caminhões e Ônibus retoma segundo turno completo em Resende

São Paulo – Em janeiro, no retorno dos trabalhadores das férias coletivas, a fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus retomará a produção em dois turnos completos, o que não ocorre desde abril, quando utilizou um layoff para adequar o ritmo da fábrica à demanda do mercado prejudicado pela mudança de fase do Proconve para a P8, que exigiu a tecnologia Euro 6, mais cara e cujos custos precisaram ser repassados aos caminhões e ônibus ali produzidos. O presidente Roberto Cortes enxerga 2024 com otimismo: além de uma esperada melhoria no mercado de caminhões a companhia recebeu, por meio do programa Caminho da Escola, a encomenda de 5,6 mil ônibus escolares.

“É o maior lote vencido pela nossa empresa na história”, afirmou Cortes a jornalistas na segunda-feira, 27. “Vamos, portanto, incrementar a nossa produção em Resende, trazendo de volta aqueles trabalhadores que estavam afastados.”

Desde abril grupos de trabalhadores se revezam na linha de produção e em casa. Quando um retornava outro era afastado, com os salários bancados pelo FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador, e ocupando seu tempo com cursos de capacitação. A medida foi necessária porque a produção de caminhões recuou 37,8% e a de chassis de ônibus caiu 35,2% de janeiro a outubro, segundo a Anfavea, devido à mudança para o Euro 6.

A partir de janeiro a produção retorna a todo o vapor: “O mercado certamente vai melhorar. É muito cedo para cravar um número de crescimento, mas será melhor do que em 2023. Temos a expectativa da continuidade da redução na taxa de juros e de uma alta de 1,5% a 2% do PIB. Temos as obras do PAC, o Caminho da Escola. E os mercados de exportação também tendem a se recuperar”.

Nem todas as 5,6 mil unidades da licitação ganha pela VW Caminhões e Ônibus deverão ser entregues em 2024, mas há expectativa de que boa parte das encomendas seja feita ao longo ano. Serão 4 mil unidades do modelos ORE 1, com base no Volksbus 8.180E, e 1,6 mil da Onuera, configurada no Volksbus 8.180. Todas elas movidas pelo motor Cummins ISF 3.8L e equipadas com ar-condicionado.

Além da companhia da Volkswagen Caminhões e Ônibus venceram os do leilão Iveco, Volare e Agrale. A Mercedes-Benz, que tradicionalmente ganha um ou outro lote, não terá encomendas nesta etapa do programa.

Internacionalização

Em 2024 a VW Caminhões e Ônibus dará mais um passo em seu processo de internacionalização ao inaugurar sua fábrica em Córdoba, Argentina. Serão produzidos caminhões e chassis de ônibus na unidade do Grupo Volkswagen, de onde também saem transmissões para veículos leves e motocicletas Ducati.

Em paralelo a companhia segue abrindo novas frentes, com olhar especial sobre regiões como África, Ásia e Oriente Médio. O e-Delivery, primeiro caminhão 100% elétrico produzido no Brasil, já é exportado para Argentina, Paraguai e Guatemala. Mas Cortes quer mais: “Nosso objetivo é alcançar o maior número possível de exportações, seja de modelos a diesel seja dos nossos elétricos”.

Vedamotors investe R$ 32 milhões para verticalizar produção

São Paulo – A Vedamotors, fabricante de peças para o segmento de duas rodas, optou por verticalizar sua produção ao investir em fábrica de elastômeros, matéria-prima necessária para confeccionar seus itens de borracha. A decisão foi motivada pelo aquecimento do mercado de motocicletas no Brasil, que durante a pandemia expandiu impulsionado, tanto pela maior demanda por serviços de delivery, como pelo fato de ser opção mais acessível de deslocamento a quem buscava alternativa ao transporte público. E, embora tenha havido certa acomodação após o boom, a expectativa de redução de juros e de maior acesso ao crédito animam o setor e a companhia.

Inaugurada na segunda-feira, 27, a fábrica de elastômeros, de 700 m², começou a ser construída em Lontras, SC, em 2022, e entrou em operação há dois meses. Seu principal objetivo é, além de trazer economia ao processo produtivo, promover maior autonomia à empresa para que ela desenvolva suas aplicações.

Ao todo o aporte anunciado pela Vedamotors, que possui 50% de seu capital italiano, como divisão brasileira do Grupo Athena, é de R$ 32 milhões ao longo de três anos, sendo R$ 10 milhões para iniciar a operação da planta de compostos.

A partir da produção desses insumos, que neste período já conseguiu abastecer 30% da necessidade da empresa – o plano é que, até o fim do ano, o suprimento seja total –, será possível ampliar a variedade e a quantidade de itens do portfólio, além de imprimir mais tecnologia às peças.

A linha de bucha da coroa, usada no sistema de transmissão das motos, foi a primeira a incluir a matéria-prima. Este era um dos produtos que apresentava dificuldades com o elastômero terceirizado mas, desde então, apenas no período de dois meses, a marca já passou a ocupar maior espaço no mercado.

Foi o que contou o fundador e presidente da Vedamotors, José Maurício Felippe, ao contextualizar que o elastômero era adquirido de outras empresas para fazer a injeção, compressão e transferência em peças de borracha produzidas pela companhia, como guarnições, retentores, buchas da coroa e tampas de válvulas, por exemplo.

A partir da verticalização é aguardada a melhoria dos custos, consequência de uma maior velocidade no desenvolvimento de compostos, garantia de qualidade e repetibilidade dos insumos, listou Felippe:

“Teremos nossas próprias formulações, é como uma massa de pão. Projetamos, inicialmente, economia de 8% a 12% no primeiro ano, podendo chegar a 18% no terceiro ano. Já conseguimos dobrar o tamanho da produção de insumos nesses dois meses, de 4,5 toneladas para 6 a 7 toneladas, em apenas um turno”.

O plano é chegar a 24 toneladas e, ao estabelecer o segundo turno de produção, a meta é dobrar, para 48 toneladas. Quantidade que deverá atingir 64 toneladas com três turnos, em três anos.

O investimento de R$ 32 milhões, segundo Felippe, não está focado somente na planta de compostos mas implicará, adicionalmente, crescimento no parque fabril de injeção e compressão de peças. Hoje são produzidas pela Vedamotors 120 milhões de peças por ano e, em três anos, a projeção é chegar em 180 milhões, incremento de 50%.

“A verticalização permite velocidade maior de amostras e tipologias diferentes, e nós poderemos ter formulações adequadas aos nossos produtos e aos objetivos de custo de mercado. Teremos a redução do gasto para fabricar nosso produto, pois em alguns casos a margem era muito baixa, até mesmo negativa. Isso nos dará mais competitividade, inclusive, frente aos importados.”

Hoje trabalham na Vedamotors 240 pessoas. Na nova planta de elastômeros estão empregadas vinte pessoas este ano, volume que dobrará para quarenta em 2024 e chegará aos sessenta em 2025, totalizando trezentos funcionários no período.

A nova unidade inclui um laboratório, máquinas e peças específicas, como balanças de precisão, equipamentos de rastreabilidade lote a lote de composto elastomérico e moderno maquinário de pré-formados de alta precisão. Parcela dos equipamentos é nacional e outra parte foi importada da Inglaterra, da Índia e da Alemanha. 

“Não temos fabricantes de elastômeros na região do Alto Vale do Itajaí. Nossa planta é uma das mais modernas. Queremos ampliar a competitividade e o fornecimento para indústrias. Hoje as grandes indústrias praticamente exigem a verticalização do processo. E assim o fizemos.”

Objetivo é ampliar faturamento líquido da Vedamotors em 10% ao ano e, para 2023, a projeção é a de que alcance R$ 158 milhões. Crédito: Divulgação.

Vedamotors quer explorar melhor mercado sul-americano

Seus principais clientes são montadoras de motos, fabricantes da linha automotiva, da linha jardim floresta e da linha de compressores e herméticos. Mas a maior demanda da companhia provém do mercado de reposição.

85% da produção seguem para o aftermarket e, deste porcentual, 10% é exportado. Os demais 15% atendem a indústria. Com a fábrica de elastômeros o plano é ampliar para 15% o volume exportado ao explorar melhor destinos da América do Sul, principalmente a Colômbia.

O faturamento líquido da companhia deverá encerrar o ano em R$ 158 milhões, sendo que 90% dessa cifra provêm da indústria de motos. O objetivo, de acordo com Felippe, é obter crescimento anual de dois dígitos, na casa de 10%.  

Um dos grandes objetivos da Vedamotors – que possui 80% do mercado nacional de juntas para motos – é tornar-se a maior fabricante nacional de retentores para duas rodas. E, assim, aumentar a receita dessa linha em 50% até 2025, passando de R$ 25 milhões para R$ 37,5 milhões.

Fundada em 1991 a partir de um negócio familiar criado por Felippe e sua esposa, a Vedamotors trabalhava, à época, somente com jogos de juntas de vedação de motor, hoje uma das suas seis linhas de produtos, que fornece também filtros e retentores.

Em 1994 a operação passou por ampliação significativa e, em 1998, houve a união com o Grupo Athena, forte na fabricação de itens para vedação. Foi quando começou a produção efetiva de itens de borracha. Além de agregar tecnologia às linhas de produção, segundo Felippe, este foi um primeiro passo para globalizar a empresa.

Produção de turbos para carros flex da BorgWarner é recorde

São Paulo – Ao completar dez anos de operação a fábrica da BorgWarner em Itatiba, SP, registra novo recorde na produção de turbocompressores em 2023, com crescimento de 18% sobre 2022, quando já tinha produzido o maior volume de sua história.

Os dois maiores fabricantes de veículos do País, Volkswagen e Stellantis, utilizam os turboalimentadores da BorgWarner. Segundo a empresa 50% dos carros com motores flex turbinados que rodam no País estão equipados com os turbos fabricados desde 2016 no Interior paulista.

Com mais lançamentos previstos e o aumento esperado das vendas de automóveis turboflex a BorgWarner espera por mais crescimento da demanda pelo equipamento e, consequentemente, novo recorde de produção em 2024.

Em dez anos a fábrica de Itatiba já produziu 500 mil turbos para automóveis. O maior cliente é o Grupo Stellantis, porque lidera as vendas no País e tem o maior número de veículos equipados com motores otto bicombustível 1.0 e 1.3 turboalimentados, caso dos Fiat Pulse, Fastback, Toro e Strada, dos Jeep Renegade, Compass e Commander e, mais recentemente, do Peugeot 208. Já a Volkswagen utiliza turbos em seus motores flex 1.0 e 1.4 que equipam Polo, Virtus, Nivus, T-Cross e Taos.

Na avaliação de Wílson Lentini, diretor geral da BorgWarner Emissions, Thermal and Turbo, em 2024 espera-se a consolidação de vendas dos veículos lançados em 2023 – caso das versões turbo lançadas este ano da Strada, 208 e Polo –, com ampliação e maior aceitação da tecnologia em veículos leves no País.

Outro foco de crescimento esperado nos próximos anos é a produção local de carros híbridos flex que deverão utilizar motores a combustão turbinados. Segundo Lentini a BorgWarner já está em processo de cotação para nacionalizar turbos para esses novos modelos.

Turbos para pesados

Este ano também representou para a BorgWarner a consolidação da utilização de tecnologias para motores Euro 6, adotados por todas as fabricantes de caminhões e ônibus desde o início de 2023 para atender aos limites do Proconve P8, o programa nacional de controle de emissões para veículos pesados.

Para os motores Euro 6 a BorgWarner começou a produzir em Itatiba turbocompressores com tecnologia ball bearing, dotados de rolamentos nos mancais para aumentar a eficiência da turbina, reduzindo consumo de combustível e garantindo respostas mais rápidas de torque, o que se reflete em melhor dirigibilidade.

Bons resultados na reposição

A divisão de aftermarket da BorgWarner também obteve bons resultados em 2023. As vendas para reposição da linha de ventiladores e embreagens viscosas para veículos pesados cresceram 48% na comparação com 2022. Já a linha de turbos apresentou alta de 12%.

Também cresceram as exportações de peças e componentes para o aftermarket de países da América Latina: o avanço sobre 2022 foi de 11%, impulsionado pelo lançamento de 21 novas peças de reposição e doze novas aplicações dos componentes. Segundo Guilherme Soares, gerente de aftermarket das divisões Emissions, Thermal and Turbo América Latina, o crescimento das vendas para a Colômbia e a parceria com fábricas da BorgWarner nos Estados Unidos para atender aos países da região foram importantes para garantir o resultado positivo.

Em 2024 a corporação projeta mais crescimento no aftermarket, conforme justifica Soares: “Nossa previsão é que teremos uma elevação de dois dígitos. Também teremos maior abrangência em novos mercados localizados na América Central e no México, por causa da nossa parceria com as plantas dos Estados Unidos”.

Outra novidade será a ampliação do portfólio atual com o mapeamento de aplicações em carros chineses que rodam no Brasil e outros países da América Latina em número cada vez maior, uma vez que a BorgWarner é fornecedor original para fabricantes como BYD, GWM e Foton.

BorgWarner vai exportar controladores de baterias feitos em Piracicaba

São Paulo – A fábrica de sistemas de baterias da BorgWarner em Piracicaba, SP, inaugurada em fevereiro deste ano, recém-começou a produzir em série para fornecimento aos ônibus elétricos da Mercedes-Benz eO500U e já ganhou clientes no Exterior, o que garante a primeira ampliação da unidade. Um componente do sistema, o BMS, sigla em inglês para módulo de controle de baterias, começa a ser exportado para os Estados Unidos em 2024.

Marcelo Rezende, diretor para sistemas de baterias da BorgWarner no Brasil, observou que a exportação ampliará significativamente uma parte da fábrica no Interior paulista: “Com esta demanda adicional a planta de Piracicaba encerrará 2024 com duas linhas de produção do BMS e ampliará em cerca de três vezes o volume de produção atual do componente”.

Segundo ele o moderno sistema de produção adotado na fábrica fez toda diferença para vencer a concorrência internacional de exportação, pois entrega eficiência e competitividade de custos ao mesmo tempo em que garante alta qualidade.

A unidade brasileira pode se tornar um polo de montagem dos sistemas de gerenciamento de bateria: “Pretendemos desenvolver aqui um centro de competência para a produção do BMS nas Américas devido ao alto padrão de qualidade das linhas instaladas no País e a capacitação técnica da equipe local”.

Produção crescente

De olho na expansão do mercado de veículos comerciais elétricos no Brasil e motivada pelo contrato de fornecimento garantido para o chassi elétrico da Mercedes-Benz – que iniciou neste segundo semestre a produção do eO500U em São Bernardo do Campo, SP – a BorgWarner decidiu instalar no País a quarta fábrica de baterias da Akasol, empresa alemã adquirida pelo grupo em fevereiro de 2022.

“A BorgWarner segue o plano de estar sempre próxima de seus clientes e não seria diferente no caso das baterias, que são os componentes mais importantes dos veículos elétricos”, justificou Rezende. “A co-localização [com a Mercedes-Benz] facilita este processo e estimula o desenvolvimento de toda a cadeia local de fornecedores desse segmento.”

Por enquanto os dez meses de operação em Piracicaba se resumiram a fornecer sistemas de baterias para os primeiros cinquenta ônibus elétricos produzidos pela Mercedes-Benz e, para 2024, está prevista a entrega de quinhentas unidades para o cliente.

Como cada ônibus utiliza cinco packs de baterias a fábrica terminará seu primeiro ano com a produção de 250 unidades e planeja superar os 2,5 mil packs no segundo ano, mas a planta foi inicialmente planejada para produzir até 5 mil sistemas por ano para equipar de 1 mil a 1,2 mil veículos – equivalentes ao suprimento energético de 500 MW/h, suficientes para abastecer 250 casas por um ano.

As baterias produzidas pela BorgWarner são de alta densidade energética, específicas para veículos comerciais pesados, de 98 KW/h com tensão de 665 V e foram projetadas para 4 mil ciclos de recarga, o equivalente a oito a dez anos de durabilidade. Após a vida útil nos veículos, segundo Rezende, está planejado o reaproveitamento das baterias usadas em estações de recarregamento por mais oito a dez anos e, depois disso, mais de 85% do material pode ser reciclado.

Nacionalização

Segundo Rezende atualmente os packs vêm montados da Alemanha e aqui é feita a integração do sistema com componentes montados em Piracicaba: o BMS, o cérebro que controla o fluxo energético de todas as células da bateria, o DCU, que recebe a energia do carregador, e o Junction Box, caixa que integra os sistemas elétricos do veículo e suas baterias. Com o crescimento previsto da produção a unidade deve começar, em breve, a executar a montagem completa dos módulos.

Marcelo Rezende: plano de exportar e aumentar a nacionalização dos sistemas de baterias produzidos pela BorgWarner em Piracicaba.

O plano, diz o executivo, é aumentar gradualmente a localização do sistema: “Desde o início já tínhamos a meta de ampliar a nacionalização da montagem de baterias no Brasil, multiplicar por cerca de vinte vezes o faturamento da fábrica e quadruplicar o número de funcionários já em 2025”.

De acordo com o diretor a fábrica já tem dez fornecedores nacionais, que produzem no País partes metálicas, placas, conectores, cabos e peças de borracha. “Conforme a produção crescer, também aumentaremos a nacionalização do sistema”.

As células das baterias não são fabricadas pela Akasol, pois a divisão da BorgWarner concentra sua operação em produzir os módulos e todos os periféricos que compõem o sistema: “Compramos as células de fornecedores externos e se no futuro houver produção no Brasil, com lítio que já está sendo explorado, gostaríamos de poder comprar aqui”.

Mais clientes no horizonte

A BorgWarner trabalha com a expectativa de crescimento do mercado de veículos pesados elétricos em cerca de 400% até 2025. Além da Mercedes-Benz outro cliente das baterias Akasol na Europa, a Volvo, já iniciou testes no Brasil do seu ônibus elétrico BZL, por enquanto importado, mas com pretensão de ser produzido na fábrica de Curitiba, PR.

“Os ônibus elétricos estão puxando a eletrificação dos veículos no Brasil, principalmente pelo plano de São Paulo de eletrificar 20% da frota de transporte público da cidade até 2025”, afirmou Rezende. “Nós nos preparamos inicialmente para atender à demanda de um cliente mas também podemos fornecer a outros clientes de veículos comerciais. Já desenvolvemos novas baterias compactas para vans e se houver procura também poderemos fazer aqui.”

Com o crescimento do mercado de veículos elétricos também está sendo criada uma área para atender às necessidades de pós-venda das baterias: “A BorgWarner também tem peças, serviços e profissionais especializados no atendimento de aftermarket de nossos produtos elétricos, que é uma das nossas prioridades neste segmento que ainda é muito novo no mercado global”.

Seres altera planejamento comercial e busca 20 concessionárias no Brasil

São Paulo – A ideia de oferecer apenas plataforma online direta ao cliente final, estabelecida inicialmente pela chinesa Seres, descartando o modelo tradicional com concessionárias, foi descartada. José Augusto Brandimarti, seu chefe de operações, disse que um modelo híbrido será adotado: um misto de vendas online e representações físicas. Porque o consumidor brasileiro ainda tem ligação com o modelo tradicional de compra de veículos na concessionária.

Para os próximos dois anos a empresa tem um processo de expansão de rede: “Neste prazo queremos chegar a vinte lojas no Brasil e, ao mesmo tempo, continuamos a desenvolver e a aperfeiçoar nossa plataforma digital, porque queremos manter os dois tipos de operação. Será um modelo parecido ao que outras montadoras dispõem e funcionará como um acelerador estratégico dos nossos negócios”. 

Para definir seus parceiros de rede a Seres está negociando com grandes grupos conhecidos do consumidor brasileiro, para trazer ainda mais confiança para o negócio. A intenção é a de que, embora a marca seja nova, o consumidor poderá identificar que o grupo concessionário responsável pela revenda é tradicional. O número de grupos não será muito grande, para definir junto com eles o volume de importação de veículos, conforme a demanda, sem construir grandes estoques. 

A expansão da rede seguirá de acordo com os estados que possuem mais volume de vendas de veículos eletrificados. São Paulo é a maior praça e já recebeu a primeira revenda. A Seres pretende avançar para Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco e Alagoas, sendo que os dois últimos estados terão revendas de um mesmo grupo, que é forte na região.

A mudança de planos da Seres foi baseada em uma série de características do consumidor brasileiro, como a vontade de ir até uma loja para negociar pessoalmente o veículo, fazer um test-drive, ver o modelo pessoalmente e sentir o cheio do interior do modelo zero quilômetro: “Para avançarmos com o modelo digital de vendas precisamos ser conhecidos e oferecer toda a confiança que o público do segmento premium exige. Acredito que no futuro será possível apostar mais nesse modelo”.

O modelo híbrido de vendas no qual a Seres aposta terá mais uma vantagem: o estoque será de responsabilidade do concessionário e não sua, aliviando a necessidade de um aporte para trazer os carros para o País e vender diretamente aos clientes. 

Os planos da Seres também serão afetados pelo aumento do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos a partir de 2024, movimento que afetará diretamente a demanda para todas as marcas que importam, de acordo com o executivo. Para driblar esta turbulência a empresa pretende reduzir margem e negociar preços melhores com a matriz, para que o impacto para o consumidor final seja o menor possível. 

Para atingir suas projeções, a Seres também apostará na venda de comerciais leves elétricos no Brasil, segmento que está em alta e do qual possui ritmo alto de produção na China, conseguindo atender aos pedidos dos clientes em torno de sessenta dias — outras marcas demoram em torno de seis meses: “Usaremos a rede para também identificar os clientes e para prospectar grandes players que possuem frota própria, como Amazon e Mercado Livre, por exemplo, que buscam reduzir as emissões de suas entregas”.

Todo este trabalho no Brasil faz parte de um projeto global de ser a marca líder de vendas no mercado premium nos próximos anos, apostando em algumas ideias como o nível de tecnologia embarcada nos veículos, desenvolvido em parceria com a Huawei, componentes de alto desempenho usados por outras marcas de luxo e preços mais competitivos.

Iveco reúne fornecedores em busca de mais localização

São Paulo – Representantes do Grupo Iveco reuniram-se, na sede do Sindipeças, em São Paulo, com mais de duzentos fornecedores com potencial de colaborar com a produção de suas três marcas, Iveco, FPT Industrial e Iveco Veículos de Defesa. A intenção da companhia é ampliar a localização da produção de componentes para sua operação em Sete Lagoas, MG.

“O Brasil é um mercado estratégico para a Iveco e suas marcas e estamos comprometidos em continuar investindo no crescimento de nossas operações no País”, afirmou George Ferreira, diretor de compras para a América Latina. “Este encontro reforça nosso interesse em estreitar o vínculo com os fornecedores, nacionalizando componentes fundamentais para a cadeia automotiva e alavancando não apenas nosso negócio, mas o segmento”.

Ferreira apresentou aos fornecedores os pormenores da operação local e um panorama dos negócios da Iveco e da FPT Industrial, além de oportunidades em avaliação, perspectivas e o caminho para que novos fornecedores integrem a sua operação para o desenvolvimento de negócios na região.

“Após o lançamento dos produtos Euro 6, em especial do Iveco S-Way, continuamos investindo, inclusive com a apresentação recente do primeiro comercial leve com transmissão automática produzido no Brasil, o Daily Hi-Matic. Essa trajetória de crescimento e inovação só será sustentável com a parceria robusta com nossos fornecedores brasileiros e da América Latina.”

Ranger Raptor oferece melhor desempenho e mais capacidade off-road

São Paulo – A Ford completou o portfólio da Ranger com o lançamento da versão Raptor, desenvolvida pela sua divisão Ford Performance, dedicada a modelos esportivos e de alto desempenho. Seu motor 3.0 V6 biturbo GTDI alcança 397 cv, com 59,54 kgfm de torque, e acelera, de 0 a 100 km/h, em 5,8 segundos, de acordo com a companhia. Seu projeto foi liderado pela equipe brasileira de engenharia.

A picape média traz ainda itens exclusivos para sua vocação off-road e desenho novo de chassi, suspensão com amortecedores de competição e rodas e pneus especiais. É maior do que as demais versões da Ranger, embora compartilhem o mesmo entre-eixos. Foi desenvolvida com projeto de engenharia independente, para ser mais robusta, ter melhor desempenho e mais capacidade para desafios fora-de-estrada.

Chega à rede Ford por R$ 448,6 mil e tem diversas opções de acessórios para personalização, como rodas Beadlock, capota rígida retrátil, santantônio, defletor do capuz, protetor do cabo do estepe, amortecedor da tampa traseira, dispositivo antifurto para rodas e trava de segurança do estepe.

Fiat Argo soma meio milhão de unidades produzidas

São Paulo – Produzido há seis anos em Betim, MG, o Fiat Argo alcançou a marca de 500 mil unidades fabricadas e vendidas no Brasil e em outros dez países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai.

Criado com uma missão complicada, a de suceder ao Fiat Palio, ícone da história da empresa no Brasil, o Argo não chegou a liderar o mercado, mas acumula bons desempenhos de vendas. No ano passado ficou na nona posição e, em 2023, soma 55 mil vendas, na oitava posição do ranking.

A gama Argo é composta pelas versões 1.0, Drive 1.0, Trekking 1.3, Drive 1.3 Automático e Trekking 1.4 Automático.

GWM oferecerá recarga rápida grátis a proprietários do Ora 03

São Paulo — A infraestrutura para recarga de carros elétricos é sempre um ponto a ser considerado na hora do consumidor adquirir um modelo abastecido na tomada. Como mais um diferencial para atrair clientes a GWM anunciou, na sexta-feira, 24, parceria com empresas de energia para seu primeiro lançamento 100% elétrico, o Ora 03.

O CCO Oswaldo Ramos antecipou a AutoData que a promoção, realizada graças a acordo com Raízen, WeCharge e Zletric, permitirá aos donos do Ora 03 utilizar a recarga rápida de seus pontos gratuitamente.

Ramos contou que estudos feitos pela GWM identificaram que nem todos os donos de modelos BEV têm uma garagem fixa, ou, por qualquer motivo, não podem instalar um wallbox em sua residência. Se dependerem de carregadores de comércios, geralmente com capacidade de 7 kWh, poderiam demorar 7 horas ou mais para recarregar seu carro, o que é inviável.

“Existem poucos carregadores de carga rápida disponíveis e são as empresas de energia que precisam investir nisso, que fazem a gestão do ecossistema desses pontos. Chegamos à conclusão que não vamos botar nossa logomarca no carregador. A GWM fechou uma parceria com três grandes empresas de energia, que instalarão pontos de carga rápida e que cobrarão por isto. Mas os nossos clientes não pagarão esta recarga por um ano”.

Duas versões com até 319 km de autonomia

As primeiras unidades do 100% elétrico Ora 03 já começaram a ser entregues. O modelo está disponível em duas versões: a Skin e a GT, ambos com motor de 171 cv de potência e 25,5 kgfm de torque. O que os diferenciam é a capacidade da bateria e seu alcance.

Por R$ 150 mil, o Ora 03 Skin vem equipado com bateria de 48 kWh o que, segundo o Inmetro, garante autonomia média de 232 quilômetros. Já a versão GT, mais equipada e custando R$ 184 mil, traz bateria de 63 kWh, que lhe dá um alcance maior, medido pelo Inmetro: 319 quilômetros.

De acordo com a GWM numa estação rápida o Ora 03 demora de de 30 a 40 minutos para a recarga completa.

MWM reconhece os melhores fornecedores de 2022

São Paulo – A MWM reconheceu os seus melhores fornecedores de 2022 durante a oitava edição do Supplier Award, realizada na fábrica de Santo Amaro, em São Paulo. No total onze empresas apresentaram os melhores resultados, com base no processo global GRS, Supplier Rating System, que avalia os critérios qualidade, desempenho de entrega e flexibilidade, capacidade tecnológica e desempenho no desenvolvimento de novos produtos, postura comercial e contribuição em reduções de custo.

José Eduardo Luzzi, presidente da MWM, disse que a intenção da premiação é reconhecer as melhores empresas para que elas continuem com desempenho destacado: “Temos prazer em homenagear os nossos parceiros de destaque pois desejamos incentivá-los a perpetuar seus desempenhos diferenciados. Este prêmio é o reconhecimento a todos que estão perfeitamente alinhados com políticas, práticas, qualidade e desempenho da companhia”.

Veja abaixo os fornecedores premiados:

Aptiv
Cinpal
DelumaFupresa
ID Armazéns
Metalac
MGK
Neolubes
Technousi Almar
Weg
Woodward