Reed Exhibitions desiste de realizar a Automec Pesados & Comerciais

A Reed Exhibitions Alcantara Machado desistiu de manter a realização da feira Automec Pesados&Comerciais, destinada às fabricantes de autopeças e correlatos para este segmento. A mostra, que teve sua primeira edição realizada em 2008, como subproduto da Automec, jamais obteve números expressivos de participação de empresas ou público. Sua quarta e última edição, em 2014, por exemplo, dividiu o espaço do Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi com a Christmas Fair, voltada ao mercado de artigos natalinos.

O anúncio ocorreu via comunicado à imprensa divulgado pela Reed na quarta-feira, 28, que não cita que a edição 2016 da Automec Pesados & Comerciais já estava agendada para acontecer no Anhembi de 12 a 16 de abril. A baixíssima adesão de montadoras de caminhões à Fenatran, que acontecerá de 9 a 13 de novembro – apenas Volvo e DAF lá estarão – ajuda a explicar a decisão.

Segundo a nota, o segmento de comerciais volta a participar da Automec tradicional, agora agendada para acontecer de 25 a 29 de abril de 2017.

O anúncio serviu ainda para a Reed Exhibitions Alcantara Machado admitir, mesmo que apenas em parte, suas negociações com a GL Events, arrendatária do São Paulo Expo, antigo Centro de Exposições Imigrantes: este será o local da Automec 2017, transferida do Anhembi. No início de setembro a Agência AutoData revelou com absoluta exclusividade e em primeiríssima mão a mudança de endereço do Salão do Automóvel 2016, que também sai do Anhembi e vai para o São Paulo Expo – iniciativa que a Reed Exhibitions ainda não tornou oficial, o que deverá ocorrer em novembro.

Carros conectados: uma revolução na indústria automotiva.

A indústria automotiva global está no limiar de uma mudança muito radical. A transformação do automóvel em um poderoso computador capaz de se conectar com outros objetos – e não falamos somente do telefone celular – mexerá com todos os alicerces da indústria. Alguns competidores sobreviverão, até mais fortes. Outros fatalmente ficarão pelo caminho. Surgirão, também, novos atores.

A única conclusão concreta de Ricardo Bacellar, diretor da KPMG especializado no setor automotivo, é que as coisas vão mudar. “A indústria automotiva não anda mais sozinha. Ela está abraçada com a de tecnologia e de telecomunicações.”

As alterações se darão em praticamente todos os elos da cadeia: na relação da montadora com consumidores, fornecedores, setor de distribuição e trabalhistas, na velocidade do desenvolvimento de produtos e até mesmo nas legislações.

“Atualmente a relação da montadora com o consumidor está mais focada no momento da compra. Este acaba ficando desassistido após o fechamento do negócio, apesar dos crescentes investimentos em pós-venda. Com o carro conectado a interação será cada vez mais frequente, sem ser presencial.”

O diretor explicou que a quantidade de dados gerados com a conectividade dos carros será imensa, gerando um banco de dados de valor inestimável. Citou como exemplo a possibilidade de uso de publicidade direta com o motorista, uma vez que todos os seus hábitos estarão armazenados no veículo – os lugares que frequenta, a quantidade de vezes que vai a determinado local…

“As montadoras têm que decidir se querem ser apenas uma mera fornecedora de automóveis, deixando o gerenciamento desses dados nas mãos de outras empresas, ou se tomarão posição de liderança nessa revolução.”

Bacellar ressaltou que haverá também mudança na relação com fornecedores, pois as companhias terão que negociar com novas empresas, que, hoje, fazem parte da cadeia de tecnologia. Será um aprendizado de via dupla, pois esses fornecedores atualmente não estão acostumados a tratar com o setor automotivo.

Nas relações com o setor de distribuição poderá haver até mudanças históricas, como na lei Renato Ferrari. Hoje quem vende o carro para o consumidor é a concessionária – e é com ela que estão todos os dados dele. “De um lado a montadora pode requerer este dado. De outro, a concessionária não tem condições financeiras de fazer um grande investimento em big data. Uma hora os dois precisarão sentar para ver como essa relação caminhará.”

Historicamente baseada na engenharia, as montadoras agora precisarão abrir as portas para especialistas da área de tecnologia. Nesse caso, Bacellar prevê um choque de culturas: de um lado, montadoras com sua estrutura engessada, ternos e gravatas e suas paredes cinza. De outro, profissionais de tecnologia, com conceito de trabalho mais flexível, bermudas e camisetas e escritórios mais coloridos.

Outro ponto que as montadoras deverão mexer – e rápido – é a velocidade do desenvolvimento. “Há alguns dias a Tesla atualizou o software de todos os seus veículos. Esse tipo de ação será cada vez mais comum dentro do setor. Os produtos ficarão obsoletos em uma velocidade maior, assim como acontece com os smartphones.”

Leis e segurança – O setor público também terá papel importante nessa revolução do setor automotivo. As legislações que hoje conhecemos, por exemplo, serão forçadas a sofrerem alterações. Bacellar citou como exemplo o Uber, aplicativo de caronas que faz papel semelhante aos táxis. Em todo o mundo a chegada do Uber provocou mudanças nas legislações de grandes cidades. “A tecnologia cria essa demanda”.

Um dos pontos que mais críticas recebe nessa grande mudança na indústria, a segurança, será reforçada com investimentos e proteção. O diretor da KPMG não acredita que seja um entrave para a conectividade dos carros: “Há alguns anos questionávamos se faríamos transações bancárias pela internet. Essa discussão ficou no caminho, assim como a segurança nos automóveis ficará”.

Bacellar coordenará na manhã de quinta-feira, 29, o painel O Fascinante Mundo dos Carros Conectados Revolucionando o Mercado Automotivo na Futurecom, feira voltada aos setores de tecnologia e telecomunicação. Terá a companhia de representantes da Bosch, Delphi, FCA Fiat Chrysler, General Motors, PSA Peugeot Citroën, Qualcomm e Telefônica Vivo.  Pela primeira vez os automóveis ganharam um espaço no evento, que ocorre todos os anos em São Paulo.

No painel será apresentado um estudo da KPMG ainda inédito por aqui. Foi mostrado pela primeira vez no Salão de Frankfurt, na Alemanha, e em alemão. O título, provocativo, dá uma pequena ideia do que o futuro reserva ao setor – Operárias ou Donas do Jogo: A Indústria Automotiva está na Encruzilhada de uma Era Altamente Digitalizada.

Governo reduz tributos para elétricos, híbridos e movidos a células de hidrogênio

A produção e comercialização de veículos elétricos, híbridos e movidos a células de hidrogênio recebeu um incentivo do governo na terça-feira, 27, ao terem reduzidos seus impostos de importação, sejam modelos montados ou desmontados. Uma portaria da Camex, Câmara de Comércio Exterior, publicada no Diário Oficial da União chega a zerar o II de veículos elétricos e a hidrogênio, em que antes incidia tarifa cheia de 35%.

No caso dos híbridos, movidos com um motor a combustão e outro elétrico, as tarifas podem chegar a 7%, dependendo da potência do propulsor e a eficiência energética. Estes modelos já haviam sido beneficiados com a medida há um ano, mas os modelos chamados plug-in, que vêm com uma tomada que pode ser ligada à rede elétrica, ficaram de fora.

Agora todos foram contemplados: híbridos, de motor 1 litro até 3 litros, dependendo do grau de eficiência energética tiveram o imposto zerado ou reduzido até 7%, tendo ou não a tomada. Elétricos e a hidrogênio não têm mais incidência de imposto de importação – foram zerados.

No ano passado, quando o governo concedeu o desconto tributário aos híbridos, os elétricos ficaram de fora por causa da iminente crise elétrica: segundo fontes afirmaram à reportagem, o governo calculou que incentivos a modelos elétricos poderiam gerar desconforto na opinião pública.

Agora, porém, o governo mudou de ideia. Em comunicado publicado no site do Mdic, a Camex afirmou que “a decisão foi tomada após amplo debate sobre o tema e que a medida busca inserir o Brasil em novas rotas tecnológicas, oferecendo ao consumidor veículos com alta eficiência energética, baixo consumo de combustíveis e reduzida emissão de poluentes”.

Segundo a Camex, essas medidas fazem parte da política de fomento para novas tecnologias de propulsão e atração de novos investimentos para a produção nacional dos veículos elétricos, híbridos ou movidos a célula de hidrogênio.

Para Luiz Moan, presidente da Anfavea, a resolução representa um grande avanço para o Brasil. “Ela possibilita ao consumidor acesso ao que há de mais moderno em tecnologia no mundo e abra espaço também para a ampliação do desenvolvimento local de novas tecnologias, inserindo a engenharia brasileira nas principais rotas tecnológicas globais, inclusive com a oportunidade de criar soluções que utilizem o etanol”.

A presença dos elétricos ainda é tímida no mercado nacional: de janeiro a setembro foram emplacadas 664 unidades, uma participação marginal no mercado. Em todo 2014 as vendas somaram 855 unidades.

Ainda tem IPI – Cabe ressaltar que apenas o imposto de importação foi reduzido. A todos os modelos incide o IPI e, no caso daqueles que ultrapassem a cota do Inovar-Auto da montadora, os trinta pontos porcentuais deste tributo. Como não há projeto de modelos elétricos aprovados pelo Mdic, não há exceções.

Mas já há movimentação dentro do Congresso para alterar esse cenário. Há uma semana foi aprovado um projeto de lei que isenta por até dez anos o IPI para elétricos e híbridos de fabricação nacional na Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal. Suspende também, por igual período, a cobrança de IPI nos equipamentos de recara de baterias usadas nesses veículos.

Não para por aí: o projeto do senador Eduardo Braga prevê isenção de imposto de importação para partes e acessórios sem similar nacional, desde que sejam usados para fabricação de veículos e recargas de bateria.

A matéria foi encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos da casa.

Resil demite e Sindicato do ABC protesta contra Denatran

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC abriu guerra contra a decisão do Denatran de colocar fim à obrigatoriedade dos extintores de incêndio em automóveis e comerciais leves no País. Para a entidade, a iniciativa representará cortes de postos de trabalho – na segunda-feira, 26, a Resil, fabricante do produto, demitiu 350 trabalhadores, segundo o Sindicato. Em protesto cerca de 500 metalúrgicos, também de acordo com os representantes dos funcionários, interromperam o trânsito no início da Rodovia dos Imigrantes na manhã da terça-feira, 27.

Os metalúrgicos prometem ainda rumar a Brasília, DF, para pressionar por os deputados do Congresso Nacional para que aprovem Projeto de Decreto Legislativo que susta os efeitos da medida, apresentado por deputado por Pernambuco e que recebeu requerimento de urgência.

Para o presidente do sindicato, Rafael Marques, em nota, a decisão do Contran foi um erro. “É um crime contra o trabalhador fazer uma mudança desse porte sem uma discussão profunda. Quem toma uma decisão como essa sabe que ela causará demissões”, afirmou em comunicado.

Para ele, ainda na nota, “falta procedimento ao Contran. Em nenhum momento houve qualquer sinalização de que a obrigatoriedade seria extinta, ao contrário. Eles vinham aumentando as exigências em relação aos extintores, o governo fazia pressão para que o setor aumentasse a oferta do produto e, de repente, deram esse cavalo de pau”.

Em setembro o Contran anunciou o fim da obrigatoriedade do uso dos extintores para veículos leves, medida que já durava 45 anos e que tinha no Brasil o único grande mercado com tal exigência. O órgão, ligado ao Ministério das Cidades, alegou que as fabricantes não conseguiram adequar a produção à demanda pelo tipo ABC, mesmo com sua regulamentação estabelecida há dez anos.

Inadimplência cresce e chega a 4%

Após nove meses consecutivos de estagnação o índice que mede os atrasos de pagamentos nos financiamentos de veículos para pessoas físicas avançou 0,1 ponto porcentual no mês passado. Segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil na terça-feira, 27, em setembro a inadimplência do setor automotivo ficou em 4%.

Desde dezembro de 2014 não havia alteração no índice, estacionado nos 3,9%. A última alteração, inclusive, havia sido para baixo, passando de 4,1% em novembro para 3,9% no último mês do ano passado – e seguia uma trajetória descendente.

A última vez que a inadimplência tinha registrado alta de um mês para o outro fora de abril de 2014 para maio, quando os atrasos nos pagamentos superiores a noventa dias por pessoas físicas cresceram de 4,9% para 5%.

Na comparação com um ano atrás a inadimplência registrou recuo de 0,4 ponto porcentual.

A inadimplência geral nas operações de créditos financeiros, superiores a noventa dias, ficou estável em setembro, marcando 3,1% – mas com um crescimento de 0,2 p.p. em doze meses. Houve manutenção dos índices tanto nos créditos para as famílias, em 3,9%, e para as empresas, em 2,4%.

Futuro Civic nacional utilizará tecnologia downsizing

A Honda anunciou na terça-feira, 27, que produzirá a nova geração do Honda Civic, apresentada recentemente nos Estados Unidos, também no Brasil. E mais: que o modelo utilizará motor 1,5 litro VTEC turbo com injeção direta, de 174 cv, quatro cilindros.

Atualmente a gama do Civic nacional oferece versões com motor 1,8 litro, com até 140 cv, e 2 litros, até 155 cv, ambos flex e quatro cilindros.

Desta forma o modelo passará a contar com tecnologia downsizing, utilizando motor com menor litragem porém adicionado de turbocompressor e injeção direta, em nome de redução dos índices de consumo e emissões sem comprometimento do desempenho do veículo.

A fabricante não forneceu outros pormenores, como datas de início de produção e se o motor será nacional ou flexível. Mas aparentemente deixou em aberto a possibilidade de outros motores da linha VTEC turbo, que também conta com opções 1.0 e 2.0, serem aplicados aqui, ao considerar que “os motores foram projetados para equipar automóveis de pequeno e médio porte” e, ainda, adicionar que “as variações de cilindrada 2.0, 1.5 e 1.0 permitem que os motores sejam adotados em modelos globais, de acordo com as características de cada veículo e particularidades do mercado onde é comercializado”.

A gama destes motores foi lançada no Japão, há dois anos. Segundo a montadora, obtêm redução no consumo de 5% a 10% na comparação com os VTEC – de sistema de comando de válvulas com controle eletrônico – aspirados.

O VTEC turbo 1.0 tem três cilindros e potência estimada em 120 cv. E o 2.0, quatro cilindros, alcança 280 cv. O Civic Si atualmente vendido no Brasil, importado, conta com motor 2,4 litros VTEC aspirado com 206 cv.

Scania reajustará preço da sua linha em 10%

A Scania informou por meio de comunicado divulgado na segunda-feira, 26, que promoverá dois reajustes nos preços de todo o seu portfólio de caminhões e chassis de ônibus comercializados no mercado brasileiro. Uma primeira etapa já foi cumprida: o preço dos produtos subiu 3%.

Segundo a companhia outro aumento será feito em janeiro, dessa vez de 7%, somando 10% de correção no valor cobrado pelos produtos da marca. No comunicado a montadora justificou a medida “em razão dos aumentos de custos, consequência da inflação e da desvalorização cambial”.

A fabricante de caminhões e ônibus segue a tendência de seus concorrentes, que, se ainda não promoveram, estão finalizando as contas para realizar os reajustes de preço.

Na semana passada durante o painel sobre veículos comerciais do Congresso AutoData Perspectivas 2016 o diretor comercial da DAF, Luís Gambim, e o da Volvo, Bernardo Fedalto, admitiram que suas linhas teriam preços corrigidos. Na DAF os preços subirão de 8% a 10% em janeiro. Fedalto não revelou de quanto será a correção na tabela da Volvo, nem quando serão promovidos os reajustes.

Outra empresa que fará reajustes nos preços de seus caminhões será a MAN Latin America. Roberto Cortes, presidente, informou aos participantes do Congresso AutoData que uma correção de 2% será feita a partir de novembro e outra de 5,5% ocorrerá em janeiro. Há segundo ele, porém, uma defasagem de 15%, que será corrigida com outros dois aumentos, um no segundo trimestre e outro ao longo da segunda metade de 2016.

PF prende vice-presidente da Anfavea e interroga fundador da Caoa

A segunda-feira 26 de outubro de 2015 ficou marcada como o dia em que a indústria automotiva nacional saiu dos cadernos de economia dos jornais e foi parar na área dedicada à cobertura policial. Isso porque a Polícia Federal iniciou nova fase de investigações da chamada Operação Zelotes, que investiga ações de manipulação do trâmite de processos e no resultado de julgamentos no Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão da Receita Federal.

Segundo comunicado da PF, aproximadamente cem policiais atenderam a 33 mandados judiciais – seis de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva. A ação ocorreu no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Piauí e Maranhão. De acordo com o órgão, “esta nova etapa da operação aponta que um consórcio de empresas, além de promover a manipulação de processos e julgamentos dentro do Carf, também negociava incentivos fiscais a favor de empresas do setor automobilístico”.

O comunicado da PF afirma que “as provas indicam provável ocorrência de tráfico de influência, extorsão e até mesmo corrupção de agentes públicos para que uma legislação benéfica a essas empresas fosse elaborada e posteriormente aprovada”. As empresas, no caso, são a MMC e o Grupo Caoa, que teriam sido beneficiadas por Medida Provisória que estendeu de 2011 a 2015 os benefícios fiscais válidos para montadoras instaladas nas regiões Centro-Oeste e Nordeste – ambas estão em Goiás, sendo a Mitsubishi em Catalão e a Caoa em Anápolis.

De acordo com os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo a PF realizou a prisão preventiva de Mauro Marcondes Machado, vice-presidente da Anfavea, na condição de representante da MMC, a Mitsubishi brasileira. Ele é presidente de uma das empresas investigadas, a Marcondes & Mautoni Empreendimentos. O jornal O Globo afirma que a sócia e esposa de Machado, Cristina Mautoni, também foi presa.

Em nota assinada por Luiz Moan, seu presidente, a Anfavea afirma “tratar-se de casos particulares dos citados”. Mas suspendeu temporariamente Machado de sua diretoria, alegando que a iniciativa ocorre “em defesa da coletividade e dos interesses das associadas”. O comunicado afirma ainda que o prazo de suspensão se dará pelo “período necessário para defesa e conclusão do processo investigativo pelos órgãos institucionais”.

Mauro Marcondes Machado é figura muito conhecida no setor automotivo nacional. Além da Anfavea e da MMC, também atuou por muitos anos na Scania e Volkswagen. A ligação do executivo com o próprio presidente da Anfavea é antiga: a primeira passagem de Moan pela associação partiu justamente de indicação de Machado, à época em que os dois trabalhavam na VW. Quando Machado foi para a Scania, Moan assumiu seu posto de secretário-executivo na associação.

Ainda de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo a PF também realizou busca e apreensão de documentos e equipamentos na sede da MMC, em São Paulo.

Além disso o fundador do Grupo Caoa, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, também foi um dos envolvidos na ação da PF, este em condução coercitiva.

Em nota, o Grupo Caoa confirmou que Andrade, hoje presidente do Conselho, “esteve na PF de São Paulo para prestar depoimento”. Para a empresa, entretanto, este ocorreu “apenas na qualidade de testemunha-informante”. Também de acordo com o Grupo o empresário “cumpriu seu dever de cidadão e atendeu à convocação referida”.

O comunicado prossegue afirmando que a empresa “jamais contratou qualquer pessoa física ou jurídica ou pagou qualquer importância para a aprovação de Medidas Provisórias. Ressalta, também, que nos dois Recursos que impetrou junto ao Carf obteve resultados negativos, ou seja, esses recursos não foram acolhidos, por decisão unânime, o que significa que ali não obteve qualquer decisão que lhe favorecesse”.

 

Reflex & Allen começa a produzir mangueiras para a reposição

As linhas da antiga fábrica da Sabó, no bairro da Lapa, em São Paulo, começaram a produzir este mês mangueiras de borracha para o mercado de reposição. A multinacional italiana Reflex & Allen, dona de uma parte do espaço desde abril, pretende lançar os produtos até o fim do ano – serão mais de 250 códigos, que cobrirão mais de 80% do mercado.

Os produtos manterão as características dos originais – a Reflex & Allen será, portanto, a única fornecedora de mangueiras de borracha que atenderá os dois segmentos, OEM e reposição. Os italianos investirão US$ 6 milhões em dois anos para reorganizar a fábrica de 8 mil m², que emprega 160 trabalhadores, grande parte oriunda da Sabó.

Segundo Alex Fabbroni, CEO da empresa no País, o objetivo é crescer 50% o faturamento no ano que vem, comparado com o resultado deste ano. “Temos a melhor linha de mangueiras de borracha para o mercado original e o de reposição. Montamos a melhor equipe para produzir esses produtos e nos tornaremos os únicos fornecedores OEM a abastecer também o aftermarket, com a mesma qualidade e garantia”.

A Reflex & Allen ocupa o prédio que abrigava a divisão de mangueiras da Sabó, que em abril resolveu vender o negócio para se dedicar a outros produtos. No espaço funcionam oito extrusoras, dezesseis vulcanizadoras, cinco injetoras e trinta células de montagem. Dentre seus clientes estão montadoras, como Fiat, General Motors, Honda e Volkswagen, e fabricantes de motores como Cummins e MWM.

Honda é a Empresa do Ano do Prêmio AutoData 2015

Cerca de duzentos convidados presenciaram a revelação dos vencedores do Prêmio AutoData 2015 – Os Melhores do Setor Automotivo, em cerimônia realizada no início da noite da quarta-feira, 25, no Milenium Centro de Convenções, na Zona Sul de São Paulo.

A Honda sagrou-se como a maior vencedora daquela que já é a décima-quinta edição do Prêmio AutoData: abocanhou o título de Empresa do Ano, nomeada dentre todas as vencedoras das dezesseis categorias empresariais por um conselho de notáveis formado por Alencar Burti, André Beer, Luiz Carlos Mello e Francisco Bueno.

A montadora levou para casa ainda os troféus das categorias Montadora de Automóveis e Comerciais Leves e Sustentabilidade.

A categoria Personalidade do Ano foi vencida por Stefan Ketter, da FCA Fiat Chrysler Automobiles – que também comemorou a vitória do Jeep Renegade na categoria Veículo Automóvel.

Durante o evento os realizadores do Prêmio AutoData também renderam suas homenagens a Waldey Sanchez. Dono de uma carreira brilhante no setor automotivo brasileiro, ele deixou em meados do ano o posto de presidente e CEO da Navistar International no Mercosul.

O Prêmio AutoData é um dos mais importantes e disputados reconhecimentos aos esforços das empresas e pessoas do setor automotivo nacional, realizado anualmente de forma pioneira e ininterrupta desde 2000. É reconhecido informalmente no meio automotivo como o Oscar do setor no País. Os eleitores foram os próprios assinantes da Revista AutoData, da Agência AutoData de Notícias e os participantes do Congresso AutoData Perspectivas 2016, realizado no mês passado em São Paulo.