Honda adia indefinidamente início de atividades em Itirapina

De surpresa, e se utilizando de um comunicado lacônico emitido no meio da tarde da sexta-feira, 30, a Honda Automóveis informou que decidiu adiar o início de operações de sua nova fábrica em Itirapina, no Interior de São Paulo.

A inauguração da fábrica estava originalmente agendada para ocorrer ainda no fim deste ano. O cronograma indicava início da produção pré-série do Fit em setembro. Em meados deste ano a fabricante indicou que a fabricação ali ocorreria somente a partir do primeiro semestre de 2016.

O comunicado diz que “a Honda Automóveis do Brasil comunica que revisou os planos para o início das operações de sua segunda fábrica de automóveis no País, localizada na cidade de Itirapina”. A montadora não esclarece quando poderá ocorrer a inauguração: afirma no texto apenas que “a nova data será definida de acordo com a evolução do mercado”.

A nota, entretanto, dá a entender que o prazo de extensão não será exatamente curto: “a empresa mantém-se alerta diante das dificuldades atuais do segmento automotivo e, para 2016, a expectativa é manter o mesmo nível de volume deste ano, o que poderá ser suprido pela fábrica de Sumaré”. Aparentemente, portanto, os planos podem ter sido adiados por um ano.

A montadora assegura que “os investimentos previstos para o projeto de Itirapina estão mantidos e seguem sendo realizados rigorosamente de acordo com o cronograma estabelecido. A unidade estará pronta para iniciar a produção em massa assim que houver melhor previsibilidade do mercado. A marca também reafirma a manutenção dos investimentos na renovação e atualização de sua linha de produtos”.

Nesta semana, a fabricante informou que produzirá no País a nova geração do Civic com motor 1.5 turbo com injeção direta.

O anúncio do investimento de R$ 1 bilhão na unidade ocorreu em agosto de 2013, e a pedra fundamental foi assentada apenas três meses depois, marcando o início oficial das obras. O prazo previsto para início das atividades, portanto, era de quase dois anos exatos.

Em abril deste ano a Honda recebeu da construtora, simbolicamente, a chave da unidade, marcando o encerramento das obras civis. A capacidade prevista era de 120 mil unidades/ano, a mesma de Sumaré. Esperava-se que dois mil funcionários atuassem na unidade, quando em pleno funcionamento.

Das dez marcas líderes em venda no País em 2015 a Honda é a única a registrar resultado positivo: seus volumes cresceram 17,4% até setembro, saltando de 95,9 mil no ano passado para 112,5 mil neste ano, muito devido ao HR-V, lançado há poucos meses.

MERCADO – Outubro deve fechar com 186,7 mil unidades de autoveículos comercializadas no País, apontam dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData.

O dado representa o número de licenciamentos registrados até a quinta-feira, 29, porém com a transferência da folga do Dia do Servidor Público para a sexta-feira, 30, não ocorreu o funcionamento dos Detrans e, assim, o número deve permanecer o mesmo ou mudar muito pouco.

A média diária do mês, prejudicado também por um feriado na segunda-feira, 12, será uma das baixas do ano: 8,9 mil unidades, saindo do ritmo registrado há vários meses no ano, perto de 10 mil unidades.

Claes Nilsson deixa a presidência da Volvo América Latina

Exatamente um ano após o anúncio de sua vinda para o Brasil o presidente do Grupo Volvo América Latina, Claes Nilsson, comunica que deixará o cargo que havia assumido em janeiro, retornando para a Suécia ainda no final deste ano.

De acordo com nota da empresa divulgada na tarde da sexta-feira, 30, “a decisão do executivo é pessoal e envolve questões familiares”.

Seu sucessor não foi anunciado e, segundo o comunicado, será divulgado em breve.

Em seu curto período no Brasil, segundo a nota da Volvo, Nilsson liderou a introdução comercial da nova linha de caminhões da marca no continente e reforçou os investimentos em atendimento e pós-venda. O executivo permanecerá no Grupo, assumindo a partir do início de 2016 a liderança de um projeto de estratégia comercial ligado à divisão de caminhões da companhia.

Nilsson estava na presidência da Volvo na região desde o último dia 1º de janeiro, quando substituiu Roger Alm, que também retornou à matriz na Suécia. Antes de vir para o Brasil Nilsson era presidente da divisão Volvo Caminhões do Grupo.

 

VW admite ter que pagar multa por fraude também no Brasil

A Volkswagen vai arcar com as possíveis consequências da fraude dos motores diesel no Brasil, como o pagamento de possíveis multas envolvendo o caso. A informação foi revelada por Antônio Megale, diretor de assuntos governamentais da fabricante, à Agência Brasil.

De acordo com o executivo, a empresa emprega no momento esforços para descobrir se os resultados reais dos testes de emissão de gases nas Amarok 2011 e 2012 estão fora dos limites estabelecidos pela legislação nacional. “Mesmo ele [o software] alterando o resultado dos testes, precisamos checar se o veículo está ou não em conformidade com a lei brasileira. Independentemente da reposta, substituiremos o software antigo pelo novo que está em desenvolvimento”, afirmou à publicação.

Ainda segundo Megale, que também é o primeiro vice-presidente da Anfavea e deverá ser eleito como presidente na próxima gestão, que se inicia segundo trimestre do ano que vem, “o software tem uma grande complexidade. Ele identifica que a condição daquele momento é de teste e faz uma regulagem do motor que emite menos poluentes nessas condições. Na condição de rodagem, modifica o funcionamento do motor e privilegia o desempenho do veículo”.

À Agência Brasil o executivo acrescentou que a notícia da fraude foi recebida com surpresa pela Volkswagen do Brasil, e que o primeiro passo foi verificar se as Amarok que usavam o motor envolvido no caso vendidas no Brasil também tinham o sistema – o modelo é fabricado na Argentina. “O levantamento que fizemos mostrou que sim, o Brasil tem uma parte dos veículos que estão com esse software instalado.”

A montadora admitiu há alguns dias que 17 mil unidades comercializadas no Brasil têm o programa que frauda os testes de emissão instalado. A fabricante afirmou que providenciará mudança no software no início do ano que vem, no aguardo da solução em desenvolvimento na Alemanha, avisando apenas ali os proprietários, em iniciativa própria. Segundo informações obtidas pela Agência AutoData, entretanto, o Ministério da Justiça deverá obrigar a fabricante a convocar um recall para o modelo.

Onix vence de novo e está perto de ultrapassar Palio no ano

O Onix está muito próximo de entrar para a história da General Motors do Brasil como o terceiro modelo em sua história a figurar na primeira posição do ranking dos veículos mais vendidos no País em um fechamento anual – algo que ícones Chevrolet como o Corsa e o Celta jamais conseguiram. O feito foi obtido apenas pelo Monza, em três oportunidades, e o Chevette, em uma, ambos nos anos 80.

Isso porque o hatch está em posição muito clara de tomar a liderança em vendas no ano do Palio, em franca tendência de crescimento que parece, a essa altura, ser de difícil reversão para o Fiat. De acordo com cálculos da Agência AutoData utilizando dados da Fenabrave até a quinta-feira, 29, o Palio soma, no ano, 100 mil emplacamentos para 99 mil do Onix. A diferença, portanto, está na casa de 1 mil unidades.

Ocorre que a vantagem que o Fiat tinha sobre o Chevrolet, que até o fim do primeiro semestre parecia extremamente confortável, se consumiu rapidamente. No fim de julho era de 7,5 mil unidades, caiu para 5,8 mil ao término de agosto, foi a 4,3 mil em setembro e na primeira metade de outubro já estava em apenas 3 mil.

Ao que tudo indica, assim, mantida a curva de vendas de cada modelo, já na primeira metade de novembro o Onix será o novo líder de vendas do mercado brasileiro.

Em outubro o Chevrolet completará três meses consecutivos como o mais vendido, enquanto o Palio liderou de janeiro a fevereiro e depois de abril a julho. Em março a vitória foi da Strada. Ocorre que o Onix, nos meses em que ganhou, o fez por muito.

Até a sexta-feira, 29, a tabela aponta para o mês de outubro o Onix à frente com 11 mil unidades licenciadas, HB20 na segunda posição com 9,6 mil e Palio fechando o pódio com 7,9 mil.

Completam os cinco primeiros Gol, 6,5 mil, e Prisma, 6,2 mil.

E o top-10 traz ainda, pela ordem, Strada, 6 mil, Ka, 5,7 mil, Corolla, 5,5 mil, Renegade, 5,5 mil, e Uno, 5,4 mil. Ficou de fora o HR-V, 5,3 mil, em décimo-primeiro.

Não deixa de surpreender a tomada de posição dos novos SUVs compactos de Jeep e Honda a derrubar tradicionais frequentadores do top-10, e de preços bem inferiores, como Fox, Sandero e Siena. E mais uma vez o sedã médio da Toyota também merece destaque, assim como nova tentativa de retomada de melhores dias pelo Gol.

Os dados definitivos do mês serão divulgados pela Fenabrave na segunda-feira, 2.

Peugeot 308: manutenção de mercado.

A missão do novo Peugeot 308, lançado na noite de quarta-feira, 29, no Guarujá, na Baixada Santista, está longe de ser árdua e ousada. Não está nele depositada as fichas para se intrometer na liderança do segmento de hatches médios, mas de simplesmente garantir e preservar a participação que possui na categoria. Segundo a marca, sua fatia no segmento até outubro era 8%, que representa um volume em torno de 2,4 mil unidades.

De acordo com a nova diretora geral da Peugeot, Ana Theresa Borsari, no  comando da operação brasileira desde 1º de outubro após sete de Europa, “a ambição para ganhar participação no mercado está em outras ferramentas”, se referindo aos modelos 208 e 2008. “Temos esse objetivo e acreditamos em nossa capacidade para isso.”

A expectativa de venda da Peugeot para o 308 é de 250 a 300 unidades/mês para o novo modelo em um mercado por volta de 44 mil carros até o fim de 2016. Das três versões, Allure 1.6, Allure 2.0 e Allure THP, estima 50% das vendas do mais simples, 20% da versão intermediaria e os outros 30%  do modelo equipado com motor turbo.

A Peugeot avisa ainda que a linha 308 ainda será acrescida com o modelo europeu, baseado em outra plataforma. “O processo já está em homologação”, afirma a diretora geral. “Esperamos somente um momento mais adequado para o lançamento.”

De acordo com Ana Theresa Borsari, a decisão de apenas renovar o 308 em vez de passar a produzir na Argentina, na fábrica de El Palomar, o modelo europeu, passa tanto por questões econômicas quanto de mercado. “Houve uma clara migração do consumidor de hatch médio para as novas ofertas de crossovers. Em 2015 a queda do segmento chega a 60%, com isso a conta não fecharia com o investimento necessário para produzir o modelo a partir de uma nova plataforma. O 308 importado atenderá um consumidor específico, um nicho dentro do segmento.”

Pelas contas de Borsari a Peugeot deve encerrar esse ano com 1,1% de participação no mercado. Acha difícil, no entanto, planejar o que será o ano que vem em virtude da deterioração da economia e das quedas nas vendas de veículos.

Peugeot 308 renovado por dentro e por fora

Sob o discurso da estratégia de estabelecer um novo posicionamento no mercado nacional, como vem ocorrendo nos últimos anos, a Peugeot lançou na noite de quarta, 28, o 308 renovado – do visual à introdução de novos equipamentos e recursos de série.

“Estamos construindo uma nova imagem da marca baseados em uma aliança de exigências na qual alguns pilares são a obsessão na coerência e o rigor na execução”, assegura Ana Theresa Borsari, nova diretora geral da fabricante no Brasil. “A gama de produtos passa por isso. Com o novo 308, a Peugeot passa a ter a mais recente e moderna linha de produtos de sua história no País.”

O lançamento da Peugeot representa a primeira grande atualização do 308 desde que foi introduzido no País, no início de 2012, para substituir o 307. De acordo com o Frederico Battaglia, diretor de marketing, a nova aparência traz elementos visuais de recentes carros conceitos apresentados pela marca, como o Exalt e o Onyx – contornos dos faróis e vincos da carroceria. “Queremos ser uma marca cada vez mais emocional, que entregue não só estilo, mas também uma experiência de condução rica.”

Salvo a conversa marqueteira, o novo 308 realmente traz uma sólida lista de conteúdo de série desde a versão de entrada, embalada em um acabamento cuidadoso, onde estão presentes couro e revestimento de material emborrachado no painel. “Para levar emoção não podemos deixar de lado a qualidade superior, mesmo que isso custe mais caro”, destaca a diretora geral. “A maior entrega de equipamentos foi uma escolha para a construção da uma nova imagem da marca.”

O preço e a oferta de conteúdo incorporada, no entanto, foram concebidos de maneira a entregar mais por menos na comparação com o que a Peugeot enxerga como concorrentes: Ford Focus, Fiat Bravo, Chevrolet Cruze. São três versões: Allure 1.6 de 122 cv com câmbio manual por R$ 70 mil, a intermediária Allure 2.0 de 151 cv com caixa automática de seis marchas por R$ 76 mil e a topo de linha com motor THP de 173 cv e caixa automática por R$ 83 mil.

Estão presentes em todas as versões teto solar, ar-condicionado bizone, no qual a engenharia retrabalhou potência para ter capacidade para esfriar mais rápido e ser menos ruidoso, sistema de fixação isofix, seis airbags, rodas de liga leve de 17 polegadas e central multimídia touchscreen, com recurso de espelhamento do smartphone na tela do veículo, o Mirror link.

ThyssenKrupp inaugura fábrica em Poços de Caldas

A ThyssenKrupp inaugurou na manhã da quinta-feira, 29, uma moderna fábrica de componentes automotivos em Poços de Caldas, MG. A crise do mercado automotivo nacional, que registra retração superior a 20% este ano, não freou os planos da companhia alemã, embora tenha reduzido pela metade o projeto original.

Desenhada para atender à demanda da Volkswagen, a unidade produz eixos de comando de válvula integrados à tampa do cabeçote do motor. Inicialmente o volume estimado era de 1 milhão de unidades por ano, abrangendo toda a linha de motores produzidos pela montadora em São Carlos, SP. O cenário de demanda reduzida, porém, fez a fábrica encolher: foi inaugurada com capacidade para produzir 500 mil peças.

Nada que assuste Michael Höllermann, CEO da ThyssenKrupp na América do Sul: “O Brasil sabe lidar com altos e baixos do mercado. Acredito que em dois ou três anos a demanda retorne. Só resta saber se será algo rápido ou um crescimento mais orgânico”.

O investimento de R$ 60 milhões foi decidido há cerca de dois anos, na esteira dos planos de modernização dos motores da Volkswagen. A tecnologia empregada no componente, que integra os eixos de comando de válvula à tampa do cabeçote em uma só peça, é inédita no Brasil – e empregada em apenas outros dois mercados pela ThyssenKrupp: Alemanha e China.

“É um conjunto mais leve, forte e eficiente”, explicou Sven Sitte, gerente de projetos e responsável pelo projeto da fábrica no Brasil. A redução no peso chega a 40%, o que colabora para menores consumo de combustível e emissões de poluentes. “A peça ficou também mais compacta. Hoje as montadoras buscam mais espaço, reduzindo o tamanho do motor, e contribuímos com isso.”

Sitte garantiu que muitos componentes são produzidos localmente e outros, embora ainda importados, já estão em desenvolvimento com fornecedores. Não soube precisar a porcentagem de conteúdo nacional, mas garantiu que a busca é por reduzir a importação, até pelo efeito negativo que o câmbio proporciona atualmente.

Por outro lado, o real valorizado pode colaborar para expandir a produção da fábrica. Indagado sobre a possibilidade de exportar para outros mercados, o gerente afirmou: “Seguimos os consumidores. Se acharem que a fábrica brasileira atende melhor as necessidades forneceremos a partir dela”.

Höllermann disse também, sem fornecer pormenores, que negocia com outros potenciais clientes. E citou a localização da fábrica – no Sul de Minas Gerais, próximo ao Interior paulista, não muito distante de Betim e do Rio de Janeiro – como um trunfo na hora de fechar negócio.

Nova revolução industrial – A fábrica de Poços de Caldas foi desenvolvida dentro do novo conceito chamado Indústria 4.0. Segundo Höllerman, trata-se da quarta fase da revolução industrial: a primeira foi a chegada das máquinas a vapor, a segunda a produção em série e a terceira a introdução dos computadores.

Na unidade recém-inaugurada todas as etapas de produção estão conectadas e mapeadas. Cada peça recebe uma identificação própria, uma espécie de QR Code, que é capaz de identificar todos os processos pelo qual ela passou. Cada etapa de produção é monitorada por sensores e a peça só vai para o próximo passo após a aprovação do sistema de controle

Isso significa, na prática, mais qualidade, segundo Sitte: “Caso haja algum problema no processo, paramos a linha na hora”.

Muito mecanizada – são apenas sessenta funcionários para produzir meio milhão de peças –, a produção conta com robôs de alta precisão e grande flexibilidade.

É a sexta fábrica de componentes automotivos da ThyssenKrupp no Brasil. Além de Poços de Caldas, a companhia produz em Ibirité e Santa Luzia, MG, São José dos Pinhais, PR, Campo Limpo Paulista, SP, e São Paulo, Capital. Segundo Höllermann a companhia manteve seu quadro de funcionários mesmo com a queda na demanda, fazendo uso de jornadas reduzidas e adoção ao PPE – as unidades de Ibirité e São Paulo aprovaram a entrada no plano do governo federal.

Com incentivo, Kia importará Soul elétrico

A Kia Motors comercializará no Brasil a versão elétrica do monovolume Soul. A decisão, anunciada por meio de comunicado à imprensa, era aguardada ao menos desde o fim do ano passado – o modelo foi mostrado ao público brasileiro no Salão do Automóvel, em outubro de 2015, mas à época o representante da montadora aqui, José Luiz Gandini, afirmou que sem algum tipo de benefício específico sua comercialização seria inviável “por conta do preço que teríamos que praticar no mercado”.

Nesta semana a Camex publicou decisão em que eliminou o imposto de importação, até então de 35%, para os modelos 100% elétricos, como é o caso do Soul.

No Salão do Automóvel Gandini defendeu ainda que modelos híbridos e elétricos fossem excluídos da cota de importação do Inovar-Auto, de no máximo 4,8 mil unidades/ano, mas este pleito não foi atendido. Agora, em comunicado, pediu também redução do IPI: “O Soul EV tem chances reais de competitividade ainda maior caso os benefícios se estendam também à redução da alíquota do IPI, hoje de 25%, para 7%, alíquota dos automóveis de entrada de 1 litro, que poluem menos. Assim, podemos contribuir ainda mais com a frota circulante de veículos elétricos no Brasil”.

De qualquer forma o empresário considerou que “temos de parabenizar a Camex porque, agora, nós podemos trazer produtos com alto valor agregado. Do ponto de vista tecnológico e ambiental, o Soul EV traduz uma tendência mundial por automóveis mais limpos”.

De acordo com a fabricante o modelo já está homologado para venda no País, mas não foram divulgadas previsões de preço ou data de início de comercialização.

Pelos cálculos da Kia Motors a autonomia é de 179 quilômetros durante uso em ciclo rodoviário e de 219 quilômetros no urbano. O modelo possui sistema de frenagem regenerativa, que ajuda a alimentar a bateria.

No Salão paulistano a Kia mostrou ainda o sedã Optima em versão híbrida, mas para este não houve divulgação de planos de lançamento.

VW adia metas de 2018 para 2025

O Grupo Volkswagen adiará em pelo menos sete anos seu plano de tornar-se a maior montadora global. Em comunicado o CEO Matthias Müller afirmou que o plano Estratégia 2018, lançado em 2009 com o objetivo de dar esta condição à empresa ao fim do prazo, será transformado em Estratégia 2025. Os termos completos da mudança nos planos da companhia serão revelados em meados do ano que vem.

De acordo com o executivo, na nota, “muita gente fora da VW, mas também alguns de nós, não entenderam que o Estratégia 2018 é sobre algo muito maior do que volumes de produção. O ponto não é vender algo como cem mil unidades a mais que o concorrente mais próximo, mas sim crescer de forma qualitativa”.

Na quarta-feira, 28, o Grupo anunciou os resultados do terceiro trimestre. As previsões para a fraude dos motores diesel, de 6,7 bilhões de Euros, transformaram o resultado em prejuízo de 1,7 bilhão de Euros. No acumulado do ano o resultado é positivo em quase 4 bilhões de euros, redução de 54% ante os 8,7 bilhões de euros de lucro no mesmo período de 2014 – não fosse a fraude, portanto, o lucro da fabricante teria crescido 23%.

O CEO elencou mais quatro temas que deverão balizar a companhia nos próximos anos: apoio aos consumidores que têm veículos envolvidos na fraude dos motores diesel, conclusão de investigação completa sobre o caso – “os responsáveis sofrerão severas consequências” –, descentralização de decisões, o que inclui rever a linha de produtos para cada mercado, e ainda mudança no comportamento cultural e de administração.

 

Governo afrouxa regras do Inovar-Auto

Três anos depois do nascimento do Inovar-Auto o governo federal decidiu mudar parte das regras do programa, afrouxando parte das exigências. O decreto 8 544, de 21 de outubro, foi publicado no Diário Oficial da União e já está em vigor.

Umas das principais alterações diz respeito à evolução da eficiência energética, um dos pilares do regime automotivo. Três tipos de veículos receberam tratamento diferenciado, beneficiando as montadoras que os produzem ou importam: “alta performance, com tração 4×4 e picapes não derivadas de automóveis”, segundo o texto.

De acordo com o decreto, o MDIC definirá “critérios, termos e condições” para definição da melhoria da eficiência energética para estes tipos de veículos, que, assim, não estarão mais sob as rígidas regras do Inovar-Auto, que devem ser atendidas até 2017.

Como exemplos, os veículos considerados de alta performance são aqueles superesportivos, tais como Ferrari, Porsche e afins – nestes dois casos citados as respectivas importadoras estão habilitadas ao programa federal. Os 4×4 são os do tipo de Agrale Marruá e Troller T4, enquanto as picapes não derivadas de automóveis são, a princípio, as médias, como VW Amarok e Ford Ranger. Aqui ainda há uma discussão se Chevrolet S10 e Toyota Hilux possam ser enquadradas neste quesito, vez que suas derivações TrailBlazer e SW4 são consideradas atualmente como automóveis, mesmo que o modelo picape tenha sido lançado antes da variação SUV. De qualquer forma as picapes leves, como VW Saveiro, Fiat Strada e outras, são consideradas derivadas de automóveis e assim estão fora da exceção criada agora.

Outro tema do decreto é a possibilidade das empresas habilitadas – e nesse caso em especial as exclusivamente importadoras – utilizarem neste ano o saldo da cota de veículos importados sem IPI majorado, de no máximo 4,8 mil unidades ano, que tenha restado do ano passado. Até então este tipo de transferência era proibido.

Na prática a iniciativa representa um aumento das cotas de 2015 para as empresas que tenham algum saldo restante de cotas do ano passado, algo defendido com insistência pela Abeifa. Procurada pela reportagem, entretanto, a associação não retornou solicitação de entrevista com seu presidente, Marcel Visconde.

Para Luiz Moan, presidente da Anfavea, “a publicação deste novo decreto é extremamente positiva e fundamental, pois sacramenta os últimos pontos do Inovar-Auto que demandavam regulamentação. Com este instrumento, as empresas e o governo incrementam a segurança jurídica para seguir com todos os esforços para o desenvolvimento do programa”.

Outra definição que estava pendente diz respeito à autorização para que os gastos com desenvolvimento de motores flex com relação de 75% ou mais para o etanol ante a gasolina sejam incluídos nos custos que dão direito ao desconto do IPI, ou seja, teriam peso nas contas similar ao da compra de peças locais. Anteriormente, entretanto, falava-se em conceder desconto extra de IPI de um ou dois pontos para os modelos que consigam atingir tal índice. As condições exatas também serão definidas apenas futuramente pelo MDIC.

Para Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da Unica, associação que representa a indústria da cana-de-açúcar, “a publicação do decreto é positiva e abre oportunidade para saltos tecnológicos que possibilitam um melhor aproveitamento energético do etanol”. Ele espera, entretanto, a rápida definição do ministério quanto aos pormenores da medida.

Finalmente o decreto limitou ainda a aplicação de investimento em ferramental no cálculo de compras locais no caso de produção sob encomenda – duas empresas habilitadas não podem se utilizar de um mesmo aporte, brecha até então existente na regulamentação.