100 mil veículos a gasolina VW têm dados de consumo e CO2 fraudados

O caso da fraude dos motores VW está tomando dimensões cada vez maiores e agora definitivamente extrapolou a barreira dos motores diesel, até então cerne do caso. De acordo com informações da Agência Reuters, citando como fonte o ministro alemão dos transportes, Alexander Dobrindt, 98 mil veículos movidos a gasolina do Grupo tiveram seus índices de emissão de CO2 e de consumo de combustível fraudados.

Na terça-feira, 3, a VW informou, em um novo desdobramento do caso da fraude dos motores diesel, a descoberta de que 800 mil veículos tiveram suas informações de consumo e emissões “subestimados”. De acordo com comunicado da montadora “a maior parte” destes veículos utiliza motores diesel – assim este foi o primeiro sinal de que também modelos a gasolina, pela primeira vez, tomavam parte na investigação.

O caso é delicadíssimo pois na Alemanha, desde 2009, o valor do imposto cobrado aos proprietários de veículos é calculado com base no tamanho do motor e em seus índices de emissão de CO2. Se o indicado nos veículos VW for mesmo menor do que o real, portanto, há valores que deixaram de ser pagos – e essa conta o governo alemão pretende cobrar. Na Alemanha, o valor do imposto cobrado dos proprietários sobe € 20 para cada 10 gramas a mais emitidas por quilômetro pelo veículo.

Outros países da União Europeia usam um sistema similar para cobrança de impostos sobre veículos, o que promete aumentar as consequências.

A própria VW já avisou que o impacto apenas deste caso em suas contas deverá ser da ordem de € 2 bilhões, que se somam aos € 6,7 bilhões já provisionados. “Acreditamos que o imposto cobrado para estes veículos precisará de um ajuste”, já avisou o ministro alemão dos transportes, sem apresentar estimativas.

Não há ainda informações de quais motores ou modelos estão envolvidos neste episódio. O governo alemão, entretanto, já antecipou que do total de 800 mil unidades anunciado pela VW cerca de 200 mil estão no país.

Como nova consequência, o governo alemão ordenou que sejam realizados testes em todos os modelos Volkswagen, Audi, Seat e Skoda comercializados no país, inclusive aqueles movidos a gasolina, para determinar com exatidão seus índices de consumo e emissão de CO2.

Paralelamente o escândalo da fraude do diesel cresce cada vez mais. A Porsche suspendeu as vendas do Cayenne equipado com motor três litros diesel nos Estados Unidos depois que o órgão local EPA, que deu o estopim da crise, anunciou que também estes utilizam o software que engana os testes de emissão, algo que a VW nega. Modelos da Audi usam o mesmo motor. Até agora julgava-se que o programa fraudador estava instalado em 11 milhões de motores diesel de baixa cilindrada, e que os de maior litragem estariam fora da falsificação, o que até o momento excluíra a Porsche do episódio.

Com a Neobus, Marcopolo passará a ter 52% do mercado de carrocerias de ônibus

Na noite de terça-feira, 3, a Marcopolo anunciou que assinou uma carta de intenções para incorporar a L&M, controladora direta da San Marino Ônibus, dona da marca Neobus.  Assim, após a conclusão da operação, todas as cotas da L&M serão transferidas para a Marcopolo, que passará a controlar a Neobus – e mais da metade da produção de carrocerias de ônibus brasileira.

Segundo dados da Fabus, associação que representa as fabricantes de carrocerias, foram produzidas 13,3 mil unidades de janeiro a setembro. Deste volume, 5,4 mil saíram das linhas da Marcopolo em Caxias do Sul, RS, e Duque de Caxias, RJ – antiga Ciferal – e 1,6 mil foram produzidas pela Neobus, em Caxias do Sul.

Somadas as produções das fábricas, foram quase 7 mil carrocerias produzidas pela futura nova companhia, 52% de todo o volume que o mercado brasileiro produziu de janeiro a setembro.

Os demais 48% do mercado estão divididos entre Comil, Caio Induscar, Irizar e Mascarello.

A incorporação da Neobus é mais uma etapa de um negócio iniciado em 2007, quando 39% as ações da San Marino Onibus foram adquiridas pela Marcopolo. A independência na gestão das duas companhias será mantida, assim como ocorre com a Volare, uma joint-venture da Marcopolo com a Agrale, de acordo com o CEO Francisco Gomes Neto, em afirmação publicada no comunicado divulgado ao mercado na noite da terça-feira, 3.

“A gestão das empresas continuará separada, como ocorre atualmente e como acontece com a unidade de negócios Volare, que tem linha de produtos, rede de representantes e concessionárias própria e não vinculadas à Marcopolo Ônibus”, explicou Gomes Neto. “Além disso, obteremos importantes sinergias nas áreas administrativa, operacional e de suprimentos”.

Os atuais controladores da Neobus assumirão posições de acionistas da Marcopolo e permanecerão na gestão das operações da marca. Edson Tomiello, CEO da companhia, garantiu que o acordo mantém a independência da Neobus.

“No futuro também poderemos aproveitar recursos fabris e logísticos, além de outros benefícios. O grande objetivo é a expansão internacional, para conquistar novos mercados e solidificar a marca”.

Caixa organiza mais um Salão com condições vantajosas de financiamento

Novo esforço da Caixa Econômica Federal, em parceria com o Banco Pan, para alavancar os financiamentos – e, por consequência, as vendas – de veículos tem início a partir da quinta-feira, 5, com vigência até o sábado, 7. A nona edição do Salão Auto Caixa reunirá cerca de 1 mil concessionárias no Brasil para oferecer linhas de créditos com condições diferenciadas aos clientes do banco, dentre elas a primeira parcela com vencimento apenas após o Carnaval.

Essa é a segunda vez no ano em que os bancos formam parceria com a Anfavea e a Fenabrave para realizar o Salão. Organizada em junho, a última edição, oitava se computar todas desde a sua criação, gerou mais de R$ 1 bilhão em novas concessões, somados os volumes do Banco Pan e da Caixa naquele mês.

Jorge Pedro Lima Filho, superintendente nacional de veículos e financiamento ao consumo da Caixa, lembra em nota que a situação de retração do mercado pode ser um mecanismo favorável ao consumidor na hora de negociar:  “Neste momento o cliente tem excelente oportunidade para barganhar descontos na compra do seu carro novo. Com as taxas mais competitivas da Caixa, o preço final será ainda menor”.

Os bancos oferecerão linhas para aquisição de carros e motocicletas, novos ou usados, nacionais ou importados, com taxas de juros a partir de 1,2% ao mês, sem cobranças de tarifas adicionais. A primeira parcela pode ser paga apenas após o Carnaval e os clientes já começaram a ser convocados por mala direta e SMS. O banco promete brindes àqueles que fecharem negócio.

Para Alarico Assumpção Jr, presidente da Fenabrave, a oportunidade representa importante alternativa para que as concessionárias estimulem as vendas. “Tivemos bons resultados nas últimas edições e esperamos um balanço favorável nesse Salão Auto Caixa”.

Luiz Moan, presidente da Anfavea, avalia que esta ação está se consolidando cada vez mais. “Funciona como um aditivo na confiança dos consumidores. Em um momento desafiador como o que passamos, inciativas como esta são essenciais para garantir ótimas ofertas e condições favoráveis para que o cliente adquira o veículo que precisa e deseja”.

Segundo a Caixa, cerca de 3,5 mil funcionários foram colocados a disposição em diversas concessionárias para garantir um atendimento rápido e sem burocracia. A lista das revendas participantes pode ser acessada no endereço www.salaoautocaixa.com.br.

Pensando e construindo o futuro

Há pelo menos um ano o debate nacional gira em torno das questões da falência do Estado e das dificuldades, cada vez maiores, para equalizar receitas e despesas. Embora reconheça que estamos enfrentando grande turbulência e que a questão do desequilíbrio das contas públicas tem efeitos nocivos que inibem o crescimento econômico, ou mesmo provocando recessão, não há como negar que, uma vez mais, deixamos, como nação, de pensar o futuro e estruturar planos consistentes que persigam objetivos maiores estimulando o crescimento de renda e do emprego trazendo, em consequência, mais justiça social.

Tudo se resume a buscarmos saídas para ajustar o déficit do orçamento público consumindo enorme energia de amplos setores da sociedade. A tudo isso se soma a tormenta política desencadeada por Executivo e Legislativo, no âmbito de Brasília.

É preciso pensar e construir o futuro do País e nesse tema se insere, por certo, a indústria brasileira e aí também se encaixa o setor automotivo. A indústria nacional está perdendo consistentemente representatividade na produção nacional, PIB, pois segundo estudos da Fiesp o segmento passou de 27,2% em 1985 para representar 13,3% em 2012. É certo que o crescimento em geral no Brasil tem ficado abaixo das necessidades de um país emergente há décadas, e que também seu próprio estágio de desenvolvimento promove maior presença do setor de serviços, por exemplo, mas o que de fato preocupa é que a indústria brasileira não tem acompanhado o crescimento do consumo.

Os itens importados ocuparam grande espaço em nossa economia. Estudos da CNI, a Confederação Nacional da Indústria, mostram que o coeficiente de penetração dos itens importados passou de 12,5% em 1996 para o recorde de 22,5% no ano passado. Ao atual nível de taxa de câmbio essa relação deve ter se modificado a favor de nossa a indústria manufatureira.

É preciso mobilizar urgentemente setores representativos da indústria para que, juntamente com os governos, se faça o resgate e se construa planos ousados de crescimento visando, inclusive, à conquista de novos mercados fora da América do Sul.

Em abril de 1941 o governo federal, conduzido por Getúlio Vargas, criou a CSN, a Companhia Siderúrgica Nacional, e sua entrada em operação ocorreu cinco anos depois, tornando-se verdadeiro ícone da industrialização nacional. Uma iniciativa de governo, portanto. Quando Juscelino Kubitscheck assumiu a Presidência da República, em 1955, se fez anúncio do Plano de Metas de seu governo, o qual visava a avançar cinquenta anos em cinco. À época o plano constava de trinta objetivos subdivididos em cinco setores: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Outra iniciativa de governo, certo?

Os governos do período da ditadura civil-militar, que perduraram de 1964 a 1985, tiveram como característica a indução da economia por meio de planos relativamente bem estruturados para a promoção do crescimento e da modernidade. Foram três os PND´s, Plano Nacional de Desenvolvimento. Os dois primeiros planos deram prioridade a questões ligadas a transporte, telecomunicações, energia e fomento à indústria de base – mais uma vez o País olha para o futuro, ainda que induzido pelo governo central, e trabalha com objetivos claros de para onde se deseja ir e quando.

Nem tudo deu certo é verdade, mas havia um norte.

Hoje faz falta, muita falta, um norte. Só temos pensado no caixa do governo, ou melhor: dos governos. E a indústria como fica? E o setor automotivo com sua enorme capacidade ociosa?

Com mais de 50% de capacidade instalada não utilizada o setor automotivo tem de dar um jeito nessa situação e aproveitar a oportunidade para desenhar planos, e executá-los, para expandir a produção servindo a outros mercados além do local e da vizinha Argentina. Isso não pode ficar para depois.

Em 2013, conforme dados que obtive, foram produzidos no mundo aproximadamente 85 milhões de veículos. A China, com seu imenso mercado interno, fabricou 22 milhões, 26% do total. Ainda assim a China gerou um saldo excedente de quase 3 milhões de veículos para vender fora de seu mercado.

Você diria: bem… a China tem vantagem competitiva nos diversos fatores de produção como a mão de obra, ainda barata relativamente à brasileira, além de apoio inquestionável do governo e de um sistema tributário, e também financeiro, mais amigável à indústria. Outro fato verdadeiro.

Na verdade outros países têm desempenho ainda melhor do que a China, gerando excedente de produção para exportar. O Japão, por exemplo, em 2013 produziu quase 10 milhões de veículos e seu mercado interno consumiu pouco mais de 5 milhões. Você diria: bem… o Japão conquistou espaço no mercado internacional com produtos de reconhecida qualidade e sua escala de produção ajuda na absorção dos custos e, de sobra, os veículos japoneses têm alta tecnologia quanto a emissões e desempenho. Também é verdade.

A Coréia do Sul, pelas consagradas Hyundai e Kia, produziu em 2013 quase 5 milhões de veículos e no mercado interno foram vendidos cerca de 1,5 milhão, ou seja, o país destinou 67% da produção do ano à exportação – 3 milhões de unidades. Você diria: bem… isso não aconteceu da noite para o dia. Lá na Coréia o pesado investimento em educação formou pessoas capacitadas a um custo ainda relativamente baixo comparativamente a economias desenvolvidas. E os coreanos também aprenderam a fazer bons carros com qualidade e estilo. Verdadeiro.

Outros países estão listados como geradores de excedente de produção de veículos, como o México, cuja diferença da produção para o mercado interno representou saldo de 2 milhões de carros para a exportação. Você diria: bem… o México, devido à proximidade com o mercado estadunidense e a suas vantagens econômicas, como o custo da mão de obra, e o mecanismo de maquiladoras, se colocou como boa alternativa para as grandes montadoras dos Estados Unidos fugirem das dificuldades enfrentadas com os sindicatos trabalhistas locais, mas até a japonesa Nissan tem plantas industriais bem representativas no México servindo como apoio para penetração no mercado estadunidense. Fato.

A Índia, e também a Tailândia, têm aumentado o excedente de produção, versus consumo interno, e se tornaram fonte interessante para países europeus, por exemplo. Nos dois casos uma mistura de mão de obra razoavelmente qualificada e de baixo custo ajudam na competitividade.

Porque não pode o Brasil ter a ambição e o desejo de utilizar a capacidade já instalada, e de quase 60 anos de indústria automotiva, para participar competitivamente no mercado externo? Não tem produto? Os mercados externos não reconhecem a indústria brasileira como referência em qualidade? A carga tributária sacrifica o resultado das empresas? A mão de obra local tem custo mais elevado do que em outras economias emergentes? Não dominamos tecnologia de ponta? A infraestrutura para o tráfego interno e também a de apoio à exportação é deficiente? A cadeia de fornecedores não está habilitada a servir as montadoras instaladas de modo competitivo? O Brasil não está na agenda das grandes montadoras estrangeiras para servir de fonte de suprimento de veículos a outros mercados?

Todas essas questões são relevantes e precisam ser encaminhadas de modo estruturado para servirem de base a um plano de futuro para a indústria. Não é permitido ficarmos só observando as dificuldades do caixa do governo e adaptando as empresas do setor à menor demanda do mercado interno: busquemos, portanto o futuro para o setor automotivo brasileiro, já.

José Rubens Vicari é administrador de empresas pela FGV com pós-graduação em finanças. Atuou por vinte anos como CEO de empresas metalúrgicas no setor de autopeças. Mentor voluntário para empresas startups pela Endeavour. Seu blog é www.senhorgestao.com.br.

Mercado estadunidense caminha para fechar 2015 com novo recorde

Com generosos resultados de outubro em mãos os analistas da indústria automotiva estadunidense estão reforçando a chance de 2015 representar um novo recorde de vendas ali. O resultado anualizado indica 18,2 milhões de unidades, o mais alto para o mês de outubro desde 2001 e acima do melhor ano fechado até agora, 2000 e suas 17,5 milhões. A expectativa é que este ano encerre com 17,7 milhões.

De acordo com agências internacionais outubro foi além das previsões, crescendo 13,6% na comparação com o mesmo mês de 2014 quando esperava-se algo de 8% a 12% de elevação. Em volume foram 1 milhão 455 mil veículos vendidos naquele país no mês passado ante 1 milhão 281 mil há um ano.

No acumulado do ano o número chega a 14,5 milhões de unidades comercializadas, em alta de 5,8% na comparação com o período janeiro a outubro de 2014, de 13,7 milhões.

Muitas montadoras comemoraram índices positivos em outubro, sempre no comparativo anual. A General Motors cresceu 16%, a Ford 13%, a FCA 14,7%, a Toyota 13%, a Honda 9% e a Nissan 12,5%. Exceção foi a VW, pelo rastro deixado pelo escândalo da fraude dos motores diesel, com números apenas estáveis.

Fraude dos motores da VW ultrapassa barreira do diesel

O escândalo envolvendo a fraude dos motores Volkswagen ganhou um novo e importante capítulo na terça-feira, 3. A fabricante afirmou, por meio de comunicado, que cerca de 800 mil veículos podem ter “irregularidades” nos níveis de emissão de CO2 perante os indicados.

O texto afirma que o caso foi descoberto durante as investigações internas sobre a fraude dos motores diesel. A fabricante não especificou quais seriam estes modelos e em quais mercados foram vendidos – indicou, apenas, que são modelos do Grupo Volkswagen. O mais importante, entretanto, é que no texto a montadora revela que “a maior parte dos veículos envolvidos utilizam motores diesel” – ou seja: pela primeira vez o caso envolve motores além daqueles que utilizam este combustível, o que altera em muito o cenário do caso, mesmo que o volume principal desta nova fraude seja de veículos a diesel.

O Grupo VW informou ainda que estima, devido a esta nova descoberta, prejuízo de € 2 bilhões, que se somam aos pelo menos € 6,8 bilhões já separados para cobrir as multas do caso original do software que frauda os testes de emissão.

Não ficou claro no comunicado se este caso também está associado diretamente ao software ou se há algum outro tipo de alteração que permitisse a estes modelos obterem certificação mesmo emitindo mais CO2 que o permitido. A VW informou que sua diretoria “imediatamente entrou em contato com as autoridades responsáveis para tratar das consequências desta descoberta”.

Em um segundo comunicado a diretoria da empresa considerou estar “profundamente preocupada” com a descoberta e anunciou que informações mais completas serão divulgadas em breve.

Além disso a pressão sobre o novo CEO, Mathias Muller, aumentou diante de denúncia do órgão estadunidense EPA – que originou o estopim da crise – de que também modelos da Porsche estão envolvidos na fraude do software do diesel. Até agora o Grupo admitiu que veículos VW, Audi, Skoda e Seat, sempre de menor litragem, estavam envolvidos no escândalo. O executivo, que assumiu o posto com a renúncia de Martin Winterkorn, no final de setembro, até então era o CEO da Porsche, marca que estava ausente do escândalo por utilizar apenas motores maiores, ainda que movidos a diesel, segundo informações da agência Reuters.

Jato: Brasil caiu para oitavo do ranking global em setembro.

O Brasil registrou um resultado muito ruim para as vendas de veículos leves em setembro e com isso caiu duas posições no ranking global de vendas calculado pela consultoria Jato: fechou o período em oitavo, com o pior índice dos mercados avaliados na pesquisa, baixa de 32%.

E com isso o mercado nacional desceu um posto no acumulado de 2015, em retração de 21,7%, e agora ocupa a sétima posição.

Os dados foram divulgados pela Jato na terça-feira, 3.

A China permaneceu com folga como maior mercado mundial, com crescimento de 1,3% no mês e de 3,8% no acumulado dos nove primeiros meses do ano.

Os Estados Unidos tiveram um dos melhores índices de crescimento em setembro, de 15,5%, solidificando a segunda colocação. Quem surpreendeu no mês foi a Grã Bretanha, que fechou o pódio mensal graças a alta de 9,7%. Destaque também para o mercado espanhol, que com a maior alta apurada no mês, 26%, ganhou duas posições – mas ainda é apenas o décimo-terceiro colocado.

POR MARCAS – O Grupo Volkswagen voltou a liderar o ranking mensal em setembro, de acordo com a Jato, apesar de pequena queda de 0,3%. A Toyota fechou com volumes positivos em 1%, mas não foi o suficiente para ultrapassar a rival alemã – os índices ainda não refletem a fraude do diesel, que estourou no fim de setembro.

O Grupo Volkswagen segue na liderança de 2015 seguido por Toyota, General Motors, Hyundai e Ford.

Euro 5 chega à Argentina em 2016 e movimenta fabricantes no Brasil

Com quatro anos de atraso com relação ao Brasil, a Argentina chega à tecnologia Euro 5 a partir de 1º. de janeiro de 2016. E com isso diversas montadoras de caminhões e ônibus no Brasil se preparam para suprir a demanda no País vizinho.

A MAN Latin America, por exemplo, realizou na terça-feira, 3, em Buenos Aires, evento para apresentar aos argentinos sua linha Euro 5 – para Marcos Forgioni, vice-presidente de Mercados Internacionais, em comunicado, trata-se de “um dos maiores lançamentos já realizados no país. Os clientes argentinos passarão a contar com tecnologias consagradas, reforçando ainda mais o conceito sob medida de nosso DNA”.

Serão oferecidas as linhas Advantech Delivery, Worker, Constellation e Volksbus, com tecnologias SCR e EGR. Além disso haverá pela primeira vez naquele país oferta da motorização MAN D08, além dos Cummins.

Os modelos serão exportados do Brasil, a partir da fábrica da montadora em Resende, RJ.

No fim do mês será a vez da Iveco apresentar no mercado argentino seus modelos com motorização Euro 5.

Outubro foi o segundo pior mês do ano em vendas

Outubro fechou com 192,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus licenciados, o segundo menor volume para um mês em 2015 – superou apenas fevereiro, que teve o Carnaval e 185,9 mil unidades comercializadas.

Os dados divulgados pela Fenabrave na terça-feira, 3, apontam retração de 37,7% com relação a outubro de 2014, quando foram vendidos 306,8 mil veículos, e queda de 4% na comparação com setembro, que registrou 200,1 mil unidades emplacadas.

Na média diária, outubro foi o pior mês do ano: 9,1 mil unidades comercializadas em cada um dos 21 dias úteis. Em setembro essa média havia caído para abaixo do patamar de 10 mil unidades, fechando em 9,5 mil veículos/dia, em média. Fevereiro registrou 9,8 mil licenciamentos por dia.

O desempenho negativo do mês passado aprofundou também a queda acumulada: de janeiro a outubro foram comercializados 2,1 milhões de veículos, volume 24,3% inferior aos 2,8 milhões de veículos vendidos nos primeiros dez meses do ano passado.

Em nota o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, destacou que os emplacamentos de veículos retrocederam quase uma década em volume. “A situação preocupa concessionários de todos os segmentos automotivos, que estão tendo dificuldade em manter os resultados de suas empresas. Isso impacta negativamente nos empregos.”

Todos os segmentos, em todas as bases de comparação, apresentaram queda. Em automóveis e comerciais leves a queda mensal foi de 3,8% e a anual de 36,4%, para 185,3 mil veículos. No acumulado do ano a retração chegou a 23,3%, com 2 milhões 66 mil unidades comercializadas.

Segundo Assumpção Jr., os fatores que impactam de forma negativa o setor – como inflação alta, aumento das taxas de juros, endividamento das famílias e desemprego, assim como a falta de confiança dos consumidores e investidores – permanecem inalterados.

“Vale considerar que neste mesmo período do ano passado as vendas foram alavancadas pelo final anunciado da redução do IPI, encerrada em 31 de dezembro de 2014. Em 2015 não temos esse estímulo”.

Em outubro foram vendidos 5,8 mil caminhões, queda de 2,7% com relação a setembro e de 52,5% com relação ao mesmo mês do ano passado. De janeiro a outubro os brasileiros consumiram 61,5 mil unidades, 44,7% menos do que em igual período de 2014.

As vendas de chassis de ônibus retraíram 29,1% na comparação mensal e 66,7% na anual, para 1 mil 91 unidades. No acumulado do ano o segmento registrou queda de 33,8%, com 17,6 mil chassis vendidos.

O segmento de motocicletas registrou no mês passado, quando foi realizado o Salão Duas Rodas, 82 mil unidades vendidas, queda de 9,2% com relação a setembro e de 26% na comparação com outubro. No acumulado do ano foram licenciadas 1 milhão 36 mil motocicletas, queda de 12,9% com relação aos primeiros dez meses de 2014.

“Enfrentamos um dos anos mais complicados, tanto para o Brasil como para o setor automotivo”, destacou o presidente da Fenabrave na nota. “As concessionárias estão registrando um volume de vendas sensivelmente menor do que em anos anteriores, com estruturas maiores e preparadas para um cenário crescente de mercado, não de retração drásticas como estamos vivenciando. Assim, os ajustes estão sendo inexoráveis ao setor”.

Renegade chega ao top-10 dos mais vendidos no País

Em outubro o Renegade conseguiu, pela primeira vez, entrar no seleto grupo dos dez modelos mais vendidos do mercado nacional – em setembro batera na trave, ao fechar na décima-primeira posição, considerando-se que a lista envolve automóveis e comerciais leves.

O modelo fecha o top-10 com 5,6 mil emplacamentos e comemora, também, vitória no mês sobre o maior rival, o HR-V, ainda que por apenas cerca de duzentas unidades – a diferença, de qualquer forma, foi suficiente para o Honda ficar duas posições atrás.

De qualquer forma a ascensão dos SUVs compactos derrubou da parte superior da lista modelos bem mais baratos e tradicionais frequentadores do top-10, como o Uno, décimo-primeiro com 5,5 mil emplacamentos, e o Renault Sandero, décimo-terceiro com 5,3 mil. Quem também teve um mês fraco foi o Siena, décimo-quinto com 4,1 mil. Ainda assim foi melhor que o Up!, um posto atrás com 3,8 mil – as novas versões TSI, até o momento, não parecem ajudar o compacto a crescer no ranking.

Outubro também não será mês a recordar para o EcoSport, somente o vigésimo-quinto, com 2,3 mil – além do Jeep e do Honda vê também o Duster distante, em décimo-nono e 3 mil unidades licenciadas.

Mas foi período a celebrar para o Gol, de volta ao Top-5 em quarto, 6,6 mil, e Prisma, logo atrás e 6,3 mil. O Ka também não tem do que reclamar de seu sétimo posto, 5,9 mil, enquanto o Corolla mais uma vez mantém um impressionante ritmo em nono, 5,6 mil.

Já o Onix é só alegria, na ponta pelo terceiro mês seguido e cada vez mais próximo de assumir a liderança no acumulado do ano. E o HB20, agora com facelift, também segue firme como vice-colocado. Pior para o Palio, que pelo segundo mês seguido teve que se contentar com o último degrau do pódio.