Apesar do ano difícil para economia brasileira e em especial para o setor de transporte, com queda nas vendas de caminhões que chega a quase 50%, a fabricante paranaense de implementos rodoviários Noma comemora desempenho com aumento de participação, para 12,2% até setembro. No ano passado a empresa fechou com fatia em torno de 9%.
Durante coletiva de imprensa na Fenatran 2015 o presidente da empresa, Marcos Noma, justificou o crescimento baseado na oferta de seus produtos, com soluções diferenciadas para o cliente, principalmente devido ao desenvolvimento de carretas a partir do alumínio e, portanto, capazes de oferecer maior capacidade de carga por viagem.
“Não pensamos simplesmente em produzir carretas, mas aquela que a demanda do mercado precisa”, justificou o dirigente da Noma. “Buscamos a solução que proporciona mais resultado ao cliente, que ofereça mais rentabilidade e mais baixo custo operacional. Isso está dando certo.”
De acordo com ele a empresa conseguiu cair menos do que o mercado. Enquanto o mercado de implementos aponta retração de 48%, acompanhando o desaquecimento das vendas de caminhões, a Noma registra recuo de 34%.
Independentemente da crise, no entanto, o presidente da Noma reafirma o investimento que está sendo realizado para a construção de uma nova fábrica da empresa, em Tatuí, SP. A fabricante aplica por lá R$ 75 milhões em terreno de 300 mil m² para tornar realidade uma unidade com capacidade para produzir 600 unidades mensais. As obras civis começaram em abril passado e as atividades fabris estão previstas para o segundo semestre de 2017. O empreendimento, segundo a empresa, deve gerar 450 empregos diretos e praticamente dobrar a capacidade produtiva da empresa.
“A nova fábrica surge de uma necessidade que vivemos há pouco tempo. No boom do mercado, em 2013, tínhamos de recusar pedidos pela falta de capacidade”, conta. “Infelizmente o mercado caiu mais do que o esperado e muito rápido, mas não podemos perder de vista o seu potencial, mesmo porque uma hora certamente a crise passa.”
O presidente da Noma acredita que o momento atual é mais político do que propriamente econômico. Não descarta os resultados negativos como o desemprego, a queda na renda e a baixa atividade econômica: “Mas antes de tudo isso há a falta de confiança na decisão da compra. O cliente sabe que qualquer mudança drástica de rota na política pode mudar completamente o cenário”.
Ainda assim Marcos Noma acredita em um 2016 semelhante a 2015 com viés de alta de 6% a 10% no volume de vendas: “Estamos acostumados a um mercado de sobe-e-desce, mas nunca na história ocorreram três anos de quedas consecutivas, o que me faz acreditar, pelo menos teoricamente, que já chegamos ao fundo do poço”.