Com 165 unidades espalhadas pelo mundo e atuação em 190 mercados a CNH Industrial decidiu abrir suas portas globais para que fornecedores brasileiros exportarem para outras plantas do Grupo, principalmente na Europa, Estados Unidos e Ásia. A empresa já identificou sessenta itens que as autopeças nacionais poderiam exportar e, com isso, gerar receita adicional da ordem de R$ 60 milhões.
A informação foi divulgada pelo diretor de compras da CNH Industrial América Latina, Osias Galantine, na segunda-feira, 16, durante o 1º. Fórum Regional Automotivo Minas Gerais, promovido pela AutoData Editora e que contou com participação de cem executivos ao longo de um dia de debates sobre as oportunidades de negócios naquele Estado.
Também presente ao evento o gerente de compras da CNHi, George Ferreira, deu alguns pormenores sobre o incentivo que o Grupo decidiu dar aos seus fornecedores para a ampliação de negócios externos. Segundo ele, os sessenta itens inicialmente identificados fazem parte de um projeto-piloto que futuramente será estendido:
“São de quinze a vinte fornecedores nesse piloto, para os quais estamos abrindo todas as nossas plantas da Europa, Estados Unidos e Ásia. Já há um negócio fechado, por exemplo, para fornecimento de um componente de colhedora de cana produzida na China”.
Segundo Ferreira os fornecedores escolhidos têm produtos validados pela CNHi globalmente, ou seja, já estão certificados para fornecimento interno e externo.
Também Iveco – A CNHi, que abrange as marcas Iveco, FPT, Case e New Holland, de máquinas agrícolas e industriais, não só investe no fortalecimento dos seus parceiros locais como também busca novos fornecedores internos para ampliar o índice de conteúdo local de seus produtos. O grupo investe US$ 80 milhões em localização de peças, incluindo a instalação de condomínio industrial da Iveco em Sete Lagoas, MG.
O projeto prevê o funcionamento ali de vinte fornecedores, dos quais oito já fizeram reserva de espaço e dois assinaram contratos. No Fórum AutoData, realizado no Ouro Minas Hotel, em Belo Horizonte, MG, Galatine revelou que uma das empresas já confirmadas no local é a Tenneco, fornecedora de sistemas de exaustão e pós tratamento de gases.
De acordo com Ferreira o Grupo já havia iniciado processo de nacionalização desses itens e a ideia é ter praticamente 100% de fornecimento interno futuramente. Também presente no Fórum AutoData de Minas Gerais o diretor de vendas da Iveco, Osmar Hirashiki, informou que o índice de conteúdo local está hoje em 60% a 70% dependendo do modelo, havendo espaço para ampliá-lo.
Segundo ele a empresa está ajudando os fornecedores nas exportações para que eles consigam melhor equilíbrio nos negócios frente à retração do mercado interno. E previu: “Quando houver a retomada, será rápida. Temos de preparar nossos fornecedores para isso”.
Outros participantes do Fórum AutoData em Belo Horizonte foram Armando Carvalho, diretor de compras de commodity da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, e Luiz Carlos Moraes, diretor de comunicação e relações institucionais da Mercedes-Benz do Brasil.
Segundo Carvalho, a Fiat conta com 123 fornecedores em Minas Gerais, dos quais sessenta instalados em raio de até 50 km.
Já o diretor da Mercedes-Benz revelou que dos R$ 700 milhões que a empresa aplicará na fábrica de Juiz de Fora, onde será concentrada toda a produção de cabines de caminhões da marca, o desembolso já atingiu R$ 450 milhões. O executivo comentou ainda que a Mercedes-Benz tem elevado índice de nacionalização, na média de 85% – “em alguns modelos chega a 100%”.