Chassis de ônibus: mercado segue em desânimo.

O mercado de chassis para ônibus segue a mesma balada desanimadora do segmento de caminhões. O resultado isolado de novembro ilustra bem as dificuldades enfrentadas pelas fabricantes: a queda na venda no mês passado foi de 61,9%, para apenas 891 unidades, ante 2 mil 338 chassis vendidos no mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano até novembro o mercado absorveu 15 mil 495 unidades, recuo de 38,4% na comparação com o mesmo período de 2014, quando foram entregues 25 mil 158 chassis.

“Como os veículos de carga, os ônibus também são influenciados pela falta de confiança do investidor, baixa atividade econômica e alta no custo do dinheiro”, considerou Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea.

Para ele “a baixa nas vendas não prejudica somente a indústria, mas também o governo, que deixa de arrecadar com menos impostos gerados”.

O cenário desolador também se apresenta na produção. Em novembro foram produzidos 1 mil 45 chassis, 43,3% a menos do que o registrado no mesmo mês do ano passado, 1 mil 844 unidades.

A queda na produção de janeiro a novembro é um pouco menos acentuada, mas ainda relevante: 35,2%. No período as fábricas produziram 20 mil 953 chassis ante 32 mil 333 nos mesmos onze meses do ano passado.

O segmento encontra algum consolo nas exportações, porém, não de forma tão robusta quanto nos caminhões. As remessas no acumulado do ano cresceram 4,5%, para 6 mil 411 chassis ante 6 mil 134 unidades no mesmo período de 2014.

O desempenho mensal, no entanto, registrou declínio de 15,7%. Em novembro foram exportados 558 chassis, 104 unidades a menos do que o registrado no mesmo mês do ano passado.

Vendas de máquinas caem 60% em novembro

O mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias apresentou retração de 60% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2014. As vendas do setor caíram de 5,2 mil unidades para 2,1 mil máquinas, segundo dados divulgados pela Anfavea na sexta-feira, 4. Foi o menor volume de vendas em um mês para o ano. Comparado com outubro, a queda foi de 43,4%.

Um resultado difícil de ser explicado, de acordo com Ana Helena de Andrade, vice-presidente da associação, mas que segue a tônica do ano. De janeiro a novembro as vendas do setor caíram 33,7%, para 42,8 mil unidades, em um ano com bons resultados de safra e dólar mais elevado, que ajuda a elevar o faturamento com as exportações de commodities.

O apetite dos agricultores estrangeiros também está baixo. As exportações de máquinas, em valores, caíram 38,3%, para US$ 1,6 milhão, e em volume registrou recuo de 25,4%, para 9,6 mil unidades.

Com o mercado em baixa e as exportações ainda tímidas, a produção de máquinas agrícolas também sofre forte queda. Em novembro foram produzidas 3,9 mil unidades, queda de 37,4% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 20,1% na comparação com outubro.

No acumulado do ano foram produzidas 54,4 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, volume 30,8% inferior ao do mesmo período do ano passado.

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GM confirma a saída de Isela Constantini

A General Motors confirmou que a brasileira Isela Constantini deixará o cargo de presidente e diretora executiva das subsidiárias da Argentina, Uruguai e Paraguai a partir de 1º de janeiro, quando assumirá a presidência da companhia aérea Aerolíneas Argentinas, atendendo a um convite do novo presidente argentino, Maurício Macri.

Em comunicado a companhia afirmou que seu substituto será anunciado em breve. “A General Motors da Argentina parabeniza a Isela por seu novo desafio proficcional e lhe deseja o melhor de todos os êxitos nesta nova etapa, que sem duvida demonstra seu compromisso com o país”.

A executiva trabalhou por mais de 17 anos na GM, passando por diversos cargos nos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Foi a primeira mulher a comandar a operação da argentina e foi eleita uma das 50 mais poderosas do mundo dos negócios, de acordo com a revista Fortune – ocupou a 37ª colocação em 2013. Recentemente, Isela Constantini foi eleita a CEO do ano na Argentina, prêmio organizado pela Revista de Negócios Apertura, o jornal El Cronista Comercial e a PwC.

Também presidente da Adefa desde o ano passado, a executiva deixou o cargo na associação que representa as montadoras daquele país. Em seu lugar tomou posse Enrique Alemañy, da Ford Argentina.

Em nota a associação agradeceu Isela Constantini por “seu compromisso e esforço nos últimos anos à frente da entidade de representação de todo o setor”.

Bosch, GM, Toyota e Volvo terão redução na burocracia alfandegária

Quatro empresas do setor automotivo – Bosch, General Motors, Toyota e Volvo – terão redução na burocracia alfandegária a partir de março de 2016. Isso porque elas participaram de projeto-piloto da Receita Federal para um novo sistema que promete maior agilidade e segurança na logística nas operações de comércio exterior, o OEA, de Operador Econômico Autorizado, em sua segunda fase, denominada Módulo Cumprimento.

Este programa já é utilizado em mais de sessenta países, sendo mais conhecido pela sigla em inglês, AEO. Em resumo, permite que as cargas, especialmente as importadas, neste caso específico, não precisem ser vistoriadas uma a uma, acelerando o processo. Como comparação simplista é como se as empresas, em uma viagem rodoviária, tivessem o aparelho que lhes permita passar pela cancela automatizada em um pedágio em lugar de pegar a fila de veículos e pagar com dinheiro.

Segundo estimativas da Receita, o novo processo permitirá redução de pelo menos 20% nos custos operacionais de comércio exterior.

Em entrevista à Agência AutoData John Mein, coordenador do Procomex, Aliança Pró-Modernização Logística de Comércio Exterior, afirmou que a Receita tem “todo o interesse” em desenvolver rapidamente o OEA no Brasil, para o maior número possível de empresas – e não só as do setor automotivo. “É bom para todos: para o governo, que pode controlar melhor o fluxo de comércio exterior, e para as empresas, que ganham em agilidade e custos.” De acordo com o dirigente o objetivo é que até 2019 metade das empresas brasileiras exportadoras façam parte do novo sistema.

De acordo com Mein a inscrição para empresas participarem do OEA Módulo Cumprimento será iniciada em março do ano que vem e, dependendo do processo de aprovação, a solicitante pode aderir ao processo 90 dias depois.

O programa será lançado oficialmente em seminário organizado pelo Procomex agendado para a sexta-feira, 11, no WTC, em São Paulo, com presença do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e do secretário geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC, Roberto Azevedo. As quatro empresas do setor automotivo serão certificadas na ocasião, por terem ajudado no desenvolvimento do processo em fase de testes e ajustes.

 

Mercado de implementos cai 43,6% de janeiro a novembro

As vendas de implementos rodoviários caminham para a queda de 45% projetada pela Anfir. De janeiro a novembro foram comercializados 81,8 mil reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis, volume 43,6% inferior às 144,9 mil unidades vendidas no mesmo período do ano passado.

Na linha leve a queda foi menor, embora também acentuada: 41,6%, com 54,5 mil carrocerias sobre chassis comercializadas. A linha pesada, de reboques e semirreboques, acumula 47,1% de retração, para 27,2 mil unidades.

Em nota o presidente Alcides Braga lamentou o resultado: “Infelizmente a previsão de queda de cerca de 45% deverá ser cumprida”.

Mas há uma possibilidade, embora remota, de que a queda nas vendas seja um pouco suavizada. Segundo a Anfir durante a Fenatran a indústria de implementos rodoviários registrou 5,7 mil oportunidades de negócios, um conceito que reúne vendas e pedidos firmes de aquisições. Se elas forem concluídas ainda este ano, o impacto da retração poderá ser reduzido.

“Mas, pela natureza da comercialização de implementos rodoviários, é provável que a maioria desses negócios entre apenas nas estatísticas do ano que vem”, afirmou o diretor executivo da Anfir, Mário Rinaldi, no comunicado.

Para 2016, o presidente Alcides Braga deseja que, antes de tudo, seja definido o cenário de financiamentos para o setor. Ele acredita que a linha Finame TJLP, que era a mais usada antes da criação da Finame PSI – que não deverá ser renovada – poderá oferecer taxas de até 12% ao ano. Falta, porém, a definição oficial da taxa e qual porcentagem do bem que o BNDES financiará.

O culpado são os outros

Sabemos, os que viveram com consciência mínima de cidadãos os diversos Brasis dos anos 50 até o da quadra atual, que no âmago de nossas crises mora uma cultura virótica que se auto-reproduz, irremediavelmente transmissível e castrante, que nada tem a ver com os chamados vícios do patrimonialismo herdado dos colonizadores. De fato, este mal, que se radica metásticamente pelos bulbos subterrâneos e por meio dos próprios ramos contaminantes de sua copa, resulta primeiramente da educação de contornos primitivos a que continuamos submetidos

Em seguida, sim, ao comodismo endêmico de que padece a natureza humana, tanto na geografia dos ricos quanto na dos pobres, e cujo rebento mais teratológico foi vergastado pelo nosso poeta de terra mais autêntico mas não menos erudito em simbolismo, Luiz Gonzaga, ao versejar e cantar em sua já esquecida Vozes da Seca: ”Esmola a um homem que é são/ou lhe mata de vergonha/ou vicia o cidadão”.

Estranho paralelismo esse pelo qual se procura, nestas linhas, traçar de nosso comportamento de eterna e letárgica expectativa, latente em nossas repetitivas reações diante de comportamentos gritantemente deletérios aos interesses do País como os que nos estarrecem a todos agora, e – parece absurdo! – com relação àquele que emana das declarações de expatriados executivos automotivos ao apontarem a desorganização governamental como causa maior da acentuada queda de vendas de caminhões, este ano.

Ao se arvorarem como poderosos e inalcançáveis Catões modernos, figuras há que, ao criticarem as autoridades do dia, muito convenientemente deixam de sopesar os adjutórios de todos os tempos que os fizeram construir o inestimável patrimônio gerador de lucro e de certeza para o futuro, lastreados no Tesouro que alimentamos diuturnamente, tanto um como outra de construção e fruição cada vez mais difíceis e contingenciais em suas Roma de origem. Mestres que são na área do direito comparado sabem, esses sábios, que desde quando aqui aportaram na metade do século passado, com tapete de incentivos a lhes proteger os pés, o discurso de proteção de nível de emprego – falácia pura porque a realidade da segunda revolução industrial provou ser inconsistente – de antes, e o atual, de perda de confiança junto aos investidores internacionais, é puro jogo de cena: o Brasil de boas oportunidades, o de agora, está sendo comprado larga e avidamente, como o diz o constante noticiário a respeito.

Um tipo de competição determinada por efetiva concorrência não é exatamente a que se observa pelas bandas tupiniquins, na esfera automotiva. Desde sempre, aliás. A expectativa é a de que o peixe de boa e saudável gordura Omega 3 mais cedo ou mais tarde será distribuído aos carentes de sempre… daí porque se dar ao risco da luta cruenta de conquista de mercado, mediante uso prioritário do arsenal básico em qualquer economia de escala digna do nome.

Ou seja: reduzir custo unitário, qualidade como obrigação e não atributo, e inovar na busca e retenção de mercados que não os meramente gravitacionais, sem promoções estéreis e enganosas, explorando as oportunidades mercadológicas que a tecnologia oferece, esta cada vez mais sob o controle e influência dos gigantes do meio, definitivamente não mais estranhos no ninho, como Apple, Google e quetais.

A Lei de Darwin, desprezando-se qualquer alusão mais imaginosa, ao fim é a que prevalecerá – os melhores e mais adaptáveis é que devem sobreviver, não exatamente os mais afortunados: tanto como foi lá, no rico Norte, também aqui, nos trópicos…

Ao longo do tempo, a esmola a que se referia Gonzaga de tal maneira tornou-se lugar-comum na estratégia de fomento à economia automotiva brasileira que, ao invectivarem o governo, os plenipotenciários representantes das transnacionais que aqui operam preferem nunca se perguntar – e para quê? – sobre o que não fizeram, eles próprios, e que, tanto quanto a desorganização nossa que censuram, é causa das vendas severamente declinantes como as deste ano.

Que aqui seja um teatro de operações militares onde sobrevivam os que, como aliás a história automotiva o demonstra, saibam construir pontes imunes a quaisquer adversidades, casamatas intransponíveis – não as de Omaha, naturalmente – e que renunciem às lagrimas com que se habituaram a encharcar a imprensa.

Novo Cobalt: em busca de refinamento.

A General Motors do Brasil apresenta a segunda geração do Cobalt, um dos seus sedãs intermediários – ao lado do Prisma, fica posicionado entre o Classic e Cruze. A renovação no design externo foi bem profunda, com dianteira e traseira amplamente modificadas ante o modelo original.

O objetivo da fabricante foi dar um toque de maior requinte ao modelo, caminho semelhante ao traçado pela Renault com o novo Logan e pela Fiat com o Grand Siena. Além do próprio desenho – bem mais equilibrado, especialmente na dianteira –, chega nova versão de topo de gama, batizada não à toa Elite: refinamentos como interior em couro combinando tons de preto com marrom, sensores de chuva e crepuscular, câmera de ré, volante multifuncional, rodas de alumínio, sistema de entretenimento a bordo MyLink de segunda geração e também o OnStar, até então oferecido apenas no Cruze.

Outra alteração está na ponta oposta: deixa de existir a versão de entrada LS, papel que agora cabe à LT, que já vem de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, retrovisores e travas elétricos, alarme e chave canivete. Um item que chama a atenção está nos vidros traseiros, agora também elétricos de série – o que por sua vez eliminou a necessidade do espaço para a larga área circular percorrida pelo movimento da manivela nos painéis de porta traseiros, deixando-os visualmente bem mais limpos e elegantes.

O painel de instrumentos quase não mudou, assim como o conjunto mecânico, que conta com as opções 1,4 litro com câmbio manual e 1,8 litro manual ou automático de seis marchas.

Para Carlos Barba, diretor de design, “a primeira geração do Cobalt apontava para o aspecto racional, de um carro espaçoso internamente mas com medidas compactas. Esta segunda fase já traz um apelo emocional maior”.

Esta característica está presente também na estreia do sistema MyLink de segunda geração, agora mais amigável: deixam de existir os aplicativos cativos, exclusivos do dispositivo, que agora trabalha totalmente a partir dos apps instalados no smartphone do usuário, a partir dos sistemas para automóveis da Apple e Android – o que também facilita a instalação das atualizações dos programas. O Waze ainda não funciona ali, apenas o Google Maps, que faz função assemelhada.

Os preços, entretanto, tiveram reajuste bem considerável: a tabela que antes abria em R$ 48 mil e ia até R$ 61 mil mudou de patamar e alcança agora de R$ 53 mil a R$ 68 mil. Parte desta mudança, de qualquer forma, está ligada à extinção da antiga versão de entrada e da criação da nova topo de gama, ambas acima das anteriores.

Em volumes a expectativa é manter os números atuais, próximos de 1,9 mil ao mês – desde o lançamento, no fim de 2011, foram 191 mil Cobalt vendidos no País segundo os cálculos de Gustavo Rotta, gerente de marketing de produto.

O que deve mudar é o mix, com a novidade Elite respondendo por 20% e deixando 40% para os 1.4 LT e LTZ e 40% para os 1.8 LTZ manual e automático. A participação nas vendas do câmbio que dispensa as trocas manuais, aliás, deve subir dos atuais 30% para 40% pelas contas dos executivos da General Motors.

Segundo o critério da Fenabrave o Cobalt é o segundo mais vendido do País na categoria de sedãs compactos, com 21 mil unidades emplacadas até novembro, perdendo para o Honda City, quase 24 mil. O Renault Logan, que pode ser considerado um concorrente indireto, está melhor que ambos, com quase 29 mil no mesmo período, mas outros estão bem atrás, como o Nissan Versa, 15 mil, e o Ford New Fiesta Sedan, 7 mil.

FCA inaugura Centro de Software no Recife

Em meio a mais de 250 empresas startups na região do Porto Digital, no Recife Antigo, bairro da capital pernambucana, a Fiat Chrysler Automobiles inaugurou na quarta-feira, 2, a primeira unidade do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva no Estado onde ergueu sua segunda fábrica de automóveis no Brasil. Será o quarto do tipo no mundo e trabalhará em conjunto ao de Betim, MG, Turim, na Itália, e Auburn Hills, nos Estados Unidos.

Erguido em um restaurado prédio histórico onde antes funcionava um armazém de açúcar, o Centro de Software se dedicará ao desenvolvimento de softwares automotivos para controle de motores e transmissões, tem como vizinhas diversas companhias de tecnologia, naquele que já está sendo considerado o Vale do Silício do Nordeste.

Mais do que contratos e negócios com os vizinhos, Stefan Ketter, presidente da FCA para a América Latina, deseja aproveitar-se da convivência das mentes inovadoras para o surgimento de muitas novas ideias. “A indústria automotiva está mudando, ficando cada vez mais digital e devemos nos preparar para essa revolução. É importante estar nesse ambiente tecnológico. A parte informal, o dia-a-dia na região, vale mais do que muitos contratos”.

O Centro de Software inaugurado em Recife focará no desenvolvimento de programas que visam ganhos em eficiência energética, redução do consumo de combustível e emissão de gases dos veículos e melhor dirigibilidade, aprimorando o desempenho do powertrain.

Trata-se da primeira de quatro unidades para desenvolvimento de veículos da FCA em Pernambuco: até meados de 2016 serão inaugurados um Centro de Testes Veiculares em Jaboatão dos Guararapes, um Centro de Projetos em Cabo do Santo Agostinho e um Campo de Provas em Goiana, próximo à fábrica que produz o Jeep Renegade e a picape Fiat Toro, que será lançada no começo do ano que vem.

Nas quatro unidades a FCA investe R$ 140 milhões. “Não mexemos nos nossos planos de investimento. São aportes importantes e estratégicos, com ou sem crise”.

Pernambuco, por seu clima e localização – além do excesso de trabalho nos outros centros da FCA no mundo – torna-se candidato a receber projetos de veículos destinados a outros países. Segundo o executivo o calor, a umidade e o fato de estar no nível do mar geram condições complexas para alguns testes.

“Já há alguns países interessados. Vamos trabalhar em conjunto com os outros centros e os Estados Unidos e a Itália, além de Betim, usarão os serviços de Pernambuco”.

Ketter elogiou por mais de uma vez a qualificação dos profissionais pernambucanos. Ponderou que, por ainda ser uma região sem tradição automotiva, não tem ainda como desenvolver um carro completo, do zero, a partir do Centro de P&D nordestino.

Mas afirmou que pretende alcançar esse nível em cinco anos. “Seria um recorde total. Vamos pegar esse desafio e correr atrás”.

Mercado estadunidense caminha para um recorde

As vendas de veículos caminham para um recorde anual nos Estados Unidos, que em novembro registraram aumento de 1,2% na comparação com o mesmo mês de 2014, para 1 milhão 318 mil unidades, de acordo com agências internacionais. Ficou dentro das projeções dos analistas, que acreditavam no terceiro mês consecutivo com as vendas anualizadas acima da faixa de 18 milhões de unidades – fechou em 18,1 milhões.

Assim, os Estados Unidos deverão superar o pico de vendas de 2000, quando 17,4 milhões de veículos foram consumidos. De janeiro a novembro foram comercializadas 15,8 milhões de unidades, avanço de 5,4% sobre as 15 milhões de unidades vendidas no mesmo período de 2014.

“A indústria automotiva está caminhando para superar as expectativas para o ano”, afirmou Bill Fay, vice-presidente e gerente geral da Toyota à Automotive News.

As vendas da companhia japonesa, incluindo as marcas Scion e Lexus, cresceram 4,7% no acumulado do ano, para 2,3 milhões de veículos, garantindo a terceira posição no ranking de grupos – General Motors, com 2,8 milhões e alta de 4,8%, e Ford, com avanço de 5% e 2,4 milhões de veículos vendidos, lideram.

O escândalo da fraude nas emissões de veículos diesel da Volkswagen prejudicou as vendas do Grupo em novembro, até porque as vendas de modelos com motor 2 litros e 3 litros estão suspensas, aguardando liberação dos órgãos de regulação da Califórnia. A queda chegou a 15,3% somando todas as marcas – Audi, Bentley, Lamborghini, Porsche e VW –, para 45,2 mil unidades.

Renegade sobe para segundo e derruba EcoSport para quarto

Em novembro o EcoSport, inventor do segmento dos SUVs compactos e por isso mesmo o queridinho do mercado até o ano passado, sofreu mais um duro golpe. O Renegade, que até outubro ainda era o quarto mais vendido desta faixa no ano, saltou duas posições de uma vez só e agora é o segundo do segmento, o que derrubou o Ford mais uma posição, de terceiro para quarto.

É preciso registrar, entretanto, que o modelo está praticamente empatado tecnicamente com o Duster, o atual terceiro: apenas 36 unidades os separam, sendo que no mês passado, de forma incrível, a vantagem do Renault foi de simplesmente uma única e mísera unidade.

De qualquer forma ao menos até novembro o EcoSport, em 2015, vende menos que todos os principais concorrentes – HR-V, Renegade e Duster, os dois primeiros 100% novidade e o terceiro reestilizado recentemente – e sente o peso da idade, pagando o preço por ter sido o primeiro a sofrer forte renovação, em 2012. Se serve como consolo, ele ainda está à frente de Hyundai Tucson, Chevrolet Tracker e Peugeot 2008, o lanterninha da faixa mesmo também sendo lançamento.

Já o Honda assiste tudo de longe, confortavelmente instalado em uma vantagem de 12 mil unidades para o Jeep agora vice-líder.

Em novembro, inclusive, tanto o Renegade quanto o HR-V ficaram no top-10 dos mais vendidos, algo que ainda não ocorrera – nos meses anteriores ou um ou o outro ficava na lista dos dez mais, mas nunca os dois juntos. E quem saiu para acomodar os dois foi o Toyota Corolla, mesmo assim com excelente desempenho na décima-primeira posição.

No topo da lista, confirmando informação antecipada pela Agência AutoData há duas semanas, o Onix liderou pelo quarto mês seguido e com isso passou à frente do Palio também no acumulado – e só um acidente de percurso muito sério poderá fazê-lo perder essa dianteira no último mês do ano, o que fará dele o primeiro modelo Chevrolet a carregar o título de mais vendido do País em aproximadamente três décadas.