A participação das vendas externas da Scania em seus negócios totais chegou a 60% este ano, o dobro do índice registrado em 2014. Sem citar volumes, o diretor-geral da Scania do Brasil, Mathias Carlbaum, informou na quinta-feira, 10, que a empresa conquistou novos mercados em 2015, atendendo hoje um total de vinte, e negocia com clientes no Irã e Índia, dentre outros.
Para reforçar ainda mais sua posição lá fora Carlbaum revelou que a Scania do Brasil lançará a tecnologia Euro 6 já no ano que vem: “Alguns países da América do Sul que estavam sendo atendidos por outras filiais passaram a receber produtos nossos. E com o Euro 6 no ano que vem teremos capacidade de exportar para qualquer mercado, oferecendo a partir do Brasil o que a marca tem de mais avançado mundialmente”.
A exportação foi apenas um dos caminhos trilhados pela fabricante de caminhões e ônibus para driblar, ao menos em parte, a crise do mercado interno. A empresa adotou uma série de ações para buscar maior proximidade com os clientes, dentre as quais a Caravana Vou de Scania e Scania Experience.
“Lançamos, por exemplo, pacotes de manutenção individualizados, e fomos atrás de novos clientes. No segmento de caminhões, 20% das nossas vendas foram destinadas a empresas e autônomos com as quais ainda não tínhamos contato, índice que chega a 30% no caso dos ônibus.”
Ajuste – A Scania, segundo Carlbaum, está melhor preparada para enfrentar 2016: “Vamos entrar no novo ano com a produção ajustada. Um dos problemas do início deste ano foi o excesso de estoque no mercado, cerca de 20 mil caminhões. Nós estávamos mais ajustados mas até setembro ainda tinha marca vendendo modelo produzido em 2014”.
No segmento no qual atua, acima de 16 toneladas [semipesados e pesados], a Scania tem participação no acumulado deste ano de 12,5%. A previsão para o mercado total de caminhões dessa faixa é a de atingir 41 mil unidades no ano, uma queda de 55% com relação a 2014. O diretor-geral da Scania acredita que o ano que vem as vendas continuarão em queda e só haverá estabilidade em 2017.
Pelos seus cálculos o mercado cairá de 13% a 15% em 2016, baixando para um patamar de 35 mil a 36 mil unidades. O PIB em queda e a falta de confiança do consumidor são os principais fatores que impedirão, na sua opinião, uma retomada do mercado a curto prazo.
Quanto ao fim do PSI, Carlbaum disse que o mercado terá de se acostumar com essa nova realidade: “As vendas não podem ser eternamente sustentadas por subsídios. Podemos viver o PSI”.
Aproveitando o fim dessa modalidade de venda o Banco Scania lançará em janeiro um novo leasing. O cliente dará 10% de entrada, como uma espécie de caução, e ao final do contrato terá esse dinheiro de volta corrigido e com a opção de comprar o caminhão pelo valor de mercado.
No varejo a Scania tem ajudado concessionários em dificuldades financeiras assumindo operações com risco de fechamento. Na semana passada, por exemplo, assumiu sete concessionárias do Grupo Battistella em Santa Catarina, negócio que envolveu R$ 100 milhões. A empresa já havia adotado esta postura no Rio de Janeiro e parte de São Paulo, em investimentos de outros R$ 100 milhões.
Sua rede hoje tem 122 concessionárias, concentradas em dezesseis grupos, dos quais três agora estão nas mãos da Scania.