MMC Automotriz é vendida para grupo venezuelano

Uma negociação agitou a indústria automotiva venezuelana: a MMC Automotriz, empresa que produz e distribui veículos Mitsubishi e Fuso e representa a Hyundai naquele país, foi comprada pelo Grupo Yammine. Segundo informações do Flash de Motor, parceiro editorial da Agência AutoData na Venezuela, a organização que adquiriu a empresa é conhecida por ter relações próximas com o governo local.

A MMC Automotriz é a empresa privada mais importante de Barcelona, capital do estado de Anzoátegui, e uma das que mais contribui com impostos para a região. Embora não esteja operando em sua plenitude, emprega de 1,3 mil a 1,4 mil trabalhadores e produz veículos há quase trinta anos.

A empresa pertencia ao grupo japonês Sojitz, que possui operações de indústria e comércio em 46 países. Em 2004 comprou 49% da companhia do Consórcio Inversionista Fabril, venezuelano, e foi elevando sua participação até comprar 98% da composição acionária.

O Flash de Motor não conseguiu, porém, confirmação oficial do Grupo Yammine, que segundo a publicação não tem relação boa com a imprensa especializada. Em seu site publicou que espera a chegada do presidente da MMC Automotriz, Toshiro Ueno – que viajou ao Japão para finalizar a negociação – para que haja uma resposta oficial.

A publicação conseguiu, porém, conversar com pessoas ligadas à negociação – e a repercussão não foi positiva. Um fornecedor da fábrica de Barcelona, que produz Lancer, L200 e Montero Sport, além dos caminhões Fuso, lamentou a fama do Grupo Yammine – que também gerencia a Chery local e não é cliente das autopeças venezuelanas: “Eles montam carros que chegam prontos da China”.

Na terça-feira, 16, o Grupo Yammine comprou também o complexo industrial de Cinascar, no município de San Diego, estado de Carabobo. Com 132 mil metros quadrados e cinco galpões, área de inspeção, PDV e um pátio para armazenamento de veículos, o local estava praticamente abandonado.

Também ainda sem confirmação oficial, o Flash de Motor apurou que o grupo usará o local como centro de peças e acessórios, que eram armazenados em locais alugados.

Indústria mexicana deverá superar produção do Brasil de 2011

A indústria mexicana de veículos baterá em 2015 todos os seus recordes de produção, vendas e exportação. Até novembro foram produzidos 3 milhões 176 mil veículos, segundo dados da Amia, um crescimento de 5,5% com relação ao mesmo período do ano passado. No ritmo atual das linhas, sempre acima de 250 mil unidades mensais, os mexicanos quebrarão também o segundo maior volume histórico da indústria automotiva brasileira, registrado em 2011: 3 milhões 416 mil unidades fabricadas.

O feito é considerável, visto que até 2013 a indústria nacional produzia mais do que a mexicana – ano em que alcançou seu recorde de produção, 3,7 milhões de unidades. Em 2014 foi a primeira vez que se montou mais veículos no México do que no Brasil, consequência da aceleração das fábricas do país da América do Norte e da queda do mercado brasileiro.

Neste ano as fábricas do Brasil deverão entregar em torno de 2,4 milhões de veículos, ao passo que os mexicanos produzirão quase 1 milhão de unidades a mais. Enquanto o Brasil depende quase que exclusivamente do mercado doméstico, os mexicanos têm um amplo leque de destinos para seus modelos.

De fato quem puxa o aumento da demanda das montadoras mexicanas são as exportações. De janeiro a novembro foram mandados para outros países 2 milhões 552 mil modelos made in México, crescimento de 4,3% com relação ao mesmo período de 2014 e volume superior ao consumido pelos brasileiro no acumulado do ano.

Embora os Estados Unidos fiquem com a maior parcela dessa exportação – 72%, ou 1,8 milhão de unidades, alta de 5,9% – são muitos os países que aumentaram a compra dos modelos mexicanos neste ano: Canadá, 8,7%, Alemanha, 8,5%, Argentina, 64,1%, Chile, 43,2% e Peru, 19%, são alguns exemplos.

Ironicamente a maior queda veio, justamente, do Brasil: de janeiro a novembro vieram para cá 57,3 mil modelos produzidos no México, queda de 41,3%. Antes terceiro maior cliente da indústria automotiva mexicana, o Brasil agora foi superado pela Alemanha, que comprou 88,8 mil modelos made in México.

Mas o mercado interno mexicano também vai muito bem, obrigado. Foram vendidos 1,2 milhão de veículos nos primeiros onze meses do ano, alta de 18,8% sobre o mesmo período de 2014. E, nesse caso, a indústria brasileira participa da festa: segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea, os embarques daqui para o México cresceram 70% no período.

Quinzena fecha com média diária similar com novembro

Nos primeiros onze dias de vendas do mês o mercado brasileiro registrou 107 mil 133 unidades comercializadas, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. A média diária de licenciamentos até a terça-feira, 15, estava em 9,7 mil unidades por dia útil, ritmo semelhante ao registrado no mês passado.

Restam menos de onze dias úteis para o fechamento do ano, uma vez que na quinta-feira, 24, véspera de natal, e na quinta-feira seguinte, 31, véspera de ano novo, muitos Detrans não operarão – embora não sejam feriados oficiais, o órgão costuma liberar os funcionários do trabalho. Ou seja, na prática restam nove dias úteis em dezembro que, mantida essa média, responderia por um mercado de 194 mil unidades, em linha com outubro e novembro.

O fato de historicamente as vendas costumarem ser mais fortes em dezembro, alimentadas pelas festas de fim de ano e o décimo-terceiro salário, não anima os varejistas. Fonte consultada pela reportagem afirmou não esperar demanda maior do que as dos últimos meses – os próprios varejistas estão duvidando que o mercado chegue a 190 mil unidades este mês.

Podemos esperar então uma queda bem forte no mercado brasileiro de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus este mês, comparado com dezembro do ano passado. No último mês de 2014 foram comercializados 370 mil veículos, impulsionados pela expectativa do fim da redução do IPI – que, de fato, ocorreu.

Em resumo: em dezembro as vendas cairão quase que pela metade.

Caso a média apurada até a terça-feira, 15, seja mantida até o fim do mês, encerraremos o ano com 2 milhões 535 mil unidades comercializadas, em linha com as projeções da Anfavea de 2 milhões 540 mil veículos vendidos e uma queda de 27,5% com relação às 3 milhões 498 mil unidades licenciadas em 2014.

A não ser que uma inesperada reviravolta ocorra, em um ano o mercado brasileiro perderá quase 1 milhão de veículos.

Onix já vê a bandeirada de campeão do ano no fim da reta

Falta muito pouco para o Onix conquistar o título de modelo mais vendido do ano, algo que um Chevrolet não consegue desde a década de 80 – o último foi o Monza. O hatch compacto da GM está relativamente tranquilo, apenas administrando a vantagem, e já vê o diretor de prova com a bandeira quadriculada na mão ao fim da reta, apenas esperando para sacramentar a vitória.

De acordo com dados preliminares do Renavam divulgados pela Fenabrave o Onix acumula até a terça-feira, 15, 6,9 mil emplacamentos. O Palio está em segundo, com 5,3 mil. Com isso a diferença no acumulado do ano a favor do Chevrolet cresceu ainda mais e agora alcançou 3 mil unidades – ao fim de novembro era de 1,4 mil. Se quiser reverter o quadro, o que parece cada vez mais improvável em condições normais de mercado, o Fiat, portanto, teria que emplacar pelo menos três mil unidades a mais que o Onix na última metade que resta do mês, que atravessa o feriado de natal.

2015 será, assim, o terceiro ano com três diferentes vencedores do campeonato de modelo mais vendido do Brasil: o VW Gol o foi em 2013, último ano de seu longo reinado, o Palio em 2014 e agora o Onix.

Em terceiro lugar na primeira quinzena de dezembro está o Hyundai HB20, com 5 mil. Completam os cinco primeiros Chevrolet Prisma, 3,9 mil, e VW Gol, 3,6 mil. Excelente desempenho registra no período o Jeep Renegade, em sexto, já sonhando com um top-5, com 3,3 mil, o primeiro da lista dos modelos mais caros, e já se descolando do Honda HR-V, o décimo-primeiro com 3 mil.

Separam os dois SUVs compactos o Ford Ka, sétimo com 3,3 mil, a Fiat Strada, oitava com 3,2 mil, e Toyota Corolla, décimo com 3,1 mil.

Federal Mogul e TMD Friction crescem em 2015

Em plena crise do mercado interno há bons exemplos de fornecedores que ampliaram faturamento com a diversificação de negócios internos e também externos. É o caso de Federal Mogul e TMD Friction, que encerrarão 2015 com crescimento em suas vendas totais de, respectivamente, 5,8% e 6%.

“O ano foi muito bom”, resume o diretor-geral da divisão Motorparts da Federal-Mogul, José Roberto Alves. “Crescemos mais do que prevíamos graças principalmente à nossa política de segmentação no mercado de reposição.”

Fabricante de pastilhas, lonas, sapatas, fluidos e lubrificantes para sistemas de frenagem, a divisão da Federal Mogul fechará 2015 com alta de 21% nas vendas para o mercado brasileiro de reposição. Dentre as inovações nessa área lançou linha de pastilhas denominada Stop, que utiliza 22% de material reciclado e custa 15% a menos do que a Jurid, produto intermediário da empresa nessa linha de componente.

A Stop destina-se ao segmento de carros de entrada e “teve excelente aceitação”, segundo o diretor-geral. Na outra ponta a companhia criou uma linha mais sofisticada, a Ferodo, com pastilhas para carros com preço acima de R$ 70 mil.

A empresa também teve resultado positivo na área externa, participando de novas concorrências e reforçando presença nos mercados nos quais já atuava. O México, por exemplo, comprou 50% a mais este ano do que em 2014. “O resultado final foi um crescimento de 29% nas exportações para mercados de reposição de outros países.”

Nos negócios OEM, também graças às exportações via montadoras, a empresa teve queda pouco inferior à da média do mercado interno de veículos leves e pesados, na faixa de 23%. A Federal Mogul, segundo seu diretor-geral, também aproveitou o ano para reduzir custos e melhorar processos.

Como exemplo, reduziu de 10 para 6 horas o tempo de secagem de alguns itens nos fornos de cura, sem prejuízo de qualidade. Também substituiu ferramentais antigos, para reduzir as rebarbas – e com isso a quantidade de sobra de material caiu de 8 toneladas para 1 tonelada.

“A crise traz oportunidades”, avalia Alves. “Nossas despesas financeiras estão 22% mais eficientes e nossa produtividade operacional é 12% maior.”

Cobreq – A mesma política de investir na reposição e nas exportações foi adotada com sucesso pela TMD Friction do Brasil, que produz pastilhas e lonas de freio e é detentora da marca Cobreq. “Deveremos fechar o ano fiscal de 2015 com crescimento de 6% em nosso faturamento”, revela Marcoabel Moreira, diretor-geral da empresa no Brasil.

As vendas na área de equipamentos originais caíram 25%, mas o mercado de reposição cresceu 15%, assim com as vendas para o Exterior.

“O ano de 2015 mostrou-se positivo, apesar das dificuldades. A reposição cresceu graças à maior manutenção dos veículos usados e as exportações foram favorecidas pela alta do euro e do dólar.”

Com relação a 2016 o executivo avalia que o mercado de reposição enfrentará dificuldades no primeiro semestre. “mas apostamos que novas oportunidades possam surgir na segunda metade do ano. Vamos lançar novo material de atrito para pastilhas de freio, com melhor desempenho e mais ecológico que o atual, além de apresentaremos uma segunda marca no Brasil, com produtos de menor custo”.

Fiat e Ford antecipam batalha de picapes em 2016

Se 2015 foi o ano dos SUVs compactos no mercado nacional, com quatro lançamentos no segmento – HR-V, Renegade, novo Duster e 2008 –, 2016 já está ensaiando para ser o ano das picapes. Este movimento está sendo acelerado por Fiat e Ford, que, de olho no começo de carreira da recém-apresentada Duster Oroch, anteciparam-se e divulgaram imagens de seus futuros lançamentos nesta faixa de mercado de forma quase simultânea.

A Fiat revelou a primeira imagem oficial da Toro – que a montadora prefere chamar no masculino – de traseira, onde é nítido o uso de tampa bipartida. A fabricante não revelou dados técnicos. Pode-se notar na imagem emblemas com indicações de tração 4×4 e câmbio automático de nove marchas, configuração já utilizada no Renegade, e o nome da versão, Volcano. Em outubro a montadora já revelara imagem da dianteira do futuro modelo, bem como seu comprimento, 4,9 metros.

Comunicado da Fiat afirma apenas que “traços dinâmicos e harmônicos circundam todo o carro, conferindo-lhe impressionante musculatura e, ao mesmo tempo, leveza em linhas infinitas. Curvilínea e com luzes horizontais, a traseira traz ao Fiat Toro um ar contemporâneo, urbano e até mesmo fashion. Seu impacto não deixa dúvidas: chega uma nova era, começa uma nova Fiat”.

Já para a nova Ranger houve uma pré-apresentação na Argentina, aonde será produzida. As fotos divulgadas pela Ford são da versão Limited, topo de gama – segundo comunicado da fabricante, “o lançamento faz parte de ciclo de investimentos de US$ 220 milhões na unidade industrial de Pacheco, próxima a Buenos Aires, que recebeu diversos aprimoramentos para a produção da nova picape global”.

Assim como no caso da Toro os pormenores técnicos foram suprimidos. Pelos emblemas, há indicação de uso de motor 3,2 litros e câmbio automático de seis marchas. A nota diz que “o novo design externo e muita tecnologia embarcada serão os pontos fortes” da nova Ranger.

Coincidentemente as imagens mostram os dois modelos pintados em cor muito semelhante, um tom de vermelho escuro metálico.

Europa volta a comprar componentes de motor brasileiros

As portas que estavam fechadas aos produtos brasileiros no Exterior começam a novamente se abrir. Recentemente Renault e Volkswagen fecharam acordos para enviar componentes de motores produzidos em suas fábricas brasileiras para outras unidades da Europa, aproveitando o novo patamar do dólar – e resolvendo, em parte, a ociosidade provocada pela baixa demanda do mercado brasileiro.

No caso da Volkswagen serão exportados os blocos do motor 1 litro da família EA211 produzidos em São Carlos, SP. Até o fim do ano 46 mil unidades desembarcarão na fábrica de Chemnitz, na Alemanha, para equipar o Polo e o up! produzidos no país-sede da companhia. O contrato continuará em 2016, somando 90 mil unidades no total.

Segundo David Powells, presidente da VW do Brasil, os R$ 900 milhões investidos na unidade de 2012 a 2018 renovaram as linhas e elevaram a competitividade da unidade. “As exportações dos blocos de motores para a Alemanha é prova da evolução constante em termos de qualidade e tecnologia em nossos processos produtivos, que fazem da unidade de São Carlos uma das mais modernas e eficientes do Grupo Volkswagen no mundo”.

A fábrica de Renault em Douvrin, na França – que é compartilhada com a PSA Peugeot Citroën –, salvou o terceiro turno da área de usinagem de cabeçotes da unidade da Renault em São José dos Pinhais, PR. Graças ao contrato fechado para importar cabeçotes do motor 1,2 litro – da mesma família do motor 1 litro usado nos modelos brasileiros –, os trabalhadores paranaenses foram mantidos.

Os cabeçotes serão usados no motor 1,2 litro D4F, que equipam Clio, Logan e Sandero europeus. Com o contrato a fábrica brasileira tem agora o dobro da demanda de fabricação de cabeçotes, saltando de 2 mil unidades para 4 mil cabeçotes por semana.

Segundo a companhia, este é um dos maiores projetos de exportação de peças já fechado para a fábrica de motores.

Produção cai 16,6% em novembro na Argentina

A produção de veículos na Argentina caiu 16,6% em novembro, comparado com o mesmo período do ano passado, para 45,5 mil unidades. Segundo dados divulgados pela Adefa, associação que representa as montadoras daquele país, o ritmo das linhas ficou estável na comparação com outubro, quando foram produzidos 45,2 mil veículos.

No acumulado do ano as fábricas argentinas produziram 11,9% menos veículos, ou 508,3 mil unidades. De janeiro a novembro de 2014 a produção foi de 576,7 mil veículos.

Boa parte da queda da produção veio pela demanda menor do mercado externo. As exportações de veículos argentinos caíram 52,4% no mês passado na comparação anual, para 18,6 mil unidades. Com relação a outubro houve recuo de 1,2%.

De janeiro a novembro as exportações de veículos argentinas caíram 28,6%, somando 234,8 mil unidades.

“Temos manifestado nossa preocupação com relação à queda nas exportações, fundamentalmente para o Brasil, que impacta o desempenho da produção local”, afirmou, em nota, Enrique Alemañy, presidente da Adefa – o executivo substituiu Isela Costantini, que assumirá a presidência da Aerolíneas Argentinas.

As vendas aos concessionários avançaram 26,9% em novembro, para 52,5 mil veículos – estável com relação a outubro. No acumulado do ano os atacadistas adquiriram 573,9 mil unidades, um avanço de 2,3% com relação ao período de janeiro a novembro do ano passado.

Caio Induscar: exportação para o Chile.

A Caio Induscar apresentou versão de exportação para a carroceria de ônibus urbano Mondego, com motor traseiro. A primeira unidade do veículo, segundo a empresa, foi adquirida por cliente do Chile, encarroçada sobre chassi Mercedes-Benz.

Em comunicado a fabricante afirma que um dos objetivos da nova carroceria foi a conciliar tecnologia com baixo custo de manutenção, e desta forma vários itens foram projetados com essa premissa tais como luz de posição dianteira em LED, espelho retrovisor fixado na coluna e arcos de roda compactados junto à carroceria.

Além disso o conjunto óptico é intercambiável com outros modelos Caio, outra iniciativa com vistas à redução do custo de manutenção, além de reforçar identidade de marca. O Mondego traz ainda porta tipo fole, para-brisa com nova curvatura para maior visibilidade, novos cockpit e painel, entrada de ar forçada para a cabine do motorista e placas de LED embutidas nos itinerários, o que, de acordo com a fabricante, facilita a visualização e aumenta a vida útil do componente.

O modelo possui rampas para facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais e área para acomodar cadeira de rodas. A carroceria possui 13 mil 150 mm de comprimento total e capacidade para transportar 32 passageiros sentados, incluindo portador de necessidades especiais, com lotação total de 88 pessoas.

 

Queda total das vendas em 2015 chega a 6,6%

O mercado brasileiro de veículos usados sofreu inversão de tendência: em novembro, no cálculo do acumulado, a curva que até um mês antes mostrava resultado positivo passou a negativo. De acordo com dados da Fenabrave as transferências de usados em 2015 somaram 9 milhões 388 mil unidades ante 9 milhões 429 mil nos primeiros onze meses de 2014, portanto em retração, ainda que leve, de 0,4%.

Com isso a queda de todo o setor automotivo, somados usados e 0 KM, se aprofundou, uma vez que o mercado de novos também registra retração maior a cada mês. No total foram comercializados 11,7 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus no mercado brasileiro, volume 6,6% inferior aos 12,6 milhões de veículos vendidos de janeiro a novembro de 2014.

Até agosto o saldo positivo do mercado de usados compensava em boa parte o mau desempenho do segmento de 0 KM. A diferença de vendas de veículos no acumulado dos períodos de 2014 e 2015 chegava, ali, a 190 mil unidades, ou apenas 2,2% de baixa. Fechados os números de novembro, entretanto, a mesma comparação triplicou em porcentual de queda e quadruplicou em diferença de volume – são, agora, quase 830 mil veículos a menos.

Em novembro o buraco aumentou bastante devido ao fraco desempenho tanto do mercado de novos quanto de usados. Segundo a Fenabrave as transferências de veículos usados caíram 8,6% no mês passado, comparadas a novembro de 2014, para 811,2 mil unidades. Os 0 KM caíram 33,7%, para 195,2 mil unidades.

Somados novos e usados o mercado em novembro cedeu 14,8%, para pouco mais de 1 milhão de unidades – em 2014 foram comercializados 1,2 milhão de veículos no mês.

Dividido por segmento, o desempenho do mercado de usados espelha o de 0 KM. Caminhões e ônibus têm queda mais profunda – 3,7% e 5,8% no de usados e 46,3% e 36% em novos, respectivamente –, enquanto os automóveis e comerciais leves registram apenas 0,3% nos usados e 24,2% em novos.

As motocicletas usadas representam a exceção: ainda estão em alta, a despeito da queda de 12,3% no mercado de novas. De janeiro a novembro foram comercializadas 2,5 milhões de motocicletas usadas, 1,7% acima do mesmo período do ano passado. Somadas, motocicletas usadas e 0 KM apresentam queda de 3%, para pouco mais de 3,7 milhões de unidades vendidas.