Honda investirá R$ 17 bilhões para lançar 30 motocicletas elétricas

São Paulo – A Honda tem como objetivo global lançar trinta motocicletas elétricas até 2030, ano em que pretende vender 4 milhões de unidades a bateria. A meta foi ampliada em 500 mil unidades na comparação com o planejamento inicial, anunciado em 2022, que pretendia 3,5 milhões de vendas.

Para desenvolver seu novo portfólio elétrico a companhia está investindo R$ 3,3 bilhões de 2021 a 2025 e já programou um novo investimento de R$ 13,3 bilhões de 2026 a 2030. Os novos lançamentos que serão desenvolvidos terão um custo 50% menor na comparação com os preços atuais, garante a empresa.

A empresa espera atingir margem de lucro operacional acima de 10% para toda a sua operação de motocicletas até 2030, com as motocicletas elétricas registrando fatias maiores.

OLX e Fenauto criam índice para o mercado de veículos usados

São Paulo – A OLX se uniu à Fenauto para desenvolver o Índice Grupo OLX-Fenauto, desenvolvido pela divisão Data OLX Autos. O estudo será mensal e funcionará como um termômetro da procura, demanda e venda de veículos usados e seminovos, de diversas categorias, para ajudar na decisão de compra dos consumidores. 

O estudo começará a rodar mensalmente a partir de fevereiro de 2024, mas uma prévia foi apresentada na quarta-feira, 29: mostrou qual SUV com 0 a três anos de uso foi o mais procurado na plataforma da OLX em outubro, com o Volkswagen T-Cross na liderança com 98,6 pontos dos 100 possíveis Em segundo ficou o Jeep Compass com 96,8 pontos e depois o Jeep Renegade, que conquistou o terceiro lugar com 91,1 pontos.

Anderson Haiducki é o novo diretor geral da Paccar Financial no Brasil

São Paulo – Anderson Haiducki foi anunciado como novo diretor geral da Paccar Financial no Brasil, respondendo diretamente a Todd Hubbard, vice-presidente de serviços financeiros globais da empresa. O executivo está na companhia desde 2017, quando começou como diretor financeiro, cargo que ocupou até 2021, quando assumiu a posição de diretor de controladoria da DAF Brasil e ficou até este ano. 

Haiducki é formado em ciências contábeis pela FAE Business School e pós-graduado em controladoria pela Universidade Federal do Paraná. Ao longo da sua carreira trabalhou em outras grandes empresas como Tim, Votorantim, HSBC e Bradesco.

VW Caminhões e Ônibus vende 175 Volksbus para a Tursan

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus vendeu 175 unidades de ônibus para a Tursan, operadora de transporte que usará os veículos em viagens de fretamento, que inclui o transporte dos funcionários da fábrica da montadora em Resende, RJ, onde os veículos foram produzidos.

Atualmente a Tursan dispõe de frota de ônibus 100% Volkswagen. Com a compra das novas unidades a idade máxima dos veículos usados será de 2 anos.

Citroën C3 Aircross chega às revendas por R$ 110 mil

São Paulo – Em três versões de cinco lugares o Citroën C3 Aircross, novo SUV produzido pela Stellantis em Porto Real, RJ, começa a ser comercializado nas 170  concessionárias e pela internet. Traz sob o capô o motor T200, 1.0 turbo de 130 cv de potência e transmissão automática CVT de sete velocidades. Seus preços partem de R$ 110 mil.

Durante seu desenvolvimento, informou a Citroën em comunicado, mais de 350 pessoas da América do Sul estiveram envolvidas em simulações, testes e provas físicas. Com ele a Citroën pretende alcançar 4% de participação no mercado brasileiro já em 2024 – em outubro somou 1,5%.

As três versões de sete lugares, com a instalação de mais uma fileira de bancos, que pode ser removida, chegarão em um segundo momento.

Veja os preços, todos da modalidade venda online:

Citroën C3 Aircross Feel Turbo 200 AT: R$ 109 mil 990
Citroën C3 Aircross Feel Pack Turbo 200 AT: R$ 119 mil 990
Citroën C3 Aircross Shine Turbo 200 AT: R$ 129 mil 990

Eletrificados integram próximo ciclo de investimentos da GM

São Paulo – A produção de veículos eletrificados em fábricas brasileiras faz parte do próximo ciclo de investimentos a ser anunciado pela General Motors, provavelmente no ano que vem, conforme antecipou seu vice-presidente de comunicação e relações governamentais, Fábio Rua, no Congresso AutoData Perspectivas 2024. Modelos 100% elétricos integrarão o plano, segundo disse o executivo a jornalistas na quarta-feira, 29, em evento no qual a companhia apresentou suas iniciativas socioambientais.

Embora a GM agora admita a possibilidade de, durante a transição para o 100% elétrico, adotar modelos híbridos no mercado brasileiro, Rua disse que “o futuro será inequivocamente elétrico. A partir de 2035 não sairão mais veículos a combustão das fábricas da GM, em todo o mundo”. Acrescentou, ainda, a respeito de um possível desenvolvimento local de modelos com tecnologia híbrida, que “embora não esteja anunciado, não quer dizer que não esteja sendo analisado dentro da empresa”, dando a entender que já há trabalho neste sentido.

A GM espera a divulgação do Mover, a nova etapa do Rota 2030, para pormenorizar seu planejamento. Rua disse esperar alíquota de tributos menores para modelos com emissão de CO2 mais baixas, uma política de descarbonização do governo federal: “Não quero falar que seriam incentivos, mas um tratamento diferenciado para o governo apoiar o crescimento destas tecnologias mais limpas”.

Na análise de Rua a chegada de fabricantes com sede na China, GWM e BYD, ajudou a acelerar o processo de eletrificação do mercado nacional. Ele calcula que quando os elétricos alcançarem 5% do mercado as vendas crescerão de forma mais acelerada: “Contrariando todos os prognósticos isso ocorrerá rapidamente. Seria ainda mais rápido caso a alíquota de importação [dos eletrificados] não fosse recomposta, porque o consumidor quer o carro elétrico. E quem manda é o consumidor”.

No evento o executivo apresentou alguns projetos socioambientais dos quais a GM é apoiadora, no Pantanal, na Amazônia e no Paraná. Segundo Rua a companhia, por comercializar produtos que contribuem com a emissão de CO2, tem uma dívida com a sociedade e precisa se posicionar com força no processo de descarbonização.

Rua adiantou também que a GM mantém conversas com o governo para ser uma das protagonistas da COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém, PA, em 2025. A ideia, segundo ele, é ser uma das fornecedoras de carros elétricos para a mobilidade durante o evento, dentre outras ações: “Em 2025 a GM fará 100 anos de Brasil. Estamos programando muitas coisas para o centenário”.

Após a eleição montadoras argentinas pisam no freio por falta de peças

São Paulo – Com falta de insumos, por não conseguir do governo a liberação de dólares para pagar seus fornecedores, empresas fabricantes de veículos instaladas na Argentina começam a pisar no freio e parar suas linhas. Segundo informações do Motor1 Argentina há mais de um mês o governo fechou completamente as importações de peças e insumos, tornando inviável a continuidade do ritmo de produção.

Reportagem do jornal El Cronista informou, citando fontes do setor que não quiseram ser identificadas, que desde 23 de outubro, um dia após o primeiro turno da eleição presidencial, as montadoras deixaram de ter acesso aos dólares para pagar seus fornecedores estrangeiros. A expectativa das empresas é que pelo menos até 10 de dezembro, quando o novo presidente assumir o cargo, não haverá novas liberações.

O La Nación citou, mantendo o sigilo de suas fontes, que representantes do governo atual, de Alberto Fernández, trocaram o número de telefone e não atenderam mais empresários e executivos.

Assim a Ford antecipou suas férias coletivas, programadas para junho de 2024, para dezembro. Segundo o El Cronista “ para “reorganizar o seu estoque e o dos fornecedores, que estão em situação crítica há mais de 45 dias”. General Motors, Stellantis e Volkswagen relataram dificuldades à reportagem, e Renault e Nissan interromperam a produção em Córdoba na semana passada.

No comércio automotivo Argentina tem mais a perder do que o Brasil

Caso o novo presidente da República Argentina, Javier Milei, que toma posse em 10 de dezembro, leve a cabo a improvável ameaça propagada durante sua campanha eleitoral, de sair do Mercosul e romper com o acordo bilateral de comércio de veículos, reduzindo ou acabando com o imposto de importação de 35% para carros importados de fora do bloco econômico, ambos os países perderão importantes porções de suas exportações, mas o prejuízo será maior no lado argentino.

Chega-se a esta constatação com uma rápida olhada na balança comercial dos dois países. Em 2022 os fabricantes de veículos no Brasil exportaram à Argentina US$ 1,9 bilhão e as importações de automóveis e comerciais leves do país vizinho somaram quase três vezes mais: US$ 4,6 bilhões, ou 75% dos US$ 6,1 bilhões que o Brasil gastou com veículos importados.

A Argentina é o maior exportador de carros ao Brasil: de janeiro a outubro deste ano – período que está longe de ser o melhor da relação comercial dos dois países – as fábricas argentinas enviaram ao mercado brasileiro 175 mil carros e comerciais leves, o equivalente a 64% das exportações e quase 34% de tudo que foi produzido no país.

Esta proporção significa que qualquer redução de vendas ao mercado brasileiro pode ferir de morte a indústria automotiva argentina, pois coloca em risco mais de um terço da produção de onze fabricantes – todos eles também instalados no Brasil. Modelos argentinos representaram 64,5% de todos os 271,3 mil veículos importados vendidos no Brasil nos últimos dez meses.

Argentina perde lugar para o México

Na mão contrária o impacto para as montadoras no Brasil de uma ruptura no acordo de comércio bilateral com a Argentina também seria grande, mas significativamente menor. As vendas de veículos brasileiros ao mercado argentino vêm caindo nos últimos anos.

Até 2019 a Argentina era responsável por mais da metade das exportações de veículos do Brasil, mas por vários motivos este porcentual está sendo reduzindo ano a ano, caiu a 35% em 2021, 29% em 2022 e segue descendo a ladeira.

Nos últimos dez meses de 2023 a participação da Argentina nas exportações de veículos brasileiros desceu ao menor nível em três décadas. De janeiro a outubro 27% das vendas ao Exterior das fábricas brasileiras de automóveis e comerciais leves foram ao país vizinho, o equivalente a 97,3 mil unidades, ou apenas 5% dos quase 2 milhões de veículos produzidos em solo brasileiro no mesmo período.

Com este resultado pela primeira vez a Argentina perdeu para o México o posto de maior comprador de carros brasileiros, desceu ao segundo lugar, e os mexicanos tornaram-se os maiores clientes importando do Brasil 116,3 mil automóveis e comerciais leves, ou 33% das exportações do setor.

Argentinos são os mais vendidos na Argentina

Os inúmeros problemas econômicos de ambos os lados da fronteira sempre afetaram o comércio bilateral de veículos dos dois países. Para reduzir seu rombo nas contas externas e a falta crônica de dólares o mercado argentino vem se fechando aos produtos estrangeiros.

No mais recente capítulo dos muitos altos e baixos da relação, desde o meio deste ano, a Argentina impôs taxação extraordinária de 7,5% sobre produtos importados, inclusive para carros brasileiros que por acordo deveriam estar isentos de qualquer tributação alfandegária.

Outro golpe foi a concessão de descontos tributários somente para carros fabricados na Argentina, o que vem resultando em perda de participação dos automóveis brasileiros no mercado argentino nos últimos anos.

Segundo dados da Acara, entidade que reúne os revendedores argentinos, de janeiro a outubro as vendas de veículos no país cresceram 11,4% sobre o mesmo período de 2022, somando 394,7 mil emplacamentos, dos quais 66% são de modelos produzidos na própria Argentina e 27% vêm do Brasil. Um ano antes esta proporção era de 58% e 34%. Este ano e no ano passado penas 7% das vendas foram de importações de outros países.

Dos dez automóveis e comerciais leves mais vendidos na Argentina em outubro apenas três vêm do Brasil: dois são Toyota, o Etios [que já deixou de ser produzido em Sorocaba, SP] e o Yaris, respectivamente na quinta e décima posições do ranking, e o Chevrolet Tracker ficou no nono lugar no mês passado.

O Fiat Cronos fabricado em Córdoba é atualmente o campeão de vendas na Argentina e na segunda posição está o Peugeot 208 produzido em El Palomar.

O Cronos também é o carro argentino mais vendido no Brasil este ano, mas aqui ocupa apenas a décima-oitava colocação no resultado de emplacamentos acumulados em dez meses até outubro passado, seguido de perto, em décimo-nono, pela picape média Hilux produzida pela Toyota em Zárate.

Acordo à parte do Mercosul

Desde o início da aplicação das regras de livre comércio do Mercosul, em 1995, quando produtos do Brasil ou da Argentina passaram a atravessar a fronteira sem pagar tarifas aduaneiras, o setor automotivo foi colocado à parte, com a imposição de cotas livres de imposto para fabricantes de veículos e autopeças em ambos os países, exigência de conteúdo local de peças mínimo – hoje estabelecido em 50% – e uma tarifa externa comum, a TEC, de 35% para veículos.

A alíquota comum para veículos importados de fora do Mercosul é maior do que a geral do bloco, de 20% para outros produtos de consumo. Também foram negociadas algumas exceções pelas partes, como é o caso de isenção para veículos que vêm do México e produtos específicos, como carros elétricos e híbridos.

Pelo acordo complementar automotivo Brasil-Argentina, atualizado pela última vez em 2020, ficou estabelecido um regime de cotas isentas de tarifação aduaneira chamado de Flex, que vai até julho de 2029, quando então seria adotado o livre comércio de veículos e autopeças pelos dois países.

Na fase atual do regime Flex, iniciado em julho deste ano, os dois países podem importar um do outro o equivalente a 1,9 vez o total exportado. Este índice está previsto para evoluir a 2 em 2025, 2,5 em 2027 e 3 em 2028 até 2029.

Até o momento o regime vem funcionando bem e raras foram as vezes que as cotas flexíveis foram superadas por um dos lados. No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, o Brasil exportou quase US$ 1,8 bilhão em veículos e autopeças para a Argentina e importou de lá US$ 1,6 bilhão, o que equivale a um índice Flex de 1,1, bastante abaixo do limite de 1,9 da fase atual do acordo.

Apesar das diversas variações no regime nos últimos trinta anos Brasil e Argentina sempre trataram seus mercados automotivos como sendo um só, complementares, com trocas de modelos. Todas as fabricantes instaladas lá têm fábricas aqui e na maior parte dos casos dividem os investimentos na região.

Do lado argentino são produzidos os modelos de maior valor agregado, quatro picapes médias: Toyota Hilux, Ford Ranger, Volkswagen Amarok e Nissan Frontier, o que garante maior rentabilidade no lado de lá da fronteira.

Colocando todos os números na balança sem a Argentina o comércio internacional de veículos do Brasil perde um pedaço relevante, mas a indústria no País e seu mercado doméstico têm tamanho suficiente para sustentar boa parte dos fabricantes instalados aqui. Já boa parte das fábricas argentinas, se perderem os clientes brasileiros, poderão fechar as portas por falta de volume.

Sendo assim as ameaças de Milei ao Mercosul e sua indústria automotiva parecem bravatas, a não ser que o louco com uma motosserra na mão seja mais do que um personagem inventado para vencer as eleições presidenciais com votos da população há décadas desiludida com seus políticos. O presidente dos nossos vizinhos pode até cometer loucuras mas até o momento não se tem notícia que esteja rasgando dinheiro – exceção feita ao derretido peso argentino.

Lubrax completa 50 anos com expansão da produção

Duque de Caxias, RJ – Por 42 quilômetros de tubulação passam, anualmente, 300 milhões de litros de lubrificante Lubrax, tradicional marca brasileira que completa 50 anos em 2023 e que, desde 2019, é da Vibra, companhia criada após a privatização da BR Distribuidora, antigo braço de distribuição e lubrificantes da Petrobras. A maior fábrica de lubrificantes da América Latina, localizada em Duque de Caxias, vizinha à capital fluminense Rio de Janeiro, recebe investimento de R$ 100 milhões para expandir este volume: serão 500 milhões de litros por ano, um aumento de 66%.

“Com a ampliação e a modernização passaremos a ter uma das cinco maiores fábricas de lubrificantes do mundo”, disse Marcelo Bragança, vice-presidente de operações da Vibra e responsável pela unidade, à reportagem da Agência AutoData, que conheceu as instalações. Um verdadeiro canteiro de obras, ainda que a produção continue normalmente, em três turnos. “Este é o desafio: concluir a ampliação sem parar de produzir.”

De lá saem mais de seiscentos produtos diferentes, lubrificantes sintéticos e minerais com diferentes viscosidades. A última grande novidade é a linha Supera Premium, desenvolvida para modelos híbridos nas viscosidades 0W-20 e 5W-30 e que atendem a mais de 95% dos veículos vendidos no mercado nacional. 

Linha nova de lubrificantes atende a 95% dos híbridos vendidos no Brasil

“Carros híbridos demandam lubrificantes específicos. Já os elétricos precisam de soluções de lubrificação diferentes”, contou Vanessa Gordilho, vice-presidente de negócios, produtos e marketing. “Queríamos trazer um produto de máximo desempenho, que promovesse a redução da emissão de poluentes e que proporcionasse limpeza eficiente nos componentes do motor.”

Foram mais de 15 mil horas de pesquisa e desenvolvimento de fórmulas em laboratórios, no Brasil e nos Estados Unidos, e mais 5 mil horas de teste de campo e de desempenho em motores. Doze fórmulas foram desenvolvidas até que se encontrasse a melhor opção.

Os lubrificantes são criados após misturas de óleos básicos com aditivos. Boa parte da matéria-prima é importada, sobretudo das opções mais tecnológicas, ainda sem grande escala no Brasil. Mas o objetivo, garante a Vibra, é nacionalizar o máximo possível.

A produção

Definidas e aprovadas as fórmulas o lubrificante vai ao processo de produção. Existe muito cuidado nesta etapa, especialmente na higienização dos barris onde os materiais são misturados. Todos os barris de lubrificantes são testados na área de controle de qualidade para garantir que o produto saia com a mistura exata, sem possibilidade de danificar o motor. 

Os óleos básicos chegam por dutos – há uma refinaria da Petrobras próxima à fábrica da Vibra, a Reduc – ou por caminhões. Fórmula em mãos, os óleos chegam aos tanques onde passam pelo processo de mistura. Aprovados, seguem para a área de embalagens, que pode ser tanto de plástico como a granel. Depois seguem ao armazém, um prédio que recebe quase 3 mil toneladas de produto por dia e de onde os lubrificantes são levados à distribuição.

“Hoje os óleos Lubrax chegam a seis países da América do Sul”, contou Bragança. “Com a expansão pretendemos ampliar a distribuição.”

A unidade é altamente robotizada, com grande parte dos processos conduzida por máquinas. Em três turnos trabalham 550 funcionários, dos quais cinquenta nos laboratórios de pesquisa.

Vibra mostrando a sua cara

Sucessora da BR Distribuidora a Vibra possui mais de 8,3 mil postos de combustíveis em mais de 1,8 mil municípios brasileiros. São mais de 30 milhões de clientes, compradores de lubrificantes e motoristas que abastecem seus veículos. Oitenta das cem maiores empresas do País estão na carteira de clientes, garantiu Bragança.

A área de lubrificantes representa de 6% a 10% do total do negócio. Com forte presença na reposição e uma marca forte, a Lubrax, que por anos, por exemplo, estampou a camisa do Flamengo, clube de futebol de maior torcida do Brasil, a Vibra ainda busca ser mais conhecida como Vibra. Tem investido em patrocínios a eventos culturais e buscado mais clientes: “Hoje fornecemos para o primeiro enchimento na HPE, que produz modelos Mitsubishi, e Hyundai Construction. Queremos mais”.

Outra preocupação da companhia é com a transição energética. Segundo a vice-presidente Vanessa Gordilho os investimentos nesta área somam R$ 4 bilhões. No Brasil são mais de quatrocentos eletropostos. Em paralelo são feitos investimentos em parcerias com startups para identificar oportunidades de negócios com outras fontes de energia, incluindo o hidrogênio verde.

Grupo BMW projeta crescer de 3% a 5% no Brasil em 2024

Indaiatuba, SP – Apesar das dificuldades para atender a todos os pedidos no primeiro semestre a BMW está quase alcançando o objetivo de crescer cerca de 5% em vendas em 2023, o que a CEO do grupo no Brasil, Maru Escobedo, classifica como “um ótimo ano”, que marca a superação dos 200 mil automóveis vendidos desde 1996, quando a empresa abriu sua representação própria aqui, sendo que 90 mil deles foram produzidos na fábrica de Araquari, SC, que completa dez anos de operação em 2024.

O bom volume de modelos BMW vendidos de janeiro a outubro, 12,5 mil e a expansão de 3,2% sobre o mesmo período de 2022, aponta para fechar 2023 próximo dos 15 mil carros, número que se equipara aos melhores resultados da empresa no País, em 2014 e 2015, e garante o sexto ano seguido de liderança folgada do mercado nacional de automóveis premium.

A executiva mexicana, que era CEO do grupo no México e foi transferida para assumir a operação brasileira em março, estimou que a empresa pode, ao menos, repetir o bom desempenho no próximo ano: “Queríamos crescer de 5% a 6% em 2023 e conseguiremos. Só não conseguimos antes porque não tínhamos carros para entregar. Com a situação melhor daqui para frente nossa ideia é avançar de 3% a 5% em 2024”.

Maru Escobedo também destacou o desempenho de outra marca do grupo, a Mini, que após alguns anos de vendas muito baixas já cresceu 47% de janeiro a outubro, somando pouco mais de 1,2 mil emplacamentos em dez meses, com participação crescente de elétricos e híbridos: de 2022 para 2023 os modelos Mini eletrificados aumentaram de 21% para 24% sua fatia nas vendas da marca no País, e este porcentual deve saltar para 66% com os lançamentos programados para 2024.

Fábrica

A CEO creditou a dois fatores os resultados da BMW no País, muito à frente da concorrência no mercado premium: muitos lançamentos e a fábrica de Araquari, que produz aqui os dois carros mais vendidos da marca, o sedã Série 3 e o SUV X1, que juntos representam 58% das vendas no Brasil – porcentual que sobre para 61% quando considerados os SUVs X3 e X4, também montados em Santa Catarina.

O sedã elétrico i7: o mais luxuoso e caro BMW no Brasil, por quase R$ 1,3 milhão.

“A fábrica nos dá uma grande vantagem logística, porque reduz a dependência da importação e entregamos carros feitos aqui com o mesmo alto nível de qualidade de qualquer planta da BMW no mundo”, sublinhou Maru Escobedo. “Devemos produzir cerca de 10 mil veículos este ano e queremos continuar a crescer com a produção nacional, da qual temos muito orgulho.”

A executiva indica que ainda há espaço para produzir mais modelos em Araquari e existem estudos em curso para isto, pois atualmente menos de um terço da capacidade de 35 mil veículos/ano está sendo utilizada.

Lançamentos

O segundo impulsionador de crescimento é o elevado número de lançamentos da BMW: foram dez em 2023, com destaque para a terceira geração do SUV X1, seu segundo carro mais vendido no Brasil e produzido em Araquari, que no meio do ano recebeu a companhia da versão 100% elétrica iX1, esta importada da Alemanha.

“Teremos em 2024 o primeiro ano cheio de produção da nova geração do X1 em Araquari, o que deve nos garantir algumas vendas adicionais”, avalia Maru Escobedo.

O portfólio da BMW no Brasil foi recheado de supercarros em 2023, a começar pelos elétricos iX M60 – um bólido com forma de SUV que acelera de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos e custa R$ 1,1 milhão – e o sedã superluxo i7, o mais caro da marca à venda por R$ 1 milhão 292 mil, que tem até tela de alta definição de 31 polegadas para entreter os ocupantes dos assentos de trás.

Parte da ofensiva de lançamentos de SUVs superpremium da BMW no Brasil: X7 e X6 (nas pontas) a gasolina e o bólido elétrico tecnológico iX.

Do México veio o esportivo M2 Coupé com motor de 460 cv e, dos Estados Unidos, o recém-lançado SUV de grande porte X7, para até sete pessoas, com motor a gasolina V8 de 530 cv e o segundo preço mais alto da lista da BMW no País: R$ 1 milhão 155 mil.

“Os carros superpremium representam grande impulso na imagem da marca, pois trazem as mais avançadas tecnologias que desenvolvemos, como a tela de 31 polegadas [para os assentos traseiros] do i7, nossos clientes querem ter acesso a essas evoluções.”

O BMW M2 Coupé: diversão garantida nas pistas.

Em 2024 o Grupo BMW pretende seguir na mesma tocada: lançará quinze carros, incluindo desde pequenas atualizações até modelos novos: “Teremos alguns que ainda não vendemos aqui.”

Os lançamentos mais aguardados são a nova geração do sedã Série 5 acompanhado de sua versão 100% elétrica i5 e o SUV X2, também pareado com o elétrico iX2. Também estão na lista de novidades para o ano que vem os novos Mini Countryman e Mini elétrico.

Eletrificados

A expectativa é que seja mais um ano recorde para modelos eletrificados, que devem representar 24% das vendas da BMW e 66% das de Mini no País: “Mas ofereceremos todas as opções que temos, elétricos, híbridos plug-in, híbridos leves, flex e a gasolina”.

Segundo Escobedo a empresa já está fazendo contas para acomodar a volta gradual, a partir de 2024, da cobrança do imposto de importação sobre carros elétricos, que desde 2015 eram isentos, e híbridos, que pagavam 4%. Ela avalia que o impacto será diferente para cada modelo, mas assegura que a BMW tem estrutura para redistribuir os custos e continuar a trazer carros eletrificados ao Brasil e, no futuro, poderá até produzí-los em Araquari.