Cortes: vendas de caminhões em janeiro não reagem.

As vendas de caminhões continuam muito fracas neste primeiro mês de 2016. De acordo com informações reveladas com exclusividade à Agência AutoData por Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, os negócios neste janeiro estão na média apenas repetindo o desempenho registrado em novembro e dezembro – que representaram dois dos três meses mais fracos do ano passado.

Novembro foi o pior mês de 2015, com apenas 4,7 mil unidades, fruto de novo imbróglio envolvendo a linha de financiamento Finame PSI, que teve à época seu fim antecipado. Dezembro foi um pouco melhor, mas para somente 5,6 mil caminhões vendidos, o terceiro pior desempenho do exercício e acima apenas de fevereiro, com 5,2 mil.

Os números de caminhões neste mês, assim, não deverão ir muito além das 5 mil unidades. Como o desempenho de janeiro foi o melhor do ano passado, com 7,7 mil veículos comercializados, a queda no comparativo anual mais uma vez deverá ser relevante, para queda além de 30%.

Nem mesmo a estabilidade dos números de venda durante um trimestre anima Cortes, pois “o patamar está muito baixo”. O executivo atribui o quadro essencialmente ao cenário macroeconômico e à atual política de crédito.

Os estoques, ao menos, estão em níveis que não representam “nenhum absurdo”, segundo Cortes, pelas paradas e férias concedidas no fim do ano passado. A unidade de Resende, RJ, da MAN está operando de segunda a quinta-feira durante todo o mês – em 2015 este expediente foi utilizado a cada duas semanas.

México – Com as vendas internas pouco animadoras a saída é olhar para o mercado externo, e nesse quesito a MAN está bem otimista com sua operação no México, que é igualmente comandada por Cortes.

Nos ônibus, por exemplo, a fabricante comemora crescimento de 22% nas vendas no fechamento do ano passado em relação a 2014, o que lhe conferiu 1,7 ponto adicional de participação de mercado, agora em 13,3%. Nos micro-ônibus é a líder com quase 60% de mercado com oferta de dois modelos, oito e nove toneladas.

Segundo o presidente da MAN LA a estratégia adotada ali é similar à que deu certo no Brasil: oferecer produtos sob medida, adaptados às situações e condições locais – o México sempre sofreu influência do mercado estadunidense em sua oferta de comerciais. “Aos poucos estamos ganhando espaço, como ocorreu com os ônibus e com a linha de caminhões Delivery, iniciativa que depois foi copiada por concorrentes. Acredito que temos a mesma oportunidade agora com os Constellation, lançados ali no ano passado.”

A MAN possui fábrica no México, em Querétaro, na qual monta os chassis de ônibus Volksbus a partir de kit SKD enviados de Resende, agregando algumas partes locais e outras importadas da Europa, assim como alguns modelos de caminhões VW.

GM e trabalhadores entram em acordo e greve em SJC é encerrada

Chegou ao fim a greve na fábrica da General Motors de São José dos Campos, SP. Após seis dias de paralisação os trabalhadores aprovaram na manhã de terça-feira, 26, a proposta para o pagamento da segunda parcela da PLR, Participação nos Lucros e Resultados, referente ao ano passado e retornaram ao trabalho.

O acordo só foi possível graças à intervenção da justiça: na semana passada a GM ajuizou uma ação de dissídio coletivo no TRT de Campinas e a audiência ocorreu na tarde de segunda-feira, 25. Os trabalhadores, que desejavam receber R$ 6,4 mil para a segunda parcela da PLR, conseguiram que a companhia pagasse R$ 5,6 mil – a última proposta fora de R$ 5 mil.

Além do valor, ficou acordado na audiência que a montadora antecipe 50% do décimo-terceiro salário e garanta sessenta dias de estabilidade de emprego e salário. A conta dos dias parados será dividida: a companhia descontará apenas metade dos seis dias de greve.

Em nota a GM considerou positiva a decisão: “Mas não resolve a situação de competitividade do complexo, uma vez que a paralisação na operação por seis dias só contribuiu para aprofundar a séria crise que afeta a GM e a indústria automotiva”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos também comemorou o acordo. Também em comunicado o presidente Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, deixou claro que as negociações durante o ano continuarão duras.

“Foi uma greve forte. Os trabalhadores começaram o ano dando um recado claro à GM: não cederão às pressões e lutarão por direitos e emprego”.

O uso de dados para uma direção melhor

Assim como os aplicativos utilizados em smartphones para tornar o carro cada vez mais conectado, uma nova geração de produtos de pós-venda vai ajudar os motoristas ávidos por tecnologias a reduzir acidentes e custos com seguros, além de economizar combustível e planejar rotas de forma mais eficaz.

Veículos em geral, como carros, caminhões e ônibus, se tornaram plataformas de informática móvel, e a transformação da tecnologia neles envolvida está se acelerando. Até 2020 todos os veículos novos estarão conectados à internet – e entre si – via sistema wi-fi. Estudos do departamento de transportes dos Estados Unidos estimam que as tecnologias de carros conectados podem reduzir em até 80% o número de colisões.

Para as empresas a riqueza sem precedentes de dados de carros conectados é um recurso valioso que pode ajudar os motoristas a economizar em combustível e seguro e a melhorar suas habilidades de direção. A plataforma DriveSync, desenvolvida pela Intelligent Mechatronic Systems, IMS, empresa com sede em Waterloo, na província de Ontário, no Canadá, pode coletar dados por meio de sistemas instalados pela montadora, de dispositivos de pós-venda ou até mesmo aplicativos para smartphones.

Estas informações, então, são analisadas em tempo real e podem ser usadas como uma ferramenta de treinamento para jovens motoristas melhorarem suas habilidades, ou como um sistema de gestão de frotas que ajude os operadores comerciais a reduzir o consumo de combustível – os dados também podem reduzir os custos com seguros. Já existem várias seguradoras da América do Norte que oferecem apólices mais baratas para motoristas que instalam o DriveSync e compartilham seus dados.

A velocidade de aceitação do consumidor e a demanda por tecnologias cada vez mais conectadas à internet surpreendem até mesmo alguns veteranos da indústria automotiva. A alta tecnologia tornou-se um diferencial de produto no mercado automotivo, ferozmente competitivo.

Outro exemplo interessante vem da Weather Telematics, empresa que também está sediada em Ontário e que utiliza ciência meteorológica avançada: combinando dados em tempo real de sensores de um veículo com informações atualizadas a cada minuto relacionadas com o clima, elaboradas a partir de uma variedade de fontes da internet, pode fornecer aos motoristas dados precisos sobre as condições climáticas imediatas das estradas à frente. E não são previsões do tipo ‘há 40% de chance de chuva em sua região’ ou algo semelhante, mas sim informações precisas quanto às condições específicas que o motorista irá enfrentar naquela estrada em particular, no quilômetro seguinte ou por meio de uma rota especial programada no sistema de GPS.

Considerando que somente nos Estados Unidos condições meteorológicas adversas – chuva, neblina, neve – contribuem para a ocorrência de dez mil mortes a cada ano nas estradas, e que os congestionamentos colaboram para o desperdício de quase 11 bilhões de litros de gasolina por ano, uma tecnologia deste tipo pode salvar vidas ao mesmo tempo em que gera importante papel na redução das emissões de gases poluentes.

O mercado crescente para a próxima geração de tecnologias automotivas está atraindo mais empresas para esta indústria. Ontário é uma das poucas jurisdições no mundo com clusters de classe mundial na produção automotiva e tecnologia da informação, e ali já se reúnem cerca de cem empresas envolvidas diretamente em desenvolvimento de tecnologias de carros conectados.

E essa é uma ótima notícia. O número de veículos nas estradas de todo o mundo deverá dobrar até 2035, saltando de 1 bilhão para 2 bilhões. Quaisquer tecnologias que possam tornar nossas estradas mais seguras e ao mesmo tempo reduzir as emissões de poluentes devem ser recebidas de braços abertos.

Todd Barrett é cônsul comercial de Ontário, Canadá, no Brasil. Em janeiro deste ano a província começou oficialmente a testar veículos autônomos em suas estradas.

Ex-presidente Lula nega qualquer relação com Mauro Marcondes Machado

O ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva prestou depoimento quanto às investigações da Operação Zelotes em Brasília, DF, que investiga possíveis irregularidades na edição de duas Medidas Provisórias ligadas diretamente a incentivos ao setor automotivo. Este ocorreu no dia 6 de janeiro e na sexta-feira, 22, seu teor completo foi divulgado na internet pelo jornal O Estado de S Paulo, que não pormenorizou a forma com que o documento foi obtido – disponível em http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/leia-a-integra-do-depoimento-de-lula-2/.

Resumidamente, em seu depoimento o ex-presidente negou qualquer relação direta, comercial ou de intermediação com Mauro Marcondes Machado, vice-presidente da Anfavea – atualmente afastado do cargo, que ocupava como representante da MMC, a Mitsubishi brasileira – e um dos principais investigados no caso. Ele encontra-se em prisão preventiva, assim como sua esposa, sócia em escritório de consultoria.

Lula afirmou conhecer Mauro Marcondes Machado desde 1975, quando ele estava no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o dirigente na Volkswagen, e “ao que sabe depois foi para a Scania e depois para a Anfavea”, segundo o texto do depoimento. E que só voltou a ter contato com Machado após assumir a presidência da República.

Em seu depoimento Lula afirmou que nunca recebeu pedidos de Machado com relação às MPs ou soube de qualquer pedido que este tivesse feito a algum representante do governo, e que desconhecia a relação comercial da empresa do vice-presidente da Anfavea com as montadoras MMC e Caoa.

Ao ser perguntado sobre um documento eletrônico encontrado no escritório da consultoria de Mauro Marcondes Machado pela Polícia Federal, segundo o inquérito, a afirmar, segundo o texto, que “a MP foi combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e governador Eduardo Campos”, o ex-presidente afirmou ao delegado que “combinação, neste sentido pejorativo, é coisa de bandido” e que esta não ocorreu.

Mas Lula afirmou ter se reunido com o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos – morto em acidente de avião em Santos, SP, durante campanha à presidência em 2014 –, e que este teria levado Cledorvino Belini ao encontro para tratar dos benefícios da instalação de uma fábrica da Fiat naquele Estado. Mas o ex-presidente não soube dizer se na ocasião Belini esteve no encontro como representante da Fiat ou da Anfavea. E depois o assunto foi tratado pelos ministérios, afirmou.

Resposta – Procurada pela Agência AutoData a FCA Fiat Chrysler Automobiles afirmou, em nota, que “todas as consultas e tratativas que resultaram na instalação de sua fábrica em Goiana, Pernambuco, foram mantidas direta e abertamente pela empresa, por meio de seus gestores, com os agentes públicos legítimos”. A montadora assegura ainda que “em momento algum contratou banca de advogados, consultorias, lobistas ou outros interpostos, bem como jamais recorreu a políticos e/ou seus representantes para intermediar qualquer conversação ou negociação”, complementando que “a negociação que levou a Fiat a aderir aos termos e condições da MP 512 foi iniciada por meio dos órgãos de desenvolvimento econômico do Estado de Pernambuco e das áreas técnicas dos Ministérios da Fazenda, da Ciência e Tecnologia e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior”.

O comunicado diz também que “em 2010 a Fiat buscava alternativas para otimização logística e novas oportunidades de negócios, prospectando em diversos Estados brasileiros. Identificamos em Pernambuco um ambiente favorável de negócios, com um processo acelerado de industrialização em curso e a consolidação do Complexo Portuário-Industrial de Suape. Naquele momento a economia e o mercado brasileiro de automóveis estavam aquecidos e as perspectivas futuras pareciam ser de expansão sustentada. A única fábrica da Fiat no Brasil, situada em Betim, Minas Gerais, operava no limite da capacidade produtiva de 800 mil veículos por ano”.

Prossegue a nota: “O governo federal identificou a oportunidade de atrair montadoras de veículos para a região Nordeste de modo a adensar o tecido industrial que se constituía, inclusive no setor automotivo, e renovou através da MP 512 estímulos fiscais que já existiam desde 1997. Paralelamente, o Governo do Estado de Pernambuco oferecia condições estimulantes para a instalação de empreendimentos industriais no Estado. As negociações evoluíram naturalmente, conciliando o interesse do desenvolvimento regional e o interesse da Fiat na diversificação e pulverização dos investimentos pelo risco de sobrecarga na infraestrutura em Minas Gerais e na busca de um modelo logístico que incluísse um porto”.

Histórico – A Fiat anunciou a construção de uma fábrica em área do Porto de Suape no último trimestre de 2010. Nos últimos dias de dezembro realizou cerimônia de assentamento de pedra fundamental na área, evento que contou com a presença de Lula, em seus últimos dias do segundo mandato como presidente da República.

A fabricante pôde aproveitar benefícios fiscais de instalação na região a partir da então recente aquisição da empresa de autopeças TCA, de Jaboatão dos Guararapes, por seu braço Magneti Marelli – a regra vigente exigia que para compartilhar das condições mais favoráveis as montadoras interessadas já deveriam estar presentes na região.

Em agosto de 2011 a Fiat anunciou mudança de local da fábrica, de Suape para Goiana. A unidade foi inaugurada em abril do ano passado, como planta FCA, tendo como seu primeiro produto o Jeep Renegade. O segundo modelo ali produzido, a picape Fiat Toro, será lançada nos próximos dias.

Novo Golf nacional chega às revendas em fevereiro

A Volkswagen anunciou, via comunicado divulgado à imprensa, que a sétima geração do Golf produzida em São José dos Pinhais, PR, chegará ao mercado a partir de fevereiro. Trará algumas mudanças com relação ao modelo importado da Alemanha e depois do México, principalmente no catálogo oferecido.

O motor 1.4 TSI, que equipava a versão de entrada Comfortline, agora é oferecido apenas na intermediária Highline e com a tecnologia flex fuel, que fez o modelo alcançar até 150cv. Agora o Golf parte de R$ 75 mil, R$ 2 mil abaixo do importado, mas com o novo motor 1.6 MSI flex que alcança 120cv.

A Comfortline, portanto, traz o motor 1.6 MSI e opção de transmissão manual por R$ 75 mil, ou automática por R$ 80 mil. Oferece sete air bags, controle de tração, de estabilidade, bloqueio eletrônico do diferencial e itens de conforto como direção elétrica, freio de estacionamento com assistente de ladeira e sistema de infotainment que permite espelhamento da tela do celular no visor central do painel do veículo.

No catálogo Highline o destaque é o motor 1.4 TSI BlueMotion Technology Total Flex, da família EA211. Tem bloco e cabeçote em alumínio, duplo comando de válvulas no cabeçote, injeção direta de combustível e turbocompressor – é totalmente diferente do 1.4 TSI a gasolina que equipava o Golf importado.

Com transmissão manual sai por R$ 91,3 mil e automática por R$ 96,7 mil. Além dos itens do Comfortline, tem ar-condicionado digital com duas zonas, bancos de couro, lanternas de LED, volante multifuncional, sensores de chuva e luminosidade e sistema Star-Stop na versão com câmbio automático.

Já o topo de linha é o mítico Golf GTI, que ficou mais caro na versão brasileira: saltou de R$ 115 mil para R$ 117,7 mil. Para explicar o aumento a VW colocou rodas de liga leve de 18 polegadas e o sistema de som com grife Fender, aquela conhecida por suas guitarras e demais instrumentos musicais.

O Golf GTI traz por baixo do capô um motor 2 litros a gasolina que alcança 220cv.

GM e sindicato de SJC: mais um capítulo na longa briga.

A discussão sobre o valor da segunda parcela da PLR, Participação nos Lucros e Resultados, que será paga pela General Motors aos trabalhadores da fábrica de São José dos Campos, SP, virou mais um capítulo da longa disputa do sindicato dos metalúrgicos local com a montadora. Acusações de um lado e de outro, ameaças, paralisações e greves fazem parte da história da unidade, que no ano passado completou 56 anos e não receberá um centavo do plano de investimento de R$ 13 bilhões anunciado pela companhia.

Dessa vez o impasse é de R$ 1 405 por trabalhador: enquanto o sindicato pede R$ 6 405 para a segunda parcela da PLR, a GM ofereceu R$ 5 mil – valor superior ao acordado com, por exemplo, a unidade de São Caetano do Sul, SP, que aceitou a proposta de R$ 4 250. Sem acordo, sem nova proposta, a negociação foi para a justiça e deverá ser resolvida em uma audiência agendada para a segunda-feira, 25, no TRT de Campinas.

“A proposta apresentada pelo sindicato não condiz com a atual conjuntura econômica do país, do mercado automotivo como um todo e com os resultados efetivamente atingidos pela GM”, afirmou a companhia em nota divulgada na sexta-feira, 22, um dia após a matriz anunciar recorde mundial de vendas e a liderança pelo décimo-quinto ano consecutivo na América do Sul – porém no Brasil, seu terceiro maior mercado, a companhia recuou 33%.

Segundo a GM no ano passado todos os funcionários receberam um adiantamento da PLR de R$ 8,5 mil. Durante a negociação para a segunda parte, a companhia subiu a proposta até R$ 5 mil, o que significaria R$ 13,5 mil de PLR com base nos resultados de 2015 que não foram nada animadores – a GM lembra, na nota, que o Onix, modelo mais vendido no mercado brasileiro, teve uma redução de 16,5% nas vendas do ano passado, comparado com 2014.

“A expectativa pra este ano é de um mercado em torno de 2 a 2,2 milhões de unidades, uma queda de quase 50% comparado ao recorde de 3,8 milhões de veículos vendidos em 2012”, afirma a companhia. A indústria hoje opera no País com capacidade ociosa superior a 50% e os custos não param de crescer, sofrendo impacto da inflação e da forte desvalorização do real”.

O sindicato, por sua vez, afirma que a GM é a única montadora no País a propor redução do valor pago na PLR. Também em nota contesta os números apresentados pela empresa: nas suas contas, haverá redução de 30% dos R$ 13 mil pagos pelo valor de 2014, para R$ 10 mil em 2015. E calcula que em 2015 foram produzidas 40 mil caminhonetes S10 na fábrica, que geraram um faturamento de R$ 4,8 bilhões apenas com este produto.

“A empresa é altamente lucrativa em São José dos Campos e tem total condições de atender as reivindicações dos trabalhadores nesse momento”, afirma, em vídeo colocado no site da entidade, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. “Aumentou de US$ 5 bilhões para US$ 9 bilhões o repasse a seus acionistas”.

A unidade está parada desde a segunda-feira, 18, quando a primeira proposta da GM foi recusada. La são produzidas a S10, a Traiblazer, transmissões e kits CKD para exportação. Atualmente 600 trabalhadores estão em lay off.

Ainda na nota distribuída à imprensa a GM reclama da intransigência do sindicato. “[O sindicato] parece ter uma pauta meramente política e não de real defesa dos interesses dos trabalhadores e impede um acordo, mesmo sendo ele desejado pela maioria dos empregados”.

A companhia acusa ainda a entidade de impedir, “de forma truculenta e com ameaças”, a entrada na fábrica de trabalhadores que desejam retornar ao trabalho. Em outros comunicados divulgados durante a semana, chegou a ameaçar o sindicato com possível adoção de “medidas de cortes de custos”.

Já o sindicato afirma que a GM foi beneficiada por incentivos fiscais durante todo o governo Dilma Rousseff e, mesmo assim, fechou 6 mil postos de trabalho de 2011 a 2015 em São Caetano do Sul, São José dos Campos e Gravataí, RS.

“Os trabalhadores sequer têm comparecido ao portão da empresa. Este é um movimento legal, pacífico, em que os metalúrgicos demonstram toda sua indignação contra a intransigência e ganância da GM,  apesar do assédio moral que os supervisores estão fazendo sobre os trabalhadores”.

 Será em Campinas, portanto, o próximo capítulo dessa disputa.

Novos Sandero e Logan passam por recall na caixa de direção

A Renault anunciou na sexta-feira, 22, recall dos modelos novo Sandero e novo Logan por falha na caixa de direção.

São 3 mil 120 unidades envolvidas no chamado, fabricadas durante um mês no fim do ano passado – de 4 de novembro de 2015 a 4 de dezembro de 2015.

De acordo com comunicado da fabricante o chamado envolve as versões Authentique, Expression, Dynamique, Stepway, GT Line e R.S. 2.0 do Sandero e a Autentique, Expression e Dynamique do Logan. Os consumidores devem levar os veículos às concessionárias para verificação da caixa de direção.

Segundo a Renault foi constatada possibilidade da rótula axial – componente que faz a ligação da caixa de direção com o cubo de roda – romper-se com o veículo em movimento, “acarretando a perda da dirigibilidade e consequentemente [gerando um] acidente”.

Os chassis dos novos Sandero e Sandero Stepway envolvidos vão de GJ129961 a GJ235739, do novo Logan de GJ149048 a GJ235231 e do novo Sandero R.S. 2.0 de GJ192635 a GJ227791.

O reparo levará em torno de duas horas e meia, informa a fabricante.

No ano passado, de acordo com relatório da Senacon, Secretaria Nacional do Consumidor, órgão ligado ao Ministério da Justiça, revelado nesta semana, a Renault convocou somente um recall, um dos índices mais baixos dentre as montadoras – a FCA, por exemplo, a com maior número de convocações em 2015, fez 16.

Brasil se segura como terceiro maior mercado GM no mundo

Foi por um triz, mas o mercado brasileiro conseguiu manter em 2015 o posto de terceiro maior do mundo para a General Motors, o que certamente não é pouco. O País, entretanto, viu o Reino Unido, o quarto colocado, se aproximar perigosamente.

De acordo com dados do balanço anual divulgados pela GM na quinta-feira, 21, os cinco maiores mercados, pela ordem, foram China, com 3,6 milhões de unidades vendidas, Estados Unidos, 3,1 milhões, Brasil, 388 mil, Reino Unido, 312 mil, e Canadá, 263 mil.

Em 2014 a ordem foi a mesma, porém o Brasil respondeu por 579 mil unidades vendidas e o Reino Unido por 305 mil.

Em comunicado a montadora destacou o fato de 2015 representar o terceiro ano consecutivo de quebra de recorde global de vendas: foram agora 9,8 milhões de unidades, ainda que um crescimento praticamente mínimo de 0,2%.

Na nota Dan Ammann, presidente da GM, considerou que “a GM continuou a crescer em 2015 como resultado do foco no cliente e sucesso no lançamento de novos veículos, que mais do que equilibraram as condições desafiadoras na América do Sul e as limitações da nossa presença em mercados como o da Rússia”.

Por seus cálculos a GM foi a líder de vendas na América do Sul pelo 15° ano consecutivo, ou desde 2001, com 645 mil veículos vendidos. O modelo mais comercializado na região, segundo a fabricante, foi o Onix, com mais de 138 mil unidades – 126 mil só no Brasil.

As vendas GM na América do Norte cresceram 6% em 2015 para 3,6 milhões de veículos. Na China a montadora, com ajuda de suas joint ventures, evoluiu 5% — isoladamente os SUVs ali, como Buick Envision e Baojun 560, cresceram 144%.

Obama conclama: "Detroit voltou".

O atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou na quarta-feira, 20, o Naias, também conhecido como Salão de Detroit. E foi apenas o terceiro comandante máximo daquele país a fazê-lo: antes apenas Bill Clinton, em 1990, e Dwight Eisenhower, em 1960, repetiram o ato.

Depois Obama se reuniu com representantes do UAW, o maior sindicato local dos metalúrgicos, onde proclamou empolgado discurso, interrompido por palmas a todo momento.

Ele lembrou que “em 2009, há apenas sete anos, a indústria automotiva mergulhou numa das maiores crises da história e registrou um de seus piores índices de produção, abaixo de seis milhões de unidades” – foi justamente o ano em que ele tomou posse em seu primeiro mandato. “Naquela época as fabricantes vieram ao governo suplicando por auxílio, e muita gente, inclusive aqui de Detroit, era contra.”

“Hoje a indústria bateu seus recordes de produção, ultrapassando as 12 milhões de unidades. Gostaria de lembrar que se nós [o governo] não tivéssemos ajudado a indústria automotiva naquela época, hoje não haveria mais a General Motors nem a Chrysler, e provavelmente nem a Ford, que também afundaria devido à situação em que entrariam as fábricas de autopeças, que fornecem para as três empresas.”

Pelos cálculos da Casa Branca de lá para cá a indústria automotiva gerou mais de 645 mil empregos. “Em 2009 foram pelo menos 400 mil demitidos. Muita gente que então achou que nunca mais na vida produziria um veículo hoje não consegue produzi-los na velocidade que a demanda exige”, afirmou Obama no discurso, no que foi interrompido por palmas.

Ainda de acordo com o governo estadunidense o índice de desemprego em Detroit atingiu 25% em 2009 – o mais elevado das 50 maiores cidades daquele país – e fechou 2015 em 10,7%, em redução também ante 2014, de 13,9%.

Por isso Obama – não sem antes afirmar categoricamente que os veículos estadunidenses são “os melhores do mundo, produzidos pelos melhores trabalhadores do mundo” – sacramentou em seu discurso: “Detroit voltou. A Motor City voltou.”

Esperava-se, entretanto, que Obama anunciasse recursos de US$ 4 bilhões para auxiliar no desenvolvimento de veículos mais seguros, incluindo tecnologias autônomas, dentro de acordo fechado por montadoras e o governo local, formalizado há uma semana. Isso não aconteceu: o dirigente afirmou apenas que “a administração dará todo apoio ao desenvolvimento de veículos autônomos que possam ajudar a evitar acidentes”.

Para assistir ao discurso na íntegra, acesse esse link: https://www.youtube.com/watch?v=gLxzOKUgDZc.