As vendas de caminhões continuam muito fracas neste primeiro mês de 2016. De acordo com informações reveladas com exclusividade à Agência AutoData por Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, os negócios neste janeiro estão na média apenas repetindo o desempenho registrado em novembro e dezembro – que representaram dois dos três meses mais fracos do ano passado.
Novembro foi o pior mês de 2015, com apenas 4,7 mil unidades, fruto de novo imbróglio envolvendo a linha de financiamento Finame PSI, que teve à época seu fim antecipado. Dezembro foi um pouco melhor, mas para somente 5,6 mil caminhões vendidos, o terceiro pior desempenho do exercício e acima apenas de fevereiro, com 5,2 mil.
Os números de caminhões neste mês, assim, não deverão ir muito além das 5 mil unidades. Como o desempenho de janeiro foi o melhor do ano passado, com 7,7 mil veículos comercializados, a queda no comparativo anual mais uma vez deverá ser relevante, para queda além de 30%.
Nem mesmo a estabilidade dos números de venda durante um trimestre anima Cortes, pois “o patamar está muito baixo”. O executivo atribui o quadro essencialmente ao cenário macroeconômico e à atual política de crédito.
Os estoques, ao menos, estão em níveis que não representam “nenhum absurdo”, segundo Cortes, pelas paradas e férias concedidas no fim do ano passado. A unidade de Resende, RJ, da MAN está operando de segunda a quinta-feira durante todo o mês – em 2015 este expediente foi utilizado a cada duas semanas.
México – Com as vendas internas pouco animadoras a saída é olhar para o mercado externo, e nesse quesito a MAN está bem otimista com sua operação no México, que é igualmente comandada por Cortes.
Nos ônibus, por exemplo, a fabricante comemora crescimento de 22% nas vendas no fechamento do ano passado em relação a 2014, o que lhe conferiu 1,7 ponto adicional de participação de mercado, agora em 13,3%. Nos micro-ônibus é a líder com quase 60% de mercado com oferta de dois modelos, oito e nove toneladas.
Segundo o presidente da MAN LA a estratégia adotada ali é similar à que deu certo no Brasil: oferecer produtos sob medida, adaptados às situações e condições locais – o México sempre sofreu influência do mercado estadunidense em sua oferta de comerciais. “Aos poucos estamos ganhando espaço, como ocorreu com os ônibus e com a linha de caminhões Delivery, iniciativa que depois foi copiada por concorrentes. Acredito que temos a mesma oportunidade agora com os Constellation, lançados ali no ano passado.”
A MAN possui fábrica no México, em Querétaro, na qual monta os chassis de ônibus Volksbus a partir de kit SKD enviados de Resende, agregando algumas partes locais e outras importadas da Europa, assim como alguns modelos de caminhões VW.