Em 2015 a Scania foi a maior exportadora de caminhões e ônibus do Brasil, com 7,4 mil unidades embarcadas. Com isso, a montadora respondeu por 0,4% da receita total do País, com US$ 756 milhões. “Para este ano a meta é crescer ainda mais e chegar à marca de US$ 1 bilhão”, revela Fábio Castello, vice-presidente de Logística da Scania.
Isso pode ser possível porque na Scania a integração de mercados é prática comum e acaba ajudando a companhia em momentos de baixa em algum país. Este é o caso do Brasil e o cenário deve se repetir em 2016. Com vendas internas menores, a fábrica de São Bernardo do Campo, SP, é recrutada a enviar produtos para novos mercados.
Em 2013, 15% da produção nacional da montadora era enviada para oito mercados da América Latina, índices que saltaram a 60% para vinte e dois destinos, como Oriente Médio, Rússia e África do Sul, em 2015.
Para alcançar a meta de US$ 1 bilhão a Scania precisa ampliar seus horizontes. Muitas exportações não são concretizadas porque mercados como a Europa, Japão e Austrália possuem outra lei de emissões e já estão na Euro 6, motor que não é feito no Brasil.
“Para atender mais mercados vamos começar a fabricar motores Euro 6 no País. Ainda não podemos divulgar pormenores, mas isso faz parte da nossa estratégia de crescimento”, afirmou Castello em apresentação no Workshop AutoData Exportação – A nova fronteira da expansão, realizado em São Paulo, na quarta-feira, 3.
Outro mercado promissor é o de ônibus. “A Argentina voltou a comprar, o México se mostra um comprador constante e também vamos exportar os próximos lotes de ônibus movidos a gás para a Colômbia neste ano.”
Desde 1980 a empresa possui o conceito de modularização, o que faz com que os produtos fabricados aqui sejam idênticos aos feitos na Suécia. Mas segundo Castello, ainda há uma espécie de preconceito com os caminhões nacionais.
“Alguns mercados, como o Oriente Médio, querem descontos na hora de comprar o produto brasileiro e esta subjetividade acaba atrapalhando o negócio. Eles ainda associam o País a samba, carnaval e pouca seriedade.”
Outro problema enfrentado para ampliar as remessas é o logístico. Um produto brasileiro pode levar até três semanas para chegar na Europa com um frete de cerca de US$ 15 mil. “Em alguns casos esses fatores são decisivos para a escolha de outros mercados como fonte de exportação.”