Scania quer exportar US$ 1 bilhão em 2016

Em 2015 a Scania foi a maior exportadora de caminhões e ônibus do Brasil, com 7,4 mil unidades embarcadas. Com isso, a montadora respondeu por 0,4% da receita total do País, com US$ 756 milhões. “Para este ano a meta é crescer ainda mais e chegar à marca de US$ 1 bilhão”, revela Fábio Castello, vice-presidente de Logística da Scania.

Isso pode ser possível porque na Scania a integração de mercados é prática comum e acaba ajudando a companhia em momentos de baixa em algum país. Este é o caso do Brasil e o cenário deve se repetir em 2016. Com vendas internas menores, a fábrica de São Bernardo do Campo, SP, é recrutada a enviar produtos para novos mercados.

Em 2013, 15% da produção nacional da montadora era enviada para oito mercados da América Latina, índices que saltaram a 60% para vinte e dois destinos, como Oriente Médio, Rússia e África do Sul, em 2015.

Para alcançar a meta de US$ 1 bilhão a Scania precisa ampliar seus horizontes. Muitas exportações não são concretizadas porque mercados como a Europa, Japão e Austrália possuem outra lei de emissões e já estão na Euro 6, motor que não é  feito no Brasil.

 “Para atender mais mercados vamos começar a fabricar motores Euro 6 no País. Ainda não podemos divulgar pormenores, mas isso faz parte da nossa estratégia de crescimento”, afirmou Castello em apresentação no Workshop AutoData Exportação – A nova fronteira da expansão, realizado em São Paulo, na quarta-feira, 3.

Outro mercado promissor é o de ônibus. “A Argentina voltou a comprar, o México se mostra um comprador constante e também vamos exportar os próximos lotes de ônibus movidos a gás para a Colômbia neste ano.”

Desde 1980 a empresa possui o conceito de modularização, o que faz com que os produtos fabricados aqui sejam idênticos aos feitos na Suécia. Mas segundo Castello, ainda há uma espécie de preconceito com os caminhões nacionais.

“Alguns mercados, como o Oriente Médio, querem descontos na hora de comprar o produto brasileiro e esta subjetividade acaba atrapalhando o negócio. Eles ainda associam o País a samba, carnaval e pouca seriedade.”

Outro problema enfrentado para ampliar as remessas é o logístico. Um produto brasileiro pode levar até três semanas para chegar na Europa com um frete de cerca de US$ 15 mil. “Em alguns casos esses fatores são decisivos para a escolha de outros mercados como fonte de exportação.” 

MWM realiza venda de 2,5 mil motores para Coreia do Sul

A MWM, fabricante de motores diesel, fechou contrato de venda de 2,5 mil motores para a Coreia do Sul. Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing, motores e peças da MWM, afirmou que o negócio foi firmado recentemente depois de cerca de um ano de negociações intensas. Os propulsores começarão a ser fabricados em junho deste ano.

“A insistência na negociação e o corpo a corpo foram fundamentais para esse negócio”, disse Püschel, mencionando inúmeras viagens ao país coreano. O executivo foi um dos palestrantes do Workshop Exportação – A nova fronteira da expansão, realizado pela AutoData Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3.

Para atender à demanda coreana a companhia terá de fazer ajustes de calibração nos produtos. Além disso, haverá uma série de treinamentos para qualificação de pessoal no Brasil e na Coreia do Sul para que não haja nenhuma dúvida sobre o produto.

 “Já estamos estruturando um trabalho de pós-venda, pois a reputação do produto é fundamental para que haja novos negócios.”

Em 2015 a companhia ampliou suas exportações em 30% ante 2014. Segundo o executivo, apesar de o momento ser desafiador as remessas para o Exterior podem ser uma boa opção. “Alguns estudos preveem o dólar em R$ 4,5 em 2015. Temos de ver o lado bom disso nesse momento de retração do mercado interno.”.

Para este ano a companhia prevê alta de 10% a 15% nas exportações. “Isso ajuda a mitigar o que estamos vivendo no mercado interno”, avaliou o diretor. Para alcançar a meta de crescimento a MWM aposta em mercados como Indonésia, Turquia e Egito.

Apenas para este último somente em 2015 foram exportados 4,1 mil motores, alta de 21% ante 2014.

A companhia atua em 43 mercados e segundo Püschel um dos segredos para aumentar as remessas é a proximidade das áreas de vendas e engenharia.

“Temos um centro de desenvolvimento local que possibilita autonomia e flexibilidade para fazer qualquer alteração no produto e isso traz possibilidades de novos negócios.”

Além disso o executivo destaca que a companhia já produziu 4,2 milhões de motores desde sua fundação e a frota circulante no mundo é de 2,5 milhões de veículos. “Isso estimula a exportação no mercado de reposição e nos ajuda a manter mercados ativos.”

Fabricantes: desafio é encontrar novos mercados sem altos investimentos.

Nas fabricantes do setor automotivo é consenso o fato de que as exportações crescerão a patamar importante neste ano, como na MAN Latin America, Volkswagen e Marcopolo: todas projetam alta de ao menos 20% no volume de remessas. Novos mercados como Oriente Médio e África do sul estão na lista de prioridades, relataram os executivos que participaram de painel no Workshop Exportação – A nova fronteira da expansão, realizado pela AutoData Editora na na quarta-feira, 3.

Porém, para ir em busca de novos destinos, é necessário encontrar os mercados onde os níveis de investimento sejam baixos. Para Max Frik, gerente de exportação da Volkswagen, neste momento os aportes em engenharia para realização de adaptações nos produtos estão praticamente parados. “Não adianta sugerir a exportação em mercados onde a direção é do lado direito, por exemplo. Nem para lugares onde há necessidades de adaptação da refrigeração dos veículos, ou de normas de emissão e segurança. O desafio é fazer mais volume com menos investimento.”

Justamente para encontrar esses mercados mais similares ao brasileiro é que a Marcopolo formou uma força-tarefa em 2015. A companhia mapeou todos os possíveis mercados: “Pegamos o mapa do mundo e analisamos tudo. Encontramos 40 mercados potenciais e já iniciamos ações no ano passado. Neste ano devemos colher os resultados”, revelou Ricardo Portolan, gerente de exportação da Marcopolo. Na lista estão muitos países do Oriente Médio e dó continente africano.

Na avaliação de Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas e marketing internacional da Man Latin America, além de filtrar mercados potenciais por itens como emissão, altitude e temperatura, na companhia o custo do frete também é levado em conta.

“Em alguns casos vale a pena tentar um consórcio modular, como estamos analisando na África.”

KPMG – Para finalizar o evento três especialistas da consultoria KPMG nas áreas de impostos, logística e estratégia, que estão constantemente em contato com as montadoras, falaram sobre questões amplas da economia e da constante revisão dos custos para superar o momento de redução dos investimentos.

“Não se faz nada de um dia para o outro: não dá para ser exportador amanhã. Leva tempo para formatar essa estratégia, que requer um processo gradual. Identificada a oportunidade, planejar é fundamental”, disse Augusto Sales, sócio da KPMG na área de estratégia.

 

Fras-le: presença física é essencial para estimular exportações.

Com fábricas no Brasil, China e Estados Unidos, centros de distribuição em outras três localidades e escritórios comerciais em seis pontos do mundo, a Fras-le acredita que estar presente fisicamente é a melhor maneira de incentivar as exportações. Para Ricardo Reimer, CEO da Fras-le, os negócios da companhia em 100 países, com 770 clientes, só dão certo porque há presença efetiva.  “Nossa filosofia é a de buscar pedidos. O mercado local é mais tranquilo de manter, enquanto a exportação tem um caminho mais complexo e mais fácil de perder clientes.”

O executivo, há oito meses no posto, participou do Workshop Exportação – A nova fronteira da expansão, realizado pela AutoData Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3.

Reimer destacou a vocação da Fras-le de ser exportadora. “Nossa primeira exportação, de lonas de freio, ocorreu em 1969 para o Paraguai. Desde então não paramos de fomentar mercados externos e hoje 55% do faturamento da empresa é fruto de remessas ao Exterior. A tendência é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos.”

A companhia espera alta de 8% nas exportações em 2016 ante o ano passado. “Além das estratégias de planejamento seguiremos com a filosofia de proximidade com o cliente, por isso enviamos executivos constantemente aos países onde possuímos negócios, além da participação contínua em feiras e eventos do setor.” Ele também considerou que “podemos não ter fábricas em todos os lugares que atuamos, pois isso é inviável, mas sempre há um centro de distribuição por perto e o atendimento é ágil”.

Apesar do câmbio favorável para as exportações, Reimer afirmou que os custos também devem aumentar em breve. “A situação é confortável nesse momento, mas a verdade é que o aço, produtos químicos e outros insumos taxados em dólar virão correndo atrás, por isso a preocupação e o planejamento devem ser dobrados.”

A seu favor a Fras-le tem o portfólio. Fabricante de freios, o mercado de reposição é fonte de 80% de suas vendas. “Trabalhamos com um item de segurança que requer substituição constante e isso nos dá uma posição mais estável, mas estamos sempre em busca de aperfeiçoamento e novos mercados.”

 

Moan: Governo já tomou 70% das medidas para incentivar exportações.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que o Governo Federal já colocou em prática grande parte das medidas solicitadas pela indústria automotiva para fomentar as exportações. “Das 56 sugestões, ainda que às vezes não da forma integral que nós sugerimos, cerca de 70% já foram colocadas em prática.”

Moan afirmou que as medidas sugeridas pela indústria automotiva nos últimos anos nunca tiveram a pretensão de ser um pacote, mas a Anfavea acabou se inserindo nas negociações profundamente. “Ações como o Portal do Comércio Exterior, o novo sistema de drawback, além de vários acordos de comércio foram oriundas desse trabalho.”

O presidente da Anfavea falou na abertura do Workshop Exportação – A nova fronteira da expansão realizado pela AutoData Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3.

Moan, que se despede da presidência da Anfavea ainda no primeiro semestre deste ano, aproveitou o evento para relembrar dados sobre as exportações em 2015 e falou também sobre os desafios do setor. No último ano foram exportados 417,3 mil veículos, alta de 25% ante 2014, representando 17,2% da produção total do País. “As exportações certamente amenizaram a situação interna difícil e cada companhia definiu sua estratégia para ganhar mais desse mercado neste ano.”

Em 2015, com o aprofundamento de alguns acordos de comércio, os números de exportação já apresentaram sinais de melhora, também pelo fator do câmbio favorável. A média da cotação do dólar no ano passado foi de R$ 3,33. “A Argentina ainda é nosso mercado cliente e enquanto o mercado doméstico deles caiu cerca de 6% nós conseguimos aumentar as exportações em 5,5%”, disse, destacando o aumento da participação brasileira no mercado vizinho.

Moan também citou a alta relevante nas exportações de veículos para outros países na América Latina, como México, que teve avanço de 75%, Peru, 63%, e Chile, 83%. Em termos de caminhões e ônibus as remessas para a África do Sul cresceram 50% na comparação com 2014, Chile 34% e México, 88%. Já em máquinas rodoviárias, a exportação para o Chile foi o destaque com crescimento de 15%.

“Ainda temos algumas dificuldades mercadológicas para inserir nossos produtos nos mercados externos, pois há um custo alto de engenharia para isso, mas estamos trabalhando para ajustar esse movimento.”

Segundo o presidente da Anfavea o processo produtivo das montadoras está se ajustando e as exportações colaboram para isso. “Dos portões para dentro estamos bem. Em termos de custos fixos ainda temos algumas dificuldades por causa da queda de escala, e isso significa que no momento que a produção der um sinal positivo estaremos estruturados para retornar a uma lucratividade que perdemos nos últimos dois ou três anos.”

Para este ano a Anfavea projeta uma exportação 8,1% maior do que a verificada em 2015. “Nossa meta era alcançar 1 milhão de veículos em 2018, mas não devemos chegar lá tão rápido.”

De acordo com Moan o ideal é que 30% da produção interna seja enviada para mercados no Exterior. “Este o nível que consideramos bom.” Ele, entretanto, destacou que há lacunas como o custo-Brasil, logística e infraestrutura que ainda requerem muita atenção.

“Mas não podemos esperar o cenário ideal para trabalhar: agora é hora de ir em busca de novos mercados e retomar relações adormecidas.”

Setor automotivo mira África e Oriente Médio para crescer exportações

O workshop Exportação – A Nova Fronteira da Expansão, realizado pela AutoData  Editora na sede da consultoria KPMG, em São Paulo, na quarta-feira, 3, reuniu importantes nomes do segmento para a indústria automotiva. Os participantes destacaram que, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelo País, o momento atual pode e deve ser encarado como uma oportunidade para ampliar as remessas ao Exterior.

O dólar na faixa de R$ 3,9 a R$ 4,1 aponta boas chances para se retomar ou mesmo buscar novos mercados para amenizar as dificuldades internas, e no evento Oriente Médio e África foram os destinos mais citados pelos participantes como possíveis fontes de novos negócios.

Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing, motores e peças da MWM, aproveitou o evento para revelar em primeira mão contrato para embarque de 2,5 mil motores diesel para a Coreia do Sul, depois de cerca de um ano de negociações intensas – os propulsores começarão a ser fabricados em junho deste ano. “A insistência na negociação e o corpo a corpo foram fundamentais para esse negócio.” A companhia prevê alta de 10% a 15% nas exportações em 2016.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, apresentou dados sobre as exportações em 2015 e falou também sobre os desafios do setor: no último ano foram exportados 417,3 mil veículos, alta de 25% ante 2014, representando 17,2% da produção total do País. “As exportações certamente amenizaram a situação interna difícil e cada companhia definiu sua estratégia para ganhar mais desse mercado neste ano.”

Segundo Moan o índice ideal de exportações seria cerca de 30% da produção total. “Há alguns anos buscamos instrumentos para facilitar esse processo e, das 56 medidas sugeridas por nós ao governo, cerca de 70% já foram atendidas.” Apesar disso ele destacou que há lacunas como o chamado Custo-Brasil, a logística e a infraestrutura, que ainda requerem muita atenção. “Mas não podemos esperar o cenário ideal para trabalhar. Agora é a hora de ir em busca de novos mercados e retomar relações adormecidas.”

Para Ricardo Reimer, CEO da Fras-le, não bastam estratégias de negócios e planejamento: estar fisicamente presente nos mercados onde se pretende atuar é relevante. “Temos fábricas na China e Estados Unidos, além de centros de distribuição em vários países. O cliente precisa sentir a presença da empresa.” Por isso a fabricante de componentes para freios envia constantemente executivos aos países onde possui negócios, além da participação contínua em feiras e eventos no Exterior. A companhia espera alta de 8% nas exportações em 2016.

Integração – Na Scania a integração de mercados é prática comum e acaba ajudando a companhia em momentos de baixa em algum país. Foi o que aconteceu com o Brasil: em 2013 15% da produção da montadora em São Bernardo do Campo era enviada para oito mercados, índices que saltaram a 60% e vinte destinos, como Oriente Médio, Rússia e África do Sul, em 2015.

Fábio Castello, vice-presidente de Logística, destacou que a Scania respondeu por 0,4% da receita de importação do País no ano passado, equivalente a US$ 756 milhões. “Nosso objetivo é chegar a exportações de US$ 1 bilhão em 2016.”

Em outras grandes empresas também é consenso o fato de que as exportações crescerão a patamar importante neste ano, com na Man Latin America, na Volkswagen e na Marcopolo: todas projetam alta de ao menos 20% no volume de remessas. Novos mercados como Oriente Médio e África do sul estão na lista de prioridades.

Na Marcopolo foi montada uma força-tarefa para mapear possíveis clientes: “Fizemos uma série de ações em 40 países em 2015. São tentativas de retomada de negócios ou de primeiro contato”, revelou Ricardo Portolan, gerente de exportações.

Para finalizar o evento, três especialistas da consultoria KPMG nas áreas de impostos, logística e estratégia falaram sobre questões amplas da economia e da constante revisão dos custos para superar o momento de redução dos investimentos. “Não se faz nada de um dia para o outro: não dá para ser exportador amanhã. Leva tempo para formatar essa estratégia, que requer um processo gradual. Identificada a oportunidade, planejar é fundamental”, disse Augusto Sales, sócio da KPMG na área de estratégia.

 

Volkswagen entrega o Gold Pin aos seus concessionários

Nove concessionárias receberam da Volkswagen o Gold Pin, prêmio anual que reconhece as revendas pela excelência do trabalho realizado. Em cerimônia realizada na semana passada em São Paulo, SP, os titulares das distribuidoras de sete estados do Brasil receberam das mãos do presidente, David Powels, e do vice-presidente de vendas e marketing, Jorge Portugal, um pin dourado com o logo da VW e um certificado.

Em comunicado Powels explicou que a premiação, uma iniciativa da matriz, na Alemanha, reconhece as concessionárias que se destacaram em fatores como parceria, engajamento e cumprimento dos valores e diretrizes da marca, além de registrarem desempenho destacado em indicadores de Vendas, Pós-Vendas e Satisfação do Cliente.

“Esses profissionais são fundamentais para que a Volkswagen seja referência em prestação de serviços e satisfação do cliente”.

 

BNDES pormenoriza refinanciamento para PSI

O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, revelou as condições específicas para o refinanciamento de seus programas de crédito, dentro de programa anunciado pelo Governo Federal na semana passada.

Quem adquiriu veículos como caminhões e ônibus financiados pelo BNDES Finame PSI poderá refinanciar até doze parcelas a vencer. Estas serão jogadas para além do fim do prazo original de financiamento, e com a possibilidade de pagamento em até 24 vezes. Assim, as empresas ganharão uma espécie de carência de um ano nos pagamentos e mais um ano para o término do prazo de financiamento.

O programa foi denominado Refin PSI, terá custo de 15,73% para todos os portes de empresas e contará com recursos de R$ 15 bilhões.

À Agência Brasil a superintendente da área de Operações Indiretas do BNDES, Juliana Santos, afirmou que o objetivo principal é renegociadas parcelas a vencer, mas as empresas em condições de inadimplência também poderá participar. “O que o BNDES vai financiar são parcelas a vencer, saldo devedor vincendo, não vencido. Mas a hipótese de existir saldo devedor vencido no agente financeiro não o exclui de ser refinanciado no programa que anunciamos agora” – e com a mesma taxa de juros, segundo a executiva.

Também à publicação o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, considerou que a iniciativa não representa uma “medida milagrosa, mas sim um conjunto de estímulos possíveis para refinanciar operações, apoiar a exportação de bens de capital e o acesso a capital de giro”.

Para micro, pequenas e médias empresas foi revelada ainda ampliação do prazo de amortização do Cartão BNDES, de 48 para 60 meses. No ano passado, os desembolsos desta modalidade atingiram R$ 11,2 bilhões, com cerca de 750 mil operações contratadas. O BNDES também reduziu os custos da linha Exim Pré-Embarque, destinada ao financiamento da produção interna de bens e serviços que serão comercializados no mercado internacional. “O objetivo é dar condições para que a indústria nacional aproveite a conjuntura cambial favorável e amplie os mercados de exportação para seus produtos de maior valor agregado”, segundo comunicado do banco. Aqui o montante disponível é de R$ 4 bilhões.

 

SUVs importados M-B: cardápio completo.

O segmento de SUVs foi o grande filão do mercado interno nos últimos anos e, pelo jeito, seguirá como protagonista também em 2016. Ao menos é o que indicam os primeiros lançamentos oficiais do ano: na terça-feira, 2, Mercedes-Benz e BMW, concorrentes diretas, mostraram nada menos do que três novidades para o segmento. Duas novíssimas no território nacional e já à venda na rede de concessionárias da marca da estrela: os GLC 250 4Matic e GLE 400 4MATIC Coupé.

Importados, os novos SUVs, mais do que ampliar a oferta e garantir algumas vendas adicionais não reveladas pela empresa, sinalizam a disposição da montadora para se estabelecer como líder nessa faixa de mercado, que aqui tem crescido sistematicamente, mesmo em tempos de mercado interno em baixa. Dos mais de 17,5 mil veículos Mercedes-Benz vendidos no Brasil em 2015, mais de 30% eram SUVs. 

Não por acaso a fábrica de Iracemápolis, SP, que será inaugurada no fim de março, tem como seu primeiro produto o sedã Classe C e imediatamente em seguida, já no transcorrer do segundo semestre, o GLA, o SUV de entrada da Mercedes-Benz, ainda que alguns puristas rejeitem essa nomenclatura para o futuro nacional – vendido aqui como importado desde 2014.

Fato é que as letras GL designam os SUV da marca, cabendo à última letra – A, no caso do modelo de entrada – identificam a plataforma da qual derivam. Portanto, ao menos na conceituação da montadora, o GLA é, sim, um legítimo SUV.

Holger Marquardt, diretor geral de automóveis na América Latina, afirma que a Mercedes-Benz quer fazer de 2016 o ano dos SUVs no Brasil: tanto que em mais um ou dois meses a empresa começa importar também o GLS e, assim, terá seu portfólio de utilitários esportivos completo.

A participação desses veículos, justifica Marquardt, tem crescido em todo o mundo e, a exemplo do que ocorreu no Brasil, responderam por polpuda fatia das vendas mundiais da Mercedes-Benz em 2015, ano de recorde histórico da empresa. Dos quase 1,9 milhão de veículos vendidos pela montadora alemã cerca de 526 mil foram SUVs – 26% a mais do que no ano anterior.

GLC 250 e GLE 400 Coupé são bons exemplos do que tem atraído tantos consumidores em todo o mundo: agregam conforto, dirigibilidade, esportividade características de sedãs ou coupês com porte avantajado, robustez e capacidade de enfrentar com destreza não apenas estradas de asfalto. Um sedã Classe C ou E naturalmente têm bem mais dificuldade diante de irregularidades em pisos de terra, por exemplo.

É desnecessário enfatizar que para reunir versatilidade, conforto e desempenho dignos de carros de luxo a Mercedes-Benz dotou os dois modelos de respeitável pacote de recursos tecnológicos – embora na Europa a lista de série seja um tanto mais extensa. A começar pelas conhecidas suspensões Airmatic e pelo transmissão 9G-Tronic, de nove velocidades, com acionamento também em borboletas atrás do volante.

Os motores, porém, guardam sensíveis diferenças. No caso do GLE 250, sucessor do conhecido GLK, é um quatro cilindros 2.0 de 211 cv. Já o GLE 400 Coupé, natural substituto do pioneiro ML, é equipado com um poderoso 3.0 V6 Biturbo de 333 cv, capaz de levá-lo da imobilidade até 100 km/h em apenas 5,9 segundos, mesmo pesando quase 2,2 toneladas.

GLC e GLE Coupé também oferecem ao motorista a opção de escolher diversos modos de condução, ora mais econômica e confortável ora mais esportiva ou mesmo específica para terrenos de pouca aderência. Basta acionar botões no console para que o sistema Dynamic Select altere regime dos motores e relação de transmissão dentre outro parâmetros, e os SUVs exibam cinco comportamentos completamente distintos.

Do sistema de som com até quatorze alto-falantes e mais de 800 watts de potência, passando pelo sistema multimídia de alta conectividade, bancos em couro com memória, abertura elétrica da tampa do porta-malas – generosos em capacidade de carga – e tetos panorâmicos, os dois SUVs não deixam nada a desejar com relação aos concorrentes diretos. Assistente de manobra, recurso que estaciona o veículo automaticamente em vagas paralelas ou perpendiculares, por exemplo, é oferecido nos dois modelos.

Mas tudo, obviamente, bem amparado e contemplado no preço final. GLC 250 4Matic, a versão de entrada, custa a partir de R$ 223 mil, enquanto a versão 250 4Matic Sport sai por R$ 265 mil. Já para ter um GLE 400 Coupé o consumidor terá que desembolsar praticamente o dobro desses valores: a versão 4Matic custa R$ 416 mil enquanto a Night, com acabamento ainda mais esportivo, sai por R$ 426 mil.

 

M-B dará licença remunerada a 1,5 mil por tempo indeterminado

A Mercedes-Benz do Brasil informou na terça-feira, 2, por meio de comunicado, que concederá licença remunerada a 1,5 mil trabalhadores ligados à produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABDC paulista, que já trabalha em ritmo reduzido dentro das normas do PPE, o Programa de Proteção ao Emprego.

A iniciativa se dará a partir do dia 17 deste mês, uma quarta-feira.

De acordo com nota da empresa “o ano de 2016 começou com o mercado de veículos comerciais ainda mais baixo, sinalizando volume de vendas inferior a 2015, o qual já foi bastante ruim. Diante desse cenário a fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo tem utilizado apenas metade da força de trabalho, o que a mantém em uma situação difícil mesmo com o uso do PPE”.

A Mercedes-Benz considera ainda que “este grupo de 1,5 mil trabalhadores representa uma parte do atual excedente da empresa, que supera 2 mil funcionários na fábrica”.

Os funcionários envolvidos terão 4 dias de folga via PPE por mês até maio, quando encerra-se o prazo inicialmente estipulado de duração do programa ali, enquanto que os demais dias serão considerados como licença remunerada. De acordo com a montadora, “durante o mês de maio será reavaliada a licença”.