Importados: janeiro em redução de 45%.

Acompanhando o desempenho do mercado geral, o primeiro mês do ano também foi fraco em número de licenciamentos para os veículos importados. Segundo dados revelados pela Abeifa suas associadas comercializaram somente 3 mil 672 unidades no mês passado, resultado que representou queda de 45,3% ante as 6,7 mil vendidas em janeiro de 2015 e de 25,3% ante as 4,9 mil de dezembro.

Com relação à produção nacional de três associadas – BMW, Chery e Suzuki –, os resultados apontaram 643 unidades, baixa de 17,6% na comparação anual e de 57% na mensal.

Em comunicado o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, considerou que “o ano começa no mesmo ritmo de 2015, com queda nas vendas, sinalizando que o consumidor ainda permanece refratário a investir e aguardando sinais nítidos de que haverá melhora da economia”. A nota da associação afirma ainda que “a taxa de câmbio nos níveis atuais continua impactando, fortemente, todas as atividades de importação”.

Por marcas a mais vendida em janeiro dos quadros da Abeifa foi mais uma vez a Kia Motors, com 1 mil 32 unidades, baixa de 41% no comparativo anual. Na sequência aparecem Land Rover, com 735, alta de 15%, e BMW, 390.

E por modelos o ranking apontou, de acordo com as informações da associação, foi o Land Rover Discovery Sport, com 392 unidades, seguido pelo Kia Sportage, 381, e outro modelo da marca sulcoreana, o Picanto, 340.

Nevascas prejudicam vendas de janeiro nos Estados Unidos

O inverno rigoroso de parte do território dos Estados Unidos acabou prejudicando as vendas de veículos no primeiro mês de 2016. Segundo dados divulgados por agências internacionais a demanda caiu 0,4% com relação a janeiro do ano passado, para 1 milhão 148 mil unidades.

Alguns consumidores, especialmente na costa Leste, postergaram suas compras devido às fortes nevascas que atingiram a região. Não fosse esse fenômeno natural, provavelmente as vendas teriam registrado desempenho positivo, como tem ocorrido nos últimos meses no mercado estadunidense.

De todo modo, o resultado do mês foi positivo para muitas marcas, como Nissan e Hyundai, que apresentaram volume recorde para o primeiro mês do ano, e Fiat Chrysler, que acumulou o 70º mês consecutivo de crescimento.

Para economista-chefe da General Motors, Mustafa Mohatarem, a tendência para 2016 é de mercado em alta. “Todos os fundamentos apontam para isso, como a idade da frota, o nível de estoque equilibrado, o preço estável do carro usado, baixo preço da gasolina e disponibilidade de crédito”.

A companhia, líder em vendas no mercado, apresentou elevação de 0,5% nas vendas, para 203,8 mil unidades. A Ford fechou na vice-liderança, com 172,5 mil veículos vendidos, seguida pela Toyota, com 161,2 mil unidades comercializadas.

Produção retorna aos níveis de 2003

Em janeiro saíram das linhas de montagem brasileiras 145,1 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 4. Este volume para o primeiro mês do ano é o menor desde 2003, de acordo com Luiz Moan, presidente da associação.

“Voltamos aos níveis de treze anos atrás”, disse o executivo, após explicar que as linhas de montagem acompanham o ritmo do consumidor brasileiro. “A queda é consistente com a retração nas vendas e a necessidade de ajustar os estoques ao tamanho do mercado”.

Com relação a janeiro do ano passado, quando foram produzidos 205,3 mil veículos, a indústria apresentou uma queda de 29,3%. Na comparação com dezembro e suas 142,9 mil unidades fabricadas, houve leve aumento de 1,6% no volume.

Nas contas de Moan atualmente 41,9 mil trabalhadores da indústria estão com jornada reduzida, dentre os mais diversos mecanismos aplicados pelas montadoras. “Ao fim de janeiro 6,3 mil trabalhadores estavam afastados, em lay off, e 35,6 mil aderiram ao PPE [Programa de Proteção ao Emprego do governo federal]”.

De acordo com a Anfavea o setor – montadoras e fabricantes de máquinas agrícolas e de construção – emprega 129,4 mil pessoas, quase 15 mil a menos do que em janeiro do ano passado. De dezembro para janeiro houve o corte de 400 trabalhadores.

“Claramente há um excedente de pessoal na indústria, que tem usado todos os artifícios possíveis para preservar os empregos no setor”.

Nos últimos doze meses foram produzidos 2,5 milhões de veículos, volume 28,2% inferior ao do período imediatamente anterior – que chegou a 3,4 milhões de unidades. A Anfavea projeta para 2016 leve aumento de 0,5% no ritmo de produção das montadoras com relação ao resultado de 2015, para 2 milhões 440 mil unidades.

Moan: queda nos licenciamentos era esperada.

Luiz Moan, presidente da Anfavea, demonstrou certa tranquilidade ao abordar os baixos números de licenciamentos registrados em janeiro no mercado brasileiro – com apenas 155,3 mil unidades o mês fechou em baixa de 38,8% no comparativo anual e de 31,8% no mensal, retornando a níveis registrados para o período em 2007. Para ele, o resultado já era esperado.

 “Não foi nada que nos surpreendesse”, atestou, alegando que no mesmo mês de 2015 o mercado ainda foi inflado por promoções de veículos com IPI reduzido faturados no mês anterior, quando o benefício terminou , então ainda nos estoques das concessionárias. Isso, entende o dirigente, causou distorções no comparativo.

“Nós já havíamos alertado para este quadro no fim do ano passado”, reforçou Moan, mantendo a previsão para o ano de queda bem mais modesta, de 7,5% nas vendas.

No período anualizado, entretanto, o índice está bem longe desta monta: indica retração de 28,2%, com 2,47 milhões de unidades licenciadas de fevereiro de 2015 a janeiro de 2016 ante 3,44 milhões do período imediatamente anterior.

Preocupação mesmo ficou clara no momento do executivo abordar o nível de estoque: são agora 254,3 mil unidades aguardando os compradores. Ainda que o total seja menor do que o do fechamento de dezembro, de 271 mil veículos, a queda ocorreu só nas unidades estocadas na rede, de 202 mil para 179 mil agora. Nos pátios das fábricas, entretanto, o volume cresceu de 69 mil para 75 mil.

Em dias o total estocado desceu de 52 para 49, sendo que na rede diminuiu de 39 para 34 mas nas montadoras subiu de 13 para 15 dias. “São índices ainda muito elevados, e com isso o nível de produção deverá continuar a ser ajustado pelos próximos meses.”

Montadoras querem livre comércio com Argentina

Com a decisão do novo governo argentino de implantar o conceito de câmbio flutuante, assim como acontece no Brasil, a Anfavea propôs à Adefa, a associação das montadoras daquele país, que ambas encaminhem proposta conjunta de livre comércio na área automotiva aos respectivos governos. A informação foi divulgada na quinta-feira, 4, pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, ao divulgar balanço do setor no mês de janeiro.

“Com a implantação do câmbio flutuante lá e os fundamentos econômicos mais ajustados à realidade acredito na possibilidade de chegarmos a um acordo de livre comércio total. Já tivemos uma primeira reunião com a Adefa, em janeiro, e ousamos apresentar a proposta de implantar esse novo conceito em nossas relações comerciais”, informou Moan. Na avaliação da Anfavea, com os dois países operando agora com câmbio flutuante não não há mais necessidade de haver salvaguardas.

As exportações de veículos em janeiro totalizaram 22,3 mil unidades, com crescimento de 37,1% em relação às 16,3 mil do primeiro mês de 2015. O segmento de automóveis e comerciais leves foi o que mais cresceu nesse mesmo comparativo, com alta de 42,7%. O de ônibus também teve desempenho positivo de 13% –  322 contra 285 unidades. Já o de caminhões despencou 28%, com as exportações baixando de 1mil 169 unidades para 842, enquanto o de máquina agrícolas decresceu 40,6%, de 522 para 328.

A forte queda em caminhões e máquinas agrícolas, produtos de maior valor agregado, foi decisiva para o desempenho negativo na receita do setor com exportações. “É uma questão de mix”, comentou Moan ao revelar que em janeiro foram exportados US$ 547,7 milhões, valor 18,3% inferior ao total de US$ 670 milhões obtido em janeiro do ano passado.

No comparativo com dezembro houve queda em volume em todos os segmentos. No total dos veículos as exportações caíram 51,7% em janeiro com relação ao mês anterior: 22,3 mil unidades contra 46,2 mil. Em máquinas agrícolas a retração foi de 40,6%: 328 embarques em janeiro ante os 590 de dezembro. No caso das exportações, porém, o comparativo mensal tem menos peso do que o anual por envolver situações sazonais de embarque.

Desempenho de caminhões é desanimador

A “situação do segmento de caminhões continua dramática”. Assim se referiu Marco Antônio Saltini, vice-presidente da Anfeava, durante divulgação do desempenho do setor automotivo em janeiro, na quinta-feira, 4. “Enquanto a economia do País estiver desaquecida, o mercado de veículos pesados continuará sofrendo.”

No primeiro mês do ano foram licenciados 4 mil 417 caminhões, volume de venda 42,4% menor do que o de janeiro do ano passado, quando foram emplacadas 7 mil 662 unidades. Na comparação com dezembro o recuo foi de 21,4%. De acordo com o representante da Anfavea, o desempenho ainda reflete nas incertezas do investidor diante do atual cenário político-econômico.

“Como ocorreu no início do ano passado, com as dúvidas a respeito do PSI, 2016 também começou incerto e nada no horizonte aponta para uma reversão. O mercado também precisa de regras previsíveis.”

A produção também reflete o desempenho do mercado. Em janeiro as fábricas montaram 1 mil 106 caminhões, 50,5% a menos do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Na comparação mensal, porém, ocorreu um aumento de 59% na produção, efeito da volta dos trabalhadores das férias coletivas em dezembro 2015.

Nem mesmo as exportações salvam os resultados negativos. No primeiro mês do ano embarcaram 842 unidades, quedas de 28% em relação a janeiro do ano passado e de 17,2% na comparação com dezembro. 

Mercado de chassi segue em queda

Como o mercado de caminhões, também o de chassi de ônibus é marcado por resultados negativos, embora as remessas para o Exterior tenham apontado alta. Em janeiro as vendas somaram 1 mil 33 unidades, volume 44,9% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a dezembro de 2015, a queda é de 20,4%.

No primeiro mês do ano as fabricantes produziram 1 mil 176 unidades, volume 48,9% menor do que o registrado em janeiro do ano passado. A comparação mensal, porém, marca crescimento de 117,4%, resultado da volta do trabalhadores das férias coletivas de fim de ano.

Está nas exportações o único índice positivo do segmento. Em janeiro embarcaram 322 chassis, alta de 13% sobre o mesmo mês do ano passado. Em relação a dezembro, no entanto, o recuo foi de 59,7%.

Setor de máquinas continua em queda

Em janeiro o mercado de máquinas agrícolas e rodoviárias registrou 1 mil 570 unidades comercializadas, segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 4. O volume representa uma queda de 53,2% na comparação com o primeiro mês de 2014 e de 29,4% com relação a dezembro do ano passado – que já tinha registrado resultado baixo.

Luiz Moan, presidente da associação, afirmou não conseguir justificar essa queda com base em dados econômicos. “Se olharmos o agronegócio como um todo, vemos que tudo caminha bem: a safra é recorde, tanto em 2015/2016 quanto a expectativa para a 2016/2017, com boa produtividade e rentabilidade”.

Para o executivo a questão política nacional prejudica o setor. “Ela tem contaminado a confiança do investidor e é causa dessa queda”.

O presidente da Anfavea acredita, porém, que esse cenário mude nos próximos meses. A associação projeta para o ano crescimento de 2% com relação ao volume comercializado no ano passado, para 45,8 mil unidades.

As fábricas acompanham o ritmo do mercado: em janeiro foram produzidas 1 mil 673 máquinas agrícolas e rodoviárias, redução de 64,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado e 79,1% acima de dezembro, quando muitas fabricantes concederam férias coletivas.

As exportações também registraram números negativos, com apenas 328 embarques em janeiro – queda de 40,6% com relação ao primeiro mês de 2015 e de 44,4% na comparação com dezembro.

Sindipeças atualiza projeções para 2016

O Sindipeças revelou na quinta-feira, 4, novas projeções para a indústria brasileira de autopeças neste ano e no próximo. Para a associação o faturamento nominal crescerá 1,3% ante 2015, para R$ 64 bilhões. Porém, em comunicado, o Sindipeças considerou que “[é] importante considerar que o crescimento nominal previsto é bastante inferior à inflação e à variação cambial passadas e projetadas. Portanto esse crescimento nominal significa provável retração do faturamento real, ajustado à inflação e ao câmbio”.

Para 2017 a previsão é de elevação mais significativa, alcançando R$ 67,1 bilhões.

A entidade espera ainda mais uma forte redução no déficit da balança comercial do segmento, que fechou 2015 em US$ 5,6 bilhões, queda de 37,8% ante 2014. Para 2016 a previsão é de nova queda significativa, de 28%, caindo a US$ 4 bilhões – isso porque as exportações devem crescer cerca de 5%, para US$ 8 bilhões, enquanto que as importações devem cair aproximadamente 9%, para US$ 12 bilhões.

As vendas às montadoras devem ter participação reduzida mais uma vez este ano, estima o Sindipeças, alcançando 58,8% do total e retornando ao nível de 2015, 59,4%, em 2017 – em 2014 o índice fora de 69,5%. Já a reposição deve crescer para 18,2% neste ano ante 17,7% no ano passado, reduzindo para 18% em 2017.

Já os investimentos devem ser 7,6% menores neste ano ante 2015, para R$ 575 milhões, com perspectiva estável para 2017, R$ 571 milhões.

Confira o relatório completo das previsões do Sindipeças acessando o link http://www.sindipecas.org.br/sindinews/Economia/2016/Desempenho_Projecoes_2016-2017_Janeiro.pdf.

FCA unifica a área comercial no Brasil

A FCA, Fiat Chrysler Automobiles, decidiu unificar a área comercial do Grupo no Brasil. Sérgio Ferreira, até então diretor geral da Chrysler/Jeep para América Latina, assumiu na quinta-feira, 4, o cargo de diretor comercial, passando a responder pelas operações de vendas de todas as marcas da FCA comercializadas no País – Fiat, Jeep, Chrysler, Dodge e RAM.

Ferreira continuará sendo responsável pela marca Jeep para a América Latina, com a prioridade de expandi-la no continente, como feito recentemente no Brasil, com o lançamento do Jeep Renegade. Já a marca Fiat passa a ser coordenada pelo diretor de produto da FCA Latam, Carlos Eugênio Dutra. Lélio Ramos deixa a diretoria comercial da marca Fiat, mas continua no Grupo como responsável por novos projetos estratégicos na área comercial.

O anúncio foi feito pelo presidente da FCA para a América Latina, Stefan Ketter, via comunicado à imprensa. De acordo com a nota as redes de concessionárias manterão suas identidades e independência, continuando a operar separadamente por marcas. Em contrapartida toda a estrutura comercial, incluindo os oito escritórios regionais, passará a atender a todas as marcas do Grupo.

A mudança, segundo Ketter, é parte do projeto de consolidação da empresa no Brasil e em toda a América Latina, “em linha com as novas práticas globais necessárias para um grupo que nos últimos anos incorporou marcas das mais importantes do mundo, como a própria Jeep”.

O objetivo, afirmou o executivo, é valorizar ainda mais as marcas que compõem o portfólio do grupo, focando na construção de uma estrutura mais dinâmica, integrada e moderna na área de vendas: “Os brands serão reforçados com lideranças focadas, que trabalharão em conjunto com a área comercial, para criar maior valor às marcas”.

Em entrevista concedida à AutoData em dezembro, publicada na sessão From the Top da edição de janeiro, Stefan Ketter – eleito Personalidade do Ano 2015 no Prêmio AutoData – já havia adiantado que haveria mudanças na área comercial. Na ocasião disse que “enquanto marcas, Fiat tem de pensar Fiat e Jeep pensar Jeep. Têm de ser egoístas, cada uma com gestão separada. Mas o comercial trabalha com uma visão diferente, e as políticas comerciais não necessariamente têm de ser separadas”.