Previsto para março, o início da produção da nova geração do QQ na fábrica da Chery em Jacareí, SP, pode ser adiado mais uma vez. A razão é uma greve iniciada pelos funcionários da montadora na manhã de sexta-feira, 26, em protesto contra a demissão de quarenta trabalhadores terceirizados promovida um dia antes.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e afirma, em nota, que negociava com a Chery a incorporação desses terceirizados, que trabalham com o setor de logística. “Uma reunião para discutir a situação com a diretoria da fábrica estava marcada para a terça-feira, 1º de março. No entanto, sem qualquer aviso prévio, a Chery demitiu todos os terceirizados que trabalhavam no setor”.
Por sua vez, também em nota, a Chery alega não ter relação com as demissões: afirma que eles eram funcionários da BMS, empresa de logística que prestava serviços à montadora e cujo contrato foi rescindido na quinta-feira, 25. “A Chery Brasil lamenta o desligamento dos funcionários da BMS, mas informa que não tem responsabilidade ou gestão sobre a decisão da empresa terceira”.
Segundo o sindicato a incorporação destes trabalhadores foi uma das reivindicações levantadas na primeira greve da história da fábrica, em abril do ano passado, e também é alvo de ação na justiça do trabalho. Já a Chery afirma nunca ter se comprometido a contratar os funcionários de empresas terceirizadas.
Uma nova assembleia foi agendada para a segunda-feira, 29, para decidir os rumos da mobilização. A Chery, porém, teme que o movimento atrase seus planos de oferecer ao mercado o QQ, que viria justamente para tentar retomar as vendas – o compacto deverá chegar com preços bastante competitivos.
“A Chery pretende iniciar em março a produção do New QQ. Com a possibilidade de greve por tempo indeterminado a empresa teme que o cronograma tenha que ser atrasado”.
Seria mais um adiamento: a produção do compacto estava originalmente programada para setembro do ano passado.
Segundo dados da Abeifa, em janeiro a companhia vendeu apenas 86 unidades – todas do Celer, produzido em Jacareí –, queda de 90% com relação ao primeiro mês de 2015