Borgwarner: produção de turbos no País deve repetir volume de 2015.

A Borgwarner, com fábrica em Itatiba, no Interior paulista, pretende repetir em 2016 o mesmo volume de produção de turbocompressores alcançada em 2015, na faixa de 220 mil unidades. Ainda é resultado distante do recorde alcançado em 2013, 350 mil, e de 2014, de 270 mil, mas não deixa de ser relevante diante das perspectivas de nova queda nas vendas no mercado interno neste ano, em especial no segmento de comerciais – caminhões e ônibus.

“Repetiremos o volume mas o mix mudará”, afirma Vitor Maiellaro, diretor da divisão de turbocompressores. “As encomendas para o segmento de veículos comerciais devem cair, mas os pedidos para automóveis compensarão este quadro.” Atualmente a Borgwarner fornece o turbo utilizado no Up! TSI, mas negocia com mais quatro montadoras, em estágio avançado – apenas um destes contratos representaria cerca de 200 mil unidades, mas para início de entregas de 2018 a 2019.

Outras frentes serão as exportações, que hoje representam 20% do faturamento e podem crescer um pouco, em particular nas operações intercompany, segundo o executivo, e também o mercado de reposição, que deve chegar a 26% de participação no resultado – e em particular as operações de remanufaturados, que deverão ganhar uma linha exclusiva em Itatiba.

Em um prazo maior a expectativa é extremamente positiva: pelos cálculos de Maiellaro a produção de turbos da empresa deve mais do que dobrar em cinco anos, em especial por conta de demanda pelo produto para veículos leves, baseado na tendência do downsizing e do desenvolvimento já realizado localmente para adaptação à tecnologia flex.

“No caso do Up! foram três anos de desenvolvimento, mas como para outros projetos a base do turbo é a mesma, daqui para frente este prazo será muito menor, apenas para acertos de particularidades de cada fabricante.”

Primeiro bimestre é o mais baixo desde 2007

Os 302 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos no mercado brasileiro em janeiro e fevereiro representam o pior desempenho para o primeiro bimestre desde 2007, quando os consumidores locais adquiriram 299,7 mil veículos. Os dados divulgados pela Fenabrave na terça-feira, 1º, apontam retração de 31,3% nas vendas, comparado com os primeiros dois meses do ano passado, quando foram emplacadas 439,7 mil unidades.

O volume de fevereiro também retornou nove anos: o mês fechou com 146,8 mil licenciamentos, volume idêntico ao de igual mês de 2007 – e o mais baixo resultado mensal da indústria desde então. A queda chegou a 21,1% com relação a fevereiro do ano passado, que registrou 185,9 mil unidades comercializadas, e a 5,5% na comparação com janeiro e seus 155,3 mil veículos vendidos.

O resultado do mês passado ficou um pouco acima do projetado por varejistas ouvidos pela Agência AutoData: eles esperavam de 140 mil a 145 mil licenciamentos em fevereiro.

Em nota a Fenabrave destacou um ponto positivo do resultado do mês: a média diária cresceu 5%, saltando de 7,8 mil unidades em janeiro para 8,2 mil licenciamentos no mês passado. “Este crescimento é importante, ainda que esperado: janeiro é, historicamente, prejudicado pelas antecipações de compras realizadas em dezembro e pelas despesas escolares e de impostos no início do ano”, afirmou o presidente Alarico Assumpção Júnior, em comunicado.

Este fato, porém, não traz otimismo à associação, que prevê manutenção do cenário negativo para 2016: “Os fatores prevalecem os mesmos mencionados anteriormente, como a baixa atividade econômica atrelada à alta da inflação, alto índice de endividamento nas famílias, aumento do desemprego e a consequente perda de confiança da população”.

Resultados – Houve queda em todos os segmentos, nas comparações mensais, anuais e acumuladas. O de automóveis e comerciais leves registrou em fevereiro 142,1 mil licenciamentos, redução de 20,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado e 5,1% com relação a janeiro. No acumulado do ano, 291,8 mil emplacamentos, baixa de 31%.

O segmento de caminhões registrou apenas 3,8 mil unidades comercializadas, redução de 26,1% na comparação anual e de 12% na mensal. O bimestre fechou com 8,2 mil emplacamentos, queda de 36,4%.

As vendas de chassis de ônibus caíram 54,7% na comparação anual e 28,9% na mensal. Foram emplacadas 892 unidades. Somados janeiro e fevereiro, 2,1 mil licenciamentos de chassis, retração de 48,8% com relação ao primeiro bimestre do ano passado.

Em motocicletas a situação não é diferente: 86,6 mil unidades comercializadas em fevereiro, quedas de 7,6% com relação ao mesmo mês de 2015 e de 10% na comparação com janeiro. O bimestre acumula 9,7% de baixa, com 182,9 mil motocicletas comercializadas.

Marcas – A General Motors novamente liderou o mercado, com 21,7 mil unidades vendidas, pouco mais de duzentos licenciamentos a mais do que a Fiat, vice-líder. No bimestre a ordem prevalece, mas com 4 mil veículos de vantagem à líder.

Volkswagen fechou com a terceira colocação no mês e no acumulado e a Hyundai se manteve no quarto posto, superando a Ford, tanto no resultado de fevereiro quanto no do primeiro bimestre.

Argentina e Colômbia negociam acordo automotivo

A Argentina poderá imitar o Brasil e fechar um acordo automotivo com a Colômbia, atualmente o quarto maior mercado latino-americano. De acordo com informações publicadas pelo portal argentino Información Profesional, representantes dos governos dos dois países deverão se reunir ainda este mês para tentar costurar definitivamente o negócio.

A princípio, de acordo com o portal, a negociação envolveria livre comércio dos dois lados. No ano passado a Argentina exportou pouco mais de 4 mil unidades à Colômbia, com imposto de importação de 16%.

No final do ano passado Brasil e Colômbia fecharam um acordo individual para o setor automotivo, regido por cotas durante oito anos. O Brasil pode enviar aos colombianos 12 mil veículos no primeiro ano, recebendo o mesmo volume, mas com índice de nacionalização menor. A mesma lógica se repete no segundo ano, quando a cota sobe para 25 mil, e chega a 50 mil do terceiro ao oitavo anos.

A Argentina, segundo as fontes ouvidas pela publicação local, apostam nas picapes e comerciais leves para aumentar seus índices de exportações à Colômbia, caso o acordo se confirme. A estimativa inicial é de alcançar 20 mil unidades no primeiro ano, 25 mil no segundo e 30 mil no terceiro.

GM começa a vender peças online

A General Motors colocou no ar a nova versão do portal dedicado aos reparadores independentes e distribuidores de autopeças com uma grande novidade: a possibilidade de compra de peças originais Chevrolet no alcance de um clique, algo que de acordo com a própria companhia é inédito para montadoras instaladas no Brasil.

O comércio eletrônico de peças e acessórios automotivos vem ganhando importância no mercado brasileiro. Dentro do site Mercado Livre, por exemplo, essa categoria foi a que mais movimentou negócios no ano passado – acima de itens tradicionais em compras pela internet, como televisões e telefones celulares.

De olho nesse nicho de mercado a GM alocou parte de seus investimentos de R$ 13 bilhões no Brasil até 2019 para reformular o site dedicado aos reparadores e incluir a possibilidade de comprar as peças online. “O setor de comércio eletrônico cresce em ritmo acelerado no Brasil, assim como o porcentual de oficinas que usam a internet como ferramenta de trabalho”, afirmou Marcelo Santiago, gerente de e-commerce da GM.

Dentro do portal Reparador Chevrolet, totalmente reformulado, foi criada a seção Peça Chevrolet. Ao acessá-la, o usuário que se cadastrar tem à sua disposição um catálogo eletrônico com peças de todos os modelos da marca produzidos desde 1964. Após pesquisar e selecionar os itens desejados, ele escolhe uma concessionária e vendedor de sua preferência e pode iniciar suas aquisições.

Nesse ponto o serviço da marca se diferencia dos modelos de e-commerce dos quais o brasileiro está acostumado: o preço, condições de pagamentos e a forma de entrega são negociados em um chat virtual. Nele é possível também tirar dúvidas sobre o que está comprando, graças a uma ferramenta de compartilhamento de imagens – e, assim, garantir que a peça adquirida é mesmo a que ele precisa.

Segundo Santiago a ferramenta dará rapidez e agilidade ao trabalho do reparador. “Quanto mais rápido é feito o conserto do veículo, mais satisfeito fica o proprietário e maior é a possibilidade de rentabilidade da oficina”.

O portal ainda traz dicas e outras ferramentas que auxiliam o dia-a-dia do reparador. Agrada, também, aos entusiastas de automóveis, que podem baixar gratuitamente os catálogos virtuais dos modelos Chevrolet desde 1964. Ainda não podem, porém, comprar peças online: essa ferramenta está limitada a cadastros de pessoa jurídica.

Onix já dispara e HR-V dá o troco em Renegade

O Onix, modelo mais vendido do Brasil no ano passado, começou o ano reafirmando com muita propriedade sua liderança. Em fevereiro o Chevrolet registrou cerca de 10,3 mil emplacamentos, bem à frente do segundo colocado, o HB20, com 7,8 mil. Com isso no bimestre o campeão de 2015 já registra pouco mais de 23 mil emplacamentos no acumulado do primeiro bimestre, o que lhe dá vantagem de aproximadamente 6 mil unidades para os pouco menos de 17 mil do modelo da montadora coreana na soma de janeiro e fevereiro – que de qualquer forma também comemora ao se firmar como o segundo colocado do ano.

O Palio, terceiro em janeiro, foi surpreendido pelo Ka, que lhe ultrapassou por pouco – ambos na faixa de 5,5 mil licenciamentos em fevereiro. Mas o modelo com desempenho realmente impressionante no mês passado foi o Toyota Corolla, nada menos do que o quinto colocado com 5 mil.

Um excelente mês também registrou o HR-V, o sexto de fevereiro com 4,7 mil, à frente até da Strada, 4,6 mil. Já o rival direto Renegade foi o décimo, com 4 mil. E assim a disputa pela liderança nos SUVs compactos segue emocionante: no primeiro bimestre o Honda aparece à frente, tomando a liderança registrada pelo Jeep em janeiro, mas por apenas 100 unidades. O EcoSport acompanha tudo de longe – em fevereiro fez dois mil emplacamentos.

Prisma e Fox foram respectivamente oitavo e nono em fevereiro.

Nas picapes médias a Toyota Hilux mais uma vez destronou, e com facilidade, a eterna líder Chevrolet S10: em fevereiro fez 2,2 mil para 1,2 mil da concorrente, que no mês perdeu ainda, mesmo que por pouco, também da Ford Ranger. As novatas, entretanto, ameaçam atrapalhar a festa: a Fiat Toro registrou seus primeiros 1,1 emplacamentos e já foi melhor que VW Amarok e que a rival direta Renault Oroch, esta com 800 unidades.

 

Vendas serão no máximo de 1,8 milhão em 2016, calcula Habib

Se depender apenas das previsões de Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC – que congrega concessionárias Citroën, Volkswagen e Jaguar Land Rover, além da operação da Jac Motors do País – o mercado brasileiro de veículos leves não ultrapassará 1,8 milhão de unidades em 2016.

Este resultado representaria queda de 28% ante o fechamento de 2015, que já apresentou redução de 25,6% ante 2014. A projeção da Anfavea para este ano aponta 2,3 milhões de veículos leves vendidos, baixa de 7,3% – ou 500 mil unidades a mais do que a estimativa de Habib.

Esta previsão do empresário se baseia especialmente na média diária de vendas obtida no primeiro bimestre, próxima de 7,5 mil unidades. “De 1º. de março até 31 de dezembro serão duzentos dias úteis e nada indica que este número vai subir. Na volta do carnaval, por exemplo, esse índice se manteve.”

Além de indicadores econômicos pouco favoráveis, Habib acrescenta que “todas as montadoras no Brasil estão perdendo dinheiro, sob muita pressão e, por isso, são obrigadas a aumentar os preços. Não há como o mercado subir desse jeito”.

Para ele quem mais sofrerá por conta deste quadro é a rede, que, acredita, terá mais 1 mil concessionárias fechadas neste ano, mesmo número registrado no ano passado, chegando ao começo de 2017 com 5 mil casas. “A rede tem custo fixo gigantesco e aí não tem jeito, tem que fechar.”

Um pequeno retorno ao crescimento ocorrerá a partir de 2017, estima o empresário, para mercado de 2,1 milhões de unidades, mantendo esse ritmo pelos anos seguintes e voltando a alcançar o patamar de 3,7 milhões de veículos leves vendidos em 2024.

SUV T5 – Para a Jac Motors especificamente a projeção de seu presidente é repetir o resultado de 2015, ao redor de 5 mil unidades, “volume que estamos limitados pela cota de importação”. A novidade é no mix: Habib espera que metade seja responsabilidade do novo SUV compacto T5, que chega às lojas em março, deixando apenas a outra metade para os J2, J3, J5, T6 e T8.

O modelo tem tabela de preços variando de R$ 60 mil a R$ 69 mil, mas o primeiro lote de quinhentas unidades é formado apenas pela versão topo de gama, que oferece bancos em couro, kit multimídia com tela de 8 polegadas e câmera de ré. O modelo mais barato e o intermediário, a R$ 65 mil, chegam nos próximos meses. O motor é sempre um 1,5 litro 16V VVT flex sem tanquinho de até 127 cv e o câmbio sempre um manual de seis marchas. O pacote de equipamentos é sempre recheado em qualquer versão.

A Jac vê como principais concorrentes os modelos compactos aventureiros, como Volkswagen CrossFox, Hyundai HB20X e Renault Sandero Stepway, além de versões de entrada de Ford EcoSport, Citroën AirCross e Renault Duster.

Volkswagen amplia destinos do up!

Costa Rica, Curaçao e Paraguai são os três novos destinos do Volkswagen up! produzido em Taubaté, SP. O país sul-americano já recebeu as primeiras unidades do modelo e os embarques para os outros dois países da América Central começarão nas próximas semanas.

Eles se juntam à Argentina, México, Peru e Uruguai, outros mercados que comercializam o up! fabricado no Brasil. A fábrica da Volkswagen em Taubaté, aliás, celebrou a marca de 150 mil unidades do compacto produzidas desde 2014, quando ele foi lançado por aqui – 20 mil tiveram como destino a exportação.

Representou o marco uma unidade do speed up! equipada com o motor 1 litro TSI. A companhia reuniu diversos executivos, dentre eles o CEO da VW do Brasil David Powels, na linha de produção para uma dupla comemoração: além dos 150 mil up! produzidos a fábrica completa 40 anos de atividades.

De início a fábrica de Taubaté fornecia peças plásticas injetas, metálicas estampadas e tapeçaria para atender a unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP. Mas ela entrou para a história ao produzir a primeira versão do Gol, o veículo mais vendido, produzido e exportado pela indústria automotiva brasileira.

“O Gol e o Voyage nasceram aqui em Taubaté, na década de 1980, e representaram grandes desafios pelas características inovadoras que apresentaram para a época”, afirmou, em nota, o diretor da fábrica, Marcos Aparecido Ruza. “Hoje temos uma fábrica eficiente e altamente tecnológica, com capacidade de produzir carros modernos, seguros e com a qualidade necessária para satisfazer nossos clientes e contribuir com a competitividade da empresa”.

Atualmente saem das linhas de montagem de Taubaté o Gol, o Voyage, o up! e o cross up!, para os mercados interno e externo. A unidade emprega em torno de 4 mil trabalhadores.

Saldo de financiamentos recua 13,3%

O saldo das carteiras de financiamento de veículos seguiu a trajetória descendente do mercado automotivo nacional e fechou o ano passado com queda de 13,3%, de acordo com dados divulgados pela Anef, associação que representa os bancos das montadoras, na segunda-feira, 29. A soma do saldo de CDC e leasing alcançou R$ 183,2 bilhões.

Segundo a Anef o cenário econômico do ano passado provocou um impacto forte na concessão de crédito para o setor automotivo. O total de recursos liberados em 2015 chegou a R$ 92 bilhões, retração de 17,3% em doze meses – somadas, também, as carteiras de CDC e leasing.

Por outro lado a inadimplência voltou a subir, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica. No ano passado os atrasos nos pagamentos de contratos de pessoas físicas, em todas as modalidades, cresceram 0,8 ponto porcentual, para 6,1%. Para pessoas jurídicas a alta foi de 1,1 ponto porcentual, para 4,5% dos contratos.

As taxas praticadas pelos bancos de montadoras fecharam em dezembro com média de 1,77% ao mês e 23,43% ao ano – no varejo essa média sobe para 1,9% ao mês, ou 26% ao ano. O prazo médio das concessões no ano passado se manteve em 42 meses – e os planos máximos oferecidos chegam a 60 meses.

Participação – O CDC respondeu por 53% das aquisições de automóveis e comerciais leves no ano passado, enquanto os pagamentos à vista representaram 40% das compras realizadas no ano. O leasing manteve pouca representatividade, com 2%, e o consórcio respondeu por 5%.

Em caminhões o Finame registrou 66% do total. Os pagamentos à vista 16% e os financiamentos por CDC, 15%. O leasing respondeu por apenas 1% das vendas do segmento, e o consórcio 2%.

Projeções – A Anef acredita que haverá nova queda no saldo da carteira de financiamentos em 2016, com queda de 5,1% com relação ao resultado do ano passado – a previsão é fechar com R$ 173,8 bilhões. Da mesma forma, deverá ocorrer nova redução na liberação de recursos, caindo 5,4%, para R$ 87 bilhões.

Sérgio Habib garante que Jac Motors vai atender normas do Inovar-Auto

Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, garante que o novo projeto da fábrica da Jac Motors no Brasil cumprirá as determinações do Inovar-Auto. Durante o lançamento do SUV compacto T5, no litoral paulista, ele afirmou à Agência AutoData que procurará um escalonamento produtivo semelhante ao adotado por marcas de luxo como BMW e Jaguar Land Rover para a fábrica que pretende erguer em Camaçari, na Bahia – no mesmo terreno onde seria construída a unidade originalmente prevista para 100 mil unidades/ano de carros e caminhões, investimento de R$ 1 bilhão.

Segundo Habib dos atuais R$ 200 milhões que o novo projeto exige “R$ 80 milhões já foram investidos em engenharia, produto e outras coisas. Assim, faltam só R$ 120 milhões, e os chineses vão me ajudar no financiamento”.

O empresário ainda assegura que o novo projeto “já está no MDIC” e que este contempla os ajustes necessários às obrigações que a Jac Motors tem com o ministério quando de sua habilitação ao regime automotivo como investidora para o projeto original da fábrica, em 2013. Quanto aos modelos que importou com desconto do IPI majorado em 30 pontos ele argumenta que “uma fábrica para 20 mil unidades/ano é o suficiente” para cobrir o benefício fiscal – ele teria então importado volume inferior à cota a que teria direito à época, também de 20 mil unidades.

E Habib também garante que atenderá aos requisitos necessários de evolução na eficiência energética graças ao motor do T5, um 1,5 litro que recebeu nota A na etiquetagem veicular do Inmetro. “Fizemos um trabalho muito forte para atingir esse nível, priorizando a economia em lugar da potência.”

Ele insiste ainda que atenderá as regras do Inovar-Auto mesmo com processo em CKD, tentando repetir a lógica produtiva estabelecida inicialmente pela BMW em Araquari, SC – as fabricantes de luxo têm um ano adicional para começar a cumprir as etapas produtivas básicas, mas para isso precisam investir ao menos R$ 17 mil por unidade produzida, segundo as regras do regime.

Para as fases seguintes da fábrica Habib afirma que pretende contratar fornecedores locais em lugar de fazê-las internamente em Camaçari, buscando empresas que “tenham capacidade de produção sobrando”. Ele citou como exemplo a Flamma, antiga Automotiva Usiminas, atualmente parte do Grupo Aethra, que presta serviços como estamparia, armação de carrocerias e pintura em Pouso Alegre, MG.

Com relação à saída dos sócios chineses, que até então detinham 66% da fábrica, ele diz que esta foi uma decisão sua: “Eles continuam interessados no mercado brasileiro, mas disse a eles que para montar uma fábrica para vender 10 mil unidades por ano era melhor que eu fizesse isso sozinho”. Ele argumenta que “é muito complicado ter como sócio uma estatal chinesa, o que envolve auditorias o tempo todo e restrições constantes de ações. Para um volume baixo como esse não vale a pena”.

De acordo com o presidente do Grupo SHC, entretanto, os chineses continuarão de certa forma ligados diretamente ao negócio, representando papel bem maior do que um simples vendedor de tecnologia ou do projeto de um veículo. “A Jac chinesa vai nos dar condições econômicas de construir e manter a fábrica. Vão vender coisas para nós a preço de custo.”

Mesmo com prazo apertado, Habib garantiu ainda que a fábrica de Camaçari produzirá as primeiras unidades do T5 Made in Brazil no fim deste ano. “Mas serão modelos para homologação, um processo que no Brasil demora uns seis meses. Então vamos ficar parados este período para então iniciar a produção comercial no começo do segundo semestre do ano que vem.”

Fevereiro pode ter o menor volume de vendas desde 2006

Restando dois dias úteis para o fechamento de fevereiro os licenciamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus somam 127,1 mil unidades, segundo dados preliminares do Renavam obtidos com exclusividade pela Agência AutoData.

Este foi o volume de emplacamentos registrados até a quinta-feira, 25.

A média diária de licenciamentos em dezesseis úteis – descontando também a quarta-feira de cinzas – é de 8 mil unidades. Mantendo essa média, o mês fecharia com 143,1 mil veículos comercializados, o pior volume para o mercado brasileiro desde abril de 2006, quando foram licenciadas 131,2 mil unidades.

Segundo uma fonte do varejo ouvida pela reportagem, este volume médio projetado é o esperado pelos empresários do setor: de 140 mil a 145 mil unidades emplacadas – resultado bem próximo a outro fevereiro, mas o de 2007, quando a indústria vendeu 146,8 mil veículos.

O resultado do primeiro bimestre também deverá nos remeter para nove anos atrás: com pouco mais de 300 veículos comercializados em janeiro e fevereiro, este começo de 2016 teria volume semelhante ao mesmo período de 2007, quando 299,7 mil veículos foram comercializados nos primeiros dois meses do ano.

Este volume de 300 mil veículos do primeiro bimestre seria inferior também ao resultado de apenas janeiro de 2014, quando 312,6 mil unidades foram comercializadas.

Os resultados oficiais serão divulgados apenas na quarta-feira, 2, em coletiva à imprensa organizada pela Fenabrave com cobertura completa da Agência AutoData.