Subaru apresenta nova plataforma global

A Subaru apresentou uma nova plataforma global que será a estrutura de base da próxima geração de veículos da companhia. Ainda em desenvolvimento, a Subaru Global Platform é parte importante do plano de gestão de médio prazo da montadora anunciado em 2014, o Prominence 2020 – embora tenha sido projetada para integrar tecnologias para além de 2025.

Dentre as principais características, destacam-se aprimoramentos no desempenho geral do veículo, elevado nível de segurança e extrema flexibilidade: sobre esta plataforma podem ser produzidos modelos com motores à gasolina, híbrido, híbrido plug-in, elétrico e outras energias alternativas que ainda se popularizarão.

De acordo com a Subaru a plataforma aumentará também a eficiência da produção, ao possibilitar que todos os componentes sejam produzidos em um único local. Afirma a empresa, em nota: “O novo conceito trará ainda benefícios de integração nas fábricas da empresa no Japão e nos Estados Unidos, facilitando a produção de modelos diferentes na mesma linha de montagem”.

A plataforma deverá melhorar também a estabilidade dos modelos em linha reta, ao ampliar a rigidez das estruturas e chassis e incorporar substanciais evoluções ao sistema de suspensão, que permite alcançar um centro de gravidade mais baixo. Ruídos e vibrações também foram reduzidos, ampliando o conforto ao dirigir.

As seguranças passiva e ativa também foram aprimoradas: segundo a Subaru, a plataforma tem potencial para oferecer os mais altos níveis mundiais de segurança em colisões, mesmo com o aumento das exigências até 2025.

GM promete um lançamento por fábrica em 2016

A General Motors do Brasil promete não ficar parada neste ano no que diz respeito a lançamentos: a fabricante promete realizar ao longo de 2016 pelo menos um por fábrica que possui no Mercosul.

A informação foi revelada por Fred Roldan, diretor de Supply Chain para América do Sul, durante apresentação no Seminário AutoData Compras Automotivas 2016, realizado em São Paulo na segunda-feira, 21. “Não posso antecipar pormenores, mas teremos um lançamento por fábrica em 2016. Vamos trazer bastante coisa nova”, assegurou o executivo.

Ele se referia às quatro unidades produtivas que a General Motors mantém na região: Gravataí, RS, atualmente a maior em volumes, São Caetano do Sul, no Grande ABCD, a segunda, Rosário, na Argentina, a terceira, e São José dos Campos, no Vale do Paraíba, a quarta em ordem de grandeza produtiva.

Em Gravataí são produzidos Onix – modelo mais vendido do País no ano passado – e Prisma. Como são modelos complementares, o primeiro hatch e o segundo sedã, pode-se esperar um face-lift para ambos. O Onix foi lançado no fim de 2012 e o Prisma quatro meses depois, este já em segunda geração, vez que a primeira era o sedã derivado do Celta.

De São Caetano do Sul sai o maior número de modelos: Cobalt, Spin, Cruze hatch e sedã e Montana. Como o Cobalt foi recém-renovado e o Cruze está de mudança para a Argentina, Spin e Montana ganham as maiores chances de renovação. A picape leve deve ter a preferência, vez que foi lançada em 2010 em segunda geração, substituindo aquela com visual derivado do Corsa, enquanto que o monovolume, apresentado em 2012, praticamente não tem concorrentes em sua faixa no mercado atualmente.

Em Rosário não é segredo o Projeto Fenix, que dará origem aos novos Cruze, que assim deixam o ABCD, abrindo espaço produtivo naquela unidade.

E em São José dos Campos são fabricados S10 e TrailBlazer, cujos redesenhos já foram apresentados globalmente na Tailândia, um dos berços mundiais deste tipo de veículo. As mudanças devem chegar em breve ao País até como forma de reação da GM neste segmento, no qual a S10, líder há muitos anos, está perdendo, em 2016, para a Toyota Hilux, além de enfrentar séria concorrência da recém-lançada Fiat Toro.

Case Construction: exportações cresceram 50% em 2015.

A Case Construction Equipment, marca da CNHi, fechou seus cálculos de exportações em 2015 e comemorou o resultado: de acordo com comunicado da empresa emitido na terça-feira, 22, o volume alcançou 320 unidades, crescimento de 50% em relação ao ano anterior, 2014.

Segundo a Case, contribuiu para o resultado a abertura de novos mercados, como a Índia, e o aumento da demanda por países da América Latina e também Estados Unidos. “Além de atender demandas expressivas, como no caso da Índia, máquinas Case foram embarcadas em menor quantidade por diversos países de vários continentes.”

Na Ásia os embarques foram para China, Indonésia, Filipinas, Butão, Tailândia e Bahrain. Na África, Tanzânia. E na Oceania, Austrália.

Na América do Sul, afirma a Case, cresceram as exportações para o Chile, Panamá e Paraguai, sem detrimento de volumes anteriores de exportação para Argentina, Colômbia e Bolívia.

As principais máquinas exportadas são pás carregadeiras, retroescavadeira e motoniveladoras, produzidas na fábrica de Contagem, MG, em plataforma global.

Mahle Metal Leve fecha 2015 com crescimento de 9% no lucro

A Mahle Metal Leve fechou o ano passado com crescimento de 9% no lucro líquido ajustado, que alcançou R$ 226,9 milhões – incluídos aí os R$ 25,9 milhões referentes à descontinuidade de sua subsidiária Mahle Hirschvogel Forjas, no último trimestre. A margem líquida subiu 0,4 ponto porcentual sobre 2014, fechando o ano passado em 9,3%.

Em comunicado divulgado ao mercado a Mahle creditou o resultado positivo, conquistado em um ano marcado por incertezas políticas e econômicas no mercado brasileiro, aos “reflexos da evolução dos indicadores operacionais e financeiros da companhia, da solidez de seus mecanismos de gestão e processos, e no equilíbrio de suas fontes de receita nos mercados de atuação”.

A fabricante conseguiu compensar a queda nas vendas às montadoras com o aumento nas exportações e a manutenção dos volumes ao segmento de reposição. No ano passado a companhia conseguiu crescer 4,3% sua receita, para R$ 2,4 bilhões – 28,3% no mercado original, 25,4% para reposição e 46,3% para exportações.

Em 2014, quando faturou R$ 2,3 bilhões, 34,9% foram com as vendas para o mercado original, 26,3% para a reposição e 38,8% com exportações.

O fechamento da Mahle Hirschvogel foi justificado pela falta de pedidos dos clientes e baixa perspectiva para o mercado de bielas. “Tal decisão teve por objetivo estancar os resultados negativos que vinham sendo verificados por esta subsidiária e que, portanto, trarão impacto positivo nos próximos períodos da companhia”.

A Mahle, que possui fábricas em Indaiatuba, Mogi Guaçu e São Bernardo do Campo, SP, Itajubá, MG, e em Rafaela, na Argentina, destacou também sua liderança no número de patentes depositadas no segmento automotivo nacional, resultado do constante investimento em pesquisa e desenvolvimento no Centro Tecnológico de Jundiaí.

A companhia não fez projeções para 2016, que será, nas suas palavras, “mais um ano desafiador”.

Fabricantes de matérias-primas seguem investindo pensando no longo prazo

Primeiro degrau na cadeia automotiva, os fabricantes de matérias-primas lamentam a falta de reação do mercado, embora sigam investindo na crença de que os volumes retornarão no médio prazo.

Osmer Nogueira, gerente de vendas automotivo da Arcelor Tubarão, e Letícia Mendonça, senior business manager da unidade de Performance Materials South America da Basf, participaram do painel sobre o segmento no Seminário AutoData Perspectivas 2016, na segunda-feira, 21, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

“O ano começou mal, mais fraco do que imaginávamos em dezembro”, disse Mendonça. “Os meses estão bem difíceis e com alta volatilidade. O ciente fica sem ideia do que fazer e nos prejudica, pois temos alguns itens importados. Não há esperança otimista para 2016, talvez uma pequena retomada no ano que vem”.

No Arcelor a situação também segue complicada, embora a demanda da Argentina compense, em parte, a queda no Brasil, de acordo com Nogueira. “Como o preço global do aço está em queda, a exportação não é uma saída. Mas é uma situação de curto prazo e pensamos sempre no longo prazo”.

No longo prazo ambos comentaram que seguirão com os investimentos. Na Arcelor a bola da vez são os aços de alta resistência. “Os clientes demandam materiais mais leves, mais seguros e com o mesmo custo”.

Mercedes-Benz: fazer a lição de casa.

Fazer a lição de casa para estar forte quando o mercado retornar. Este foi o recado passado por Erodes Berbetz, diretor de compras da Mercedes-Benz do Brasil, aos participantes do Seminário AutoData Compras Automotivas 2016, realizado na segunda-feira, 21, no Milenium Centro de Convenções em São Paulo, SP.

“O mercado vai voltar. Não sabemos quando: pode ser em 2017, em 2018, mas vai voltar. Seguimos, portanto, investindo”.

O executivo afirmou que a M-B monitora constantemente a situação de seus fornecedores, em especial os de Tier 1 e Tier 2, e dá suporte aos que precisam. De todo modo, é parte da estratégia da montadora reduzir o número de fornecedores: atualmente 80% das compras são feitas com 87 fornecedores, de um total de 400. 95% das compras estão na mão de 200 empresas, de acordo com Berbetz.

“Queremos concentrar os negócios e fazer contratos mais longos. Todos buscam volume e queremos dar esse volume. Essa é uma oportunidade aos fornecedores”.

Este volume virá tanto por meio do aumento de localização de peças e componentes, substituindo itens atualmente importados por produzidos aqui, quanto pelo crescimento das exportações, de veículos e componentes: “Deixamos de participar de mercados importantes, com volumes baixos, é verdade. Mas são mercados que ajudam a manter o ritmo das fábricas”.

Há também oportunidades em novos projetos: novos negócios, que demandarão novas nomeações de fornecedores. “Trabalhamos pensando no longo prazo. Atualmente conversarmos com parceiros visando fornecer para caminhões que serão lançados em 2019”.

Mas, para poder aproveitar esta oportunidade, é preciso sobreviver a esse período de depressão do mercado de caminhões. Para isso, segundo Berbetz, é imperativo melhorar a eficiência, com redução de desperdícios, processos e subfornecedores. “Precisamos trabalhar nisso forte e rápido”.

O executivo ainda reiterou a projeção de mercado brasileiro de caminhões divulgada pela M-B: 60 mil unidades em 2015. “Esperamos chegar nesse volume”.

Para Letícia Costa, crescimento retornará de forma lenta

A volta do crescimento econômico no Brasil, e, assim, dos negócios no setor automotivo, se dará de forma gradual e lenta. A opinião é de Letícia Costa, da Prada Consultoria, e foi proferida durante palestra no Seminário AutoData Compras Automotivas 2016, realizado na segunda-feira, 21, em São Paulo, no Milenium Centro de Convenções.

Este retorno, estimou a consultora, deverá ocorrer somente a partir de 2018. “Em 2016 e 2017 ainda veremos recessão, por volta de 4% a 6% neste ano e de 0,5% a 1% no ano que vem.”

No setor automotivo especificamente Costa lembrou que a última grande crise, em 1997, exigiu 10 anos para retomada dos patamares registrados até então. “Não devemos nos esquecer disso. Não significou o fim da indústria, mas esta passou por uma mudança drástica.”

Para ela a retomada se dará de maneira progressiva, com crescimentos anuais na faixa de 5%. “Não veremos altas de dois dígitos com recuperação dos volumes anteriores em dois, três anos.”

As exportações devem ajudar de forma importante os números nacionais, acredita Costa, em especial para a Argentina. “O setor automotivo deve prestar bastante atenção na provável recuperação argentina a partir do ano que vem.” De acordo com números apresentados na palestra a indústria de veículos seria o segmento mais beneficiado no Brasil com uma retomada dos negócios com o país vizinho, com projeção de incremento de 10% na produção local.

Porém, ela salientou que “a indústria brasileira não pode esperar a recuperação dos volumes para se atualizar tecnologicamente perante os mercados globais. Na crise de 1997 não se falava em carros híbridos, autônomos e assemelhados. Se não acompanhar esta evolução o Brasil será um mero produtor de veículos de nicho, o que atrapalhará as exportações” – e também efeitos positivos de eventuais acertos em acordos internacionais que o governo brasileiro atualmente negocia, como com a União Europeia.

No ambiente macroeconômico, na visão da consultora, o cenário mais provável é a continuidade da tendência de desvalorização do real e estabilidade das taxas de juros no atual patamar.

Ela entende que a atual crise é de confiança, gerada pela soma de crises nas esferas política, econômica e moral. A consultora, porém, acredita que ao menos uma das variáveis de incerteza política sairá da mesa no primeiro semestre, quando for decidida a questão do processo de impeachment atualmente em análise pela Câmara dos Deputados em Brasília, DF. “Pode ser que achemos muito ruim a presidente da República deixar o posto, como pode ser que achemos ruim ela ficar. Mas ao menos isto estará decidido.”

Montadoras estimulam fornecedores a exportar

Diversas montadoras instaladas querem ajudar seus fornecedores brasileiros a ganhar o mundo. A demonstração desta estratégia ficou clara em palestras ocorridas na segunda-feira, 21, em São Paulo, durante o Seminário AutoData Compras Automotivas 2016: A Hora da Decisão, realizada no Milenium Centro de Convenções.

Um deles foi Gil Watanabe, gerente de compras de pós-vendas da Volkswagen. Ele afirmou que a desvalorização do real frente ao euro e ao dólar representa uma ótima oportunidade para as autopeças nacionais, e que a continuidade da estratégia da VW do Brasil na introdução de plataformas globais nas suas fábricas potencializa essa oportunidade de exportação para sua cadeia de fornecimento.

“A área de compras da Volkswagen do Brasil está fortemente integrada na organização mundial de compras, cuja operação é feita de forma descentralizada. Assim, fornecedores instalados no Brasil recebem solicitações de cotação não só da montadora aqui como também de várias outras empresas do Grupo no mundo.”

Porém, de forma até surpreendente, Watanabe revelou que cerca de 70% dos pedidos de cotação sequer recebem respostas dos fornecedores brasileiros. Para ele as empresas precisam se organizar melhor internamente para reduzir este índice.

A VW estimula também os pequenos fornecedores a exportar e, para estes, oferece sua própria estrutura. “Às vezes a empresa quer e pode vender para o exterior mas não tem condições de montar uma equipe só para isso, o que representaria aumento dos custos fixos. Nestes casos a VW coloca à disposição sua área de CKD que faz todo o processo: o fornecedor entrega o pedido na fábrica e fatura em reais.”

Ele não vê quadro de consolidação do número de fornecedores VWB em futuro breve: “É sim uma tendência, mas de longo prazo, e dependendo do nível de tecnologia. Agora, neste momento, vemos mais um movimento no sentido oposto, pois é preciso garantir o fornecimento”.

CNHi – Outro palestrante, Osias Galantine, diretor de compras da CNH Industrial, também bateu na tecla da exportação. “Ao lado da nacionalização, é uma das estratégias que estamos adotando para ajudar a base a mitigar pelo menos parte da queda do mercado”, afirmou.

Há cerca de três meses a montadora realiza processo interno para identificar oportunidades de exportação para os fornecedores atuais – são ao todo 65 fábricas do Grupo no mundo produzindo caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção, motores, eixos e outros. Os resultados já são claros: 60 itens já começaram a ser embarcados, com faturamento anual de US$ 7 milhões.

As maiores oportunidades, afirmou Galantine, estão nas áreas de mangueiras, peças metálicas, fundidas, usinadas e plásticas.

No outro pilar, o da nacionalização, a CNHi aplica ao todo quase R$ 206 milhões no período 2014 a 2017, “e em nenhum momento a companhia teve dúvida em deixar de investir”, o que ocorre para Tiers 1, 2 e 3. Para Galantine, pela característica dos produtos o volume geralmente é baixo “mas todo faturamento adicional ajuda, em especial em momentos difíceis como o atual”.

Ao contrário de seu colega da VW o executivo vê movimento próximo de consolidação da base dos fornecedores, que no caso da CNHi deverá se reduzir em 30% nos próximos três anos – atualmente são 1,3 mil na América Latina, sendo novecentos no Brasil. “Fabricamos produtos muito diversos e também por conta de fusões e aquisições herdamos muitos fornecedores.”

GM – O mesmo movimento acontece na General Motors, atestou Fred Roldan, diretor de supply chain, também palestrante do evento. Ele afirmou que não há um porcentual exato de redução estabelecido, e que este varia muito dependendo do tipo de material e segmento.

Hoje a GMB tem mais de 400 fornecedores locais, calcula, e “é impossível criar um relacionamento aprofundado, como é o nosso objetivo, com uma base grande demais. Queremos ficar mais próximos e para isso temos que ter menos fornecedores”.

E assim como os participantes anteriores Roldan destacou o papel das exportações nos negócios dos fornecedores. “Hoje não há mais o fornecedor da General Motors do Brasil, há o fornecedor da General Motors. As plataformas são globais e a operação brasileira funciona como uma espécie de embaixadora dos fabricantes locais dentro dos diferentes centros de desenvolvimento ao redor do mundo.”

O executivo citou caso de fabricante brasileiro de autopeças que fornece à GM na Tailândia, estabelecido dentro de programa de desenvolvimento global. “Mas a outra face da moeda também é verdadeira: temos um fornecedor da Tailândia que envia produtos para a produção deste mesmo modelo no Brasil. Por isso as empresas nacionais precisam estar em pé de igualdade com as de outros países.”

Crise não é motivo para parar investimentos

Sistemistas e fabricantes de motores diesel mantiveram seus investimentos em novas tecnologias e eficiência produtiva nos últimos anos, a despeito da crise econômica e política que afetaram – e ainda afetam  – o Brasil. Executivos que participaram dos painéis de Motores e Sistemistas concordaram que o potencial de crescimento do mercado brasileiro é certo e retornará logo que a crise política for resolvida.

Luís Pasquotto, presidente da Cummins, disse que as equipes da fabricante de motores passaram os últimos anos debruçadas em projetos que visavam a melhora da efetividade das linhas de produção e do desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. Citou como exemplo os aportes em laboratórios de testes, que agora estão mais eficientes.

Novas linhas de motores para atender o segmento fora de estrada e aumento da eficiência da fábrica foram os canais escolhidos pela FPT para direcionar os aportes nos últimos anos. Segundo o presidente Marco Aurélio Rangel, não é o momento de parar de investir: “Precisamos sair mais fortes da crise”.

Na MWM a palavra de ordem é eficiência, segundo José Eduardo Luzzi, presidente. “Não podemos parar de investir senão o motor fica obsoleto. O aumento de produtividade também é importante e os resultados alcançados pela empresa nos últimos anos são mensuráveis”.

Cummins e MWM projetam queda de cerca de 15% na produção, enquanto a FPT, devido à entrada em novos segmentos, tem expectativa de ao menor manter os volumes do ano passado. Todas olham com atenção para o mercado externo: “As exportações são a saída no médio prazo”, afirmou Pasquotto.

Autopeças – As sistemistas mantêm seus investimentos também para atender às demandas das montadoras. Segundo Paulo Santos, presidente da Delphi, a mudança de perfil do consumidor brasileiro gerou a necessidade das montadoras adaptarem seus produtos e torna-los mais alinhados com o que se oferece em mercados maduros.

Besaliel Botelho, presidente da Bosch, lembrou que a companhia trouxe muitas tecnologias ao mercado brasileiro nos últimos anos. “Não ficamos esperando, nós fizemos acontecer. Mas agora precisamos de escala”.

Com a chegada de novos competidores o mercado ficou muito pulverizado, segundo Santos, da Delphi. “Não temos mais aquelas plataformas com enorme volume. E há alguns anos prevíamos um mercado de 5 milhões, que, na verdade, chegará a pouco mais de 2 milhões de unidades em 2016”.

O câmbio apreciado fará com que a indústria acelere a nacionalização de componentes, analisou Nelson Fonseca, presidente da Truck&Bus. Ele, que preside uma companhia que fornece para caminhões, ônibus e máquinas, acostumada a volumes mais baixos, acredita que há condições de trazer novas tecnologias mesmo com volumes reduzidos. “Vejo o futuro para empresários que consigam enxergar um pouco além das dificuldades atuais”.

Sindipeças: à espera do retorno da confiança.

O mercado interno de veículos voltará a crescer quando a confiança do consumidor e do investidor retornar, avaliou Paulo Butori, ex-presidente e conselheiro do Sindipeças, no painel que abriu o Seminário AutoData Compras Automotivas 2016, realizado na segunda-feira, 21, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, SP.

O cenário atual, com incertezas tanto na política quanto na economia, não permite fazer projeções concretas, de acordo com o empresário, que manteve as estimativas de 2,5 milhões de veículos comercializados no mercado doméstico, divulgadas pelo Sindipeças no ano passado, apesar de admitir volumes mais baixos.

“Tudo muda, toda hora. Caminhões e ônibus sofrem mais, mas acho que o tamanho do mercado poderá ser de 2 a 2,5 milhões de unidades. Precisamos de uma injeção de confiança para reverter esse cenário. Confiança é fundamental, ela move montanhas”.

Segundo ele essa confiança só retomará quando a crise política for completamente sanada. Para ele, a crise econômica é alimentada pela crise política, que por sua vez alimenta a econômica, criando um espiral de negatividade.

Enquanto trabalha em um cenário de mercado interno comprimido, Butori sugere que o segmento de autopeças nacional busque outros canais como exportação e reposição. O dólar valorizado contribuiu para a conquista de novos negócios nos mercados externos e o giro da reposição cresce, uma vez que o consumidor brasileiro tem postergado a troca de veiculo.

O empresário afirmou que a indústria já fez o ajuste que precisava fazer – o resultado foram 80 mil demissões de 2011 até esse ano. “Pode haver o corte de mais 5 mil postos de trabalho, mas não vejo espaço para algo muito maior”.

Butori aproveitou para criticar o Inovar Auto que, em sua opinião, beneficiou apenas as montadoras. “As fabricantes de autopeças precisaram gastar o que não tinham para algo que não precisavam. A onda de nacionalização gerada nos últimos anos foi muito mais por causa do câmbio do que do Inovar-Auto, que nem se sabe se terá uma segunda fase”.

Para o empresário falta vontade de montadoras e sistemistas para ampliar a nacionalização de peças e componentes. “Ninguém vai investir em nacionalização se não houver pedidos, ainda mais neste cenário de falta de confiança”.

Homenagem –Após 22 anos na presidência do Sindipeças, Butori deixou o cargo na sexta-feira, 18 – em seu lugar assumiu Dan Ioschpe, eleito em chapa única.

O empresário, que permanece no conselho da associação durante a nova gestão, foi homenageado por AutoData após o seu painel com uma placa, representando o seu período de representação do setor, entregue pelos diretores Márcio Stéfani, S Stéfani e Vicente Alessi Filho.