A partir de julho o mercado estadunidense voltará a importar veículos produzidos no Brasil, mais especificamente em Araquari, SC, onde foi instalada a primeira fábrica da BMW na América Latina. A companhia fechou seu primeiro contrato de exportação a partir da unidade catarinense justamente com os Estados Unidos, onde há demanda maior do que a oferta pelo X1.
O anúncio oficial foi feito na quarta-feira, 20, um dia após a reunião que formalizou o acordo em Brasília, DF, onde compareceram membros do governo federal e da companhia, dentre eles o presidente Helder Boavida. Segundo a BMW serão enviadas 10 mil unidades do X1, em diferentes configurações, a partir de julho. O contrato demandará também a contratação de 300 trabalhadores temporários em Araquari, dedicados exclusivamente ao projeto, que se somarão aos 700 funcionários da fábrica.
“Iniciamos um novo e significativo capítulo do BMW Group Brasil”, afirmou, em nota, o presidente Boavida. “Além de fortalecer a nossa posição no mercado, a iniciativa demonstra que a fábrica de Araquari atende a todos os requisitos de qualidade e eficiência exigidos pelo Grupo, estando apta a fornecer veículos para outros mercados, dentre eles o estadunidense, reconhecidamente um dos mais exigentes do mundo”.
Segundo a companhia houve um aumento expressivo de demanda pelo BMW X1 naquele país, atualmente atendido pela fábrica de Regensburg, na Alemanha. Como há espaço de sobra na fábrica de Araquari – e o câmbio colabora –, decidiu-se complementar o volume com produtos made in Brazil.
A decisão vai contra a vontade inicial da própria BMW: ao inaugurar a fábrica, há um ano e meio, a companhia afirmou priorizar o mercado doméstico devido à falta de competitividade do mercado brasileiro. Alguns poucos embarques estavam previstos apenas em 2020, de acordo com o cronograma inicial.
Mas desde setembro do ano passado a companhia já estudava programa de exportações, conforme afirmou Arturo Piñeiro, presidente à época, em entrevista à Agência AutoData. Na ocasião o executivo deu pistas de que mercados próximos como os da América Latina estavam, a princípio descartados, e que Estados Unidos, Europa e até mesmo China eram favoritos a receber os veículos brasileiros.
Os consumidores americanos terão a sua disposição três versões do X1 XDrive 28i made in Brazil, todas equipadas com o motor de quatro cilindros 2,8 litros movido a gasolina.