Ford conclui repasse da fábrica de Camaçari à Bahia

São Paulo – A Ford afirmou que concluiu na terça-feira, 5, a reversão da propriedade da fábrica de Camaçari, BA, para o governo do Estado da Bahia. Assim a empresa não tem mais nenhuma ligação com o imóvel, que desde outubro já está em posse da BYD, que anunciou investimentos e a produção de carros híbridos e elétricos por lá a partir do ano que vem.

Executivos da BYD e autoridades em cerimônia do assentamento da pedra fundamental da fábrica em Camaçari. Foto: Divulgação.

O terreno está com a BYD em modelo de concessão, segundo o governo local.

Líder Fiat assiste Volkswagen e Chevrolet na briga pela vice-liderança

São Paulo – Com o tricampeonato assegurado, líder em 2021, 2022 e 2023, a Fiat, cujas vendas cresceram 10,4% de janeiro a novembro, para 428,7 mil unidades, acompanha do primeiro lugar do pódio do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves a briga da Volkswagen com a Chevrolet, da General Motors, pela vice-liderança. São mais de 100 mil veículos vendidos de distância.

No período a atual segunda colocada, VW, manteve uma diferença de cerca de 6 mil emplacamentos, que pode ser revertida em dezembro. Foi uma virada: no ano passado a VW ocupava a terceira posição, mas suas vendas cresceram 27,8% no acumulado do ano. As da Chevrolet subiram 14,2% e a segunda posição foi tomada.

Outra virada ocorreu na quarta posição: com aumento de 0,8% nas vendas a Toyota superou a Hyundai, que caiu 3,7% no período.

Pela oitava posição mais uma disputa: em torno de trezentas unidades distanciam a Honda da Nissan. A primeira cresceu 29,2% e a segunda 34,1%, dando o empate técnico de janeiro a novembro.

Veja o ranking:

Ford cresce 40% e registra mais um ano de lucro no Brasil

São Paulo – Em seu segundo ano completo como importadora de veículos, desde que fechou todas as suas fábricas no Brasil, em 2021, a Ford encerra 2023 com crescimento de cerca de 40% nas vendas no mercado brasileiro, após uma série de lançamentos de picapes, SUVs e comerciais leves, que recolocaram a empresa na rota do lucro desde o último trimestre de 2021.

Conforme contou Daniel Justo, presidente da Ford América do Sul, a empresa não divulga mais resultados financeiros regionais em seu balanço global e, por isto, não poderia mais comentar a rentabilidade na região que dirige, mas confirmou que a operação continua no azul: “Posso dizer apenas que a companhia está muito satisfeita com os resultados que tivemos”.

De janeiro a outubro a empresa emplacou 25,4 mil veículos no País, número 38,3% acima do registrado no mesmo período de 2022 e já quase 5 mil unidades acima dos 20,8 mil emplacamentos dos doze meses do ano passado: “Há um ano disse que esperávamos crescer 30% este ano mas avançamos na casa dos 40%, o que mostra que acertamos nos lançamentos, trazendo tudo que temos de melhor”, afirmou o presidente. “Também tinha prometido dez lançamentos, mas fizemos nove: deixamos um para o começo de 2024”.

Segundo Justo o bom desempenho resulta de diversos lançamentos feitos pela Ford no decorrer do ano, incluindo as picapes F-150 que vêm dos Estados Unidos, nova Ranger argentina, Maverick híbrida mexicana e Raptor tailandesa, o renovado SUV chinês Territory, o SUV-cupê Mustang Mach-E montado no México, primeiro 100% elétrico Ford vendido no País, e a linha de utilitários Ford Pro que ganhou duas novas versões da Ranger, XL e XLS, e duas da van Transit montada no Uruguai, uma com transmissão automática e outra chassi-cabine para receber carrocerias de carga.

Ford cresce acima do mercado

Para o executivo “há espaço para crescer dois dígitos, mais próximos dos 10%, em 2024, porque muitos dos lançamentos de 2023, como a nova Ranger, ainda nem completaram um ano cheio de mercado e devem continuar a puxar as vendas no ano que vem”.

Mas para a Ford a sua expansão em 2024 deverá superar bastante o desempenho geral do mercado brasileiro de veículos. A empresa trabalha com projeção de estabilidade das vendas, conforme indica Justo: “O mercado deve acompanhar a evolução do PIB, com crescimento tímido sobre 2023. Não vemos ambiente para crescer mais porque continuamos com juros elevados”.

A maior parte dos modelos da Ford vendida no Brasil vem de países com acordos comerciais que isentam os produtos do recolhimento de imposto de importação, caso da Argentina e do Uruguai que integram o Mercosul e do México. Diante das ameaças do novo presidente argentino, Javier Milei, de alterar as regras ou até mesmo abandonar o bloco, Justo sustenta que o Mercosul é muito importante para a indústria automotiva de ambos os países, com trocas de carros e autopeças, “e, por isto, nossa expectativa é de continuar assim”.

A fábrica argentina da Ford, por exemplo, exporta 70% de sua produção da picape Ranger para países da América do Sul, sendo de 30% a 40% somente para o Brasil. Uma ruptura no Mercosul, portanto, pode afetar o seu produto mais vendido na região.

Força maior das picapes

Até pela configuração do portfólio da Ford, com quatro picapes e suas várias versões, a maior expansão das vendas será garantida por estes modelos: “É um segmento em crescimento em toda a América do Sul, onde no agregado de países a Ranger já é a segunda picape mais vendida. A nova geração da Ranger foi lançada há apenas seis meses e já conquistou sua maior participação de mercado no Brasil, de 23%, e as vendas cresceram 40%. Temos hoje uma linha completa de picapes e muito potencial para crescer na categoria”.

Justo também indicou que continuará a crescer o portfólio de Ford eletrificados na região, hoje composto pela Maverick híbrida e o esportivo Mustang Mach-E: “Vamos trazer mais modelos mas sem deixar de atender os clientes que querem o motor a combustão”.

Para o executivo a volta do imposto de importação sobre elétricos e híbridos, a partir de 2024, não deve afetar muito as vendas, pois os modelos Ford estão em faixa de mercado pouco afetada por variações de preço.

A rede de concessionárias Ford, hoje com 114 pontos – 86 deles com novo padrão visual e de atendimento da marca – também pode ter alguns incrementos em 2024: “Fechamos algumas concessionárias e abrimos novas, agora estamos estudando onde precisamos abrir novas lojas, em pontos onde ainda não estamos ou em regiões para dar cobertura adicional aos clientes”.

Centro de desenvolvimento

Para além de vender veículos importados outra fonte de renda da Ford no Brasil é o seu centro de desenvolvimento, que emprega 1,5 mil pessoas e lidera 35% dos projetos de sistemas automotivos da Ford no mundo: “Fazemos aqui serviços globais de engenharia e todo mês recebemos um cheque em dólares da matriz que nos garante faturamento extra”.

Segundo ele 85% dos funcionários do centro de desenvolvimento trabalham em projetos de sistemas globais da Ford e apenas 15% se dedicam ao desenvolvimento e adaptações de produtos para a América do Sul.

DRiV Tenneco tem novo diretor nacional de vendas

São Paulo – Daniel Fabbris Neto é o novo diretor nacional de vendas da DRiV Tenneco. O executivo passa a dirigir os planos comerciais e de distribuição das marcas Monroe e Monroe Axios junto aos distribuidores.

Fabbris Neto trabalhou na DRiV de 1999 a 2005, período em que coordenou as vendas da companhia. Depois o executivo, formado em publicidade e propaganda pela Universidade Metodista de São Paulo e com pós-graduação em gestão estratégica de negócios e MBA pela FGV, passou por TMD Friction e Valeo, na quais ocupou postos de liderança em projetos, vendas internacionais, planejamento de mercado e negócios.

Ex-vice-presidente da Michelin assume gestão da Point S no Brasil

São Paulo – A rede de centros automotivos Point S tem novo executivo à frente dos seus negócios no Brasil. Trata-se de Marco Moretta, ex-vice-presidente e diretor geral da divisão de pneus para a América do Sul e Central da Michelin, na qual trabalhou por onze anos.

Com experiência de mais de 25 anos no setor automotivo, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, o engenheiro, também formado em marketing e finanças, assume a gestão da Point S com a meta de abrir mais de duzentos pontos de vendas no País até 2027, a partir de investimento de R$ 175 milhões.

De origem francesa a Point S estreou oficialmente no Brasil em abril de 2022, quando assinou contrato master de franquia. Seus acionistas locais são os grupos ADTSA e Orletti.

Toyota lança a versão XRX para o Corolla Cross a combustão

São Paulo – A Toyota agregou mais uma versão à linha Corolla Cross, a XRX, equipada com o motor 2.0 Dynamic Force Flex. Fica posicionada no topo da gama a combustão, um degrau abaixo da esportiva GR-Sport. Acima delas estão as duas híbridas.

A XRX a combustão traz a mesma lista de equipamentos da XRX híbrida, a mais cara da linha Corolla Cross. Tem itens como bancos de couro com ajuste eletrônico de altura para o motorista, painel com tela de 7 polegadas, central multimídia de 9 polegadas com espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay, volante com regulagem de altura e profundidade, direção elétrica, ar-condicionado dual zone e teto solar.

Veja os preços da gama Corolla Cross, produzida em Sorocaba, SP:

Corolla Cross XR: R$ 162 mil 590
Corolla Cross XRE: R$ 177 mil 390
Corolla Cross XRX: R$ 190 mil 290
Corolla Cross GR-Sport: R$ 196 mil 290
Corolla Cross XRV Hybrid: R$ 202 mil 690
Corolla Cross XRX Hybrid: R$ 210 mil 990

Hella adquire fatia da TMD Friction na joint-venture Hella Pagid

São Paulo – A Hella acertou a compra da participação acionária de 50% da TMD Friction na joint-venture Hella Pagid, que opera no mercado de reposição, tornando-se a única acionista da companhia. O valor da negociação não foi divulgado no comunicado conjunto divulgado pelas empresas.

Fundada em 2013 a Hella Pagid comercializa componentes e acessórios de freio no mercado global de reposição. Com a negociação a Hella passa a vender todo o portfólio, que inclui discos e sistema hidráulico de freios, no mercado de reposição, incluindo as pastilhas de freio que continuarão sendo fornecidas pela TMD Friction, sob a sua marca. Os funcionários serão absorvidos pela Hella.

A TMD Friction recupera o controle da marca Pagid, que é oferecida ao mercado global premium de OE dentro de seu portfólio desde 1º de outubro.

Feriados prejudicaram as vendas em novembro, segundo Fenabrave

São Paulo – Os diversos feriados, que reduziram o número de dias úteis em novembro para vinte, ou para dezenove em alguns estados, fizeram com que as vendas gerais de veículos — 212,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus — ficassem 2,4% inferiores às registradas em outubro, que registrou 21 dias úteis, mas 4,3% superiores ao mesmo mês de 2022. Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta, as vendas só não foram maiores do que em outubro pela menor quantidade de dias úteis.

Ele cita a média diária como juatificativa. Em novembro foi de 11,2 mil veículos ao considerar dezenove dias úteis, volume 7,7 % superior às 10,4 mil unidades/dia registradas em outubro. Também foi 9,8% maior do que a média diária de novembro do ano passado.

“Tivemos estados importantes, como São Paulo, com dezenove dias úteis, contra 21 em outubro, o que afeta o número de emplacamentos. Mas tivemos sinais positivos, como o aumento das vendas diárias, que nos mostram que o resultado teria sido mais positivo não fossem os feriados.” 

Ele também citou outros fatores, como queda na taxa de juros e melhora do ambiente de crédito para o setor automotivo devido à queda na taxa de inadimplência e na taxa de desocupação da população.

No acumulado do ano os dados da Fenabrave apontaram para crescimento de 9,1% nas vendas na comparação com iguais meses de 2022, somando 2 milhões 60 mil veículos emplacados.

Em automóveis e comerciais leves foram registrados 1 milhão 942 mil licenciamentos, alta de 10,7% com relação a janeiro a novembro de 2022. Em novembro foram 201,6 mil unidades, 5,1% acima do mesmo mês do ano passado e 2,4% abaixo de outubro.

Após ano difícil para caminhões Fenabrave deposita otimismo em 2024

São Paulo – Com 94,1 mil caminhões emplacados de janeiro a novembro, queda de 16,4% com relação ao mesmo período do ano passado, o setor viveu um ano complicado, reflexo da mudança de legislação de emissões do Proconve que exigiu motores Euro 6, mais sofisticados e caros. Em novembro foram licenciadas 9,1 mil unidades, queda de 8,9% na comparação com igual mês de 2022 e retração de 1,3% com relação a outubro, segundo divulgou a Fenabrave na segunda-feira, 4.

Mas de acordo com o presidente José Maurício Andreta Júnior o setor começa a apresentar sinais de recuperação: “O ano foi desafiador até o momento. Os fatores que impediam melhores resultados, como custo do crédito e dos veículos Euro 6, parecem arrefecer aos poucos. Já temos cerca de 90% do mercado de novos com a tecnologia Euro 6 e os bancos das montadoras têm ofertado taxa de juros abaixo de 1% para facilitar o financiamento”. 

Diante deste cenário, e faltando menos de um mês para acabar o ano, Andreta afirmou que as perspectivas são otimistas para caminhões em 2024.

Ônibus

Outro segmento de comerciais pesados, os ônibus deverão encerrar o ano com um dos maiores crescimentos de todo o setor automotivo em 2023, segundo Andreta: “Apesar da base baixa de comparação o mercado de ônibus tem apresentado bons números em 2023, com o retorno dos investimentos por parte dos transportadores e com a retomada de programas como o Caminho da Escola”. 

De janeiro a novembro foram vendidos 22,7 mil ônibus, avanço de 18,6% sobre o mesmo acumulado de 2022. No mês passado os emplacamentos somaram 1,9 mil unidades, queda de 8,1% na comparação com novembro de 2022 e crescimento de 0,9% sobre outubro.

Renault pede regras claras para trazer mais investimentos ao Brasil

São José dos Pinhais, PR – “Vencemos uma batalha”, afirmou o CEO da Renault América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, ao anunciar o investimento de R$ 2 bilhões para produzir no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR, um novo SUV médio: “Para termos um novo ciclo de investimento vencemos uma concorrência global, com outras unidades Renault do mundo. Então podemos dizer que a América Latina, o Brasil, ganhou”.

Esta vitória citada pelo CEO garantiu mais R$ 2 bilhões em aporte, que de 2021 a 2025 somará R$ 5,1 bilhões, e a produção de mais um modelo no Brasil. Agora, segundo Pedrucci, começa a batalha por novos aportes. Novos investimentos, no entanto, dependem de manutenção das condições atuais:

“A macroeconomia é condição avaliada mas é importante que as regras atualmente à mesa sejam mantidas. É complicado justificar para a matriz, na França, que existem condições mais favoráveis a umas empresas do que a outras. A Renault gosta de competir, tanto que fomos doze vezes campeões na Fórmula 1 como fornecedor de motores, mas esta competição deve ser justa, em igualdade de competição para todos os competidores”.

Pedrucci referiu-se à possibilidade de renovação dos incentivos à produção na Região Nordeste, por meio do regime especial automotivo. Previsto para encerrar em 2025 foi inserido na reforma tributária texto que o prorroga até 2032, o que beneficia especialmente a Stellantis, que mantém fábrica em Goiana, PE. A Renault, embora não tenha assinado a carta aberta junto com General Motors, Toyota e Volkswagen, posiciona-se contra a renovação.

A Renault acredita em mercado de 2 milhões 140 mil automóveis e comerciais leves para o ano que vem, crescendo para 2 milhões 250 mil em 2025, de acordo com Ricardo Gondo, presidente para o Brasil: “Nossa visão é de crescimento, com a Renault tendo condição de crescer mais por começar a concorrer em novas faixas de mercados com o Kardian e o C-SUV que anunciamos”.

A fábrica, que comemorou 25 anos na segunda-feira, 4, tem condições de produzir até 320 mil unidades por ano. Segundo Gondo hoje opera em dois turnos incompletos.