A Hella inaugura na quinta-feira, 28, fábrica em Indaiatuba, SP, a primeira exclusivamente da empresa no Brasil.
A operação será iniciada com a produção de módulos de conforto, que controlam o acionamento dos vidros elétricos, travas das portas, iluminação interna e outras funções dos veículos, parte de investimento que totaliza até o momento R$ 43 milhões.
Segundo Carlos Bertozzi, diretor responsável da Hella do Brasil, o segundo componente a ser produzido na nova unidade industrial, já a partir de julho, será o módulo de bomba de combustível, dispositivo que isoladamente gera economia de consumo da ordem de 1%. Há planos ainda para linha de módulo de direção elétrica e outros itens, a depender da demanda interna.
Até recentemente a empresa mantinha parceria com a Emicol Eletro Eletrônica em uma fábrica localizada em Itu, também no Interior paulista, onde montava os módulos de conforto.
“Agora queremos nacionalizar o componente ao máximo. Tirando a parte eletrônica, sem disponibilidade interna, vamos comprar toda a parte mecânica aqui no Brasil.”
Inicialmente com cinquenta funcionários, com previsão de contratação de mais cinquenta, a Hella programa produzir no primeiro ano cerca de 300 mil módulos de conforto, que fornecerá à Volkswagen, e 400 mil módulos de bomba de combustível. “Com relação ao segundo item já estamos em fase final de negociação com uma grande montadora daqui”, revelou Bertozzi à Agência AutoData.
Segundo o executivo há boas expectativas com relação aos módulos de bomba de combustível por permitirem redução de consumo, tema em pauta hoje em toda a indústria automotiva. Também nesse contexto enquadram-se os módulos de direção elétrica que a empresa pretende produzir aqui:
“Esses módulos geram economia de até 5% e a previsão é de que até 2020 cerca de 70% dos carros nacionais terá este equipamento.”
Outro item que na pauta de nacionalização é o pedal de acelerador.
Em terreno de 25 mil m², com 5 mil m² de área construída, a fábrica de Indaiatuba é altamente automatizada, segundo Bertozzi, incorporando máquinas de última geração que vieram do Japão. O executivo diz que apesar da crise brasileira em nenhum momento o Grupo Hella pensou em abandonar o projeto de fábrica local:
“A matriz pergunta sempre o que está acontecendo, mas sabem que a crise é passageira. Só não se sabe o tempo que vai levar.” O importante, avalia o diretor, é que com a nacionalização a empresa terá mais flexibilidade para atender às montadoras.
“Em alguns casos um componente pode levar trinta semanas para chegar ao País e, com a crise, não é raro acontecer do pedido, no meio do caminho, ser revisto para a metade.”
Mundialmente conhecida no segmento de iluminação automotiva, no qual é uma das principais fabricantes, a Hella ao menos por enquanto não tem planos de produzir por aqui faróis e lanternas, já utilizados em veículos brasileiros a partir de exportações feitas pelas próprias montadoras. “Estaremos sempre observando esse mercado mas, por enquanto, a opção do grupo é abastecer a América do Sul a partir de suas unidades instaladas no México e Estados Unidos.”