Desembolsos do BNDES para indústria de transporte caem 36% no trimestre

Os desembolsos do BNDES para o segmento de Material de Transporte – que engloba fabricação e montagem de veículos automotores, embarcações, equipamentos ferroviários e aeronaves – atingiram R$ 1,7 bilhão no acumulado do primeiro trimestre, segundo relatório do banco de fomento. O valor é 36% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, e representou 9,3% do total de desembolsos, a maior participação do segmento industrial e a quarta maior no geral, atrás apenas de comércio e serviços, 20,7%, agropecuária, 17,4%, e energia elétrica, dentro de infraestrutura, com 9,9%.

Nos últimos doze meses a área de Material de Transporte, abrigada no chapéu Indústria, recebeu R$ 10 bilhões do BNDES, valor 19% menor no comparativo com o período imediatamente anterior.

Apesar da redução, a baixa é menor do que a média geral do banco nas duas análises: no primeiro trimestre o total de desembolsos, que chegou a R$ 18 bilhões, caiu 46%, enquanto nos últimos doze meses atingiu R$ 120,7 bilhões, 32% abaixo.

Os desembolsos para exportação no segmento de Material de Transporte atingiram quase US$ 1,2 bilhão nos últimos doze meses, queda de 50%. A redução no número de operações no mesmo comparativo, 81, foi maior, 58%.

No primeiro trimestre os desembolsos para exportações de Material de Transporte foram de US$ 362 milhões, para 36 operações.

Revisão das Perspectivas 2016: inscrições abertas com desconto especial.

As inscrições para o tradicional Seminário AutoData Revisão das Perspectivas, desta vez na versão 2016, estão abertas desde o início desta semana com desconto especial de 50% para os leitores da Agência AutoData de Notícias.

O evento deste ano acontecerá em São Paulo, no Milenium Centro de Convenções, em 13 de junho, uma segunda-feira. O seminário contará com a participação de presidentes de oito importantes montadoras – MAN, PSA, Renault e CNHi, que farão palestras individuais, além  de Ford Caminhões, Iveco, Mercedes-Benz e Volvo, que participação de um painel de debates específico sobre o segmento de veículos comerciais. Também lá estarão duas entidades, Anfavea e Sindipeças, três fabricantes de motores, Cummins, MWM e FPT, e três sistemistas, Bosch, Delphi e Schaeffler.

“Com este plenário, tenho certeza que este seminário será um dos mais importantes e aguardados eventos de análise de negócios realizado até este momento neste ano, com informações imprescindíveis a respeito do futuro de curto e médio prazo deste nosso setor automotivo”, analisa Paulo Fagundes, editor de seminários da AutoDAta Editora.

“E como entendemos as dificuldades que a grande maioria das empresas estão vivenciando hoje em razão da redução do ritmo dos seus negócios, decidimos por oferecer este desconto especial de 50% como forma de facilitar o acesso pelo menos para nossos principais parceiros, que são os nossos leitores diários da Agência AutoData e os participantes de eventos passados”, conta Fagundes.

Ou seja: com esta condição especial, estes clientes preferenciais de AutoData – incluídos os leitores da Agência – poderão fazer sua inscrição para este seminário por somente R$ 820. É importante ressaltar que esta promoção é válida somente até o próximo dia 5 de maio.

Informações adicionais e inscrições poderão ser obtidas pelo e-mail vpaula@autodata.com.br ou pelo telefone  (11) 5189.8907.

Hella inaugura sua primeira fábrica no Brasil

A Hella inaugura na quinta-feira, 28, fábrica em Indaiatuba, SP, a primeira exclusivamente da empresa no Brasil.

A operação será iniciada com a produção de módulos de conforto, que controlam o acionamento dos vidros elétricos, travas das portas, iluminação interna e outras funções dos veículos, parte de investimento que totaliza até o momento R$ 43 milhões.

Segundo Carlos Bertozzi, diretor responsável da Hella do Brasil, o segundo componente a ser produzido na nova unidade industrial, já a partir de julho, será o módulo de bomba de combustível, dispositivo que isoladamente gera economia de consumo da ordem de 1%. Há planos ainda para linha de módulo de direção elétrica e outros itens, a depender da demanda interna.

Até recentemente a empresa mantinha parceria com a Emicol Eletro Eletrônica em uma fábrica localizada em Itu, também no Interior paulista, onde montava os módulos de conforto.

“Agora queremos nacionalizar o componente ao máximo. Tirando a parte eletrônica, sem disponibilidade interna, vamos comprar toda a parte mecânica aqui no Brasil.”

Inicialmente com cinquenta funcionários, com previsão de contratação de mais cinquenta, a Hella programa produzir no primeiro ano cerca de 300 mil módulos de conforto, que fornecerá à Volkswagen, e 400 mil módulos de bomba de combustível. “Com relação ao segundo item já estamos em fase final de negociação com uma grande montadora daqui”, revelou Bertozzi à Agência AutoData.

Segundo o executivo há boas expectativas com relação aos módulos de bomba de combustível por permitirem redução de consumo, tema em pauta hoje em toda a indústria automotiva. Também nesse contexto enquadram-se os módulos de direção elétrica que a empresa pretende produzir aqui:

“Esses módulos geram economia de até 5% e a previsão é de que até 2020 cerca de 70% dos carros nacionais terá este equipamento.”

Outro item que na pauta de nacionalização é o pedal de acelerador.

Em terreno de 25 mil m², com 5 mil m² de área construída, a fábrica de Indaiatuba é altamente automatizada, segundo Bertozzi, incorporando máquinas de última geração que vieram do Japão. O executivo diz que apesar da crise brasileira em nenhum momento o Grupo Hella pensou em abandonar o projeto de fábrica local:

“A matriz pergunta sempre o que está acontecendo, mas sabem que a crise é passageira. Só não se sabe o tempo que vai levar.” O importante, avalia o diretor, é que com a nacionalização a empresa terá mais flexibilidade para atender às montadoras.

“Em alguns casos um componente pode levar trinta semanas para chegar ao País e, com a crise, não é raro acontecer do pedido, no meio do caminho, ser revisto para a metade.”

Mundialmente conhecida no segmento de iluminação automotiva, no qual é uma das principais fabricantes, a Hella ao menos por enquanto não tem planos de produzir por aqui faróis e lanternas, já utilizados em veículos brasileiros a partir de exportações feitas pelas próprias montadoras. “Estaremos sempre observando esse mercado mas, por enquanto, a opção do grupo é abastecer a América do Sul a partir de suas unidades instaladas no México e Estados Unidos.”

Mercedes-Benz terá novo VP de operações no Brasil

A Mercedes-Benz do Brasil anunciou na terça-feira, 26, troca de executivos em sua vice-presidência de operações. Wolfgang Hanle deixa o cargo no dia 30 de junho, quando se aposenta, e terá como sucessor Carlos Santiago, atual diretor de produção de caminhões.

Hanle chegou à Daimler em 1995, com a aquisição da empresa Kässbohrer GmbH pelo Grupo. Tornou-se membro do board da DaimlerChrysler do Brasil em 2004, como responsável pela produção de ônibus na América Latina. Em 2007 deixou o País para liderar a área de produção da EvoBus, assumindo responsabilidades pela produção mundial de ônibus da Daimler. Em 2013 retornou ao Brasil como responsável pela produção de caminhões, agregados, logística e manutenção.

Santiago, por sua vez, é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo e acumula carreira de 18 anos na indústria automotiva – há pouco mais de um ano coordena a área de produção de caminhões Mercedes-Benz tanto na fábrica de São Bernardo do Campo quanto de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele fez carreira no Grupo Fiat e tem passagem ainda pela Ford.

Em comunicado Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina, considerou que “Wolfgang Hänle contribuiu fortemente para os nossos negócios de veículos comerciais. Sob a sua gestão conseguimos aumentar a produtividade nas nossas linhas de produção de caminhões e agregados. Ao mesmo tempo, o executivo teve contribuição fundamental para assegurar que os desejos dos clientes brasileiros fossem atendidos pela qualidade de nossos produtos. Com a chegada de Carlos Santiago, um profissional com ampla experiência no setor automotivo, continuaremos a ter sucesso em nossas operações”.

Brasil e Argentina divergem sobre renovação do acordo automotivo

Foi infrutífera a reunião realizada em Brasilia, DF, na segunda-feira, 25, para tratar da renovação do acordo automotivo Brasil-Argentina, que vence em junho. O maior entrave ainda é a questão do livre comércio, defendida pelo Brasil mas sem respaldo pelo parceiro, que prefere a manutenção do atual sistema, regulado pelo flex de US$ 1,5 para US$ 1.

Segundo informações da Agência Brasil o titular do MDIC, Armando Monteiro, declarou ao término do encontro com seu colega argentino que “havemos de encontrar, em um prazo curto, um ponto de equilíbrio que justifique essa extensão do acordo. O Brasil tem a compreensão de que precisamos ter um marco mais amplo, que tem de contemplar, também, a perspectiva de um acordo de livre comércio. Para alcançar esse objetivo precisamos criar condições para que o acordo seja um processo equilibrado e sustentável”.

Porém o próprio ministro considerou que a renovação no curto prazo deverá manter o sistema flex – e expressou otimismo diante de chance de se chegar a “ajuste” e “condições equilibradas” em relação às que estão vigorando atualmente.

Francisco Cabrera, ministro da Produção da Argentina, considerou as proporções do sistema flex “tema aberto para discussão”, mas disse que, por enquanto, a posição dos argentinos é de manutenção do patamar em vigor hoje, uma vez que  “ainda não modificamos esse índice”. Ele manifestou preocupação com a capacidade ociosa da indústria brasileira e com a queda nas vendas do setor automotivo.

Para o MDIC, em nota, “os ministros enfatizaram a importância da parceria estratégica dos dois países, visando à formação de uma plataforma automotiva regional, buscando o incremento da produtividade e da competitividade em nível global”.

Os representantes definiram retomada das reuniões do Comitê Automotivo Bilateral e definição de uma agenda de trabalho comum com “políticas convergentes para o fortalecimento do setor automotivo regional”. Segundo o ministério brasileiro “ambos definiram os objetivos comuns de integração produtiva, geração de empregos, agregação de valor tecnológico e acesso a novos mercados. Concordaram ainda com o objetivo de alcançar o livre comércio bilateral do setor automotivo, de maneira progressiva e em condições de equilíbrio, fortalecendo estruturas e capacidades produtivas de cada parte”.

O conjunto de diretrizes que formam o plano de trabalho do Comitê Automotivo para a negociação do regime automotivo bilateral “será examinado e monitorado em bases permanentes”, segundo o MDIC. 

O último dia de vigência do acordo atual é 30 de junho – são praticamente apenas mais dois meses, portanto.

Master: 30 anos e 11 milhões de freios produzidos.

A Master, empresa do Grupo Randon e atual maior fabricante de freios para veículos comerciais do Brasil, está completando 30 anos de atividades neste final de abril, ostentando o posto de líder absoluta deste tipo especifico de produto com 53% de participação do mercado brasileiro.

Atualmente a Master fornece para todas as montadoras de caminhões e ônibus instaladas no Brasil. Ao longo destas três décadas acumulou a produção de mais de 11 milhões de freios, com seu recorde produtivo obtido em 2011, quando alcançou a marca de 1 milhão de unidades, número este, alias, que corresponde ao total da sua atual capacidade anual instalada.

Como especialista em freios para veículos comerciais a Master também tem sofrido com a queda da produção de caminhões e ônibus verificada no Brasil ao longo dos últimos dois anos. “No ano passado produzimos 500 mil freios e para este ano, como a produção brasileira de veículos comerciais está vivendo nova queda, a expectativa é termos uma redução de cerca de 15% neste volume, alcançando algo de 400 mil a 425 mil unidades”, estima Ricardo Reimer, atual presidente da empresa.

De acordo ele a empresa já está preparada para trabalhar neste atual patamar do mercado brasileiro. “Fizemos nossa lição e preparamos a empresa para esta nova realidade atual do mercado brasileiro. A ordem hoje é não tirar o olho do caixa e não ter prejuízo. Com isto teremos certeza de que trabalharemos com números positivos e teremos fôlego para continuar a investir principalmente em desenvolvimento tecnológico”, ensina.

Criada em 1986, fruto de uma joint venture da gaucha Randon com a multinacional estadunidense Meritor, a Master se valeu da liderança destas duas empresas em seus respectivos segmentos para desenvolver conjuntos de freios com a mais alta tecnologia e desempenho.  “Foi o casamento perfeito, pois juntou a capacidade de desenvolvimento tecnológico da Meritor com o conhecimento do mercado brasileiro da Randon”, analisa Reimer.

A empresa hoje se considera global e exporta seus produtos para vários países da América Latina, Estados Unidos e Canadá. Tem capacidade de engenharia instalada para desenvolver localmente novos produtos e, graças a isto, vem ampliando seu portfólio de produtos de forma acentuada nos últimos anos, principalmente em função do crescimento da oferta de sistemas ABS para veículos comerciais no mercado nacional.

Durante todas estas três décadas a empresa obedeceu à política das Empresas Randon de crescer de forma sustentada. Por esta razão, todos os funcionários recebem constantemente treinamento específico sobre questões ligadas à responsabilidade socioambiental. Uma das práticas é o tratamento de 100% dos efluentes e a reutilização dos efluentes industriais e sanitários que passam por tratamento físico-químico e biológico.

A preocupação com a qualidade também é constante. Por conta desta postura, foi a primeira empresa da Região Sul a obter a certificação QS 9000 e a primeira do Nordeste gaúcho a ganhar o Troféu Ouro de Qualidade do Rio Grande do Sul, dentre outros prêmios.

Chevrolet também remodela a S10

Depois da Toyota Hilux e da Ford Ranger, chegou a vez da General Motors apresentar a atualização de sua principal picape em volume de vendas, a S10. A espera mais demorada é justificada pelo local e ocasião escolhidos para sua aparição: a Agrishow, principal feira voltada ao agronegócio, que abriu as portas ao público nessa segunda-feira, 25.

Ameaçadas pela chegada de duas novas concorrentes – ainda que indiretas devido à capacidade mais reduzida de carga, Renault Duster Oroch e Fiat Toro deverão roubar alguns clientes, em especial aqueles que usam a picape mais para o lazer –, os modelos ganharam um recheio tecnológico mais generoso. No caso da S10, redução no peso e ganho em eficiência também fazem parte da remodelação.

Visualmente a linha 2017 da S10 se difere especialmente na parte dianteira, onde capô, grade e faróis ganharam novos desenhos, assim como o para-choque. Os retrovisores laterais ganharam repetidores de pisca e a tampa da caçamba, na parte traseira, uma câmera de ré embutida na maçaneta – o item, porém, é opcional.

Mas as principais alterações estão na parte interna: segundo a companhia os materiais usados na construção são mais refinados e agradáveis ao toque. Painéis de instrumentos e de portas foram completamente remodelados foram adaptados para acomodar os itens opcionais que a picape ganhou – e não foram poucos: computador de bordo com novas funções, sensor de estacionamento dianteiro, câmera de ré traseira, sensor de chuva, sistema de infotainment compatível com tecnologias Android Auto e Apple CarPlay, dentre outros.

O objetivo da GM não difere da concorrência: permitir que haja cada vez mais interação do carro com o smartphone do motorista, ampliando a segurança ao dispensar o uso das mãos – a S10 2017 traz opção de comando por voz.

A picape chega com treze opções de configurações, dentre os acabamentos LS, LT, LTZ e High Country, as opções de cabine simples, estendida e dupla e as motorizações 2,8 litros TurboDiesel e 2,5 litros SIDI Flex, a possibilidade de escolher transmissão manual ou automática e as trações 4×2 e 4×4 com reduzida. Segundo a companhia houve, em média, redução de 5% no consumo de combustível com relação ao modelo anterior.

As vendas começarão a partir de maio – a Agrishow é tratada pela companhia como avant-première do modelo. Os preços serão divulgados na noite de segunda-feira, 25.

Camex reduz imposto de importação de 60 autopeças

O Diário Oficial de sexta-feira, 22, trouxe a resolução Camex no. 35/2016, que alterou a relação de autopeças consideradas como não produzidas no Brasil e no Mercosul, incluindo a esta mais sessenta itens. Com esta iniciativa estes produtos, que possuíam alíquotas de Imposto de Importação variadas, de 20%, 18%, 16%, 14%, 10% e 8% para entrar no País, poderão agora ser importados com alíquota reduzida para 2% em todos os casos listados.

Segundo o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em nota, “a medida tem o objetivo de dar mais competitividade ao setor automotivo”. Ainda de acordo com o órgão do governo federal, “a revisão da lista foi promovida a partir de propostas de entidades representativas do setor privado”.

A Camex considera que a redução concedida no Imposto de Importação contempla em particular as autopeças relacionadas à eletrônica embarcada dos veículos, mas também há na relação itens ligados à melhoria da eficiência energética, principal exigência do Inovar-Auto, e ainda peças aplicadas em sistemas de segurança veicular.

A lista completa das autopeças incluídas na política tributária de ex-tarifários pode ser consultada por meio do link http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=22/04/2016&jornal=1&pagina=14&totalArquivos=256.

Megale: a previsibilidade como bandeira.

Antônio Megale, diretor de relações governamentais da Volkswagen do Brasil, 36 anos de carreira no setor automotivo brasileiro, assumiu na segunda-feira, 25, a presidência da Anfavea, para mandato que cumprirá até abril de 2019.

A última vez em que um executivo da Volkswagen esteve à frente da mais importante associação do setor automotivo nacional foi em 2004 – já se vão, portanto, 12 anos. Foi Ricardo Carvalho, que ocupou a presidência de 2001 a 2004, após a morte de Célio Batalha, da Ford, presidente apenas de abril a outubro daquele ano.

Em coletiva à imprensa realizada em São Paulo na tarde da segunda-feira, 25, Megale observou que em sua carreira já lidou com executivos alemães, franceses, estadunidenses e japoneses, e que isso deverá ajuda-lo nas negociações que terá que enfrentar daqui por diante. “É uma experiência que acredito será válida.”

Como bandeira de sua gestão o dirigente elegeu o que chama de previsibilidade – sem dúvida escolha bem menos tangível do que a adotada por seu antecessor, Luiz Moan, que defendeu chegar ao fim de seu mandato com as exportações respondendo por 20% da produção, o que, na época, representaria 1 milhão de unidades.

Moan, inclusive, abriu a coletiva desejando boa sorte ao novo dirigente. Em clima de aposentaria, indumentária sem gravata combinando com, em suas próprias palavras, calça rancheiro, fez breve discurso, acenando que “na história recente da Anfavea nunca uma transição ocorreu de forma tão tranquila”. Ao final, decretou simplesmente: “fui”.

Megale explicou que esta tal previsibilidade é fundamental à indústria: “precisamos de regras firmes e duradouras, de um horizonte claro à frente”. Estas servem para os diversos braços da indústria, argumentou: “Às vezes a montadora desenvolve um projeto e há uma mudança de legislação, por exemplo, de um determinado componente. Aí o projeto tem que retroceder, ser refeito, o que gera um impacto muito grande. O mesmo também vale para uma norma de impostos. Sem previsibilidade a forma de trabalho da indústria automotiva é muito prejudicada”.

Dentro desse ensejo ele já cobrou início de negociações com o governo para o que pode ser o Inovar-Auto 2, vez que o programa atual se encerra em 2017. “Um ano e meio para discutir uma legislação desta magnitude já é muito pouco tempo.”

Megale ainda assegurou que a Anfavea não tomará posição com relação à possibilidade de impeachment, por ser a associação “apolítica”. Mas defendeu uma rápida solução para a crise, em especial a de confiança, que, em sua visão, é a maior razão para a queda brusca nas vendas que o mercado vivencia desde o ano passado, posição que Moan também defendia.

HB20 e Onix duelam pela liderança de vendas em abril

O HB20 e o Onix estão duelando firmemente pela liderança de vendas no mercado brasileiro em abril. E até a terça-feira, 19, quem está à frente é o Hyundai, com 6,5 mil emplacamentos ante 6,3 mil do Chevrolet, de acordo com números da Fenabrave.

Mesmo que não consiga vencer o rival neste abril o desempenho do Hyundai em vendas é tão sólido e constante que alcançar a liderança ao menos durante um mês parece mera questão de tempo. Terceiro colocado no geral das vendas em 2014 e vice-campeão em 2015, o HB20 ganha terreno mês a mês – sempre de forma tímida, mas igualmente firme: ele não varia de posição de um período para o outro, diferente da maioria dos modelos do top-10, à exceção do próprio Onix.

No mês passado, março, o HB20 liderou a primeira quinzena e entregou a ponta ao Onix na segunda metade do mês. Agora, mantém a frente até perto do dia 20. Mesmo que o Chevrolet volte a ultrapassá-lo, o desempenho do modelo produzido em Piracicaba é tão inabalável que não será qualquer surpresa caso em período logo à frente, como maio ou junho, se sagre como campeão mensal.

Mas enquanto isso o Onix vai vencendo suas batalhas e trilha bom caminho para um possível bicampeonato, ainda que a partir de agora tenha que lutar com outras novidades, como o novo Gol e o Fiat Mobi.

Quem também tem muito a comemorar é a Toro, que registra desempenho de vendas invejável em abril no segmento de comerciais leves: é nada menos do que a segunda mais comercializada até o dia 19, com 2,5 mil licenciamentos, atrás apenas da Strada, com 3 mil. Além do impacto de tratar-se de novidade, o modelo se aproveita de uma pequena entressafra de rivais em renovação, como a Chevrolet S10 e a Ford Ranger.

De volta aos automóveis alcança muito bom volume no mês também o recém-renovado Gol, em terceiro, com 4,2 mil, seguido pelo sempre eficiente Toyota Corolla, 3,8 mil.

Na batalha particular dos SUVs compactos o Honda HR-V está já bem à frente do Renegade, com 3,6 mil para 2,5 mil. O Jeep pode argumentar que é vítima do sucesso da Toro, com quem divide a linha de montagem de Goiana, PE, na qual a picape está em processo de crescimento da produção.

O Mobi já registra seus primeiros 500 licenciamentos em abril – suas vendas começaram dia 16.