Metalúrgicos bloqueiam a via Anchieta

Metalúrgicos da Ford e da Mercedes-Benz estiveram mobilizados na quarta-feira, 1, na Via Anchieta para reivindicar a renovação da adesão das fabricantes ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego. Na Scania também trabalhadores protestaram em frente à fábrica, mas em ato separado.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, as montadoras já sinalizaram que não pretender realizar a renovação com a ameaça de novas demissões com o objetivo de se adequar ao atual cenário de queda nas vendas de veículos. “Não vamos aceitar o corte de mais 4 mil empregos que a Mercedes, Ford e Volks querem fazer nos próximos meses”, afirmou em nota o representante do sindicato.

O PPE permite às empresas reduzir a jornada e os salários dos funcionários em até 30%, metade da perda salarial é compensada pelo governo por meio dos recursos do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. O programa foi lançado em julho do ano passado e atraiu boa parte das montadoras instaladas no ABC.

Em comunicado, o sindicato relata que na Mercedes-Benz os trabalhadores realizaram um dia de paralisação em 4 de maio depois que o presidente da  montadora, Philipp Schiemer ter dito à imprensa que não renovaria o PPE. Já na Ford foi aprovada uma paralisação da produção no dia 9 de maio contra a demissão de mil trabalhadores que a empresa que fazer.

A adesão da Mercedes-Benz ao PPE inclui por volta de 7 mil trabalhadores e venceu na terça-feira, 31. A empresa já tinha cerca de 1 mil funcionários horistas em licença remunerada e ampliou o número para 1,8 mil por tempo indeterminado. A partir de 1º de junho também a Mercedes-Bez abriu para horistas e mensalistas um PDV, Programa de Demissão Voluntária, válido até julho com valor máximo de R$ 115 mil, a depender do tempo de casa, com direto a assistência média até o fim do ano.

Na Ford são em torno de 4 mil trabalhadores dentro do programa que vence dia 30 de julho.

Segundo o sindicalista, hoje, há 23 mil trabalhadores no PPE na região do ABC. “Essa perspectiva de demissões pode impactar fortemente em toda a categoria.”

E chega o esperado Cruze

Produto global da General Motors, presente em 75 países, o novo Chevrolet Cruze entusiasma a equipe da companhia encarregada de apresentá-lo ao mundo. No Brasil tudo começou na noite da segunda-feira, 30, em São Paulo. Barry Engle, responsável pelas operações na América do Sul, destacou a conectividade OnStar, Santiago Chamorro, presidente para o Brasil, enfatizou a força global do novo carro. E o vice-presidente Marcos Munhoz falou das características do produto: motor, transmissão, direção elétrica inteligente.

É um sedã bonitão, é certo, tão certo que será para poucos. A versão básica LT custará R$ 89 mil 990, a mediana LTZ R$ 96 mil 990 e a topo de linha LTZ Plus R$ 107 mil 450. Lote de 450 unidades já chegou da Argentina, onde são produzidas na fábrica de Alvear, Rosario, para a realização de tests-drives pela rede e concessionárias. Em julho o carro novo já estará disponível para compra.

“Com o Cruze queremos ser o primeiro, ou o segundo, do segmento”, garantiu Engle, que admite dura disputa com Honda Civic e Toyota Corolla. “Mas realmente acredito que temos em mãos um autêntico campeão de vendas. É um carrão.”

Para Chamorro o carrão “é simplesmente um produto superior: quem o dirigir perceberá imediatamente”.

E por que eles consideram o novo Cruze “o sedã mais surpreendente do segmento”?: por ser maior, mais leve e completo?, por ganhos de dirigibilidade, conforto, esportividade e desempenho?, por motor turbo Flex 1.4 de 153 cv com injeção direta e consumo considerado baixo?, por sistemas semi-autônomos de auxílio em manobras, em saídas involuntárias da faixa, alerta de colisão e de ponto cego?

A confiança da companhia está na soma dessas, e de outras, virtudes. O consumo é considerado similar ao de veículo dotado de motor 1.0, mas é um Ecotec com stop/start e injeção direta. A transmissão é automática, de seis velocidades.

De última geração o sistema multimídia MyLink 2 tem Android Auto e Apple CarPlay com tela de 8 polegadas, navegador embarcado. O computador de bordo permite, por exemplo, checar a pressão de cada um dos pneus.

O jeitão do carro é influenciado pelos Chevrolet Impala e Malibu, e considerado “a mais nova expressão global do DNA da marca”. O Cx, coeficiente de penetração aerodinâmica, não ultrapassa 0,30, e o novo Cruze ganhou 62 mm no comprimento, 9 mm na altura e 15 mm no entre-eixos.

Tem controle eletrônico de estabilidade e de tração, freios ABS com EBD e PBA. E assistente de partida em rampa, câmara de ré.

Diz a companhia que a versão LTZ tem pacote hi-tech “jamais oferecido no segmento, o que o leva a patamar de veículos premium importados”.

E a garantia é de três anos.

Axalta investe US$ 15 milhões na Argentina

A Axalta Coating Systems, um dos mais tradicionais fabricantes de tintas automotivas da América Latina, que já foi Renner DuPont, investe cerca de US$ 15 milhões para instalar sua primeira planta na Argentina. A nova fábrica, que deverá ser inaugurada em outubro, está localizada em Pilar, na Província de Buenos Aires, no Noroeste da Capital, estrategicamente próxima a boa parte das montadoras que atuam naquele País.

A Axalta vem atendendo seus clientes automotivos da região, tanto do Brasil como da Argentina, somente a partir de sua fábrica brasileira, localizada em Guarulhos, SP. Com esta nova fábrica a expectativa é intensificar seus negócios argentinos de forma mais acentuada já a partir do ano que vem.

Segundo Mateus R. Aquino, diretor de negócios OEM da companhia, a decisão de estabelecer esta nova fábrica deveu-se principalmente às solicitações que foram feitas pelas próprias montadoras argentinas e ao fato de a empresa entender que o mercado argentino é importante, está em processo de recuperação e tem bom potencial no futuro:

“Os clientes da Argentina querem que tenhamos uma planta local e nos pediram isto”.

Segundo ele a Axalta , mesmo atuando a partir do Brasil, já fornece para seis montadoras estabelecidas na Argentina: Fiat, Ford, General Motors, Honda, Toyota, e Volkswagen. A empresa fornece também para vários fabricantes de autopeças que produzem lá:

“A partir do início de operação da planta de Pilar nosso objetivo é pelo menos dobrar nossa participação no mercado local”.

Outro passo importante que foi dado pela Axalta neste primeiro semestre foi integrar o segmento de veículos comerciais ao grupo automotivo da companhia que, até então, era responsável somente pelo atendimento das montadoras de automóveis.

“Até o fim do ano passado este segmento da indústria, formado pelos fabricantes de caminhões e de carroçarias para ônibus, era atendido pelo grupo de negócios ligado à área industrial na Axalta”, contou Aquino. “Os interesses e necessidades de negociação e atendimento são, no entanto, bastante similares tanto em caminhões, como em ônibus e automóveis. E a lógica nos mostrou que seria muito mais interessante passarmos a atuar de maneira única.”

Segundo ele esta decisão já está funcionando como facilitador de novo negócios.

A Axata, hoje, tem muito boa participação no mercado de carroçarias de ônibus e, no segmento de caminhões, já fornece para Ford e Volvo. A ideia é que a partir desta nova forma de atendimento a empresa possa tentar se aproximar, também, das demais montadoras que fabricam este tipo de produto e que já são clientes da marca na área de caminhões.

MDIC oficializa exclusão da Jac Motors do Inovar-Auto

O MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, confirmou na edição do Diário Oficial de 31 de maio o cancelamento da habilitação da Jac Motors ao Inovar-Auto como investidora – http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=31/05/2016&jornal=1&pagina=56&totalArquivos=104.

É a primeira vez que esta iniciativa ocorre dentro do programa, criado em 2012. A habilitação deve ser renovada anualmente pelo próprio MDIC, algo que nunca se concretizou no caso da Jac Motors – concedida em 2013, deveria ter sido renovada pela primeira vez em 2014.

No texto do Diário Oficial, assinado pelo atual titular do MDIC, Marcos Pereira, que também é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o ministério afirma que a Jac Motors “até hoje não cumpriu o cronograma físico-financeiro de seu projeto de investimento”. Considera ainda que “mesmo após inúmeros contatos, tentativas, diligências e esforço por parte da Administração Pública, o descumprimento das condicionantes ao usufruto dos benefícios fiscais do Inovar-Auto se manteve” e que “em virtude do descumprimento de suas contrapartidas a empresária foi notificada a respeito da iminente adoção do cancelamento de sua habilitação, oportunidade em que lhe foi franqueado prazo de dez dias, em deferência ao contraditório e ampla defesa, para apresentação de elementos concretos que comprovassem a execução do projeto que lhe propiciou a habilitação”, mas que na oportunidade “a empresa não apresentou qualquer elemento novo ou concreto que apontasse para efetiva execução do projeto industrial”.

Em fevereiro a Agência AutoData publicou reportagem exclusiva em que representante do MDIC afirmava categoricamente que a habilitação da Jac Motors ao Inovar-Auto já estava cancelada e que o processo legal de cobrança dos benefícios fiscais devidos estava sendo conduzido. Naquela ocasião a empresa contestou esta informação, alegando que ainda negociava a renovação com o MDIC. Relembre em noticias/21920/mdic-diz-que-vai-cobrar-o-imposto-devido-pela-jac-motors.

Ao jornal O Globo o ministro Marcos Pereira afirmou que “é importante mostrar que o programa é sério. No estágio em que estamos, essa foi uma medida para dar equidade em relação aos outros”.

Em nota a Jac Motors afirmou que “essa decisão já era esperada, razão pela qual protocolamos o faseamento do projeto do nosso empreendimento em outubro de 2015 e estamos aguardando a posição do MDIC na avaliação. Quanto à multa, acionaremos nossa área jurídica antes de tomar qualquer posição”. A empresa considera ainda que “de nossa parte o projeto continua progredindo: a aquisição das primeiras máquinas de produção já foi efetuada, com chegada prevista e instalação na nova planta nos próximos meses, bem como a documentação que envolve o novo endereço da fábrica está assinada e devidamente legalizada. O projeto do modelo que será produzido, Jac T5, também está igualmente pronto. A inauguração da planta está prevista para o 1º. trimestre de 2017. As operações comerciais da Jac Motors continuam normalmente, sem qualquer alteração, baseadas na cota livre de importação, conforme prevê o próprio Inovar-Auto, e que supre nossa atual demanda de mercado. Reiteramos nosso compromisso de seriedade e parceria com o mercado brasileiro”.

A conta – Na parte prática, segundo o regulamento do Inovar-Auto, a Jac Motors terá de devolver aos cofres públicos a diferença que não recolheu do IPI majorado em 35 pontos porcentuais de cada veículo que importou na condição de investidora pelo período da habilitação, de janeiro de 2013 a maio de 2014. O valor devido ainda será acrescido de multa de 10%.

A empresa pôde, na oportunidade, importar até 20 mil unidades dos modelos J2, J3 e J3 Turin – que compartilham a plataforma do modelo que seria produzido em Camaçari, na Bahia –, mas não há revelação do número exato de veículos que entraram no País dentro desta cota.

O cálculo é confuso pois a Jac Motors possui outra habilitação, esta como importadora, em nome da SNS Automóveis, de até 4,8 mil unidades ao ano, que em tese seria válida para os modelos não previstos na habilitação de investidora, como J5 e J6 – mas impedia a empresa de também trazer os J2 e J3 por esta via. Esta habilitação ainda se mantém, sem alterações. Para ambas o benefício é exatamente o mesmo: isenção dos 35 pontos adicionais de IPI.

Para determinar exatamente o valor que a Jac Motors deve, portanto, será necessário estabelecer quantos veículos entraram no País pela cota de investidora e quantos pela de importadora naquele período. A cobrança será feita pela Receita Federal.

Um levantamento da Agência AutoData com base em dados da Abeifa mostra que na soma de 2013 e 2014 a Jac Motors vendeu no País 19,5 mil unidades dos modelos J2, J3 e J3 Turin, ou praticamente a cota toda da habilitação como investidora.

Entretanto outros modelos, no mesmo período de dois anos, somaram apenas 3 mil unidades vendidas, sendo que a Jac Motors poderia ter importado, nas cotas de importadora, 9,6 mil veículos – ou 4,8 mil a cada ano.

Ao todo, portanto, foram emplacadas pela Jac, na soma de 2013 e 2014, 22,5 mil unidades. Neste mesmo período a cota total a que a montadora teve direito foi de 29,6 mil unidades, sendo 9,6 mil como importadora e 20 mil como investidora.

 Apenas supondo que todos estes veículos tenham entrado no País antes de maio de 2014, quando venceu a habilitação como investidora, e que a Jac consiga mostrar que também trouxe modelos J2, J3 e J3 Turin dentro da cota de importadora e não de investidora, restaria portanto um saldo de no mínimo 12,9 mil unidades a pagar o IPI adicional não recolhido.

Esse cálculo, apenas teórico, também não considera que algum veículo importado até maio de 2014 tenha sido licenciado apenas em 2015.

Histórico – A Jac Motors anunciou em agosto de 2011 a construção de uma fábrica no País com capacidade para 100 mil unidades/ano e investimento de R$ 900 milhões. De lá para cá foram nada menos do que treze mudanças significativas no projeto, que atualmente prevê produção de até 20 mil unidades/ano do utilitário T5, com investimento de R$ 200 milhões e sem a participação do sócio chinês, a partir do início do ano que vem.

Relembre toda a saga envolvendo a unidade da Jac Motors aqui: noticias/21860/habib-muda-os-planos-para-fabrica-da-jac-motors-pela-decima-terceira-vez.

 

 

Porsche: as cotas serão insuficientes.

Na contramão do setor automotivo, onde o comum é encontrar executivos debruçados sobre planilhas em busca de algo que amenize as consequências da queda do mercado em seus balanços, a Porsche faz contas para reduzir outro efeito sobre a sua operação: como minimizar o impacto da taxação de trinta pontos porcentuais no IPI sobre os modelos importados acima da cota estabelecida à importadora no País, de 867 carros.

De janeiro a abril foram vendidos 246 veículos da marca, volume 14,4% superior ao do primeiro quadrimestre do ano passado. Em uma conta simples, multiplicando o resultado dos quatro meses primeiros meses do ano por três, o resultado final se assemelharia ao do ano passado, quando foram vendidos 732 veículos – dez a menos do que em 2014. Mas o diretor presidente Mathias Brück admite que a marca fechará o ano com resultado ainda superior.

“Não revelamos as projeções”, disse o executivo, em encontro com jornalistas na manhã de terça-feira, 31, em São Paulo. “Mas teremos que importar fora da cota do Inovar-Auto. No ano que vem também e em 2018, quando a economia se recuperar, certamente a cota será insuficiente”.

Colaboram para a expectativa de Brück tanto a chegada de novos modelos, como o 911 Carrera S, novo esportivo de entrada da marca – o consumidor pode leva-lo para a sua garagem por módicos R$ 500 mil – como a abertura de novos pontos de vendas: até o fim do ano Campinas, SP, e Florianópolis, SC, receberão uma concessionária Porsche.

Outras novidades no portfólio da marca serão apresentadas ao público no Salão do Automóvel de São Paulo, que ocorre em novembro. Dessa vez o estande da Porsche terá uma novidade: será totalmente aberto e acessível aos visitantes. As muretas e proteções colocadas na última edição ficarão de fora este ano.

“O visitante pode nem ter dinheiro para comprar um Porsche, mas poderá tocar o carro, sentar ao volante e curtir bem de perto o modelo. Isso faz parte da nossa estratégia no Brasil: ficar mais acessível ao fã da marca”.

Prestes a completar um ano de operação própria no Brasil – antes a Porsche era representada pela Stuttgart Sportcar, que agora possui apenas 25% da subsidiária local –, a companhia colocou, agora, essa como sua principal meta: a aproximação com os brasileiros. “Queremos ficar mais perto dos clientes, concessionários e imprensa”.

Jaguar Land Rover: Itatiaia começa só com montagem final.

A fábrica brasileira que a Jaguar Land Rover inaugura em 14 de junho em Itatiaia, no Rio de Janeiro, iniciará suas operações apenas com o processo de montagem final. A informação foi revelada à Agência AutoData por Frank Wittemann, presidente da fabricante para América Latina e Caribe, na terça-feira, 31, durante o lançamento do Jaguar F-Pace.

Segundo o executivo o processo de montagem da unidade brasileira será “bastante complexo”, ainda que ele não tenha concedido maiores pormenores quanto às especificidades da operação, que devem ser revelados somente por ocasião da inauguração oficial.

O fato é que a princípio Itatiaia receberá carrocerias prontas do Land Rover Range Rover Evoque e do Land Rover Discovery Sports, já armadas, soldadas e pintadas, da Inglaterra, em sua primeira fase de operação. As outras etapas produtivas locais ficarão para uma segunda etapa, segundo Wittemann.

Assim a JLR segue exatamente os mesmos passos da BMW em Araquari, SC, e Mercedes-Benz em Iracemápolis, SP, que também iniciaram atividades basicamente apenas com a montagem final. Pelas regras do Inovar-Auto as montadoras de luxo – com menor volume mas maior valor de investimento por unidade produzida – têm um ano a mais para cumprir as regras de etapas produtivas obrigatórias.

O executivo também revelou que há, sim, possibilidade de exportar os modelos fabricados em Itatiaia, ainda que esta iniciativa esteja por enquanto somente em estudos. “O Mercosul seria nossa área de atuação mais natural, mas nada nos impede de pensar também em outros mercados.” A fábrica brasileira – única 100% JLR fora do Reino Unido, já que as unidades de China e Índia são joint-ventures com outras montadoras – têm a seu favor o fato de que as demais plantas da empresa no mundo operam muito próximas do limite da capacidade.

Wittemann ainda afirmou que não pretende utilizar a unidade de pintura da Chery em Jacareí, SP, o que evitaria a construção de uma cabine de pintura própria em Itatiaia – uma das instalações mais custosas para uma fábrica de veículos: “não consideramos essa hipótese”. A Agência AutoData revelou em fevereiro, com exclusividade, negociação das duas empresas para este processo.

F-Pace – A Jaguar apresentou no Brasil seu primeiro SUV, o F-Pace, de porte médio, na terça-feira, 31, em São Paulo. O modelo será vendido aqui a partir de setembro, com pré-venda desde junho, e possui porte assemelhado ao Porsche Macan e BMW X4.

São três versões: a de entrada, Prestige, com motor 2.0 diesel de 180 cv, a R$ 309 mil, Intermediária, R-Sport, motor V6 gasolina com 340 cv, R$ 360,5 mil, e a topo, S, também V6 gasolina mas de 380 cv, a R$ 406 mil.

Haverá ainda oferta de 19 unidades da série limitada First Edition a R$ 416 mil.

Todas as versões trazem câmbio automático de 8 velocidades e tração integral. O mix de venda esperado é de 50% a 60% para o diesel e o restante dividido pelas duas opções a gasolina.

A fabricante não revelou projeções de comercialização, mas entende que a oferta do F-Pace dobrará seus números de venda por aqui, repetindo o comentário feito por ocasião do lançamento do sedã XE, em agosto de 2015. No ano passado a Jaguar vendeu 513 unidades no Brasil perante 381 em 2014. No primeiro quadrimestre deste ano foram 223 ante 130 no mesmo período de 2015.

Trabalhadores e Ford do ABC chegam a um acordo e evita demissões

Assembleia realizada na manhã da terça-feira, 28, funcionários da Ford da unidade de São Bernardo do Campo aprovaram acordo que evita a demissões por volta de 850 trabalhadores, além de estabilidade no emprega até 2018.

Segundo comunicado emitido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a proposta está baseada na renovação do PPE por mais três meses para os horistas da produção, sinergias dentre os trabalhadores da montagem de caminhões e carros, abertura de PDV e, ao final, estabilidade no emprego até 2018.

“Com este acordo conseguimos tirar o fantasma das demissões sumárias que pairava sobre a fábrica desde que a direção nos informou que não pretendia renovar o PPE”, observou em nota Rafael Marques, presidente do Sindicato e trabalhador na Ford. “Ele vai dar conta de gerir o excedente nesse cenário de crise econômica que tem impactado profundamente o setor automotivo, preservando os empregos e abrindo espaço para a discussão do futuro da planta.”

Durante o período de renovação do PPE, de julho a setembro, os trabalhadores passarão por treinamento para que possam cumprir expediente nas duas montagens finais, de carros e caminhões. A partir de outubro, com o encerramento do PPE, um novo sistema de trabalho será introduzido na fábrica com a produção voltando a operar de segunda a sexta-feira.

Em nota a Ford informa que em outubro, quando será implementada a fusão da mão de obra das fábricas, os trabalhadores deste grupo cumprirão jornadas em dias alternados, mas “com essa medida, haverá um excedente de aproximadamente 450 trabalhadores”.

Segundo o mesmo comunicado da montadora, no entanto, um novo lay off para esse grupo de metalúrgicos começa em julho, como também abertura de um PDV tanto para os administrativos quanto para os trabalhadores.

A estimativa de adesão é de trezentos trabalhadores da produção e outros cem do setor administrativo. A Ford informa também que não renovará o PPE para os trabalhadores administrativos, que se encerra na quinta-feira, 30.

Onix ultrapassa HB20 e será novamente líder

Líder durante a primeira quinzena de abril, ainda não será desta vez que o Hyundai HB20 terminará o mês na primeira colocação do ranking de automóveis e comerciais leves mais vendidos. Segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData o Chevrolet Onix superou o principal concorrente e, com 9,5 mil licenciamentos até a sexta-feira, 24, praticamente selou a liderança do mês – o HB20 registrou no mesmo período 8,2 mil emplacamentos.

Nos cinco primeiros meses do ano, portanto, o modelo da Chevrolet – que dentro de alguns meses passará por facelift – liderou o mercado nacional. Naturalmente é o mais vendido também no acumulado: 55,5 mil unidades, ante 45,3 mil HB20 comercializados.

Completa o pódio de abril o Volkswagen Gol, com 6,3 mil emplacamentos. O modelo tem apresentado bom desempenho desde a sua reformulação visual, apresentada em fevereiro, embora ainda insuficiente para alcançar Ford Ka e Fiat Palio no acumulado do ano. Mas superou, por 70 unidades, o Toyota Corolla.

Lançamentos recentes começam a registrar desempenhos destacados. A picape Toro, da Fiat, por exemplo, fechará mais uma vez o mês como o terceiro comercial leve mais vendido no mercado nacional, atrás apenas da sua irmã menor Strada e da Volkswagen Saveiro, que também passou por recente facelift. Em abril somou 3 mil licenciamentos, embora bem abaixo do volume de março, quando ficou próxima das 4 mil unidades comercializadas.

Porém outro modelo Fiat, o Mobi, registrou apenas 2 mil emplacamentos e sequer figura na lista dos dez mais vendidos do mês – menos da metade do volume mensal esperado da marca para o modelo em seu primeiro mês cheio de vendas.

Inadimplência recua e fecha abril em 4,5%

Após o forte avanço de fevereiro para março o índice de atraso nos pagamentos dos financiamentos de veículos por pessoas físicas recuou 0,3 ponto porcentual em abril, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil. Os 4,5% de inadimplência, entretanto, representam o segundo maior patamar para o ano, naturalmente inferior apenas ao mês imediatamente anterior.

Comparado com abril do ano passado o índice subiu 0,6 ponto porcentual, de 3,9% para os atuais 4,5%. Com relação ao fim do ano passado, a inadimplência avançou 0,4 ponto porcentual.

Os 4,8% medidos em março representaram o maior nível de inadimplência desde agosto de 2014, quando alcançou o mesmo patamar. Mas a trajetória apresentada na ocasião era oposta, uma vez que o índice vinha em queda após chegar a quase 6% em 2013.

Considerado todo o sistema financeiro, a taxa de inadimplência alcançou 3,7% em abril, 0,2 p.p. superior à de março e 0,7 p.p. acima da registrada no mesmo mês do ano passado. Na carteira de pessoas físicas o índice ficou estável em 4,3%, enquanto para pessoa jurídica chegou a 3,1%, acrescentando 0,2 p.p. ao registrado em março.

John Deere troca importação de tratores de esteira por produção nacional

A John Deere anunciou investimento de R$ 80 milhões para produzir no Brasil tratores de esteira, máquina de construção que já comercializa por aqui, mas importada.

Serão três os modelos nacionalizados: 700J, 750J e 850J. A produção está prevista para começar em 2018 na unidade de Indaiatuba, que deverá ser ampliada em três mil m².

A nacionalização, segundo a empresa, deverá gerar pelo menos cinquenta empregos diretos e duzentos indiretos. Está prevista ainda a exportação das máquinas para países da América do Sul.

A unidade de Indaiatuba foi inaugurada há dois anos e contempla duas fábricas de máquinas de construção, em um investimento de US$ 180 milhões realizado em parceria com a Hitachi Construction Machinery – dos quais US$ 124 milhões de responsabilidade da John Deere.

Em comunicado Roberto Marques, diretor de Vendas da divisão de Construção e Florestal, considerou: “Nossa estratégia traçada em longo prazo independe de oscilações temporárias do mercado, o que nos permite oferecer alternativas eficientes de produtos e serviços aos clientes. Estamos seguros que estamos contribuindo para o fortalecimento dos segmentos de infraestrutura no Brasil”.

Para Marques, ainda na nota, a decisão da nacionalização foi tomada “para garantir o acesso dos clientes a um portfólio completo e de alta qualidade”. Ele acrescenta que “isto proporciona maior agilidade para as demandas do mercado local, tanto nos setores de infraestrutura, construção e mineração, como também no agrícola. Por conhecermos as necessidades dos clientes poderemos moldar melhor nossos produtos, com agilidade na entrega e possibilidade de acessar crédito na aquisição” – as linhas do BNDES Finame, por exemplo, só estão disponíveis para produtos nacionais.

Atualmente são produzidos no Brasil oito modelos de pás-carregadeiras, cinco escavadeiras John Deere e quatro da Hitachi e uma retroescavadeira. São importados três modelos de pás-carregadeiras, um de escavadeira e três modelos de motoniveladoras montados em regime de SKD, o Semi Knock-Down.