GM consolida liderança com 16,9% de participação

No ranking das dez marcas mais vendidas no País em junho a única alteração aconteceu na parte de baixo da tabela, com a Nissan invertendo a posição com a Jeep e subindo da décima para a nona colocação. A General Motors manteve a liderança no mês com a venda de 28,1 mil automóveis e comerciais leves, consolidando o posto também no acumulado do semestre, com um total de 157,5 mil emplacamentos. Sua participação atingiu 16,9% em junho e está em 16,5% no ano.

A Fiat, que por quatorze anos consecutivos esteve no topo do ranking, aparece em segundo lugar tanto no mês, com 25,5 mil unidades comercializadas, como no acumulado do ano – 143,7 mil veículos e market share de 15,1%. A Volkswagen, no terceiro lugar, vendeu 20,9 mil veículos no mês passado e 126,7 mil no ano, uma participação de 13,3% de acordo com dados divulgados pela Fenabrave na segunda-feira, 4.

Assim como a Fiat perdeu a primeira posição também a Ford caminha este ano para sair da lista das quatro mais vendidas no mercado brasileiro, posição mantida desde os anos 90, quando as newcomers chegaram ao País, até 2015. A Hyundai, com fatia de 10% do mercado nacional de automóveis e comerciais leves, consolidou sua posição de quarta colocada, emplacando 16,7 mil unidades em junho e 95,9 mil no ano.

Também a Toyota ficou à frente da Ford em junho e no semestre, com vendas de, respectivamente, 15,5 mil e 85,4 mil unidades, com participação no acumulado de quase 9%. Na sexta posição, a Ford vendeu 14 mil unidades no mês e 80,7 mil no ano, penetração na faixa de 8,5%. Em seguida aparecem Renault e Honda, com participações de, respectivamente, 8,2% e 6%.

Na nova posição em junho aparece a Nissan, com 2,5% do mercado de automóveis e comerciais leves, e fechando o ranking das dez maiores do mês a Jeep, com fatia de 2,45%. No acumulado do ano a Jeep aparece em nono e a Nissan em décimo, com participações bem próximas, de 2,7% e 2,6%, respectivamente.

Vaivém – Das três primeiras colocadas do ranking apenas a General Motors, que havia encerrado 2015 com 15,6% do mercado, registra aumento de participação este ano, de 0.9 ponto porcentual. A Fiat perdeu 2,6 pontos e a Volkswagen 1,2 ponto. Também a Ford teve market share reduzido, de 10,4% para 8,4%, enquanto Hyundai e Toyota ganharam, respectivamente, 1,7 ponto porcentual e 2,2 pontos. A Renault está mantendo sua participação em 7,3% e a Honda teve pequeno acréscimo de market share, saltando de 6,1% para 6,6%.

O mercado total de automóveis e comerciais leves encerrou o semestre com queda de 25% em relação ao mesmo período de 2015, num total de 951,2 mi emplacamentos este ano. Em junho com relação a maio as vendas cresceram 2,6%, atingindo 166,4 mil unidades no mês.

A Fenabrave admite que o melhor desempenho do mês passado sinaliza um processo de retomada do mercado neste segundo semestre, mas nada a ponto de recuperar o desempenho negativo até junho. A entidade mantém previsão para o ano de queda de 20% nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves.

Nem nova linha afeta vendas do Onix

A linha 2017 do Onix chega este mês às concessionárias Chevrolet com alterações estéticas, de conteúdo e até mesmo versões. Mas nem mesmo essas mudanças, há muito noticiadas pela imprensa especializada, tirou fôlego de vendas do hatch, aponta levantamento da Fenabrave. Carro mais vendido no Brasil e no ano passado, o modelo fechou junho mais uma vez na ponta dos licenciamentos, com exatas 11.566 unidades negociadas, à frente do Hyundai HB20, com 9.533 unidades.

Com esse desempenho mensal o modelo da Chevrolet já estabeleceu confortável diferença para o HB 20 também ao longo do primeiro semestre – 68.535 veículos contra 55.922 unidades do Hyundai – e caminha célere para encerrar o ano novamente como o líder de vendas no País. Com as novidades da linha 2017, como uma inédita versão aventureira, não deve ter dificuldade para barrar o avanço do HB20, que recentemente ganhou motor 1.0 turbo e que ano passado ficou na terceira colocação.

Surpresa no ranking mensal foi a ascensão do Sandero ao terceiro lugar. O hatch da Renault somou 6 mil unidades negociadas, apenas poucas dezenas a mais do que as 5.943 do Volkswagen Gol, que, aos poucos, com o recente face-lift, parece recuperar parte do prestígio que perdeu junto aos consumidores ao longo dos últimos anos.

Outra exígua vantagem foi a do próprio Gol com relação ao quinto carro mais vendido, o Ford Ka, que registrou 5.811 licenciamentos. Margens mínimas prevaleceram também do Ka para o sexto colocado, o Chevrolet Prisma – sedã que vem repetindo a batida do irmão Onix e que está na sétima posição no semestre –, e deste para o sétimo, o Corolla.

O sedã da Toyota, de fato, tem participação assombrosa, afinal sua versão de entrada está na faixa acima dos R$ 70 mil. Ainda assim encerrou o semestre com 31.391 unidades vendidas, na sexta posição e apenas setenta unidades a menos do que o Fiat Palio, modelo bem mais barato, assim como todos os quatro primeiros.

A Fiat, que liderou o mercado brasileiro nos últimos quatorze anos e encerrou o semestre na segunda posição entre as marcas mais vendidas atrás da Chevrolet, teve a picape Strada como seu carro mais vendido em junho. Foram negociados 5.276 unidades do utilitário, que por pouco não caiu para o nono posto, já que o Honda HR-V somou apenas cinquenta unidades a menos.

A lista dos veículos mais vendidos no Brasil em junho tem outro Fiat na décima posição: exatamente o Palio, mas bem mais distante, com somente 4.335 veículos negociados. O hatch foi o carro mais vendido no Brasil em 2014 e já sente o peso dos anos e de uma renovação profunda, a exemplo de outros produtos nacionais da Fiat.

Das duas mais recentes novidades da montadora italiana, somente a picape Toro, lançada em fevereiro, tem surpreendido positivamente. Em junho registrou 4.040 licenciamentos e obteve a 11ª colocação – foram 15,7 mil no ano. O compacto Mobi, ao contrário, segue patinando: vendeu 2.822 unidades no mês, muito aquém da média mensal prevista pela montadora de cerca de 6 mil a 7 mil unidades.

Alta de 5,1% nas exportações de autopeças

Em contraste com a queda de 7,8% nos negócios com as montadoras, a indústria de autopeças projeta ampliar em 5,1% as exportações este ano e manter estáveis as vendas para o mercado de reposição. De acordo com levantamento divulgado na quinta-feira, 7, pelo Sindipeças, as exportações devem crescer 5,1%, de US$ 7,56 bilhões para US$ 7,95 bilhões, enquanto as importações cairão de US13,15 bilhões para US$ 11,97 bilhões, com redução de 28% no saldo negativo da balança comercial – US$ 4 bilhões em 2016, ante os US$ 5,6 bilhões de 2015.

Pelos dados do Sindipeças, o setor encerrará este ano com faturamento de R$ 63 bilhões, valor 4,5% inferior ao do ano passado (R$ 66 bilhões). A participação das montadoras na receita total cairá de 58% para 56%, enquanto a das exportações subirá de 17,1% para 19,1% e a do aftermarket de 21% para 22%. Os negócios intrassetoriais terão participação reduzida de 3,9% para 2,9% no comparativo anual.

Considerando as participações previstas, os negócios no mercado de reposição deverão manter-se estáveis em R$ 13,8 bilhões. Já as vendas para as montadoras serão reduzidas de R$ 38,3 bilhões em 2015 para R$ 35,3 bilhões este ano. As exportações, dessa forma, serão decisivas para o setor registrar queda no faturamento total bem inferior à do mercado automotivo, estimada em 19% pela Anfavea.

Futuro – o antecipar parte desses números no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2016, realizado em junho em São Paulo, o presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, revelou para a entidade projeta para este ano queda de 13% na produção de veículos, acima, portanto, dos 5,5% estimados pela Anfavea. Mas disse acreditar que a partir da virada do ano o setor poderá iniciar um processo de recuperação.

“Achamos que em 2017 os dados macroeconômicos serão mais positivos, com o fim da alta do desemprego, inflação mais baixa e consequentemente juros menores. Se não houver grandes erros poderemos ter retomada já a partir da virada do ano.”

A entidade acredita, assim, em pequena recuperação em 2017, com alta de 2,7% no faturamento nominal da indústria de autopeças, que subiria para R$ 64,7 bilhões. As exportações devem continuar crescendo no ano que vem, atingindo US$ 8,42 bilhões, e as importações tendem a cair mais um pouco, beirando os US$ 11,6 bilhões.

Com relação aos investimentos, as projeções do Sindipeças indicam que as 460 empresas associadas devem investir US$ 414 milhões este ano, valor 25,1% inferior ao de 2015. Para 2017 o aporte programado é similar ao deste ano, na faixa de US$ 411 milhões. No que diz respeito à mão-de-obra a projeção é de o setor encerrar o ano com 164 mil empregados, nível 4,4% inferior ao apresentado no final de 2015. A queda do número de empregos, segundo o Sindipeças, só não é maior pela utilização de instrumentos como banco de horas, férias coletivas, redução de jornada e salário e o PPE, Programa de Proteção ao Emprego.

BMW investe R$ 2 milhões no pós-venda

A BMW Group Brasil investirá R$ 2 milhões até 2018 no aprimoramento da qualidade do atendimento de pós-vendas em sua rede de concessionárias. O primeiro grupo de sete revendas BMW e Mini que vai operar com os novos formatos Via Rápido e Recepção do Veículo recebeu certificações na quarta-feira, 6, em cerimônia realizada na concessionária Autokraft, no Rio de Janeiro.

O BMW Group Via Rápida é voltado para a realização de serviços rápidos de manutenção para veículos das duas marcas, feitos em até 1 hora ou 1 hora e meia incluindo lavagem, e abrange, dentre outros, serviços como substituição de óleo de motor, fluidos e filtros. O BMW Group Recepção no Veículo tem como compromisso primordial oferecer atendimento premium de pós-vendas capaz de oferecer consultoria personalizada aos clientes BMW e Mini, em um ambiente exclusivo, especialmente concebido para esta finalidade.

Além do investimento de R$ 2 milhões a ser aplicado pela montadora, cada concessionária fará aporte de R$ 500 mil para instalar os dois novos formatos em sua loja. O grupo estima que até o início de 2018 todos os cinquenta concessionários BMW e os 28 Mini estarão com os dois formatos de atendimento já em operação. As concessionárias já certificadas oferecem aos clientes, durante o tempo de espera, acesso à loja de acessórios e produtos lifestyle, serviço especializado de café e a possibilidade de realizar um test-drive.

De acordo com a BMW, o formato Via Rápida oferece vantagens como maior flexibilidade nos agendamentos de manutenção e a garantia de utilização de peças e óleos originais BMW e Mini.

No caso do Recepção no Veículo, um consultor de serviços fará um check-up do carro junto ao cliente, explicando os reparos necessários e deixando por conta do proprietário do veículo a decisão sobre o período em que eles serão realizados.

“O BMW Group Via Rápida e o BMW Group Recepção no Veículo foram desenvolvidos seguindo o padrão global de qualidade da nossa empresa. Esses novos formatos de atendimento premium no ponto de venda têm como objetivo trazer mais conveniência, comodidade, exclusividade e transparência para nossos clientes”, destacou o presidente e CEO do BMW Group Brasil, Helder Boavida.

Além da própria Autokraft, as concessionárias Autostar, de São Paulo, SP, e Eurobike, de Brasília, DF, foram certificadas para oferecer os dois atendimentos. Já as concessionárias autorizadas Caltabiano, de São Paulo, SP, e Saga, de Goiânia, GO, estão aptas a prestar assistência pelo Via Rápida. A Euro Import, de Joinville, SC, e a Sael, de João Pessoa, PB, por sua vez, foram certificadas para o formato Recepção no Veículo.

De acordo com Antonino Gomes de Sá, diretor de pós-vendas do BMW Group Brasil, o objetivo de todo este investimento é consolidar a empresa como referência em serviços de pós-vendas em seu segmento de atuação. “Queremos elevar a experiência premium dos nossos clientes a um novo patamar de excelência. “

Para obter a certificação, as concessionárias passaram por avaliações em diversos quesitos. Dentre eles, gestão de processos, infraestrutura, materiais de suporte e desempenho operacional. Os colaboradores envolvidos no projeto foram selecionados criteriosamente e submetidos a 22 dias de treinamento de processos e também comportamental, com o apoio de consultores especializados, inclusive alguns enviados pela matriz do BMW Group, na Alemanha.

Motor TSI empurra vendas do up!

Já é bem perceptível para os mais observadores, notável sobretudo nas ruas das grandes cidades: o Volkswagen up! ganhou, literalmente, fôlego extra com a chegada do motor 1.0 TSI e, de tímida presença nos negócios das concessionárias da marca, passou a compor, em boa dose, o cardápio principal de ofertas.

No mercado há cerca de um ano as versões com motor flex 1.0 TSI já respondem, sozinhas, por algo em torno de 43% das vendas do hatch compacto no mercado interno: foram perto de 8,8 mil unidades dos quase 20,3 mil up! licenciados de janeiro a junho. E empurraram também a participação do compacto nas vendas de automóveis Volkswagen no semestre – de 102 mil unidades –, que superou os 20%, dois pontos porcentuais a mais do que alcançou no ano passado.

O motor 1.0 TSI Total Flex é o primeiro bicombustível com injeção direta e turbocompressor produzido aqui. Sai da linha de São Carlos, SP, unidade que desde 2012 já recebeu perto de R$ 900 milhões para, dentre outras melhorias, contar com uma nova área de usinagem de virabrequim, fabricar a família de motores EA211, da qual faz parte a 1.0 TSI, e aumentar a capacidade produtiva dos motores EA111.

Os motores seguem de São Carlos para a fábrica de Taubaté, também no Interior paulista, onde são fabricados todas as versões do up!, modelo que já superou 170 mil unidades fabricadas desde seu lançamento no início de 2014, quando foi apresentado como o mais importante produto da montadora desde o surgimento no Gol, no começo da década de 80.

Ainda assim, o compacto ainda não traduziu esse imaginado protagonismo nas vendas até hoje. Em 2014, seu primeiro ano nas revendas, somou 58,9 mil unidades negociadas, foi o quarto Volkswagen e o 14º automóvel mais vendido no mercado interno. No ano passado foi o terceiro Volkswagen mais vendido, com 53,5 mil licenciamentos, e o 12º automóvel.

As 20,3 mil unidades do primeiro semestre o colocam apenas como o 13º automóvel mais vendido do País e, novamente, como o terceiro produto da marca, bem atrás do veteraníssimo Gol com 32,5 mil unidades, reforçado por recente face-lift, e do Fox, que ultrapassou 26,5 mil licenciamentos.

A versão mais vendida do up! TSI hoje é a move, recorda Jorge Portugal, vice-presidente de vendas e marketing da montadora. Além dele são vendidos no mercado interno o move up! TSI, high up! TSI, black up! TSI, red up! TSI, white up! TSI e cross up! TSI – todas com a tampa do porta-malas pintada na cor preta.

Todas as versões do hatch, mesmo as aspiradas, são equipadas, de série, com ar-condicionado, direção elétrica, coluna de direção ajustável, sistema de som com CD-player, leitor de MP3, entradas USB e auxiliar e conexão Bluetooth, vidros dianteiros e travas elétricos e pneus verdes.

Financiamento – Sem contar com novidades mais recentes para impulsionar suas vendas, alguns modelos Volkswagen ou suas versões específicas têm recebido ajuda mesmo é de novos mecanismos de compra. Nesta quinta-feira, 7, o Volkswagen Financial Services anunciou condições especiais de financiamento, com taxa zero, até 31 de julho, para Fox 1.0, 1.6 e CrossFox – entrada de 60% e prazo de 12 meses -, Voyage – entrada de 60% e prazo de 18 meses –, Golf Variant – entrada de 60% e prazo de 18 meses –, Jetta – entrada de 60% e prazo de 18 meses – e Amarok Ultimate – entrada de 60% e prazo de 18 meses.

VW em Taubaté adia novamente férias coletivas

A Volkswagen adiou mais uma vez as férias coletivas na fábrica de Taubaté, SP, junto à Delegacia Regional do Trabalho. De acordo com comunicado do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a parada na produção começaria na segunda-feira, 4, mas ficou agendada para o dia 18 de julho. O documento foi entregue na sexta-feira, 1º de julho.

Segundo o sindicato o recesso tem sido postergado desde maio devido a falta de componentes, consequência direta da encrenca da montadora com Keiper, do Grupo Prevent. Na notificação, no entanto, a empresa alega ao Ministério do Trabalho a necessidade de adequação do processo da linha produtiva com o mercado.

A notificação se refere à concessão de férias coletivas a aproximadamente 3 mil 980 funcionários. A maior parte dos trabalhadores fica em casa a partir de 18 de julho e retoma as atividade em 8 de agosto. Um grupo de 780 empregados volta ao trabalho no dia 16 de agosto.

Alta de 2,56% das vendas de veículos em junho

As vendas de veículos em junho, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, totalizaram 171 mil 792 unidades, com crescimento de 2,56% em relação a maio. No comparativo com junho do ano passado, no entanto, verifica-se queda de 19,2% e no acumulado do semestre a retração é de 25,4%.

De acordo com dados divulgados na segunda-feira, 4, pela Fenabrave, foram emplacados 983,6 mil veículos nos primeiros seis meses do ano, ante total de 1,3 milhão registrado no mesmo período de 2015.

Diante dos números de junho o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., admite que começa a haver uma recuperação do mercado, mas destaca que ela ainda é pequena e sem grandes oscilações: “Já estamos notando uma melhora nos índices de confiança, tanto por parte de consumidores como de investidores, mas não imaginamos grandes mudanças nos dados do setor até que o cenário político se defina. Os números do setor apontam que retornamos uma década em resultados de vendas.”

O segmento que mais cresceu em junho com relação a maio foi o de comerciais leves, com 140,5 mil emplacamentos e expansão de 8,6%. Considerando automóveis e comerciais leves a alta no mesmo comparativo foi de 2,62%, com respectivamente 166,4 mil e 162,1 mil unidades comercializadas. Se comparado com junho de 2015 o resultado do mês passado aponta queda de 18,67%.

Também é negativo o desempenho do primeiro semestre. No acumulado do ano o licenciamento de automóveis e comerciais leves teve queda de 25,09%, com 951,2 mil unidades no primeiro semestre de 2016 contra 1 milhão 270 mil no mesmo período do ano passado.

Pesados – Na área de pesados, o segmento de caminhões também reagiu em junho comparativamente a maio. Foram vendidas 4 mil 188 unidades no mês passado, 3,15% a mais dos que as 4 mil 60 do mês anterior. No acumulado do semestre, no entanto, o segmento de caminhões caiu 31,99%, com 25,4 mil unidades comercializadas este ano contra as 37,4 mil dos primeiros seis meses de 2015.

Já o segmento de ônibus apresenta resultado negativo em todos os seus indicadores. As vendas de junho, num total de 1 mil 194 unidades, foram 6,7% inferiores às de maio [1 mil 280]. No acumulado do semestre a queda chega a 40,7% – 6 mil 964 ante ante 11 mil 747.

No aguardo de definições na área política a Fenabrave prefere, por enquanto, manter as últimas projeções feitas pela entidade, que indicam queda de 20% no segmento de automóveis e comerciais leves e de 23% nas vendas de caminhões.

“Essas projeções já consideram uma melhora no quadro geral da economia e do setor, pois, se os dados se mantivessem como no início do ano, os resultados seriam piores”, comenta Assumpção Jr. O problema, segundo ele, é que apesar de a economia dar sinais de recuperação, “o desemprego ainda ameaça a população, afetando, principalmente, os consumidores da base da pirâmide”.

Cita, como exemplo, o mercado de motocicletas que ao contrário do de automóveis e comerciais leves não reagiu em junho. Com a venda de 81 mil unidades no mês passado, o segmento de motos caiu 6,5% em relação ao mês anterior. E apresenta queda de 14,76% no semestre.

Brexit custará US$ 8,8 bilhões às montadoras

A saída do Reino Unido da União Europeia reduzirá as vendas de automóveis em todo o mundo em cerca de 2,8 milhões de unidades, de acordo com as mais recentes previsões da consultoria especializada IHS Automotive compiladas pela Bloomberg.

Especialistas têm reduzido as previsões para as vendas globais e, em especial, para o mercado do Reino Unido depois de se concretizar sua saída do bloco, dada a importância da indústria automotiva instalada na região.

Em termos econômicos a redução das vendas terá um impacto sobre o faturamento global de até 8 bilhões de euros ou US$ 8,8 bilhões a menos nos próximos dois anos, segundo empresa de consultoria baseada em Londres, Inglaterra, Evercore.

De acordo com cálculos da IHS, o volume de vendas de veículos no mundo chegará a 89,8 milhões de unidades em 2016, cerca de 200 mil unidades a menos do que o projetado anteriormente. O impacto, no entanto, será bem maior nos anos seguintes. Em 2017, os licenciamentos serão 1,25 milhões de unidades menores e, em 2018, 1,38 milhões de unidades não vendidas devido à decisão do Reino Unido.

“O Reino Unido carregará a maior parte do impacto”, observou o analista Ian Fletcher, da IHS Automotive. Cálculos preliminares estimam que mercado britânico deva crescer somente 1% este ano contra os 3,2% que esperavam os analistas de mercado. A Evercore, porém, projeta declínio acentuado, de 14%, em 2017.

Excluindo o mercado russo, a indústria de automóvel britânica é a quarta maior da Europa, atrás da Espanha. No ano passado, as fábricas do Reino Unido fabricaram 1,59 milhões de veículos, dos quais 80% foram exportados. De acordo com a associação que reúne os fabricantes locais, a SMTT em sua sigla em inglês, 60% das exportações, ao redor de 900 mil unidades, abasteceram países europeus.

Marcas como Nissan, Toyota, BMW, Ford, General Motors, Rolls Royce, Bentley, do Grupo Volkswagen e Jaguar Land Rover , da Tata Motors, produzem no território britânico modelos tão populares quanto o Nissan Qasqhai, o SUV mais vendido em todo o mundo.

Por outro lado, os licenciamentos no mercado britânico no ano passado alcançou 2,6 milhões de veículos. Cerca de 90% destes carros também são importados da Europa. A Espanha, por exemplo, exportou para o Reino Unido 363,5 mil veículos, de acordo com a Anfac, a associação espanhola dos fabricantes de veículos.

“Nossa indústria está profundamente integrada com a Europa. É a relação mais importante que temos”, destacou Mike Hawes, diretor geral da SMTT.

As montadoras se posicionaram, em sua maioria, pela permanência do Reino Unido na União Europeia. A Toyota chegou a enviar comunicado aos seus funcionários antes do referendo, argumentando os impactos para a empresa com o Brexit. A Tata Motors, dona da Jaguar Land Rover, perdas de 1,2 bilhões de euros com a decisão do referendo de 24 de junho.

O Reino Unido é o terceiro maior mercado para a Ford e, embora só tenha fábricas de componentes, advertiu que vai fazer “o que for preciso” para manter seu negócio rentável no Reino Unido.

Tecnologia diesel: esperanças e experiências.

O Brasil atravessa um momento econômico de difícil escolha de caminhos que possam garantir a saúde financeira, com a devida responsabilidade social e ambiental, das organizações que utilizam os motores do ciclo diesel. Entender os problemas atuais, compartilhar as experiências de suas soluções e, mais ainda, ter informações confiáveis que possam ajudar a ter um pouco mais de esperança no que vem pela frente, neste inquieto ambiente de transporte de pessoas e bens, produção agrícola e obras, deve ser a meta dos profissionais deste setor, sejam eles clientes finais ou idealizadores de motores diesel.

Gerar um ambiente de discussões que alcance, além das tradicionais aplicações de motores diesel em caminhões e ônibus, as aplicações dos setores de agricultura, construção civil, geração de energia e motores industriais é, sem dúvida alguma, abrir uma janela de esperança neste momento tão dificultoso.

E isto tudo, o presente e o futuro das tecnologias envolvidas nos motores diesel, serão discutidos com forte embasamento durante o 13º Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel, que será realizado no Teatro Positivo, em Curitiba, PR, em 23 e 24 de agosto.

Os cenários econômico, produtivo e de real utilização destes motores serão expostos, inclusive, por clientes que vivenciam no dia a dia a operação do diesel para proporcionar uma visão que objetiva não somente trazer à tona os problemas que emergem mas, também, as soluções encontradas. O futuro da motorização diesel será também analisado, considerando a experiência de nossos colegas europeus com motores que atendem legislações mais exigentes, dotados de tecnologias bem mais complexas do que as que estamos usando atualmente no Brasil e na América Latina.

Integrar-se nesta discussão e ajudar a desenhar um futuro mais sustentável e confiável para toda a sociedade é obrigação dos profissionais envolvidos nesta área do conhecimento e utilização tecnológica.

Gilberto Leal é físico, consultor e integrante da comissão organizadora do 13º Fórum SAE Brasil de Tecnologia de Motores Diesel

Luz no fim do túnel?

Ainda que na esfera da política o cenário permaneça um tanto quanto conturbado e indefinido no mundo da economia alguns parâmetros que começam a se definir parecem indicar que o pior, de fato, pode já ter ficado para trás. O Relatório da Inflação divulgado pelo Banco Central na terça-feira, 28, por exemplo, cravou projeção de 7% na inflação deste ano e, mais importante, de 4,7% em 2017, praticamente já dentro do centro da meta.

É bem verdade que, de um lado, o fato de estes índices serem ligeiramente superiores aos da edição trimestral passada deste relatório – que especificava respectivamente 6,9% e 4,5% – levou os analistas a adiar de agosto para outubro ou novembro o mês do provável início da redução da Selic. De outro lado, todavia, eles indicaram aparente convicção do Banco Central de que a inflação está sob controle e com viés de queda acentuada com relação aos dois dígitos registrados no ano passado, o que abre as portas para a real e concreta viabilidade do processo de redução da Selic se manter por bom tempo ao longo do ano que vem.

Trata-se, sem dúvida, de alento significativo para quem tem de planejar o futuro das empresas de um setor, como o automotivo, cujas vendas têm forte dependência da disponibilidade e do custo do crédito. Alento duplo, por sinal. Afinal, a própria redução da inflação, em si, já tende a abrir mais espaço dentro do orçamento doméstico para prestações resultantes da compra financiada de bens de consumo de forma geral.

Neste primeiro semestre, tomado em separado, a insegurança dos consumidores diante da manutenção futura do emprego também contribuiu de forma marcante para a dificuldade das vendas. E em particular a dos automóveis, um bem cujo valor implica financiamentos que, na média, flutuam de 24 a 36 meses.

Foi o resultado natural e prático das 3,4 milhões de demissões anotadas nos doze meses anteriores a maio, o dado mais divulgado pelo IBGE, e que elevaram o total de desempregados para 11,9 milhões de pessoas.

Neste mesmo maio, todavia, a taxa de desemprego, que vinha crescendo mês a mês de forma acentuada, permaneceu nos 11,2% que haviam sido registrados em abril. Não melhorou – o que provavelmente somente deverá acontecer mais para o fim do ano. Mas, ao menos, parou de piorar, o que já representa outro alento na medida em que pode contribuir para um começo de redução deste clima generalizado de insegurança.

Ao menos aparentemente, depois do susto nos primeiros meses do ano, as empresas e seus trabalhadores passam, agora, a encontrar formas de se acomodar à nova situação sem recorrer tanto a demissões em massa. Dentro do próprio setor automotivo Ford e Chery são bons e bem recentes exemplos deste tipo de ação.

Outro alento importante vem do mercado externo: de janeiro a maio as vendas domésticas de veículos na Argentina, ainda o principal mercado no exterior dos produtos fabricados no Brasil, somaram 283 mil unidades, nada menos que 28,9% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Na semana passada, além disso, Brasil e Argentina renovaram por mais quatro anos acordo automotivo que se encerraria em 30 de junho. E com regras definidas já para todo o período.

Há anos que este acordo vinha sendo renovado a conta gotas, sempre com validade máxima de doze meses, período demasiadamente curto para um setor cujos investimentos necessitam, em geral, de quatro a cinco anos para se efetivar.

Volta a se abrir, assim, a concreta possiblidade de uma volta ao inicio do Mercosul quando as montadoras e fabricantes de componentes repartiam a produção pelos dois países com foco específico nos ganhos de escala. Época em que raramente fabricavam o mesmo veículo nos dois países. Mais um bom parâmetro definido.

Aos poucos as empresas também parecem começar a reencontrar relativo equilíbrio dentro da nova e desagradável situação do mercado. Dados divulgados em meados de junho pelo Sindipeças indicam que, no primeiro quadrimestre, para uma queda 26,09% na produção, o faturamento líquido nominal consolidado registrou redução de 9,9%.

E em abril, em particular, em confronto com o mesmo mês do ano passado, para uma redução de 17,55% na produção a queda do faturamento ficou em módicos 3,32%.

Parece haver no ar, na verdade, uma certa mudança do clima de negócios em geral: pesquisa que acaba de ser divulgada pela FGV constatou, em junho, retomada disseminada da confiança por empresários dos vários setores da economia. Em particular no comércio e nos serviços. É bem verdade que antes de julgamento definitivo do impeachment da presidente afastada, em meados de agosto, qualquer projeção com relação ao futuro traz a bordo boa dose de risco de erro.

Parecem, porém, ser cada vez mais consistentes os indícios de que o brilho que começa a ser visto no fim do túnel é, agora, de fato, uma luz e não uma locomotiva vindo em sentido contrário, tal como aconteceu no início no ano.