Civic tem nova geração e muito mais ambição

O Civic Geração 10, com chamado pela montadora, chega ao Brasil. E já era passada a hora, pelo menos do ponto de vista de mercado. Afinal, o modelo, o primeiro e principal da montadora desde que começou a produzir aqui, em 1997, vinha perdendo espaço para seus principais e renovados concorrentes.

A Honda apresentou a nova geração na quarta-feira, 20, em São Paulo, em avant-première. As vendas, de fato, começam em 25 de agosto, mas a partir de 30 de julho o consumidor poderá fazer sua reserva ou mesmo fazer um test drive virtual nas revendas da fabricante. A montadora reservou 1,5 mil unidades para a pré-venda. A versão de entrada, EX, custa R$ 98,4 mil reais e a Touring, tpo de linha, sai por R$ 124,9 mil.

A fabricante afirma que o novo projeto procurou colocar o Civic em outro patamar, tanto que teve como parâmetros aspectos de modelos de marcas premium europeias desde a concepção da plataforma. O carro, sim, mudou muito!

Esteticamente, não guarda qualquer semelhança com a nona geração e, como as anteriores, também é fabricado no complexo industrial de Sumaré, SP. O sedã passou por transformação total, “a maior e mais extensa em toda sua história”, como define a própria montadora. É agora mais baixo e largo, de perfil bem mais esportivo.

Com a nova geração a Honda alterou até mesmo a estrutura de versões oferecida. Além das tradicionais EX e EXL, o modelo conta agora com a Touring, que a exemplo das duas primeiras tem câmbio CVT com opção de acionamento por meio de borboletas atrás do volante, e Sport, com transmissão automática. O motor 2.0 FlexOne, de 155 cv com etanol, equipa EX, EXL e Sport, e a Touring, a mais sofisticada, tem um 1.5 turbo gasolina de 173 cv, injeção direta e também câmbio CVT.

Dentre os muitos itens de série, todas as versões saem de fábrica com ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico com função brake-hold, piloto automático e câmera de ré. EXL e Touring têm ainda nova tela sensível ao toque que agrega as funções multimídia, navegação, dentre outras, compatível com as interfaces Apple CarPlay e Android.

Há ainda, para todas as versões, airbags frontais, laterais e de cortina, controle de tração e estabilidade, sistema de partida em aclive, ABS e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas.

A Honda não esconde que a missão da nova geração é colocar novamente o Civic na disputa pela liderança do segmento, inclusive roubando consumidores de modelos de faixas superiores de preço, e elevar a Honda no ranking das marcas mais vendidas do mercado interno – hoje na oitava posição, com 6,6% de participação, atrás da Renault, que fechou o semestre com 7,3%.

Abismo – Não será tarefa das mais fáceis, a julgar pelo desempenho do primeiro semestre. O modelo cedeu espaço – até demais – para o Toyota Corolla, seu principal concorrente, que, sozinho, responde por mais de 46% dos emplacamentos de sedãs médios, disputado ainda por outros dezenove veículos, segundo a Fenabrave.

De janeiro a junho, o Civic, o terceiro carro mais vendido da marca no Brasil, somou perto de 8,6 mil unidades emplacadas, 12,5% do segmento. Já o modelo da Toyota cravou 31,9 mil unidades. Quase quatro vezes mais.

Essa enorme diferença não pode ser atribuída nem mesmo à perspectiva da chegada da décima geração, que eventualmente poderia ter freado o fluxo de consumidores pela antiga geração. Já em 2015 o sedã da Toyota esbanjou invejável tranquilidade na liderança. Vendeu mais de 67 mil unidades contra 31,2 mil do Civic.

VW reserva mais recursos para custos da fraude

Em comunicado divulgado na quarta-feira, 20, no qual adianta alguns dos seus resultados financeiros no primeiro semestre, o Grupo Volkswagen diz que reservou mais € 2,2 bilhões para as despesas que terá em virtude do escândalo no controle de emissões de seus motores diesel.

Para arcar com os custos da fraude as provisões da montadora chegam agora a € 18 bilhões ou US$ 19,8 bilhões. Analistas, no entanto, acreditam que a conta pode ficar ainda maior.

Apesar do impacto econômico na questão do diesel, a companhia informa que apurou crescimento de 7% no lucro operacional no primeiro semestre para € 7,5 bilhões. Com a reserva dos € 2,2 bilhões anunciados agora, porém, o lucro cai para €5,3 bilhões, representando queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.

A companhia destaca que o resultado positivo foi influenciado pela melhoria dos mercados europeus, especialmente no segundo trimestre, a volta de encomendas de frotistas, além dos esforços em corte de custos e programa de eficiência.

O comunicado adianta que a empresa persegue meta de obter retorno operacional de 5% a 6% sobre as vendas em 2016. As condições econômicas difíceis – particularmente América do Sul e Rússia -, a volatilidade do câmbio e os desdobramentos da questão do diesel continuam sendo desafios. A empresa espera, assim, apurar queda de até 5% sobre faturamento das vendas em relação ao ano passado.

Truckvan desenvolve carro-forte

Diz a sabedoria popular para nunca colocar todos os ovos em uma única cesta, especialmente em tempos bicudos. Afinal, em um eventual acidente há outros balaios para dispor. A fabricante de implementos rodoviários Truckvan, de São Paulo, decidiu criar mais uma cesta no seu portfólio de negócios e produtos com a oferta de carro-forte para o transporte de valores ou cargas preciosas.

O primeiro veículo já foi produzido e, de acordo com Luiz Carlos Cunha Jr., gerente comercial da empresa, demandou pouco mais de R$ 1 milhão de investimento e em torno de um ano de desenvolvimento. “É um tipo de produto que exige uma série de autorizações e documentos, como também não existem demandas da noite para o dia.”

O gerente prefere não especular sobre o potencial de venda para o novo produto, mas que a empresa fica pronta para atender o segmento com um veículo diferenciado do restante da oferta do mercado.

“Desenvolvemos um veículo mais leve e compacto, com cabine avançada que oferece melhor ângulo de visão ao motorista. Também o compartimento traseiro, de carga no caso, tem capacidade para dois pallets, oferecendo maiores possibilidades de transporte, não só de dinheiro, mas também de cargas valiosas.”

Segundo Cunha Jr., o veículo foi desenvolvido com aços nobres, o que proporciona maior resistência balística, além de leveza. Também o revestimento externo é preso por fixadores de aço especial, possibilitando manutenção mais rápida e de menor custo. O carro-forte da Truckvan pode ser montado sobre chassi da Mercedes-Benz e da Volkswagen Caminhões e Ônibus

O gerente comercial adianta ainda que além do mercado doméstico, a empresa também pretende exportar o novo veículo para países da América Latina e África.

Eleitos os Melhores do Setor Automotivo do Prêmio AutoData 2016

O corpo de jornalistas de AutoData reuniu-se na terça-feira, 19, em São Paulo, para eleger as empresas e os executivos que, por seus méritos e realizações empresariais efetivadas ao longo dos últimos doze meses, foram merecedores do título de “Melhores do Setor Automotivo 2016” e, por isto, já classificados para participar do Prêmio AutoData deste ano.

O Prêmio AutoData é hoje o principal reconhecimento empresarial do setor automotivo brasileiro e chega, neste 2016, à sua décima sétima edição consecutiva. Neste ano foram eleitas pelos jornalistas de AutoData 45 empresas em doze categorias empresariais, além dos concorrentes em quatro categorias específicas de veículos, bem como a Personalidade do ano.

A partir de agora todas estas empresas, veículos e executivos concorrerão ao reconhecimento máximo do Prêmio AutoData 2016, que será escolhido em cada categoria por meio do voto direto dos leitores da Revista AutoData, da Agência AutoData de Notícias e dos participantes do Congresso Perspectivas 2017, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo. Os vencedores serão anunciados em evento que será realizado no fim de novembro, também na Capital paulista.

Os cases escolhidos para concorrer neste ano serão divulgados junto com a cédula de votação na edição de setembro da Revista AutoData e nos boletins diários da Agência AutoData de Notícias.

Os Melhores do Setor Automotivo AutoData 2016

Montadora de Automóveis e Comerciais Leves
General Motors | Hyundai | Mercedes-Benz | Toyota

Montadora de Veículos Comerciais
DAF | Iveco | MAN | Mercedes-Benz

Montadora de Máquinas Agrícolas e de Construção
AGCO | CNH Industrial | John Deere

Sistemista
Aethra | Eaton | Thyssenkrupp | ZF

Fornecedores de Peças, Partes e Componentes
Hella | Maxion Wheels | Sumitomo | TDM Friction

Produtor de Motores
Cummins | FPT | MWM Motores | Volkswagen

Encarroçador de Ônibus
Caio | Marcopolo | Mascarelo

Produtor de Implementos Rodoviários
Librelato | Noma | Randon | Truckvan

Qualidade e Parceria
Bosch | NGK | Pirelli | Schaeffler

Gestão
Audi | Caoa Hyundai | Ford Caminhões | PSA

Inovação Tecnológica
BorgWarner | Ford | Pirelli | Volvo

Exportador
Iveco | PST | Scania | Volkswagen

Veículo Automóvel
Audi A3 | Chevrolet Onix | Fiat Mobi | Volkswagen Golf Geração 7

Veículo Comercial Leve
Fiat Toro | Ford Ranger | Mercedes-Benz Vito | Renault Duster Oroch

Veículo Caminhão
Ford Cargo TorqShift | Mercedes-Benz Actros | Volkswagen Constellation 19.330 Titan | Volvo FH 6×4

Veículo Ônibus
Iveco GranClass 150S21 | Volare Cinco | Volksbus 8.160 OD Piso Baixo | Volvo B310R

Personalidade do Ano
Carlos Gomes | presidente da PSA;
Philipp Schiemer | presidente da Mercedes-Benz do Brasil;
William Lee | presidente da Hyundai Motor do Brasil;
Steve St. Angelo | CEO para América Latina e Caribe da Toyota

Mercado de duas rodas recua 27%

Se a vida dos fabricantes e revendedores de automóveis e veículos comerciais não tem andado nada fácil, os do setor de motocicletas podem dar as mãos e também reclamar da sorte. De janeiro a junho, segundo a Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, o chamado mercado de duas rodas chegou a apenas 469, 6 mil unidades, 26,8% a menos do que em igual período do ano passado, quando foram negociadas 641,7 mil motocicletas.

Diante desse resultado a entidade tratou de rever suas projeções para 2016. Depois de estimar, em janeiro, crescimento da produção da ordem de 2,5%, para quase 1,3 milhão de motocicletas, a entidade agora espera queda de 13,7%, com as linhas de montagem despejando não mais do que 1,1 mil unidades nas revendas até dezembro.

Marcos Fermanian, presidente da entidade, espera vendas no atacado de 1 milhão, 14,3% menores – a projeção inicial era de 1,22 milhão – e no varejo, se antes falava em 1,28 milhão, agora projeta 1,020 milhão, 16,7% a menos.

Os números de junho apenas confirmaram que o setor segue tropeçando, sobretudo, na falta de crédito e de confiança do consumidor. No mês foram emplacadas 73.343 motocicletas, 4,3% a menos do que em maio e expressivos 27,5% abaixo do resultado de junho do ano passado.

No atacado o quadro não foi muito diferente: foram negociadas 452,3 mil unidades no primeiro semestre, 31,4% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, embora as 77,5 mil negociadas em junho demonstrem evolução de 23,3% frente ao mesmo mês de 2015. Não deixa de ser um alento e algum sinal de que o fluxo de clientes deve, de fato, aumentar nas revendas nos próximos meses, até para que as projeções da Abraciclo se concretizem.

O único lado azul do setor está mesmo nas contas dos portos. Refletindo a recuperação das vendas em especial do mercado argentino, as exportações superaram 31,1 mil unidades no semestre, um salto de mais de 70% com relação ao registrado nos primeiros seis meses de 2015, período em que foram embarcadas 18,2 mil motocicletas. Somente em junho os embarques chegaram 7,7 mil unidades, crescimento de 36,6% ante aos números de maio e 39,8% na comparação com junho do ano passado.

Com um mercado interno debilitado e que historicamente responde por 90% dos negócios, as linhas de montagem naturalmente seguem em ritmo bem mais lento do que no ano passado.

De janeiro a junho saíram das linhas de montagem 464,4 mil motocicletas, 33,4% a menos do que um ano antes. Só em junho foram fabricadas 81,4 mil, retração de 30,4% sobre junho de 2015.

VW abre novas negociações com o sindicato do ABC

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informa que recebeu na terça-feira, 5, pauta da direção da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, SP, com o objetivo de gerenciar excedente de 3,6 mil trabalhadores da fábrica de Anchieta, dos quais 2,5 mil da produção e outros 1,1 mil administrativos. A quantidade de funcionários representa 34% do seu atual efetivo de 10,5 mil trabalhadores.

De acordo com o sindicato, a proposta da montadora inclui abertura de PDV, utilização de instrumentos como PPE e lay off, alterações na estrutura de remuneração, de funções, no banco de horas e na jornada de trabalho, recálculo da PLR e mudanças nos reajustes previstos na data-base, com congelamento de salários até 2019. Com isso, a nova pauta apresentada altera o acordo da fabricante com o sindicato celebrado em 2015, no qual os reajustes estariam congelados até 2017.

Nota do sindicato, no entanto, lembra que o acordo tem como base volume de produção acima de 250 mil unidades na fábrica de Anchieta, volume que não deve ser alcançado em 2016. “Por essa razão, a empresa entende que as bases de sustentaram as negociações em 2015 não atendem às necessidade de nova conjuntura”, diz Wagner Santana, secretário-geral do sindicato e trabalhador na Volkswagen. “Mas não vamos aceitar qualquer condição em troca da nossa determinação de proteger os empregos.”

“As projeções da Anfavea apontam para uma indústria de 2 milhões de veículos em 2016, uma queda de praticamente 20% comparado a 2015, e 40% comparado a 2014, quando foi estabelecido o acordo trabalhista em vigência com os empregados da Volkswagen do Brasil para a fábrica Anchieta”, justifica em comunicado a montadora. “Por esta razão a empresa retomou as discussões com o sindicato para que nas próximas semanas sejam construídas alternativas para o novo cenário que se impõe, além de outras medidas de eficiência e organização para a fábrica Anchieta.”

Na segunda-feira, 11, o sindicato decidiu apresentar a pauta da montadora para os trabalhadores antes mesmo de iniciar as negociações com a empresa. O dirigente do sindicato destaca que “A situação atual exige um processo de reflexão coletiva para que busquemos uma negociação capaz de dar soluções que interessem aos trabalhadores. Da empresa, esperamos que ela abra mão de cláusulas apresentadas nesse momento e que consigamos chegar a uma negociação que atenda as expectativas dos trabalhadores”.

As negociações entre o Sindicato e a montadora devem continuar sendo realizadas diariamente e não há prazo para ser concluída. Atualmente a Volkswagen em São Bernardo tem 8,4 mil trabalhadores sob o regime de PPE, com vencimento em 30 de setembro, e 610 trabalhadores em layoff, iniciados em março.

Peru começa a receber o Etios

Na terça-feira, 12, a Toyota reafirmou, mais uma vez, seu estilo de dar os passos de acordo com o tamanho das próprias pernas – absolutamente sem queimar etapas – e iniciou oficialmente exportações do Etios para o Peru.

O país andino é ainda apenas o quarto destino do compacto produzido em Sorocaba, SP, depois da Argentina – para onde os primeiros embarques começaram há quase três anos –, Paraguai e Uruguai, que recebem o modelo desde outubro de 2014.

Também bem ao seu estilo, a empresa não revela quantas unidades seguirão para o Peru em um primeiro momento. Limita-se a afirmar, como em outras oportunidades, que “atenderá o Peru com oferta compatível com a demanda de seu mercado”,

As exportações da Toyota, de qualquer forma, tem mostrado evolução gradual nos últimos anos. Nos primeiros seis meses de 2016 foram embarcados 20,9 mil veículos, 16% a mais que no mesmo período do ano passado, quando as exportações| atingiram 18 mil unidades.

E o Etios já responde pela maioria dos negócios. Somadas as carrocerias hatch e sedãs, foram 11,1 mil unidades exportadas do modelo, 44% a mais do que registrou de janeiro a junho de 2015.

Tudo indica que a montadora estabelecerá, com alguma folga, novo recorde histórico de exportação, desde que enviou as primeiras quatro unidades do utilitário Bandeirante para fora, em 1971. Projeta cerca 42 mil veículos em 2016, 7% acima do número de 2015.

O Etios, calcula a empresa, responderá por cerca de 26 mil unidades. O atual recorde foi atingido exatamente no ano passado, quando a montadora embarcou 39 mil veículos para os mercados da América do Sul.

Exportar é atividade que ganhou corpo na operação brasileira da Toyota principalmente nesta década. De 2010, quando foram registrados quase 11 mil unidades, ao fim deste ano os embarques praticamente quadruplicaram.

O mercado peruano receberá as versões hatch e sedã com motor a gasolina. A distribuição fica por conta da Toyota del Peru, distribuidora local da marca. “Por meio desta iniciativa, a Toyota mostra a importância da sinergia gerada entre as subsidiárias da marca na região”, disse Steve St. Angelo, CEO da Toyota para América Latina, em encontro na planta de Sorocaba, base produtiva do compacto desde 2012.

Brasil destoa nas vendas globais da Audi

O mercado brasileiro segue como o patinho feio nos negócios da Audi. A montadora alemã revelou na segunda-feira, 11, seu desempenho global nos primeiros seis meses do ano e em todos seus principais mercados, à exceção do Brasil, obteve crescimento. Aqui, porém, a Audi negociou 6.765 veículos de janeiro a junho, 22,1% a menos do que no mesmo período do ano passado.

Mundialmente o quadro é rigorosamente outro e a montadora viu suas vendas crescerem 5,6%, superando 953 mil veículos entregues em todos os continentes, com destaque, sobretudo, para os novos modelos A4 e Q7, cujas vendas aumentaram, respectivamente, 12,3% e 73,6%.

A empresa registrou avanço significativo principalmente na Europa, região responsável por quase metade dos negócios globais. Até junho os países do continente compraram 450 mil automóveis e utilitários esportivos Audi, o maior volume em toda a história da empresa para o período e 8,4% acima do registrado de janeiro a junho de 2015.

As vendas de junho chegaram a 169 mil veículos, 7,4% a mais do que um ano antes, e foram maiores em todos os dez principais mercados da marca. No Brasil, porém, a Audi amargou queda de 39,2% na comparação mensal com 2015, com 927 unidades entregues. A montadora voltou a produzir no Paraná, após quase uma década. De São José dos Pinhais saem o A3 Sedan e, há cerca de quatro meses, também o utilitário esportivo Q3, modelos de entrada da marca.

“Apesar dos persistentes desafios em mercados-chave, o primeiro semestre de 2016 foi caracterizado principalmente por um crescimento equilibrado em termos globais”, afirmou Dietmar Voggenreiter, membro do conselho administrativo para vendas e marketing. “Nos próximos meses, continuaremos a fortalecer nossa carteira de modelos com novas tecnologias e conceitos como o Audi Q7 e-tron, o A6L e-tron, o SQ7 TDI e o Q2.”

As entregas da Audi nas Américas chegaram a 131,4 mil unidades no primeiro semestre, 3,5% a mais – perto de 97 mil foram negociadas somente nos Estados Unidos. Evolução semelhante foi registrada na
região Ásia-Pacífico, onde foram negociados 339,3 mil automóveis, 3,9% do que nos primeiros seis meses do ano passado.

O maior mercado individual da marca no mundo segue sendo a China, que consumiu 290,1 mil veículos de janeiro a junho, 5,9% a mais do que no primeiro semestre de 2015 e praticamente um terço das venda globais da montadora.

Seminovos têm em junho melhor resultado do ano

As vendas de veículos seminovos, com até três anos de uso, continuam aquecidas. Foram comercializadas 413,9 mil unidades em junho, com crescimento de 1,4% em relação a maio e de 21,5% no comparativo com idêntico mês de 2015. No semestre o crescimento é de 23,6%, com 2 milhões 226 mil seminovos vendidos este ano ante total de 1,8 milhão dos primeiros seis meses do ano passado.

O levantamento sobre o mercado de usados é feito mensalmente pela Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, e engloba automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. Os veículos duas rodas respondem por pouco mais de 20% do total da pesquisa.

Considerando o mercado total de usados, incluindo os com mais de três anos de uso, as vendas em junho atingiram 1 milhão 104 mil unidades, com pequeno crescimento de 1% sobre maio (1 milhão 93 mil), e também o melhor resultado do ano. No semestre o desempenho do mercado de usados em geral é negativo em 3,4% – 6 milhões 199 mil unidades contra 6 milhões 415 mil.

Para o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, o que se pode falar por enquanto é em estabilidade do mercado. Ele prefere não arriscar previsões das vendas de seminovos e usados para os próximos meses. O certo é que também no mercado de 0 Km verifica-se uma tendência de estabilidade, o que está sendo considerado positivo pelo presidente da Anfavea, Antônio Megale, que visualiza um segundo semestre melhor do que o primeiro.

Até três anos – Ainda com relação ao mercado de usados o que realmente chama a atenção é o movimento aquecido no segmento de seminovos. Em janeiro, por exemplo, foram vendidas 330 mil unidades com até três anos de uso, número que saltou para 336 mil em fevereiro e 395 mil em março. Em abril houve pequeno recuo, para 382 mil, mas o movimento voltou a melhorar em maio, atingindo 408 mil emplacamentos, e subiu para quase 414 mil no ano passado.

Enquanto os veículos usados seminovos registram crescimento de 23,6% no semestre, os com quatro a oito anos de uso tiveram as vendas reduzidas em 13% – 2 milhões 54 mil unidades nos primeiros seis meses deste ano contra 2 milhões 358 mil no mesmo período de 2015.

Boa parte do bom desempenho dos seminovos é explicada pela migração do cliente de carro 0 Km para o veículo usado. Com o preço de um automóvel compacto novo é possível comprar um seminovo, ainda em perfeitas condições.com mais opcionais, ou seja, melhor equipado.

Produção cai 20% na Argentina

As fabricantes de veículos instaladas na Argentina produziram em junho 41,6 mil unidades, queda de 19,8% em relação que foi produzido no mesmo período do ano passado. O volume de junho, porém, é 4,7% maior do registrado em maio. Os dados são da Adefa, a associações que reúne as fabricantes de veículos instaladas na Argentina.

No acumulado dos seis primeiros meses do ano o setor produziu 224 mil veículos, dentre automóveis e utilitários, o que representou queda de 14% com relação à produção do mesmo período de um ano antes, quando as fabricantes construíram 260,4 mil unidades.

O ritmo na produção argentina acaba impacto com o recuo dos embarques. Em junho as fabricantes exportaram 14,4 mil, queda de 47,1% com relação ao mesmo mês de 2015, quando embarcaram 27,3 mil unidades. O volume é ainda 20,5% menor do que o registrado em maio.

No primeiro semestre as fabricantes concluíram remessa de 88,6 mil unidades, retração de 30,9% na comparação com o mesmo acumulado de 2015.

“Tendo chegado a um novo acordo automotivo com o Brasil até 2020 proporciona à indústria de veículos a previsibilidade necessária para planejar o negócio e os investimentos no médio prazo”, destaca Enrique Alemany, presidente da Adefa. “No curto prazo, a situação de nosso principal parceiro comercial do mercado, o Brasil, permanece no nível mais baixo da última década, o que impacta o nível de atividade industrial da Argentina.”

O país vizinho enviou para o Brasil 69,8 mil veículos nos primeiros seis meses do ano, volume que representa um recuo de 31,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 102 mil unidaes. Apesar da queda, ainda é de longe o maior parceiro, com participação de 78,8% nas exportações argentinas. Depois do Brasil aparece México, mercado que absorveu no período 4,9 mil veículos, queda de 23,2% na comparação com o que foi embarcado um ano antes. O volume representou 5,6% nas exportações argentinas até o primeiro semestre.

Apesar dos desempenhos negativos na produção e na exportação, as vendas argentinas registram mais uma vez crescimento. Em junho a rede recebeu 63,1 mil veículos, alta de 9,2% com relação ao mesmo mês de um ano antes e 4,7% acima do que foi vendido em maio.

No acumulado de janeiro a junho, a indústria vendeu à rede de concessionários 346,2 mil unidades, crescimento de 24,8% sobre o volume negociado no mesmo período do ano passado.