O Civic Geração 10, com chamado pela montadora, chega ao Brasil. E já era passada a hora, pelo menos do ponto de vista de mercado. Afinal, o modelo, o primeiro e principal da montadora desde que começou a produzir aqui, em 1997, vinha perdendo espaço para seus principais e renovados concorrentes.
A Honda apresentou a nova geração na quarta-feira, 20, em São Paulo, em avant-première. As vendas, de fato, começam em 25 de agosto, mas a partir de 30 de julho o consumidor poderá fazer sua reserva ou mesmo fazer um test drive virtual nas revendas da fabricante. A montadora reservou 1,5 mil unidades para a pré-venda. A versão de entrada, EX, custa R$ 98,4 mil reais e a Touring, tpo de linha, sai por R$ 124,9 mil.
A fabricante afirma que o novo projeto procurou colocar o Civic em outro patamar, tanto que teve como parâmetros aspectos de modelos de marcas premium europeias desde a concepção da plataforma. O carro, sim, mudou muito!
Esteticamente, não guarda qualquer semelhança com a nona geração e, como as anteriores, também é fabricado no complexo industrial de Sumaré, SP. O sedã passou por transformação total, “a maior e mais extensa em toda sua história”, como define a própria montadora. É agora mais baixo e largo, de perfil bem mais esportivo.
Com a nova geração a Honda alterou até mesmo a estrutura de versões oferecida. Além das tradicionais EX e EXL, o modelo conta agora com a Touring, que a exemplo das duas primeiras tem câmbio CVT com opção de acionamento por meio de borboletas atrás do volante, e Sport, com transmissão automática. O motor 2.0 FlexOne, de 155 cv com etanol, equipa EX, EXL e Sport, e a Touring, a mais sofisticada, tem um 1.5 turbo gasolina de 173 cv, injeção direta e também câmbio CVT.
Dentre os muitos itens de série, todas as versões saem de fábrica com ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico com função brake-hold, piloto automático e câmera de ré. EXL e Touring têm ainda nova tela sensível ao toque que agrega as funções multimídia, navegação, dentre outras, compatível com as interfaces Apple CarPlay e Android.
Há ainda, para todas as versões, airbags frontais, laterais e de cortina, controle de tração e estabilidade, sistema de partida em aclive, ABS e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas.
A Honda não esconde que a missão da nova geração é colocar novamente o Civic na disputa pela liderança do segmento, inclusive roubando consumidores de modelos de faixas superiores de preço, e elevar a Honda no ranking das marcas mais vendidas do mercado interno – hoje na oitava posição, com 6,6% de participação, atrás da Renault, que fechou o semestre com 7,3%.
Abismo – Não será tarefa das mais fáceis, a julgar pelo desempenho do primeiro semestre. O modelo cedeu espaço – até demais – para o Toyota Corolla, seu principal concorrente, que, sozinho, responde por mais de 46% dos emplacamentos de sedãs médios, disputado ainda por outros dezenove veículos, segundo a Fenabrave.
De janeiro a junho, o Civic, o terceiro carro mais vendido da marca no Brasil, somou perto de 8,6 mil unidades emplacadas, 12,5% do segmento. Já o modelo da Toyota cravou 31,9 mil unidades. Quase quatro vezes mais.
Essa enorme diferença não pode ser atribuída nem mesmo à perspectiva da chegada da décima geração, que eventualmente poderia ter freado o fluxo de consumidores pela antiga geração. Já em 2015 o sedã da Toyota esbanjou invejável tranquilidade na liderança. Vendeu mais de 67 mil unidades contra 31,2 mil do Civic.