Disputa acirrada pelo quarto lugar

A disputa no topo do ranking das marcas mais vendidas no País continua intensa. Em julho foi a vez da Toyota ocupar a quarta colocação na lista das que mais vendem automóveis e comerciais leves no Brasil, atrás da General Motors, Fiat e Volkswagen. A Ford ficou em quinto no mês mas está em sexto no acumulado do ano, atrás justamente da Hyndai e Toyota.

A GM vem se consolidando na liderança, posição ocupada tanto no mês passado como no período de janeiro a julho, com venda de, respectivamente, 29,5 mil e 187 mil unidades. Sua participação no acumulado do ano é de 16,9%, seguida de perto pela Fiat, que tem fatia de 16,4% do mercado brasileiro. A marca italiana emplacou 29,5 mil veículos em julho e 172,4 mil nos sete meses.

A Volkwagen vem se mantendo na terceira colocação, com participação de 13,1% no ano e um total de 148,3 mil unidades comercializadas, das quais 21,5 mil no mês passado. A dança das cadeiras este ano tem se dado principalmente entre a quarta e a décima posição.

A Toyota conquistou o quarto posto em julho com a venda de 16,8 mil automóveis e comerciais leves, uma participação de 9,64%. A Ford ficou em quinto em julho com fatia de 9,58% e venda de 16,7 mil veículos, e a Hyundai em sexto com 16,1 mil emplacamentos e participação de 9,21%. Ou seja, uma diferença bem apertada entre essas três marcas no mês, o que também acontece no acumulado do ano.

De janeiro a julho a Hyundai vendeu 112 mil unidades, com 9,95% de participação, enquanto a Toyota emplacou 102 mil veículos (9,09%) e a Ford 97,4 mil (8,65%). Na sequência do acumulado do ano aparecem a Renault, com respectivamente 83,2 mil unidades e 7,39%, a Honda (71,3 mil e 6,33%), Jeep (31 mil e 2,76%) e Nissan (30 mil e 2,67%). No mês passado em particular a Nissan ficou à frente da Jeep, superando 3% de participação.

Comparativo – Dentre as dez marcas mais vendidas no País a única que registra aumento em volume de emplacamentos é a Jeep, que de janeiro a julho do ano passado vendeu apenas 12,1 mil unidades e este ano atingiu 31 mil. A Toyota, por sua vez, foi a que mais ganhou participação dentre as cinco primeiras do ranking este ano.

Suas vendas praticamente se mantiveram estáveis – 102,3 mil este ano ante 103,2 mil nos primeiros sete meses de 2015 –, o que fez sua penetração saltar de 6,93% para 9,09% no mesmo comparativo visto que na média o mercado caiu 25%.
Das três primeiras colocadas a que mais perdeu foi a Fiat, que no ano passado era líder no acumulado até julho com 18,45% de participação. Já a GM, que trocou de posição com a marca italiana, ampliou sua fatia no mercado nacional de 15,77% para 16,62%.

HIlux e SW4 ganham novo motor flex

Naquilo que denominou como minimaratona pré-olímpica de novidades, a Toyota, que já havia mostrado na terça-feira as novas versões premium do Etios hatch e sedã, apresentou nesta quarta-feira, 3, em Atibaia, SP, a Hilux e SUV SW4 com novo motor flex Dual VVt-I Flex 2.7L, 16V DOHC, especialmente desenvolvido para o mercado brasileiro e complementa a linha que já conta com versões dos dois veículos a diesel, lançadas no fim do ano passado e começo deste.

O novo motor desenvolve 163 cv de potência quando abastecido com álcool e 159 cv com gasolina. O torque máximo é de 25 kgfm. O grande destaque é a adoção de duplo comando de válvulas variável, além da adição do sistema de partida a frio, refletindo em melhor desempenho.

Segundo a empresa, o motor é 7% mais eficiente no consume do que a geração anterior. A transmissão é automática sequencial de seis velocidades e também foi calibrada para aproveitar todo o potencial do novo motor, afirma a Toyota. Com essas medidas, a montadora espera ter contornado uma das principais reclamações dos consumidores dos dois modelos: o consumo elevado.

Foram incorporadas três versões com o novo motor ao portfólio da Hilux, nas configurações SR 4×2, SRV 4×2 e 4×4, todas equipadas com câmbio automático de seis velocidades. A SW4 também ganha três novas opções em versão única, SR, de cinco e sete lugares com câmbio automático e uma de cinco lugares com câmbio manual.

As vendas da nova linha começam a partir desta quinta-feira com preços que variam de R$ 111,7 mil a R$ 131,2 mil para as versões da Hilux, e de R$ 159,6 mil a R$ 164,9 mil para as da SW4. A versão com câmbio manual da SW4 estará disponível somente para vendas diretas e custará R$ 146,6 mil.

Trabalhadores da VW terão estabilidade até 2021

Os trabalhadores da Volkswagen aprovaram na terça-feira, 2, após mais de dois meses de negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a empresa, novo acordo de estabilidade com vigência até 2021, desde que assegurado um volume de produção na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, de 120 mil unidades no ano. O volume atual de produção lá está em 175 mil veículos/ano.

O acerto, de acordo com o sindicato, evitará a demissão do excedente estimado pela montadora em 3,6 mil metalúrgicos. O acordo inclui abertura de PDV, Programa de Demissão Voluntária, utilização de instrumentos de flexibilidade como layoff e PPE, Programa de Proteção ao Emprego, além de alterações em cláusulas econômicas.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e funcionário da Volkswagen, Wagner Santana, houve um grande avanço entre a proposta apresentada inicialmente pela montadora e a que foi aprovada na assembléia de terça-feira.

“Foi a negociação mais difícil já conduzida com a Volkswagen, pois se deu em meio a uma conjuntura econômica muito difícil. Estamos tendo de ajustar acordos que estavam em curso em função da queda na produção, que tem sido muito forte. Conseguimos melhorar bastante a proposta durante o processo, mantendo itens econômicos importantes e afastando o risco de demissão. Foi uma vitória”, avalia o sindicalista.

O PDV na fábrica de São Bernardo do Campo será aberto na quinta-feira, destinando-se tanto aos trabalhadores da produção como também aos mensalistas da área administrativa. A tabela de incentivos é a mesma para os dois setores e varia de acordo com o tempo de casa do trabalhador e a data de adesão.

Quem aderir no primeiro período – de 4 a 10 de agosto – recebe o valor previsto na tabela base, ou seja, cerca de 0,5 salário por ano trabalhado e mais 20 salários. De 1º a 9 de setembro o pacote pagará o equivalente à tabela base mais 15 salários e para os que aderirem de 19 a 30 de setembro o valor será a tabela base mais 10 salários.

Não há meta a ser atingida no PDV para os trabalhadores da produção. Quando forem finalizadas as adesões, o excedente de trabalhadores, se ainda houver, será administrado por meio de layoff e da renovação do PPE, que poderá ser aplicado com redução de até 30% na jornada de trabalho e 15% nos salários.

Para o setor administrativo há uma meta de 325 adesões. Ao final do período, se ainda houver excedente, os trabalhadores serão colocados em layoff por até cinco meses e após esse período haverá o desligamento. A proposta inicial da fábrica, apresentada em 5 de julho, tinha como meta 1.100 adesões no setor.

Cláusulas econômicas – De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o acordo altera a data-base de 2017, do mês de março para setembro, e transforma o valor equivalente aos 18 meses de variação do INPC em abono. Para o período de 2018 a 2021 fica mantida reposição anual de 100% do INPC. A PLR, Participação nos Lucros e Resultados, deste ano será mantida no valor já previsto de R$ 11,8 mil.

De 2017 a 2021 a montadora pagará o valor do ano anterior corrigido pelo INPC. A proposta inicialmente apresentada pela fábrica previa um período de 3 anos – de 2017 a 2019 – sem reajustes e uma PLR de R$ 4,6 mil em 2016.

A proposta inicial previa também o fim da cláusula que garante a estabilidade do trabalhador acidentado, uma conquista dos acordos coletivos firmados pelo Sindicato. O item foi derrubado na mesa de negociação e a cláusula será renovada. 

Queda nos automóveis deve ser menor que a prevista

O crescimento de 5% nas vendas de automóveis e comerciais leves em julho sobre junho, com um total de 174,8 mil emplacamentos, levou a Fenabrave a revisar a projeção de queda para o ano nesse segmento. Ante estimativa de redução de 20% divulgada em maio, espera agora um decréscimo no acumulado de 18%, com comercialização atingindo no ano 2 milhões 31 mil unidades. Conforme dados divulgados pelo presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., na terça-feira 2, no período de janeiro a julho foram vendidos 1 milhão 126 mil unidades automóveis e comerciais leves, retração de 24,4% em relação ao mesmo período de 2015. Para Assumpção Jr., o mercado chegou no fundo do poço:

“Temos a crença de que o pior já passou. A hemorragia acabou”, disse o presidente da Fenabrave, destacando que na média diária houve crescimento de 10% em julho sobre junho, que tiveram, respectivamente, 21 e 22 dias úteis. “A confiança do consumidor está retomando. No caso dos automóveis e comerciais leves, quem estava em dúvida se gastava ou não agora começa a comprar.”

Já em caminhões e ônibus a retomada não é tão automática e, por isso, a previsão da Fenabrave para o ano foi revista para pior. A projeção agora é de queda de 25,4%, para 68,7 mil unidades, enquanto em maio estimava-se menos 22,5%.

De qualquer forma, tanto as vendas de caminhões como a de ônibus reagiram positivamente em julho sobre junho. As de caminhões atingiram 4 mil 676 unidades, alta de 11,65% sobre as 4 mil 188 do mês anterior. As de ônibus, nesse mesmo comparativo, tiveram crescimento de 62,6%, com 1 mil 948 e 1 mil 198 unidades emplacamentos, respectivamente. No caso dos ônibus o presidente da Fenabrave atribui a alta expressiva de volume em julho às vendas destinadas ao transporte urbano que acontecem tradicionalmente às vésperas de eleições municipais.

De janeiro a julho foram emplacados 30,1 mil caminhões, com queda de 31,4% sobre o mesmo período de 2015. As vendas de ônibus caíram 33,7% no mesmo comparativo, para 13,4 mil unidades. Para o ano a Fenabrave espera a comercialização de 52,2 mil caminhões, menos 27,2%, e de 16,5 mil ônibus, redução de 19%.

Perspectivas – O processo político em andamento, com definições esperadas agora para agosto, tem sido fundamental na avaliação da Fenabrave para o surgimento de alguns indicadores positivos na economia e, principalmente, a retomada da confiança do consumidor comum e também do empresariado. A recuperação, segundo Assumpção Jr., será lenta e gradual, mas ao menos cria-se a expectativa de dias melhores.

Dentre os segmentos representados pela entidade um dos que ainda não mostra sinais de recuperação é o de motocicletas. As vendas em julho ficaram em apenas 79,1 mil unidades, o que representou decréscimo de 2,3% no comparativo com junho.

No acumulado de janeiro a julho foram comercializadas 626,2 mil motos, queda de 16,4% em relação aos primeiros sete meses de 2015. Para o ano a Fenabrave estima venda de 1 milhão 120 mil motos, o que representará retração de 12% sobre o resultado de 2015. O maior problema nesse segmento, segundo Alarico Jr., continua sendo a dificuldade de o consumidor obter crédito. O que tem salvado em parte o segmento é o consórcio, que vem respondendo por mais da metade das vendas.

Estoques caem para apenas 19 dias

Um dos dados positivos do balanço de julho divulgado na terça-feira, 2, pela Fenabrave é a redução para apenas 19 dias nos estoques das redes e fábricas de veículos. De acordo com o presidente da entidade, Alarico Assumpção Jr., o total estocado baixou para uma faixa de 110 mil a 115 mil unidades, um dos menores volumes desde que começou a crise no setor automotivo em 2013.

A redução deve-se em parte ao aumento das vendas no varejo e também à adequação que as montadoras vêm fazendo em suas linhas de montagem. Os dados relativos à produção serão divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 4, mas o presidente da Fenabrave acredita que houve uma adequação. Por um bom tempo os estoque ficaram acima de 60 dias e a queda vem se dando de forma gradual nos últimos meses. EM junho estava em torno de 35 dias.

Também tem contribuído para a diminuição dos estoques, segundo a Fenabrave, os problemas que algumas montadoras, principalmente a Volkswagen, têm tido no fornecimento de peças. Por causa de problemas com o Grupo Prevent, as três fábricas da montadora no País estão tendo interrupção na produção desde meados de junho.

No momento faltam peças estampadas da Fameq, uma das empresas do Grupo Prevent. Mas a Volkswagen também já teve problemas com a Keiper, que faz bancos, assim como a Mardel e a Cavelagni. Pelas contas da montadora, desde março de 2015 até hoje foram mais de cem dias de paralisações ocorridas dentre as três fábricas. Ao todo deixaram de ser produzidas mais de 90 mil unidades.

De qualquer forma o presidente da Fenabrave garante que deu para sentir uma movimentação positiva no varejo em julho: “As vendas diretas ficaram em 36,2% no mês e em 32% no ano. A participação delas no total não cresceu no mês passado em relação ao anterior, o que indica que o consumidor comum está mais confiante e voltou a comprar”.

Balanço da rede – Diante da crise que se instalou no setor nos últimos anos a rede de concessionárias no País passa por processo de enxugamento. De 8,1 mil pontos de venda existentes em 2013, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos agrícolas, há hoje pouco menos de 6,9 mil. Entre pontos abertos e fechados o saldo negativo é de 1mil 226 no período de quinze meses. No período foram demitidos, segundo Assumpção Jr., perto de 124 mil trabalhadores.

Um dos problemas da rede ainda é a grande dependência das concessionárias às vendas de carros 0 Km. Na média, de acordo com a Fenabrave, 60% do faturamento ainda advêm dos veículos novos, ficando 25% com o pós-venda e 15% com os usados. Um dos trabalhos em curso na rede é justamente o de ampliar negócios com veículos usados, razão de a Fenabrave ter ampliado seu levantamento sobre esse mercado, segmentando dados sobre o tempo de uso dos veículos comercializados no varejo.

De acordo com dados divulgados pela entidade o mercado de usados movimentou 780 mil unidades em julho, com crescimento de 9,1% sobre as 714,6 mil comercializadas no mês anterior. No acumulado dos primeiros sete meses do ano o segmento registra queda de 4%, bem abaixo, portanto, do mercado de novos, com vendas que ultrapassaram 4 milhões 760 mil unidades.

Ghosn aposta pesado nos SUVs

Carlos Ghosn, CEO da Aliança Renault-Nissan anunciou nesta terça-feira, 2, em São José do Pinhais, PR, o que o mercado já sabia há muito: a Renault fabricará o SUV compacto Kwid e o médio Captur no complexo industrial paranaense a partir do fim do ano.
Os dois carros, porém, chegarão às revendas somente em 2017 junto com um terceiro SUV, o Koleos, modelo grandalhão que será importado da Coreia.

Em visita ao Brasil também para participar da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, evento do qual a Nissan, o outro braço do conglomerado comandado por ele, é patrocinadora, o executivo não falou em novos aportes para a produção dos dois modelos em São José dos Pinhais – o atual ciclo de investimento de R$ 500 milhões começou em 2014 e seguirá até 2019.

Ghosn, contudo, afirmou que a fábrica paranaense, que pode produzir 380 mil veículos – e chegou a 240 mil em 2013 – “crescerá” para produzir Kwid e Captur. Admitiu até eventual contratação de funcionários, mas não foi além disso e não precisou, porém, o quanto nem como isso se daria. “Nos falta uma parte importante: o parâmetro do mercado, como ele crescerá.”

De qualquer forma, a Renault brasileira, afirmou Ghosn, concentrará a produção de automóveis no Mercosul, enquanto a planta de Santa Isabel, na Argentina, ficará responsável sobretudo pela produção das picapes de 1 tonelada, projeto conjunto de Renault, Nissan e Mercedes-Benz que chegará às ruas no transcorrer de 2017 e 2018.

Ghosn, no entanto, anunciou investimentos recentes para a produção do Sandero no país vizinho. “Não se trata de mudança de estratégia, mas de uma adaptação. Uma maneira de nos defendermos das variações dos dois mercados e da instabilidade do comércio entre eles, da volatilidade das regras do jogo na região”, afirmou, assegurando que a produção argentina de automóveis será limitada, apenas para complementar a gama local.

Potencial – A aposta nos SUV na planta brasileira é justificada pelo CEO da Aliança pelo potencial do mercado interno para esse tipo de veículo, cuja part icipação, pelos cálculos da montadora, dobrou nos últimos anos e já é de 15%. “Na Europa essa relação é de 25% e no Brasil deve superar os 20% a 25% muito em breve.”

De concreto sobre o modelo de entrada, o Kwid, Goshn afirmou que não trabalha com o objetivo de fazer dele o carro mais barato do Brasil, como o mercado chegou a comentar. O modelo terá alto grau de segurança com quatro air bags de série, por exemplo. “Queremos, sim, que ele tenha a melhor relação custo-benefício. Já existem muitos carros compactos caros no Brasil.”

O Kwid contará com nova geração de motor 1.0 – a empresa desenvolve ainda um novo 1.6 –, mas agora de 3 cilindros, também fabricado no Paraná. Porém se trata, pelo menos afirma o CEO da Renault, do mesmo motor já utilizado pela Nissan.

A produção do Duster não será afetada pela chegada do Captur, afirma Ghosn, que admite que o novo modelo compartilhará a plataforma do antigo SUV – a do Kwid é totalmente nova, a CMFA, e servirá mundialmente também a modelos Nissan compactos. “Os dois modelos já convivem na Europa sem problema. Se destinam a públicos bem distintos”, justificou o executivo. A percepção da Renault é de que o Captur terá como rivais mesmo, dentre outros, o Honda HR-V e o próprio Nissan Kicks, que chega às revendas nesta semana.

Com Kwid, Captur, Koleos, a linha atual nacional e importada e mais a futura picape argentina Alaskan, que chegará ao Brasil somente a partir de 2018, Ghosn diz que a Renault se credencia a chegar aos sonhados 10% de participação no mercado interno de automóveis e comerciais leves. Hoje tem em torno de 7,4%. “E podemos chegar aos 8% rapidamente.”

O executivo entende que o mercado brasileiro parou de cair e que tem potencial para, no futuro, retomar os volumes que atingiu no passado. A argumentação é conhecida: o país segue ainda com baixo índice de motorização –“menor que o de Portugal” – e já superou os 3,6 milhões de unidades, o que indica que há, sim, espaço para o consumo bem maior do que os esperados 2 milhões de veículos deste ano.

No mundo – Mesmo com o importante mercado brasileiro em baixa, Ghosn projeta ano recorde de vendas mundiais para a marca. Nos primeiros seis meses a empresa emplacou 1,57 milhão de unidades. “Crescemos 13% no mundo no primeiro semestre, com importantes participações de mercados como Europa, Índia e países do Norte da África.” E o executivo arrisca ainda mais: como muitos lançamentos mundiais acontecerão no transcorrer deste segundo semestre, o impacto será ainda maior no ano que vem.

Vendas de comerciais crescem há 18 meses consecutivos na Europa

Diferentemente do que atualmente ocorre no Brasil, o desempenho de vendas de caminhões na União Europeia está de fazer inveja. De acordo com dados divulgados pela Acea, associação que reúne as fabricantes da região, no fim da semana passada, em junho as vendas somaram 233,5 mil unidades, alta de 13,3% sobre o mesmo mês do ano passado. Trata-se do 18º mês consecutivo de crescimento nas vendas de veículos comerciais na Europa.

Também no primeiro semestre em relação há um ano a conta é positiva. No período foram entregues 1,7 milhão de veículos comerciais, o que representa alta de 13,5%. O crescimento é sustentado pelos principais mercados de maneira sólida. O mercado italiano registrou crescimento de 30,8%, para 94,7 mil unidades. As vendas na Espanha registraram alta de 14%, para 100,3 mil unidades. O mercado francês experimentou expansão de 12,7%, para 243,4 mil veículos comerciais e a Alemanha alta de 10,4%, para 177 mil unidades.

No segmento de veículos comerciais de até 3,5 toneladas, os emplacamentos em junho somaram 187,1 mil unidades, crescimento de 14,2% sobre o mesmo mês do ano passado. No mercado europeu, de acordo com a Acea, o segmento cresce há 34 meses consecutivos. De janeiro a junho, as vendas da categoria que reúne vans e furgões experimentaram alta de 13,2%, para 968,8 mil unidades contra 855,6 mil negociadas um ano antes.

Na categoria de caminhões pesados acima de 16 toneladas, as vendas de 26,1 mil unidades em junho representaram alta de 13% sobre o mesmo mês do ano passado. Nos seis primeiros meses do ano, os negócios somaram 147 mil, expansão de 17,6% na comparação com o mesmo período de 2015.

Ônibus – O desempenho de ônibus, no entanto, não registra tanto vigor quanto o de caminhões. Em junho, os emplacamentos somaram 3,3 mil unidades, queda de 4,8% com relação a junho de 2015. Mas a baixa ainda não prejudica o balanço do primeiro semestre. No período foram entregues 18,7 mil unidades, alta de 2,7% sobre os mesmos seis primeiros meses de 2015.

Falta de peças para produção da Volkswagen

A disputa entre a Volkswagen e o Grupo Prevent tem narrado novos capítulos nos últimos dias e, pelo que parece esta longe de acabar. As três unidades fabris da companhia tem enfrentado problemas de interrupção de produção devido ao falta de fornecimento de peças desde meados de julho. Desta vez, no entanto, não diz respeito a bancos, como ocorreu em outras ocasiões, mas em virtude a peças da carroceria fornecidas pela Fameq, outra das empresas da multinacional Prevent.

Logo cedo, na manhã de 1º de agosto, a maior parte dos 2,5 mil funcionários do primeiro turno de Taubaté, SP, onde são fabricados modelos up!, Gol e Voyage, foi dispensada. O mesmo ocorreu nas fábricas de São Bernardo do Campo, SP, e São José dos Pinhais, PR. A Volkswagen não confirma as fábricas totalmente paradas, mas em nota diz que “Diante da paralisação na fabricação de carrocerias, a Volkswagen se viu obrigada a suspender diversos turnos de produção em suas fábricas desde o dia 15 de julho”.

A metalúrgica Fameq, baseada em São Paulo, SP, foi comprada pelo Grupo Prevent no mês passado devido dificuldades financeira pelas quais passava. De acordo com comunicado da montadora, “Esse fornecedor, com relacionamento comercial sem problemas por mais de 40 anos, teve sua atuação completamente alterada ao ser adquirida pelo Grupo Prevent. A Fameq, que fornece peças estampadas à Volkswagen, interrompeu as entregas em meados de Julho, que deveriam atender a área de Armação das carrocerias em três fábricas – São José dos Pinhais (PR), Taubaté e Anchieta (SP)”.

A Volkswagen também destaca em nota casos de outras paradas de produção também devido ao fornecimento de peças de outras empresas do mesmo grupo, como a Keiper, Mardel e Cavelagni. Pelas contas da montadora, desde março de 2015 até hoje, foram mais de 100 dias de paralisações ocorridas dentre as três fábricas. Ao todo deixaram de ser produzidas mais de 90 mil unidades.

Segundo a Volkswagen, o Grupo Prevent tem “descumprido contratos com a Volkswagen do Brasil e reiteradamente faz solicitações de aumento de preços, pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico). O Grupo Prevent tem se mostrado inflexível, elencando uma série de condições (que nada tem a ver com o contrato atual) para a continuidade do fornecimento, incluindo exclusividade para os próximos projetos”.

No primeiro semestre muitas das paradas de produção em fábricas da Volkswagen ocorreram devido a falta de fornecimento de bancos pela Keiper. A briga chegou à Justiça e uma liminar obrigou a empresa a retomar o fornecimento, embora as paralisações continuassem a ocorrer.

A Fiat também teve problemas com falta de fornecimento de peças em Betim, MG. Em maio também teve recorrer à justiça contra as empresas do Grupo Prevent a fim de retomar a produção.

Seis marcas confirmam test-drive no Salão do Automóvel

Já são trinta marcas de veículo com participação confirmada no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que este ano, após mais de quatro décadas de Pavilhão de Exposições do Anhembi, acontece no São Paulo Expo, o antigo Centro de Exposições Imigrantes, a partir de 10 de novembro.

Dentre os diferenciais da edição 2016 do mais tradicional evento automotivo da América Latina um espaço exclusivo – de 20 mil m² – para realização de test-drive, com disponibilidade de modelos das marcas Chevrolet, Jaguar, Land Rover, Peugeot, Volkswagen e Nissan, as que até o momento já confirmaram participação.

Também já é certa a presença de alguns modelos esportivos de alto padrão, aqueles que mais atraem visitantes em seus estandes. Dentre eles o já garantido GT-R, da Nissan, que começa a ser vendido no Brasil um pouco antes da abertura do Salão do Automóvel por mais de R$ 1 milhão. O carro com motor V6 e 545 cv de potência tem câmbio de seis marchas.

A Porsche, segundo os organizadores do salão, vai levar o cupê 718 Cayman, com motor turbo. A montadora alemã também deve impressionar os visitantes com um novo Panamera, lançado em julho. O carro, que será vendido no Brasil no fim do ano, é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos na sua configuração mais potente.

A Jaguar apresenta o F-Pace, primeiro utilitário da marca, com preços entre R$ 309,3 mil e R$ 416,4 mil, e a General Motors deve expor a próxima geração do clássico Camaro, o SUV compacto Tracker atualizado e uma nova versão hatch do Cruze.

Além das marcas Chevrolet, Nissan, Porsche, Volkswagen, Peugeot, Jaguar e Land Rover, também terão estandes no Salão do Automóvel 2016 Audi, BMW, Chery, Chrysler, Citroën, Dodge, Fiat, Ford, Honda, Hyundai, Jeep, Kia, Lexus, Lifan, Mercedes-Benz, Mini, Mitsubishi, RAM, Renault, Subaru, Suzuki, Toyota e Troller.

Serviço – Em sua última edição, a de 2014 no Anhembi, o Salão reuniu mais de 750 mil visitantes, confirmando o Salão do Automóvel de São Paulo como o quinto maior do gênero no mundo, atrás somente do Salão do Automóvel de Paris, de Frankfurt, de Detroit e de Tóquio, e mais visitado do que o conceituado Salão de Genebra.

O São Paulo Expo terá 90 mil m² de área de exposição, contando com 4,5 mil vagas cobertas de estacionamento e pavilhão totalmente climatizado.

A venda dos ingressos está disponível no site oficial [salaodoautomovel.com.br] ou no Facebook. No primeiro dia do evento, 10 de novembro, o ingresso custa R$ 40, na segunda, dia 14, sai por R$ 95 e no último domingo, 20, tem valor fixando em R$ 70. Nos demais dias úteis sai também por R$ 70 e aos sábados, domingos, feriados, R$ 95. Tem meia entrada apenas para estudantes

O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo é organizado e promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, com apoio da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, e Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores.

Volkswagen lança consórcio digital

O Consórcio Nacional Volkswagen lança plataforma inteiramente digital para vendas contas de consórcio. O sistema está disponível no www.cnvw.com.br e, segundo a companhia, é parte da estratégia da empresa para aprimorar e diversificar os canais de venda e de relacionamento com o cliente.

A nova modalidade é uma aposta da empresa em 2016 e segue a tendência do mercado de estar cada vez mais inserido no ambiente on-line. “Por meio da plataforma, é possível adquirir cotas de consórcio em qualquer hora e lugar”, destaca Alessandro Lota Ronco, superintendente da marca Volkswagen. “O consórcio é uma alternativa segura de investimento nesse período sensível e vem apresentando bons resultados”. O site possibilita ainda fazer simulações tanto por modelo de automóveis quanto por valor mensal da parcela.

O executivo lembra que recentemente a empresa promoveu grande mudança em todo o sistema, com o objetivo de aprimorar a qualidade dos serviços oferecidos aos nossos clientes, além de torná-los mais ágil. “A plataforma digital é uma forma de estarmos cada vez mais próximos, oferecendo mais opções de compra, rápida e descomplicada, e com planos adequados às diferentes necessidades dos consumidores.”

De acordo com dados da Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, a participação da modalidade na venda de carros novos está em alta. No primeiro quadrimestre do ano o segmento teve participação de 34,4% no total comercializado. No mesmo período do ano passado o índice era de 23,7%. O número de contemplados nos quatro primeiros meses chegou a 182 mil, de um total de 530 automóveis negociados.