Cobalt e Spin mais econômicos

Depois trazer a tecnologia Eco em seus motores 1.0 e 1.4, presentes no hatch Onix e sedã Prisma, a Chevrolet incorporou a novidade para o bloco 1.8 flex e, assim, a principal mudança da linha 2017 do Cobalt e Spin. Os novos modelos foram apresentados na sexta-feira, 12, e seus preços partem de R$ 62,190 para o sedã médio e de R$ 57,990 para o monovolume.

A fabricante também associou a geração de motores uma caixa de transmissão de seis marchas reajustada ou a opção do câmbio automático que, segundo a empresa, oferece um funcionamento mais suave e linear. A um só tempo, de acordo com General Motors, o conjunto tornou os veículos mais econômicos e potentes, cujo desenvolvimento teve como norte melhores índices de eficiência energética, conforto e emissões.

Os diversos ajustes realizados no motor trouxeram mais potência e torque, além se tornar mais econômico. Agora, o 1.8 flex da Chevrolet gera 111 cv a 5 200 rpm contra 108 cv a 5 400 rpm da geração anterior e 17,7 kgfm de torque a 2 600 rpm ante 17,1 kgfm a 3 200 rpm de antes. Segundo a marca, os modelos agora entregam uma aceleração mais eficiente, principalmente nas retomadas de velocidade, pois atingem 100% do torque em rotação mais baixa.

Com as melhorias, o Cobalt também perdeu 36 kg e promete, assim, ser 21% mais econômico do que o modelo disponível antes. O sedã também ganhou alterações na suspensão e passou a adotar direção com assistência elétrica progressiva. Como nos lançamentos recentes na linha Onix e Prisma, tanto o Colbat quanto o Spin também incorpora novas funções no sistema de conectividade OnStar, com navegação por setas projetada na tela multimídia MyLink, integração com smartphones e dispositivo de diagnóstico, como o indicativo da pressão do pneus e mais de 20 serviços do chamado de emergência aos de reserva.

No Cobalt, o OnStar é oferecido agora em todas as versões do modelo, ofertadas nos acabamento LTZ e Elite. Câmera de ré com guias auxiliares, sensor de estacionamento, sensor de chuva, sistema de acendimento automático dos faróis, volante com controle das funções do rádio e telefone são alguns dos itens disponíveis para o carro.

Além do novo motor 1.8 flex, uma das boas inovações presentes na linha 2017 do monovolume Spin e a sua nova grade ativa do radiador. O sistema abre e fecha automaticamente a grade dianteira de acordo com as condições de velocidade e necessidade de refrigeração do motor. Quando fechada, reduz a resistência ao ar, proporcionando então melhor aerodinâmica.

Na nova gama também, soma-se às versões LT, LTZ e Activ, a configuração LS, de entrada, e a intermediária Advantage, oferecida somente com a transmissão automática.

De acordo com a GM, os novos modelos começam a chegar às concessionárias na semana que vem. A expectativa é de negociar em torno de 1,6 mil unidades/mês do Colbalt, dos quais 70% com câmbio automático, e 1,9 mil unidades/mês do Spin.

Lifan: torcida pela concorrência.

Esqueça toda aquela história de que é proibido torcer pela concorrência. Na Lifan, montadora chinesa que vende seus veículos há cinco anos no Brasil, os concorrentes são parte da estratégia. Segundo Jair Leite de Oliveira, diretor comercial da Lifan no Brasil, a credibilidade é um dos principais fatores para a venda de veículos chineses. “Os consumidores enquadram todas as montadoras chinesas em um mesmo patamar. Quando uma das montadoras não vai bem, a reputação de todas é comprometida”, afirma.

Segundo Oliveira, as recentes notícias negativas sobre a Jac Motors, que nunca tirou sua fábrica baiana do papel, e da Chery, que suspendeu a produção de veículos na fábrica de Jacareí, SP, acertaram em cheio os negócios da Lifan. “Apesar de estarmos em um cenário diferente, o consumidor acaba se sentindo inseguro para comprar um carro chinês. Por isso, estamos sempre na torcida por nossos concorrentes”, diz.

Justamente para trabalhar mais a questão da reputação, a Lifan confirmou sua presença no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que acontece em novembro. A Chery também estará presente, ao contrário da Jac, que já disse que não participará.

Para a marca a reputação é tão importante que grande parte da equipe de 130 pessoas alocada em Salto, SP, incluindo expatriados da China, cuida da resolução de problemas apontados no site Reclame Aqui. “Nosso pós-venda é uma preocupação constante e já temos o nível de atendimento classificado como bom no site”, conta Oliveira. “Ninguém compra um carro, especialmente chinês, sem consultar a internet. Por isso, nos dedicamos para mostrar a qualidade dos nossos serviços nesse canal.”

Estratégia diferente – Apesar de brigar pela mesma fatia do bolo das chinesas no Brasil, a Lifan tem um posicionamento bem diferente das compatriotas. A marca é reconhecida na China por ser a maior fabricante de motores de motocicletas do mundo, com cerca de 12% do volume total. O negócio de automóveis só ganhou forma na última década, quando a companhia listada na Bolsa de Xangai resolveu diversificar o negócio. “Ainda estamos aprendendo a fazer automóveis, mas estamos melhorando constantemente”, admite Oliveira. Sabendo de suas limitações, a companhia nunca almejou ser grande, uma vantagem especialmente tratando-se se do cíclico mercado automotivo brasileiro.

A Lifan tem uma estratégia no mínimo curiosa: estar onde ninguém quer estar. Não é à toa que as fábricas da marca estão instaladas no Irã, Etiópia, Rússia, China e Uruguai. “Temos a habilidade de conquistar mercados esquecidos pelas grandes marcas”, revela o diretor comercial.

A receita para se consolidar nesses mercados é justamente ser pequena, a exemplo de como a montadora se instalou por aqui. No fim de 2009 o empresário Eduardo Effa fez um acordo comercial com a montadora e tornou-se representante oficial da Lifan no Brasil comercializando apenas dois modelos: uma cópia do BMW Mini Cooper, Lifan 320, e o sedan 620. Foram 4 mil unidades vendidas entre 2010 e 2011, número que saltou aos olhos da montadora na China. Problemas fiscais do importador e também no pós-venda fizeram a matriz assumir as rédeas da operação depois de uma intensa negociação que durou cerca de oito meses. “Quando a Lifan assumiu o Brasil tínhamos problemas muito graves e ficamos sete meses sem vender um único carro, só resolvendo problemas de insatisfação dos clientes”, lembra o representante da marca.

Depois de arrumar a casa, em maio de 2013 a Lifan começou a mudar o jogo ao iniciar as vendas do SUV X60, o carro chinês mais vendido no Brasil que custa a partir de R$ 62 mil. “Não quisemos competir no segmento de entrada. Sabíamos que não éramos grandes para isso e optamos por um segmento que era monopolizado por apenas dois modelos na época”, recorda-se Oliveira. Na época, o SUV chegou com itens de série, como câmera de ré e central multimídia, e mexeu com o segmento. “Vendemos cerca de 10 000 carros em 2014 e 2015. O Brasil virou a terceira maior operação da Lifan.”

A crise, porém, também chegou na Lifan. No auge da operação a marca tinha 55 concessionárias no país. Dez delas fecharam as portas. As vendas acompanham a queda do mercado, de 25%, e somam pouco mais de 2 mil unidades até julho deste ano. A marca pretende comercializar 4 mil veículos de seis modelos em 2016, 1 mil a menos do que em 2015. Pode parecer pouco, mas quanto menor a ambição, menor o tombo.

Segundo Oliveira, a montadora caiu menos que a concorrência por alguns motivos. “O tombo não foi maior porque a Lifan se posicionou como montadora de baixo volume e não instalou unidade fabril no País.”

Outra vantagem da companhia é ter a operação comandada pela matriz, ao contrário do que acontece com a Jac, por exemplo. Um estudo divulgado pela MA8 Management Consulting Group, empresa de consultoria especializada no setor automotivo, afirma que as fabricantes chinesas de automóveis são as que mais encontram dificuldades de adaptação no Brasil por problemas de rejeição do consumidor aos produtos, das dificuldades de se relacionar com parceiros comerciais e costumes ocidentais.

Agora a Lifan olha para frente. No salão de novembro, a companhia apresentará uma nova versão de sua estrela, o X60, além do X80, um SUV grande que será testado por aqui. “Para nós esse momento de crise é passageiro”, afirma o diretor comercial. “Acreditamos no Brasil e 2017 deve ser um ano de retomada.”

Eficiência energética em pauta

Nos dias 5 e 6 de setembro será realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, a edição 2016 do Simea – Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, encontro organizado pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva.

O evento, em sua 24ª edição, reunirá engenheiros, especialista do setor, autoridades governamentais e acadêmicos ligados à engenharia da mobilidade. O tema principal do encontro será a “Eficiência energética e gases do efeito estufa: impactos da evolução da engenharia automotiva”.

A expectativa dos organizadores é reunir mais de 1,2 mil profissionais em sessenta sessões técnicas, três apresentações especiais e palestras. O encontro tem ainda debates, trabalhos técnicos e 52 empresas expositoras.

Dentre as duas dezenas de palestrantes e debatedores estão nomes como Margarete Gandini, diretora do MDIC, que falará sobre a relevância do Inovar-Auto, Gianni López, diretor do Centro Mario Molina do Chile, que abordará os programas de eficiência energética em várias partes do mundo, e William Wills, pequisador peruano que discorrerá sobre a redução dos gases do efeito estufa.

Na abertura oficial, na manhã do dia 5, estão confirmadas as presenças, dentre outras, de Edson Orikassa, presidente da AEA, Antônio Megale, presidente da Anfavea, Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, José Luiz Gandini, presidente da Abeifa e Carlos Ghosn, CEO mundial da Aliança Renault-Nissan.

Rogério Gonçalves, coordenador do Simea 2016 e diretor de combustíveis da AEA, destaca o momento importante pelo qual passa o setor automotivo brasileiro com a proximidade de encerramento do programa Inovar-Auto e indefinição ainda do que virá depois dele. “O Simea”, conta Gonçalves, “será fórum de discussões importantes na busca de soluções que melhorem ainda mais a eficiência energética dos veículos brasileiros e,consequentemente, reduzam a emissão de CO2.”

BMB dá passos internacionais

A BMB, empresa parceira da MAN Latin America especializada na customização de veículos, iniciou os primeiros passos de sua internacionalização. A companhia decidiu levar seus conhecimentos e capacidades para o México, particularmente para Querétaro, cidade onde também está instalada a operação produtiva da montadora.

De acordo com Marcos Balbinot, sócio-diretor da BMB, os planos seguem o mesmo modelo de negócio desenvolvido no Brasil, onde atende a fabricante de caminhões e ônibus com exclusividade em uma unidade localizada em Resende, RJ. “A MAN nos traz a demanda, via a rede e apoio da assistência técnica, e nós entregamos a solução de acordo com as necessidades da aplicação do cliente. Foi assim que permitiu à MAN atender nichos de mercado e, assim esperamos fazer no México.”

Para o executivo, as informações da MAN e o entrosamento com a engenharia a montadora por mais de 15 anos, período no qual a empresa absorveu em torno de 23% da produção da montadora para customização de caminhões e ônibus, possibilita desenvolvimento de produtos com mais competividade e, portanto, mais atrativo ao cliente. “O objetivo é atender a MAN e o cliente, seja qual for a sua necessidade e cada transportador tem a sua.”

No México, segundo conta Balbinot, as atividades da BMB devem começar em outubro ou novembro e, inicialmente, pela adequação da suspensão pneumática nos modelos de caminhões Volkswagen e MAN. “Fizemos um acordo operacional com a Suspensys e até março do ano que vem devemos ter à disposição seis família de suspensões pneumáticas para oferecer ao transportador mexicano.”

O representante da BMB revela que a solução pneumática será o chamariz para que a montadora possa abri novos horizontes de negócios. “É cultural no mercado mexicano modelos de caminhões de cabine bicuda e arranjo de suspensão pneumática, 90% da frota é assim”, calcula. “Com a oferta da suspensão a ar poderemos agregar volume de produção e valor ao produto, porque até agora, a falta desta oferta inibe um pouco as vendas.”

Empresa ira investir na operação US$ 500 mil nos próximos dois anos, aporte destinado para os custos de aluguel de um pavilhão, capital de giro e ferramental. “Começaremos pequeno, com os pés no chão, com quadro de funcionários de oito a 10 pessoas incialmente, mesclando mão de obra do Brasil e do México”, conta Balbinot. “É uma oportunidade única, mas temos certeza de que o preço, as soluções oferecidas e a garantia de fábrica serão nossos diferenciais.”

Setor de motos não reage

O calvário da indústria brasileira de motocicletas seguiu firme no mês passado. Produção e vendas fecharam novamente no vermelho e adicionaram números ainda mais amargos para o acumulado do ano, aponta levantamento da Abraciclo, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.

No mês passado foram produzidas 75,2 mil motocicletas, recuo de 7,6% com relação ao volume registrado em junho e verdadeiro tombo de 26,6% frente ao apurado um ano antes, quando das linhas de montagem saíram quase 102,5 mil unidades. Com 539,6 mil unidades, o acumulado do ano aponta produção 32,6% menor do que nos primeiros sete meses de 2015, quando foram fabricadas 800 mil motos.

Se dentro das fábricas o ritmo continuou lento, nas revendas o quadro não foi nada diferente. Ao contrário, seguiu rigorosamente a mesma batida das linhas de montagem, com 71,8 mil unidades egociadas no mês e queda de 7,2% na comparação com os números de junho, quando foram vendidas quase 77,4 mil motocicletas. A comparação com julho do ano passado mostra recuo de 23,4% e no acumulado a queda é de 30,4%.

Os negócios no varejo foram ligeiramente melhores em julho na comparação com junho. Foram licenciadas 74,4 mil motos no mês passado, 1,5% a mais do que no mês anterior. Um indicador ainda melhor, contudo, foi o crescimento da média diária de emplacamentos, que chegou a 3,5 mil unidades, 6,3% a mais do que em junho. No acumulado do não, contudo, as vendas no varejo foram 27,4 % menores do que nos primeiros sete meses de 2015, com somente 544 mil emplacamentos.

“O segmento ainda sofre com os impactos da crise político-econômica. De qualquer forma, a tendência aponta para certa estabilidade nos próximos meses, considerando que, historicamente, trata-se de um período mais favorável para os negócios com motocicletas”, analisa Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Os fabricantes de motocicletas, porém, têm encontrado algum alento no movimento dos portos. Se em julho os embarques recuaram para 3,8 mil unidades – metade do alcançado no mês anterior – no acumulado de janeiro a julho já foram exportadas 34,9 mil, 30,3% a mais do que em igual período do ano passado.

Implementos rodoviários: sinais de estabilidade.

Apesar de ainda registrar acentuado desempenho negativo, o segmento de implementos rodoviários começa a enxergar com outros olhos os negócios daqui para frente. Agora com o viés de estabilidade. De acordo com dados da Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, de janeiro a julho o mercado absorver 37,4 mil equipamentos, queda de 31,13% na comparação com o mesmo período do ano passado, quanto foram licenciadas 54,3 mil unidades.

O índice de retração é o mesmo registrado ao fim do primeiro semestre, o que indica provável estabilidade das vendas, como aposta o presidente da associação, Alcides Braga. “Acredito que chegamos a um ponto de inflexão da curva de queda. Diante dos sinais de volta da confiança na economia poderemos observar nos próximos meses um início de recuperação que reduziria o resultado negativo do setor.”

Fatiado por segmentos, reboques e semirreboques somaram 14,7 mil unidades emplacadas nos primeiros sete meses do ano, baixa de 16,9% na comparação com o desempenho de um ano antes. Dentre os diversos produtos, aqueles indicados para atender o agronegócio registram inclusive altas. Caso de carretas canavieiras que com as 1,2 mil unidades vendidas representaram crescimento de 23,15% sobre o mesmo período de 2015. Ou graneleiros/carga seca cujas vendas, na mesma base de comparação, registraram elevação de 1,18%, para 4,3 mil unidades vendidas no período.

No segmento de leve, que abriga as carrocerias sobre chassi, a crise provoca estrago mais pronunciado. De janeiro a julho, as fabricantes entregaram 22,7 mil equipamentos, baixa de 37,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram negociados 36,6 mil produtos.

“A parte da economia ligada ao comércio e serviços nas cidades ainda não apresentou qualquer sinal de recuperação da crise”, observa Mário Rinaldi, diretor executivo da Anfira. “Isso explica a queda generalizada em todos os setores no segmento Carroceria sobre Chassis.”

Mercedes-Benz se mantém na liderança de caminhões

A Mercedes-Benz segue na liderança de vendas de caminhões nos sete primeiros meses do ano, com 8 783 unidades emplacadas no período. O volume representa uma queda de 23,3% em relação ao seu desempenho de janeiro a julho do ano passado, mas pelo menos é menor do que a do mercado total, de 30,9%. A empresa, no entanto, perdeu 0,5 ponto porcentual em participação no confronto com o registrado no primeiro semestre.

Muito provável que a pequena fatia perdida pela Mercedes-Benz tenha haver com a leve recuperação da vice-líder MAN. Se no acumulado do primeiro semestre a diferença de vendas entre as montadoras ultrapassava seiscentas unidades, agora, até julho, o hiato é de 326 caminhões. Com isso a montadora também trouxe alguns pontinhos para sua fatia de mercado: tinha 27,18% até junho, passou a ter 27,9%. A fabricante de Resende encerrou o período com 8 457 unidades vendidas, queda de 28,7% com relação ao mesmo período do ano passado.

Bem distante da ponta, com 4 576 caminhões vendidos de janeiro a julho aparece a Ford em terceiro lugar. O volume representou queda de 47% com relação ao seu desempenho de um ano antes. Trata-se ainda de uma baixa maior do que a registrada ao fim do primeiro semestre, de 44,85%. A montadora, porém, preserva sua fatia de mercado em torno de 15%.

A Volvo garantiu o quarto lugar do ranking com vendas de 3 379 unidades no acumulado até julho. O volume representa uma queda de 33,3% na comparação com o mesmo período do ano passado e participação de mercado de 11%. Vale lembrar, no entanto, que a montador de Curitiba, PR, atua somente em duas categorias de caminhões: semipesados e pesados.

Rival direta da Volvo é a Scania porque também participa do mercado somente com modelos semipesados e pesados. Suas vendas no acumulado até julho somaram 2 510 unidades, queda de 15,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado a coloca em quinto lugar do ranking, com 8,3% de participação do mercado.

Desempenho positivo na lista somente a DAF, na sexta posição do ranking. As 369 unidades vendidas até julho pela montadora representam alta de 70% sobre o mesmo período do ano passado. Com modelos somente da categoria de pesados, a fabricante de Ponta Grossa, PR, terminou o período com 1,2% de participação.

Encerra lista a FCA, com veículos da marca RAM, a Agrale e a International, em sétimo, oitavo e nono lugar do ranking de vendas, respectivamente.

Ônibus – No ranking de vendas de chassis, a Mercedes-Benz é disparada a líder do segmento. No acumulado do ano até julho, a fabricante negociou 4 098 unidades, queda de 27,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O índice, porém, ainda é menor do que a queda do mercado total, de 33,4%. Sua participação no segmento ultrapassa os 55%.

Na vice-liderança aparece a MAN, com 1 201 chassis vendidos de janeiro a julho, baixa pronunciada de 49,5% com relação ao seu desempenho de vendas de um ano antes. Com exceção da International, na lanterna da lista e recuo superior a 65% nos negócios, a fabricante de Resende é a montadora que registra o maior índice de queda.

A Agrale segue viva e forte no segmento de chassi no terceiro lugar do ranking. Suas vendas no período até julho acumularam 1 070 unidades, o representou baixa de 29,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e participação de 14,5% do mercado.

Das fabricantes a registrar crescimento no período somente a Scania, na quinta posição do ranking. A montadora vendeu 155 unidades até julho, alta de 9,2% sobre os sete primeiros meses do ano passado. Seu volume de negócios representou 2% de participação de mercado.

Ficosa tem nova fábrica no Brasil

A Ficosa, fornecedora global de sistemas de segurança, comunicação e eficiência para a automação e a mobilidade, decidiu dobrar a sua capacidade de produção no Brasil. A empresa acaba de inaugurar fábrica em Jandira, na Grande São Paulo, onde poderá produzir até 4 milhões de retrovisores e 3 milhões de sistemas de controle e comandos automotivos por ano.

Com uma área de 13 mil m², a nova unidade industrial absorverá as operações da antiga unidade de Barueri, também na Grande São Paulo, que será desativada. De acordo com o CEO da Ficosa Brasil, José María Serra, “Jandira não apenas aumenta a competitividade da Ficosa em um mercado importante como o Brasil, como também fortalece a presença da empresa no Mercosul, uma vez que será a base das operações do grupo para a região”.

Também importante, segundo Serra, é que a nova fábrica impulsionará as sinergias da aliança entre a Ficosa e a Panasonic, firmada mundialmente no ano passado. “Com a nova estrutura em Jandira criamos as bases necessárias para produzir no Brasil as soluções tecnológicas geradas pelo acordo entre as duas empresas”.

A aliança com a Panasonic incrementará as capacidades industriais e a presença geográfica da Ficosa no Brasil e no Mercosul. A nova planta será reforçada pelas instalações da Panasonic na Zona de Comércio Livre de Manaus, AM, especializada em eletrônica, e também em Extrema, MG.

“As duas empresas valorizam presença conjunta na Argentina e isso proporcionará à Ficosa cobertura integral no Mercosul, com fortalecimento do posicionamento fabril e criação de novos processos no âmbito da eletrônica.”

De acordo com a Ficosa, a fábrica de Jandira foi equipada com tecnologia de última geração, que atende os padrões mais elevados de eficiência energética, com vistas à sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Serra, contudo, não revela qual o investimento no projeto.

Dotada de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, no qual estão sendo desenvolvidas as soluções da empresa para a região do Mercosul, a nova unidade industrial – aberta oficialmente na semana passada e que conta com 273 funcionários – permitirá ampliar seus negócios na região, onde tem clientes como Volkswagen, Audi, Ford, Fiat, General Motor, Peugeot, Citroën, Renault, Nissan e Toyota.

A Ficosa está no Brasil desde 1996, quando inaugurou fábrica na Capital paulista. Em 2007 transferiu-se para Barueri. A empresa tem unidades produtivas e centros de pesquisas e desenvolvimento, além de operações comerciais, em dezessete países da Europa, América do Norte e do Sul e Ásia.

Audi desenvolve amortecedor que recupera energia

Não de hoje a indústria automotiva vem trabalhando em sistemas que possam atenuar a perda de energia nos veículos ou mesmo recuperá-la. O kers, acrônimo em inglês para sistema de recuperação de energia cinética, surgiu na década passada como bom exemplo desse esforço dos engenheiros: o dispositivo preserva e armazena parte da energia cinética gerada na frenagem e que normalmente se perderia na forma de calor.

A Audi agora dá outra importante colaboração nesse campo. A empresa, que argumenta que a recuperação de energia terá importância crescente no futuro da mobilidade, apresentou nesta semana protótipo de sistema de suspensão batizado eROT e no qual amortecedores rotativos eletromecânicos substituem os convencionais hidráulicos.

O princípio é simples, explica Stefan Knirsch, membro do conselho para desenvolvimento técnico da montadora: “Cada buraco, lombada ou curva, induz energia cinética no veículo. Os amortecedores atuais absorvem esta energia, que é imediatamente perdida ao ser transformada em calor. Com os novos amortecedores eletromecânicos, acoplados ao sistema elétrico de 48 volts, podemos utilizar esta energia.

O sistema eROT converte energia cinética em elétrica tanto no ciclo de amortecimento como durante o estiramento. Para isso, um braço mecânico absorve o movimento do cubo das rodas e a transmite, por meio de uma série de engrenagens, para o motogerador, que a converte em eletricidade.

O resultado dessa recuperação é de 100 a 150 watts, em média, durante os testes em ruas e rodovias alemãs – entre 3 watts em rodovias bem pavimentadas a até 613 watts em vias secundárias de piso irregular. Nas condições de uso diárias tradicionais, isso corresponde a uma diminuição na emissão de CO2 de até 3 g/km.

O sistema, afirma o executivo, também permite muito mais possibilidades de ajustes da suspensão. Ativamente controlada, ela se adapta às irregularidades da superfície e ao estilo do condutor.

Outra vantagem do novo sistema é sua geometria. Os motogeradores instalados horizontalmente no eixo traseiro substituem os amortecedores telescópicos verticais, o que permite um ganho adicional de espaço no porta-malas.

A Audi já dá como certa a utilização comercial do eROT no futuro. O pré-requisito para tanto é um sistema elétrico de 48 volts, componente central na estratégia da Audi. Em sua próxima versão, a ser apresentada já no ano que vem, o sistema elétrico de 48 volts servirá como sistema primário em um novo modelo da Audi e alimentará uma tração híbrida de alto desempenho.

Venda de usados cresce 8,5% no comparativo mensal

Assim como aconteceu no mercado de veículos novos e no sistema de consórcio, também as vendas de veículos usados reagiram em julho no comparativo com junho. Foram comercializados no mês passado quase 1,2 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos, resultado 8,5% superior ao de junho, quando o total de emplacamentos atingiu 1 milhão 104 mil.

De acordo com dados da Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, o desempenho foi positivo em todos os segmento do mercado. No caso dos automóveis usados a alta chegou a 9,1%, com a venda de 776,5 mil unidades em julho contra as 711,5 mil de junho. As de caminhões e ônibus cresceram 3,1% no mesmo comparativo e as de motos, 7,5%.

No acumulado do ano o mercado de usados ainda registra queda, mas em nível bem inferior ao do 0 Km. A venda de automóveis no ano ataingiu 4,74 milhões de unidades, 4,3% a menos do que as 4,95 milhões dos primeiros sete meses de 2015. No segmento de comerciais leves a queda é de apenas 1,6%, com um total de 792,4 mil emplacamentos este ano, e no de pesados verifica-se retração de 6,5%, com 191,7 mil unidades no acumulado até julho.

No total do balanço da Fenauto, que inclui leves, pesados e motos, a comercializadas de veículos usados atingiu 7,39 milhões de unidades, 3,3% a menos do que as 7,65 milhões dos primeiros sete meses do ano passado.

Para o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, pode-se falar em uma certa estabilidade no mercado de usado. “A sensação que temos é que os compradores ainda estão em compasso de espera, aguardando sinais mais evidentes de uma melhora na economia para fecharem novos negócios.”

O destaque das vendas no mercado de usado ficou novamente com os veículos seminovos com até três anos de uso. Nessa categoria, o crescimento é de 8,6% no comparativo de julho com junho e de expressivos 22,8% no comparativo anual.

De janeiro a julho foram comercializados 2,7 milhões unidades de seminovos este ano contra os 2,2 milhões do mesmo período de 2015.