Renault e Volkswagen podem juntar forças por carro elétrico de entrada

São Paulo – A Volkswagen mantém conversas com parceiros em potencial para o desenvolvimento conjunto de um carro elétrico de 20 mil euro para competir com modelos chineses de baixo custo que estão ingressando no mercado europeu. Um desses possíveis parceiros, segundo o site Automotive News, que citou o jornal alemão Handelsblatt como fonte, é a Renault.

As conversas das duas empresas estão em “estágio muito inicial” e podem não dar em nada, afirmou ao jornal alemão uma fonte próxima às negociações. Uma produção anual de 200 mil a 250 mil unidades é a meta das partes.

Em março a Volkswagen apresentou o ID.2all, um carro 100% elétrico para ser vendido por 25 mil euro a partir de 2025. Na ocasião revelou estar trabalhando em um modelo com preço ainda menor, na faixa dos 20 mil euro, sem dar mais pormenores.

A Renault, por sua vez, apresentou no mês passado a nova geração do Twingo, prevista para chegar em 2026 com preço inferior a 20 mil euro.

Grupo mexicano assume representação da Bugatti na América Latina

São Paulo – O grupo mexicano Grand Chelem assumiu a representação da Bugatti, marca do Grupo Volkswagen, na América Latina. Com 25 anos de presença em importantes cidades mexicanas, como Cidade do México, Guadalajara, Monterrey e Puebla, o grupo adiciona mais uma marca de luxo ao seu portfólio, que conta como Lamborghini, Aston Martin, Morgan Motor, Koenigsegg, Rimac e VUHL.

Além do México o Grand Chelem possui operações na Guatemala. Não há, ainda, representação no Brasil, o que poderá mudar de cenário com a entrada da Bugatti no portfólio do grupo.

“Estamos encantados por sermos os pioneiros em trazer a Bugatti não apenas para o México mas, também, de representá-la em toda a América Latina”, afirmou Martin Josephi, CEO da Bugatti México e da Grand Chelem. “Estamos convencidos de que a região tem um potencial significativo, até agora não explorado, por uma das marcas mais importantes do mundo.”

Crescimento de 7% nas vendas pode ser pouco para 2024

São Paulo – A julgar pelo roteiro de 2023 as projeções para o desempenho da indústria automotiva em 2024, que a Anfavea apresentou na quinta-feira, 7, podem estar mal-dimensionadas. Mas a notícia é positiva: na avaliação do presidente Márcio de Lima Leite há boas possibilidades de uma revisão, para cima: “Espero que possamos errar. E errar bastante a ponto de anunciarmos um crescimento ainda maior ao longo do ano que vem”.

Este ano a Anfavea anunciou em janeiro cautelosa projeção de 3% de crescimento do mercado interno, surpreendendo nossos leitores que ouviram de Lima Leite, meses antes no Congresso Perspectivas 2023, em outubro de 2022, que esperava uma alta mínima de 5% para o período que termina este mês.

Já no segundo semestre, em outubro, a Anfavea apresentou nova expectativa para as vendas de 2023, com alta de 6%, impulsionada pelo apoio do governo com a liberação de créditos tributários para a redução do preço de veículos de até R$ 120 mil. E agora, no último balanço do ano, já considerando um bom desempenho em dezembro, o mercado interno poderá contabilizar um crescimento de 8,8% em 2023.

As projeções cautelosas são a marca desta gestão da Anfavea. Não à toa, pois muitos fatores precisam ser considerados e incluem além, das condições macroeconômicas, o portfólio de produtos e os preços cada vez mais descolados da realidade da maioria dos consumidores. E, ainda, os movimentos de outros segmentos como o mercado de locação e serviços de mobilidade, que há tempos impactam o resultado na modalidade de vendas diretas.

Assim Lima Leite segue repetindo nesses dois últimos anos que espera “errar” em suas projeções. E é o que vem ocorrendo. Para 2024, apesar de oficialmente a Anfavea projetar um crescimento de 7%, ele confidenciou otimismo na possibilidade de revisar em algum momento do ano que vem: “Temos demanda reprimida, setor de locação crescendo e uma frota envelhecida. Além disso os números de emprego formal vêm surpreendendo e a economia como um todo pode ser bem melhor no ano que vem”.

Mesmo aceitando que o preço do carro nacional subiu e isto é uma dificuldade para boa parte dos consumidores realizarem a aquisição de um novo, a expectativa de Lima Leite é que o mercado financeiro surpreenda acelerando a redução das taxas de juros no ano que vem: “O primeiro reflexo de uma redução maior da taxa de juros será no segmento de entrada. Assim as montadoras passarão naturalmente ofertar mais desses produtos, aquecendo as vendas”.

Oficialmente a Anfavea apresenta uma queda de 3 pontos porcentuais na taxa de juros praticada no mercado interno, mesmo considerando um cenário com a inflação menor, o aumento da confiança do consumidor e a Selic também em queda em 2024.

Além disto estudo confrontando as vendas de novos e usados demonstrou que a cada carro zero são comprados cinco usados. Essa relação já foi menor em anos anteriores e aponta que há demanda para os veículos 0 KM, pois o cliente que necessita de um automóvel atualmente está buscando as oportunidades no segmento de seminovos: “Percebemos pelo crescimento de seminovos e motocicletas que a base da pirâmide do consumidor tem interesse em comprar. A questão é a falta de condições para ir para o carro zero”.

Eletrificados batem recorde e superam 5% das vendas

São Paulo – Em novembro as vendas de veículos híbridos e elétricos alcançou volume recorde, somando 10,6 mil unidades, como divulgou a Anfavea na quinta-feira, 7. A participação dos veículos com tecnologia elétrica também foi a maior da história, superando pela primeira vez os 5% – 5,3%.

A expectativa é a de que este recorde seja quebrado já em dezembro. Ricardo Bastos, presidente da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, disse existir movimento de antecipação de compras pelo consumidor, que enxerga no horizonte correção no preço dos eletrificados por causa da elevação da alíquota do imposto de importação para híbridos e elétricos, anunciada pelo governo para janeiro.

As marcas também fazem promoção para aproveitar o momento: a Peugeot reduziu o preço do e-2008 em R$ 40 mil, para R$ 159 mil 990, até o fim de dezembro. A Volvo Car divulgou nova tabela de preço para sua linha a partir de janeiro, absorvendo parte do aumento da alíquota – quem comprar em dezembro ainda terá o preço sem imposto.

Com a venda de 77,6 mil veículos eletrificados no período janeiro-novembro, aumento de 78% sobre igual período de 2022, a aposta da Anfavea é de fechar o ano com 88,8 mil. A ABVE é mais otimista: o total poderá chegar perto das 90 mil unidades.

O ritmo continuará em 2024: a Anfavea projeta vender 142 mil unidades eletrificadas, avanço de 61% sobre o resultado estimado para 2023. A fatia no mercado saltaria dos atuais 4% no acumulado para 5,8% de um mercado de 1 milhão 420 unidades.

Segundo o presidente Márcio de Lima Leite o ano será marcado pelo aumento da produção nacional de veículos híbridos e elétricos. A GWM prevê para maio o início da produção em Itirapina, BA, e a BYD prometeu para o último trimestre começar a produzir em Camaçari, BA. A Stellantis também já anunciou que em 2024 produzirá seus primeiros híbridos flex em Goiana, PE, e a Toyota introduzirá em dezembro do ano que vem um novo modelo com tecnologia híbrida movida a gasolina ou etanol em Sorocaba, SP.

Por tecnologia

Os híbridos ainda são maioria: em novembro foram 7,4 mil emplacados, mas com uma mudança de comportamento, pois a maior parte foi híbrido plug-in, 4 mil, e 3,4 mil híbridos puros, disse Ricardo Bastos: ‘“O movimento de transição de veículos híbridos não plug-in para os elétricos plug-in sinaliza um amadurecimento do segmento de eletrificados e uma migração de tecnologia por parte dos consumidores”.

No acumulado do ano foram 64,4 mil híbridos comercializados. A Anfavea projeta, para 2024, vender 117,9 mil modelos PHEV e HEV.

Os elétricos somaram 3,2 mil licenciamentos em novembro, crescimento de 340% sobre o mesmo mês de 2022 e de 34% sobre outubro. Mais da metade, 1,7 mil unidades, foi do BYD Dolphin.

De janeiro a novembro foram vendidos 13,3 mil BEV. Segundo as estimativas da Anfavea o ano deverá terminar com 15,2  mil 100% elétricos vendidos que em 2024 somarão 24,1 mil unidades.

Goodyear celebra cinco décadas em Americana

São Paulo – Em 7 de dezembro de 1973 a Goodyear iniciou a produção de pneus em Americana, SP, que celebra 50 anos de história. Quando aportou no Brasil, em 1939, a companhia escolheu o bairro do Belenzinho, em São Paulo, para começar suas atividades, e 34 depois depois levou sua operação para o Interior paulista.

Segundo Julien Frezard, diretor da fábrica de Americana, a unidade se destaca pela constante busca por inovação e desenvolvimento tecnológico:

“Nossa missão, além de avançar rumo ao futuro da mobilidade fabricando produtos de alta qualidade, inovação e segurança, também se estende para contribuirmos com o desenvolvimento da comunidade do entorno da nossa fábrica, ou seja, Americana e região”.

Em 2001 foi inaugurado ali o Campo de Provas, considerado uma das pistas mais tecnológicas da marca mundialmente. E em 2018 a unidade venceu a primeira edição do prêmio de fornecedores Supplier Awards do Grupo Randon na categoria sustentabilidade com foco no processo, com a apresentação do projeto da gestão de recursos hídricos que permite a reutilização de 73% da água captada.

Além da fábrica em Americana, dedicada à fabricação de pneus, a Goodyear possui outra unidade em Santa Bárbara d’Oeste, SP, em que produz materiais de recapagem para pneus de caminhões e ônibus e de recauchutagem para pneus de aviação.

Agrale fornecerá 400 ônibus para o programa Caminho da Escola

São Paulo – A Agrale fornecerá quatrocentos ônibus para a nova fase do programa Caminho da Escola, do governo federal. A empresa já foi fornecedora em edições passadas.

Todas as unidades são do micro-ônibus Agrale Marruá AM200 Mo Escolar 4×4, encarroçados sobre o chassi de um veículo off-road.  Os veículos estão equipados com motor Euro 6 e possuem ar-condicionado e dispositivo de poltrona móvel, que permite transportar alunos com mobilidade reduzida.

Sem o Rota 2030 “não há plano B”

São Paulo – Logo após a coletiva de imprensa online, na quinta-feira, 7, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, falou com um grupo de jornalistas que participou do último encontro do ano, também a última vez na sede da Avenida Indianópolis. Em 2024 a Anfavea muda de local após 48 anos no mesmo endereço. Lima Leite abordou uma série de assuntos, mas enfatizou a necessidade da publicação do programa Mobilidade Verde, previsto para o dia 13: “A maior ajuda que o governo pode dar agora para a economia brasileira é a previsibilidade que o Mover trará para os negócios”.

Segundo o executivo há consenso sobre as questões técnicas e a formatação do que seria a segunda fase do programa Rota 2030, mas que será batizado pelo governo de Mover, contração para Programa Mobilidade Verde.

“Todos deram total apoio na construção deste marco, não há divergências, há contribuições até de outros setores e vários ministérios, e por isto precisamos que agora seja uma prioridade do governo.”

A preocupação é porque as regras da primeira fase do Rota 2030 deixam de ter validade este mês. E, sem o que a indústria chama de previsibilidade para atuar no País, pode ser que haja adiamento e até fuga de investimentos. Esta hipótese não está descartada nem mesmo no caso da publicação do novo marco legal, previsto para dia 13: “Sem a oficialização as montadoras estão em compasso de espera para definir novos investimentos. Isso já aconteceu no passado. Algumas empresas ficaram sem produtos porque tiveram que atrasar seus programas em função da falta de previsibilidade”.

Dois pontos são fundamentais para a indústria no contexto da previsibilidade, que impacta na decisão de adotar novas tecnologias: as novas regras de emissões e o programa de pesquisa e desenvolvimento.

“Nós temos uma ideia dos parâmetros que foram discutidos, mas só poderemos atuar a partir da publicação oficial. Parece-me que está tudo absolutamente em consenso mas a máquina do governo precisa atuar. Essas regras envolvem diversos ministérios e elas precisam passar pelo crivo de todos eles até o momento de serem publicadas. Vai sair, tem que sair, pois não há plano B.”

Estão empenhados R$ 70 bilhões em investimentos na indústria automotiva nacional, segundo Lima Leite. A expectativa é que um valor deste tamanho, ou até maior, faça parte do novo ciclo de investimento no País para os próximos cinco anos, caso o Mover saia da gaveta.

Renault vende 200 Kangoo E-Tech para Vivo

São Paulo – A Renault vendeu duzentos Kangoo E-Tech para a Vivo, que usará os veículos para operações nas cidades de São Paulo, Campinas, SP, Rio de Janeiro, RJ, Curitiba, PR, e Brasília, DF. A compra faz parte do projeto Vivo de conectar seus negócios com inovação e sustentabilidade, reduzindo o impacto ambiental das suas operações.

O Kangoo E-Tech é equipado com motor elétrico 90 kW que gera 120 cv de potência. A sua bateria de íons de lítio é de 45 kWh obtém autonomia de até 329 quilômetros.

Nissan chega a 600 mil veículos produzidos em Resende

São Paulo – A Nissan alcançou a marca de 600 mil veículos produzidos na fábrica de Resende, RJ, para a qual anunciou recentemente um novo ciclo de investimentos de R$ 2,8 bilhões, que inclui a produção de dois novos SUVs e um motor turbo. A unidade de número 600 mil foi um Kicks Exclusive CVT.

A unidade de Resende foi inaugurada em 2014 e produziu modelos como March, Versa e Versa V-Drive. De suas linhas, hoje, sai apenas o SUV Kicks.

Roberto Leoncini deixa o cargo e Mercedes-Benz reestrutura sua área comercial

São Paulo – Após dez anos na Mercedes-Benz, que se somaram a outros 25 na Scania, Roberto Leoncini deixará o dia a dia da companhia no fim do ano. Aos 60 anos o executivo assumirá posição de conselheiro de negócios na empresa, e pretende seguir colaborando com outras empresas do setor.

O engenheiro mecânico ingressou na Mercedes-Benz em 2014, na vice-presidência de vendas e marketing de caminhões e ônibus. Participou de lançamentos importantes, como as famílias Actros, Arocs e o portfólio Euro 6 da marca.

Para a sucessão de Leoncini o presidente Achim Puchert nomeou dois executivos: Jefferson Ferrarez assume a vice-presidência de vendas, marketing e peças e serviços de caminhões e Walter Barbosa o mesmo cargo para ônibus.

Jefferson Ferrarez/Divulgação.
Walter Barbosa/Divulgação