O primeiro táxi autônomo entra em operação

Começou a operar na quinta-feira, 25, o primeiro serviço de táxi autônomo, ou seja, sem motorista, em Cingapura. A experiência foi colocada para julgamento público nas ruas de one-north, um distrito que reúne negócios e empresas de tecnologia.

A nuTonomy, startup responsável pelo desenvolvimento da tecnologia fundada por doutores do MIT, convidou um grupo de pessoas para o download do app nos celulares e, assim, poder pedir e experimentar o serviço gratuitamente. A companhia espera poder lançar o serviço comercialmente em 2018, de acordo com comunicado divulgado pela empresa.

Os deslocamentos são feitos a bordo de um Renault Zoe ou um Mistubishi i-MiEV, ambos elétricos e configurados para a condução autônoma. Por enquanto, um engenheiro da nuTonomy acompanha as viagens no banco do motorista tanto o com o objetivo de coletar dados quanto assumir a direção do carro se necessário.

“Este é realmente um momento único na história que vai mudar como as cidades são construídas e como vamos o nosso ambiente”, destacou o COO da nuTonomy Doug Parker em entrevista a agência Reuters.

De acordo com a nuTonomy, no início de agosto a empresa foi selecionada pela autoridade de transporte local como parceira no desenvolvimento e pesquisa para um serviço comercial de veículos autônomos. A experiência colocada em prática em Cingapura é o primeiro resultado da parceria e, até agora, a única inciativa privada aprovada pelo governo parar testar tecnologias autônomas em vias públicas.

O CEO e co-fundador da empresa, Karl Iagnemma, disse que a primeira avaliação pública de tecnologia autônoma é o resultado alcançado pelo nível de maturidade alcançado pelo sistema de software da empresa. “O julgamento público representa oportunidade extraordinária para recolher impressões dos usuários em um ambiente real”, disse em nota. “Essas impressões dará a nuTonomy uma vantagem para incorporar uma frota de veículos autônomos em 2018.”

De acordo com a startup, além de Cingapura a empresa testa softwares de tecnologias autônomas em automóveis em Michigan, nos Estados Unidos, e no Reino Unido em parceiras com fabricantes de automóveis como a Jaguar Land Rover.

A nuTonomy é uma das diversas empresas que correm para lançar veículos autônomos em parceria com montadoras. Ela mesma, além de Cingapura, faz testes de softwares no Reino Unido com a Jaguar Land Rover. Na semana passada, por exemplo, a sueca Volvo anunciou investimento de US$ 300 milhões em parceria com a Uber para desenvolver um carro autônomo. A Ford também estreitou parcerias com startups do Vale do Silício, na Califórnia, porque planeja produzir em série um veículo autônomo em 2021.

Anef refaz projeções para 2016

A Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, refez suas projeções para o ano 2016 em seu relatório no qual divulgou seus resultados do primeiro semestre na quinta-feira, 25. A entidade projeta saldo de financiamento de R$ 155,7 bilhões, o que representa uma queda de 15% na comparação com o resultado do ano passado, quando somou R$ 183,2 bilhões. O volume de recursos liberados também deverá registrar baixa de 15,8%, para R$ 77,5 bilhões. No ano passado o valor foi de R$ 92 bilhões.

No primeiro semestre do ano o saldo das carteiras de financiamento somou R$ 169,3 bilhões, queda de 14,2% nos últimos doze meses e de 1,3% em relação ao mês anterior. Do valor total, R$ 164,2 bilhões foram destinados ao CDC e R$ 5,1 bilhões ao leasing, representando quedas de 13,7% e 27,1%, respectivamente. O valor do saldo correspondeu a 3,0 do PIB, mantendo, portanto, o percentual alcançado no mesmo período do ano passado. Segundo a associação, o resultado corresponde a 5,4% do total de crédito do SFN, Sistema Financeiro Nacional, e 10,8% do total das operações de crédito.

De janeiro a junho o total de recursos liberados alcançou R$ 38,6 bilhões, recuo de 17,5% nos últimos doze meses. Para a modalidade de CDC foram destinados R$ 37,5 bilhões e para o leasing R$ 1,1 bilhão. “Esses números são o retrato do cenário econômico atual”, analisa em nota o presidente da Anef, Gilson Carvalho. “A demanda continua muito reprimida, pois o consumidor tem medo de perder o emprego e, por isso, evita contrair dívidas. Afinal, o consumidor só decide pela compra baseado em três pilares: confiança, renda e crédito, elementos que vêm se degradando nos últimos meses. Isso impacta diretamente no volume de vendas e de financiamento.”

O pagamento a prazo se mantém como a opção mais utilizada pelo consumidor para a compra do veículo zero quilômetro. No primeiro semestre deste ano, 58% dos negócios utilizaram essa modalidade de crédito. O CDC foi o preferido por 50% dos compradores, seguido pelo consórcio, 6%, e leasing, 2%. As vendas à vista, por sua vez, bateram recorde e atingiram a marca de 42% – superando em dois pontos percentuais o resultado alcançado no ano passado.

No segmento dos veículos pesados, o Finame ainda é o responsável pela maior parte das operações, com 63% dos contratos. Outras modalidades utilizadas na compra de um caminhão foram CDC, 15% das negociações, e leasing, 1%, enquanto as entregas por meio do consórcio atingiram 4%.

As taxas praticadas pelos bancos das montadoras continuam sendo as menores para o consumidor se comparadas com as oferecidas pelos bancos independentes. Em junho, as entidades ligadas cobraram juros de 23,14% ao ano e 1,75% ao mês, enquanto os independentes, 26% e 1,4%, respectivamente. O prazo médio das concessões foi mantido em 42 meses, enquanto o prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.

A taxa de inadimplência Pessoa Física continua em elevação. Em junho, o índice de inadimplentes na modalidade CDC foi de 4,5%, contra os 3,9% registrados no mesmo mês do ano passado. Na carteira de leasing, foi de 4,3%, o que representou queda de 2,8 pontos porcentuais.

Kicks entra em produção no México

A Nissan anunciou oficialmente o início da produção em série do Kicks na sua fábrica mexicana de Aguascalientes. A operação é a primeira no mundo para o modelo. De lá, incialmente, o carro também abastecerá outros mercados da América Latina até sua produção chegar à unidade brasileira de Resende, RJ, prevista para o fim de março do ano que vem.

De acordo com a fabricante, para a produção do Kicks a companhia investiu US$ 150 milhões, além de um adicional de US$ 100 milhões com a integração de catorze novas empresas fornecedoras no local. O modelo possui 90% de conteúdo nacional, fazendo dele um dos veículos Nissan com o mais alto índice de localização.

Armando Ávila, vice-presidente de manufatura da Nissan no México, lembra que a produção do Kicks marca o pioneirismo de uma fábrica da região receber a responsabilidade de pela primeira vez produzir um veículo inédito da marca, destacando que nenhum outro lugar do mundo ainda não o está produzindo. “Aguascalientes será responsável por gerar as informações necessárias para compartilhar com o resto dos países que produzirão o modelo no futuro.”

Como já determinado pela fabricante em seu plano estratégico para o Kicks, o modelo primeiro será oferecido aos mercados da América Latina e, posteriormente, entregues mais de oitenta países ao redor do mundo.

Com o Kicks, a fábrica mexicana passa a produzir de maneira simultânea cinco modelos. Já produzia Sentra, o monovolume NOTE, March e Versa. Segundo a montadora, Aguascalientes é a mais rápida da Nissan em todo mundo, capaz de produzir 65 unidades por hora, equivalente a um veículo a cada 55 segundos.

Apesar do anúncio oficial da produção do Kicks, a marca destaca, no entanto, Aguascalinente produziu um primeiro lote do modelo em abril exclusivamente para ser integrar as campanhas dos Jogos Olímpicos Rio 2016, dos quais a montadora é patrocinadora oficial, e que a produção em massa começou em maio.

No Brasil, o Kicks é o modelo com o qual a empresa pretende reescrever uma nova história no mercado e, definitivamente, sair dos atuais 3% de participação que tem no mercado. Embora não crave a pretensão de liderar a categoria de utilitários esportivos, não aceita qualquer outra condição que não seja estar entre os três mais vendidos.

Para receber o Kicks, a unidade de Resende investiu R$ 750 milhões nas adaptações da linha de produção e em treinamento.

Fiat revela novo Uno

A Fiat revelou na quarta-feira, 24, a primeira imagem do Uno renovado e a confirmação de que o modelo será o primeiro a receber globalmente o motor 1.0 de três cilindros, como também um motor 1.3 de quatro cilindros, ambos da mesma família chamada GSE, de Global Small Engine, que devem substituir os atuais 1.0 e 1.4 Fire, desenvolvimento há mais de 15 anos. De acordo com a fabricante, o novo Uno começará a chegar à rede de concessionárias em meados setembro.

As mudanças também devem fazer bem para o modelo que já esteve dentre os mais vendidos no País e que, ao longo dos anos, veio perdendo terreno para a concorrência com produtos mais atuais. Segundo a Fenabrave, no acumulado até julho, o Uno aparece como o 15º modelo dentre os cinquenta mais vendidos, com 21,3 mil licenciados. Em sua categoria, a de entrada, aparece com o 5º com 10,43% de participação no segmento, atrás Ford, Ka, Volkswagen Gol, Fiat Palio, Volkswagen up!.

O irmão mais novo e menor do Uno, o Mobi, também deve receber o novo motor 1.0 de três cilindros, mas a provável estratégia da Fiat será incorporar o Uno com mais recursos e equipamentos com o objetivo de descolar o modelo do Mobi no mercado, ou seja mais refinado. Aliás, na curta nota divulgada pela Fiat, a montadora adianta que “a linha 2017 também chega recheado com novas tecnologias e visual renovado”.

Tanto o Uno quanto os motores já estão em produção na fábrica de Betim, MG, atualmente a maior fábrica de veículos da América Latina e uma das maiores do mundo, com capacidade declarada de 800 mil veículos/ano. A unidade mineira também vem passando por ajustes. Desde 2010 a companhia encaminha investimento de R$ 7 bilhões para modernização das linhas de montagem, desenvolvimento e produção de novos modelos.

Além do Uno agora revelado com seus novos motores, a Fiat também deve apresentar no próximo Salão do Automóvel, em novembro, um hatch conhecido pelo código X6H, com o qual deve aposentar de uma só vez o Palio e o Punto.

Mahle investe para acompanhar mercado

O Centro de Tecnologia da MAHLE, um dos dez da empresa em todo o mundo, acaba de receber nova bancada testes com dinamômetro de última geração. O equipamento será útil, em particular, para validação e desenvolvimento de motores mais potentes, econômicos e menos poluentes.

O chamado Tech Center, como é conhecido o complexo de pesquisa, congrega investimentos totais de R$ 100 milhões e trabalha no desenvolvimento de todo o portfólio global de produtos da empresa, além de ser responsável mundial pelas linhas de anéis de pistão e filtros para motores com combustíveis alternativos.

A Mahle não revela quanto investiu no novo equipamento, que permite reprodução de um ciclo real de utilização do motor, qualquer que seja a sua aplicação. Os dinamômetros convencionais, explica a empresa, analisam o motor ponto a ponto, enquanto o novo dispositivo simula a utilização por um usuário final que conduz o veículo na cidade, estrada ou em circuitos mistos.

A Mahle garante que esse tipo de avaliação tem maior precisão na detecção dos níveis do consumo de combustível e dos índices de emissões de poluentes. As medições de consumo ocorrem em tempo real, com margem de erro de apenas 0,4% – cinco vezes menor do que um banco de testes convencional –, o que abre espaço para avaliação de novas tecnologias e desenvolvimento de componentes para motores downsizing, reforça Everton da Silva, chefe de engenharia experimental do centro tecnológico.

Um bom exemplo são os motores de três cilindros que começaram a chegar ao Brasil há cerca de quatro anos importados e que a partir de 2014 começaram a ser produzidos pela Hyundai e Volkswagen. Hoje mais de dez marcas já oferecem motores de três cilindros no mercado interno e outros duas entram para esse clube em setembro: Fiat e Renault, ambas com versão 1.0.

Mercedes-Benz cancela demissões e abre novo PDV

Na manhã da segunda-feira, 22, os trabalhadores da Mercedes-Benz haviam aprovado, por unanimidade, que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negociasse alternativas para evitar as quase 2 mil demissões anunciadas pela montadora na fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Apenas 48 horas depois a confirmação de que a decisão foi mais que acertada. Na manhã desta quarta-feira, 24, a montadora anunciou acordo com os trabalhadores para abrir mais um programa de demissão voluntária.

O novo PDV começou oficialmente nesta própria quarta-feira e segue até o próximo 31. O principal atrativo, entende a montadora, é o valor fixo de R$ 100 mil, independentemente do tempo de casa e da idade do colaborador horista ou mensalista. A montadora espera que cerca de 1,4 mil colaboradores aceitem a proposta.

A Mercedes-Benz estava com suas atividades produtivas paralisadas desde o dia 15, quando concedeu licença remunerada para todos os seus colaboradores por tempo indeterminado. Com o novo acordo, os trabalhadores retomam ao trabalho na madrugada desta quinta-feira. Além do programa de demissão voluntária montadora e do cancelamento das dispensas ficaram acertados outros três pontos: estabilidade de emprego até 31 de dezembro do ano que vem, reposição da inflação de 2016 nos salários do próximo ano e adoção de novas medidas para administrar o excedente de mão de obra que ainda permanecerá na unidade.

Os trabalhadores aprovaram a proposta em assembleia realizada na porta da fábrica após cinco dias de protestos que envolveram até mesmo a queima dos telegramas de dispensa enviados a partir do dia 15 pela empresa, que diz que acumulou mão de obra excedente da ordem de 2,5 mil pessoas. Em PDV encerrado em julho 630 trabalhadores já haviam se desligado da empresa.

Além da estabilidade até dezembro de 2017, a empresa aceitou discutir outros mecanismos para quem ficar na fábrica, como o layoff rotativo, licença remunerada e Programa de Proteção ao Emprego”, acrescentou Aroaldo Oliveira da Silva vice-presidente do sindicato.

“Uma vez atingida a meta de 1,4 mil pessoas no PDV, o restante do acordo fica garantido. O excedente será administrado, a princípio, por meio de layoff rotativo, com revezamento dos trabalhadores afastados”, diz o isndicalista, que destaca ianda que o acordo prevê para a data-base de 2017 o pagamento de um abono no valor de R$ 4 mil.

A montadora, contudo, afirma que nas negociações “reiterou a necessidade de reduzir o excesso de pessoas diante de ociosidade permanente nos últimos dois anos, acima de 50%, o que tem comprometido a sua operação no País”. E prosseguiu: “Com o novo acordo, a Mercedes-Benz apresenta mais uma alternativa aos seus colaboradores para suportar os efeitos da forte crise econômica no Brasil”. 

A Mercedes-Benz alega que o prolongamento da crise de mercado comprometeu suas receitas e que é “imprescindível também reduzir os custos de operação e administração na fábrica de São Bernardo do Campo”. A fabricante acrescenta que se não conseguir alcançar os ajustes poderá ver comprometidos investimentos já planejados.

“Durante todo o processo, a empresa argumentou a necessidade de acabar com o excedente de 2.670 metalúrgicos. A negociação não avançava, pois eles não aceitavam rever as demissões. Depois das mobilizações, conseguimos conversar. Insistimos que a proposta só seria viável se a empresa investisse num PDV realista, que levasse em conta o perfil dos companheiros que estão na fábrica. Hoje, na Mercedes, 60% dos metalúrgicos têm até 12 anos de casa e os PDVs anteriores só eram interessantes para quem tinha mais tempo de trabalho”, explicou.

Aroaldo também ressaltou outro item do acordo considerado importante para os trabalhadores. Ele informou que a empresa fará um mutirão com técnicos, engenheiros e representantes do setor de Recursos Humanos para rever e corrigir problemas nos PPPs (Perfil Profissiográfico Previdenciário), documento que traz todo o histórico do trabalhador e que é necessário para que ele dê entrada em seu processo de aposentadoria. “Havia muita demanda de companheiros em relação a esse documento, especialmente no que se refere ao reconhecimento de agentes de riscos, insalubridade. Havendo essa revisão e a correção de eventuais erros, muitos ficarão em condições de aposentar”, explicou.

Basf aposta no futuro do Brasil

A Basf, uma das maiores indústrias químicas do mundo, como também uma das mais antigas empresas alemãs em atividade no Brasil, acredita na recuperação da econômica brasileira a partir de 2017 e, apesar dos reflexos da recessão que assola o País ao longo dos últimos dois anos, não alterou seus planos de desenvolvimento local.

“Apostamos no futuro do Brasil e continuamos trabalhando forte para consolidarmos nossas posições nos diversos mercados em que atuamos. Prova disto é este fato de que não alteramos nosso plano de investir € 1,2 bilhão no período 2013-2017. Recentemente colocamos em operação uma nova fábrica de produtos químicos em Camaçari, na Bahia, onde investimos € 500 milhões e que será uma das maiores do Brasil. Além disso, também inauguramos duas novas plantas de defensivos agrícolas”, conta Ralph Schweens, atual presidente da Basf para a América do Sul.

O mesmo raciocínio, ainda de acordo com o presidente da Basf, é válido também para os negócios com o setor automotivo. “Como as montadoras, também entendemos que a atual crise vivida pelo mercado automotivo brasileiro já alcançou seu ápice e que as vendas deste setor começarão a se recuperar a partir do início deste segundo semestre”, estima Schweens.

É importante ressaltar que o setor automotivo representa um dos principais segmentos de negócios da Basf, não só no País quanto no mundo. “Temos uma parceira de negócios muito importante com as montadoras e atuamos juntos em vários projetos e soluções”, observa o presidente da Basf.

A Basf é hoje uma das maiores fornecedoras da indústria automobilística no segmento químico. No ano passado, o faturamento mundial da empresa alcançou € 70,4 bilhões, com € 10,2 bilhões, ou 15% do total, provenientes do setor automotivo. A empresa fornece diversos produtos para todos os elos da cadeia produtiva, do OEM ao aftermarket.

A América do Sul representa hoje cerca de 5% das vendas totais da Basf no mundo. Em 2015 a empresa faturou € 3,8 bilhões na região, dos quais € 2,7 bilhões foram realizados no Brasil. A empresa possui dezoito fábricas no continente, sendo dez somente no Brasil. Supre o setor automotivo com tintas, plásticos de engenharia, catalisadores, Cellasto (marca de poliuretano da Basf), fluídos, lubrificantes, dentre outros.

Volkswagen e Keiper: impasse que segue.

Enquanto na Europa a Volkswagen e o Grupo Prevent chegaram a um acordo pela retomada do fornecimento de peças na terça-feira, 23, por aqui os impasses entre as empresas continuam.

Como já noticiado pela Agência de Notícias AutoData, na tarde de segunda-feira, 22, a Keiper, uma das empresas do Grupo Prevent, emitiu comunicado informando que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decidiu suspender a ordem judicial a favor da Volkswagen de retirar o ferramental de sua propriedade da Keiper, obrigando a montadora de suspender as ações nesse sentido. A Volkswagen alerta que a “ausência desses ferramentais coloca em risco toda a cadeira de fornecimento e a rede de concessionárias, que totalizam mais de 100 mil trabalhadores”.

A montadora não se manifestou especificamente a respeito da mais recente decisão da justiça, porém em mais um comunicado divulgado pela Volkswagen na terça-feira, 23, a fabricante reitera que desde março do ano passado, quando os problemas de abastecimento de peças começaram, já “foram fechados 11 acordos comerciais, porém nenhum deles foi cumprido pelo fornecedor. Nem mesmo liminares na Justiça para o reestabelecimento das entregas foram cumpridas pelo grupo”.

A Volkswagen rompeu com os contratos de fornecimento que tinha com as empresas do Grupo Prevent, antecipando para agosto férias coletivas da maior parte de seus empregados programadas para outubro por período de três a quatro semanas.

De acordo com a montadora, as interrupções na produção em virtude da falta de peças resultaram em mais de 140 dias parados na somatória das três fábricas de veículos no País, além de ter deixado de produzir mais de 130 mil unidades.

Por outro lado a Keiper diz que vai continuar em busca de uma solução amigável junto à montadora, com o objetivo de preservar a parceria. De acordo com a empresa, no entanto, a decisão da montadora de rescindir os contratos de fornecimento foi de forma unilateral, colocando em “risco os negócios da Keiper no Brasil, incluindo a provável demissão de 1 200 funcionários de nossas unidades das cidades de Mauá e Araçariguama (SP)”. Segundo a Keiper, o fornecimento de peças para a Volkswagen representa mais 85% dos negócios da empresa no País.

Hyundai fecha acordo de exportação para o Uruguai

A Hyundai inicia exportação do HB20 para Uruguai. Até o fim do ano serão trezentas unidades da versão Comfort Plus 1.6 nas configurações hatch e sedã. Na programação da montadora outras seiscentas unidades ao longo de 2017.

As exportações da fabricante começaram em março passado para Paraguai, com um pedido inicial de seiscentas unidades do HB20X, a versão aventureira do modelo.

As remessas da Hyundai começaram três anos depois da inauguração de sua fábrica em Piracicaba, SP. As exportações, na verdade, trata-se uma mudança de estratégia da empresa, pois seu objetivo inicial com a unidade fabril era se dedicar somente o mercado doméstico.

Agora, com a retração do mercado interno, os embarques da fabricante a partir de Piracicaba ganham papel fundamental para ocupar a sua capacidade produtiva da unidade, de 180 mil unidades/ano.

Além dos Paraguai e do Uruguai, a Hyundai adianta que deve incluir outros países latino-americanos. “No momento, não há planos para aumentar os volumes de produção”, revela em nota William Lee, presidente da Hyundai Motor Brasil. “O foco é encontrar novos mercados para melhor utilizar a capacidade já instalada.”

Segundo a fabricante, a fábrica do Interior paulista segue com produção em três turnos, durante os cinco dias da semana, e mantém a previsão de repetir em 2016 o mesmo volume do ano passado, em torno de 165 mil unidades.

“O HB20 já provou ser um sucesso no Brasil, consolidando-se entre os modelos mais vendidos”, observa em nota William Lee, presidente da Hyundai Motor Brasil. “Comemoramos o início das exportações em março para o Paraguai e agora expandimos nossas operações para outro país vizinho, o Uruguai, onde também temos um importador tradicional para apoiar nossos clientes com toda a atenção e qualidade.”

Os números colaboram para confirmar a afirmação do presidente da marca no País. O Hyundai HB20 foi lançado em setembro de 2012 e rapidamente se transformou em um dos preferidos do mercado nacional. A fabricante encerrou o ano passado com 9,35% de participação, a quinta marca que mais vendeu com 163,6 mil unidades licenciadas.

O desempenho em 2016 se mostra ainda melhor. Segundo dados da Anfavea, no acumulado do ano até julho, enquanto o mercado total de automóveis registra queda de 24,6%, os modelos HB20 somaram 92,4 mil unidades, estabilidade de leve alta de 0,1% com relação ao mesmo período do ano passado, quando acumulava 92,3 mil unidades vendidas.

Hoje, o H20 em sua configuração hatch é segundo modelo mais emplacado do mercado nacional, atrás do Chevrolet Onix. As 65,6 mil unidades vendidas até julho representaram 26,83% de participação na categoria de hatches pequenos.

No Uruguai, os HB20 serão distribuídos pela Fidocar, representante local da marca desde 1992, com um rede de 28 endereços em todo o país.

Projeto 5 Continents Drive chega à América Latina

A Toyota aproveitou a cerimônia de inauguração de seu Centro de Pesquisa Aplicada em São Bernardo do Campo, SP, para também dar largada à terceira etapa do seu projeto 5 Continents Drive. Nos próximos três meses a fabricante cobrirá um trecho de 20 mil quilômetros no território latino-americano, com o objetivo de esquadrinhar as verdadeiras condições de rodagem da região.

O projeto, promovido pela Gazoo Racing, empresa do Grupo Toyota dedicada aos esportes automobilísticos, teve início em 2014 e já passou pela Austrália e pelos Estados Unidos. Nas rotas percorridas engenheiros e colaboradores da matriz da Toyota conhecem na prática e de perto as mais diversas condições de rodovias e pavimentações ao redor do mundo. Baseado na experiência adquirida após a rodagem, as equipes iniciam estudos técnicos para delinear os desafios em prol de melhorias em cada veículo fabricado pela Toyota nos cinco continentes do planeta.

A etapa latino-americana terá como ponto de largada o Brasil, saindo da região Sudeste e seguindo pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Somente a etapa brasileira somará por volta de 5 mil quilômetros e envolverá mais de trinta engenheiros e técnicos da marca do Brasil e do Japão.

Além do Brasil, a caravana também rodará por outros seis países latino-americanos: Argentina, Bolívia, Chile, Peru, Uruguai e Paraguai. Todo o portfólio produzido pela Toyota no continente – Corolla, Etios, Hilux e SW4 –, além de alguns modelos importados, como o híbrido Prius, serão utilizados na experiência.

“O projeto 5 Continents Drive nos permitirá compreender de maneira mais profunda a verdadeira condição de direção na região”, destaca em nota o CEO da Toyota para América Latina e Caribe, Steve St. Angelo. “O Centro de Pesquisa Aplicada nos permitirá realizar mudanças mais rápidas em direção à nossa missão de desenvolver carros cada vez melhores.”