A linha de produção da fábrica da DAF em Ponta Grossa, PR, passará a montar diariamente quatro caminhões, uma evolução de 25% sobre as três unidades por dia do volume atual. A decisão já foi aprovada pela matriz e o ritmo deverá aumentar nas próximas semanas, embora o presidente Michael Kuester não consiga estipular uma data – projeta algo entre o fim de outubro e começo de novembro:
“Antes de aprovar com a matriz imaginávamos que seria mais fácil negociar com nossos fornecedores. Mas deveremos começar talvez um pouco mais tarde do que gostaríamos”.
O executivo afirmou que toda a cadeia de fornecedores de veículos pesados está desconfiada, o que considera natural, uma vez que o mercado acumula queda superior a 20% de janeiro a agosto, a segunda consecutiva. A tarefa de convencê-los a elevar a produção nesse cenário de retração é bem complicada.
Acontece que a DAF segue um caminho oposto ao da indústria no geral. As vendas de caminhões da companhia cresceram 69% até agosto, para 436 unidades. “Agora em setembro já passamos o volume de vendas do ano passado, 440 caminhões. Este ano deveremos fechar com 750 unidades comercializadas”.
Kuester usa esses argumentos nas conversas com a cadeia fornecedora, com quem afirma ter bom relacionamento – por isso confia no rápido prosseguimento do plano de aumento de produção. O executivo disse ter a sensação de que o mercado está começando a se recuperar, com base no aumento de consultas e negociações com potenciais clientes.
“As vendas de caminhões pesados, que é o segmento onde atuamos, crescerá de 15% a 20% no ano que vem. As negociações aumentaram muito e não acredito que seja apenas conosco, que tudo será traduzido em market share”.
A operação recente – a fábrica de Ponta Grossa comemorará três anos no mês que vem – cresce em ritmo inferior ao inicialmente programado, mas nada que preocupe a matriz. Este ano o objetivo de participação, 5% na faixa de mercado superior a 15 toneladas, será atingido, de acordo com o presidente. “Será abaixo do volume esperado: no ano passado falávamos em vender 1 mil caminhões”.
Da mesma forma a rede de concessionários caminha a passos mais lentos. Serão abertas mais três casas este ano, que se somarão às 22 em operação. Para depois, o ritmo do mercado determinará.