O setor automotivo começa a mover suas peças para conseguir do novo governo, o quanto antes, a definição de uma política industrial de mais longo prazo. Na quarta-feira, 21, por exemplo, nada menos do que dezenove entidades representantes da indústria e dos trabalhadores do setor entregaram ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços proposta do Programa de Sustentabilidade Veicular, que objetiva a renovação da frota e o incentivo à cadeia de reciclagem de autopeças.
Participaram da reunião com o ministro da pasta, Marcos Pereira, dentre outros, dirigentes da Anfavea, Sindipeças, Abraciclo, Anfir, Anip, Fabus, Fenabrave, Fenauto, Simefre, além de representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e do Sindicato das Empresas de Sucatas de Ferro e Aço.
A estruturação de um programa de renovação da frota de veículos tem sido objeto de discussão com o governo há anos. Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, programa do gênero estimulará não só a retirada de veículos defasados e poluentes das ruas como também a própria cadeia produtiva, com natural reciclagem de autopeças e uma maior segurança no trânsito.
“O Programa de Sustentabilidade Veicular pode ser um dos vetores da retomada do crescimento do Brasil. Nosso setor tem potencial para alavancar a economia brasileira”, disse o presidente da Anfavea após a reunião em Brasília, DF. Dirigentes calculam que toda a cadeia automotiva responde por cerca de 10% do PIB industrial do País e mais de 5 milhões de empregos.
Para José Roberto Nogueira, representante do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o Programa de Sustentabilidade Veicular incentivará também a maior qualificação da mão-de-obra e incentivará a geração de empregos. “No nosso entendimento, isso será fundamental para o sucesso do Programa. Devemos estar atento a essas questões ou continuaremos importando em grande quantidade, o que corta o número de postos de trabalho no Brasil”, afirmou.