A Tupy na Ford F-150

No veículo mais negociado nos Estados Unidos pulsa tecnologia de multinacional brasileira. Os blocos de motor de 2,7 litros que equipam a picape F-150 são fornecidos pela Tupy, produtora de blocos e cabeçotes de motor de ferro fundido. No caso da picape norte-americana, a peça reúne blocos de cilindros produzidos de ferro grafite compactado, CGI. Esse mesmo motor também está presente no Edge e no Taurus oferecidos no mercado Chinês.

De acordo com a companhia, o novo motor Ford é uma dos mais leves e mais compactos graças à combinação do CGI e do alumínio na composição do bloco. O motor também é um dos primeiros a gasolina de produção em massa já construídos com bloco feito a partir de CGI. “A redução de peso é uma das principais vantagens da nova picape Ford”, afirma em nota a multinacional brasileira. “O veículo é 320 kg mais leve que sua versão anterior, principalmente porque utiliza aço e alumínio de alta resistência em sua estrutura e corpo.”

Segundo a Tupy, o desenvolvimento dos blocos de motor começou em 2012 em sua fábrica de Saltillho, no México, a partir de um investimento para adaptação da planta para a produção de produtos CGI.

No ano passado, a Tupy encerrou o período com receitas totais de R$ 3,4 bilhões, alta de 10% sobre 2014. Embora o faturamento gerado pelo mercado interno tenha encolhido 26,7% na comparação com 2014, para R$ 621,7 milhões, a receita proveniente do mercado externo cresceu 24%, para R$ 2,8 bilhões, representando 82% de sua receita. Em 2015, a participação do setor automotivo no faturamento da companhia foi de 93,9%.

A companhia tem unidades industriais em Mauá, SP, Joinville, SC, sua cidade de origem, e duas outras fábricas no México, em Saltillo e Ramos Arizpe, além de escritórios internacionais, localizados nos Estados Unidos e na Alemanha. Ao todo emprega mais de 15 mil pessoas.

Nada relacionado a motores, mas a agência reguladora de segurança dos Estados Unidos, NHTSA, abriu uma investigação a respeito de problemas de freio em 282 mil unidades da F-150. De acordo com a agência, há registros de queixas de consumidores alegando “perda súbita e completa da eficiência dos freios”, embora não tenha sido relatado nenhum ferido ou acidente.

Os modelos envolvidos foram produzidos em 2015 e 2016 equipados com motores de 3,5 litros. A porta-voz da Ford Elizabeth Weigandt diz que a fabricante está cooperando com os agentes da NTHSA.

MWM renova fornecimento com o Grupo PLA

A MWM Motores renova contrato de fornecimento de motores para o Grupo PLA, um conjunto de empresas dedicado à produção de máquinas e implementos agrícolas, além da oferta de serviços relacionados ao setor. De acordo com a fabricante de motores, a renovação intensifica os planos da empresa de expansão no mercado agrícola.

A companhia não revela volumes, mas o começo das entregas dos motores de 4 cilindros com potência de 120 cv a 160 cv está prevista para o primeiro semestre de 2017. Os motores, já adequados à legislação de emissões MAR-1, que entra em vigor a partir do ano que vem para todos os produtos vendidos País, equiparão os pulverizadores da PLA Hydra 200 e Orion 250.

“Para a companhia é motivo de celebração a conquista de novos clientes e renovação de contratos correntes, como é o caso do Grupo PLA, com a nova plataforma de motores que atendem a legislação MAR-1”, destaca em nota o diretor de vendas e marketing para motores e peças da MWM, Thomas Püschel. “Demonstra o trabalho e empenho de toda a equipe em oferecer aos nossos parceiros, produtos de tecnologia e com alto nível de qualidade e confiabilidade para o mercado brasileiro.”

Além da novidade com o Grupo PLA, a MWM fez recente reestruturação em suas operações, com investimento em novos nichos e ampliação dos negócios externos. Primeiro a companhia transferiu a produção de motores de Canoas, RS, para a fábrica do bairro de Santo Amaro, na Capital paulista, e criou novo centro de distribuição em Jundiaí, SP, desativando o que mantinha na cidade gaúcha.

Em meados de setembro também começou a exportar peças para a África do Sul, um novo mercado conquistado pela fabricante, que em breve também enviará motores completos. Segundo Püschel, em uma primeira fase os pedidos envolvem o segmento fora de estrada, mas o executivo antecipa que está “batalhando para estender os negócios para outros tipos de veículos”.

Para conquistar clientes na África do Sul a MWM estabeleceu uma rede de dez concessionárias naquele país. A empresa já participava do mercado sul-africano de forma indireta, seus motores e peças seguiam para lá em veículos exportados por montadoras daqui.

As exportações da empresa hoje representam 15% do seu faturamento, cinco pontos porcentuais a mais do que há dois anos. A expectativa é encerrar 2016 com alta na faixa de 6% a 10% no total dos embarques.

O diretor de vendas assegura que a empresa prepara vários lançamentos para 2017 e continua trabalhando firme na área de reposição, fortalecendo a rede. “Acreditamos que haverá crescimento do mercado interno no ano que vem. Algo como 5% a 10% no caso dos caminhões. Alguns clientes estão até um pouco mais otimistas, mas preferimos ser mais conservadores neste momento.”

Ante a produção de 60 mil motores no ano passado, a MWM deve fechar este ano com 40 mil unidades. Apesar da retração, a empresa manteve investimentos em novos produtos e tecnologia, como os relativos à adoção da legislação MAR-1 para o segmento fora de estrada.

VW faz acordo bilionário com sua rede nos Estados Unidos

A Volkswagen aceitou para por volta de US$ 1,2 bilhão aos seus concessionários nos Estados Unidos para colocar um ponto final a qualquer reclamação relacionada ao escândalo proveniente dos motores alterados para burlar os organismos de controle antipoluição.

Em comunicado, a Volkswagen revelou que havia chegado a um acordo com os concessionários, conforme anunciado o mês passado, mas sem divulgar detalhes. Em nova nota divulgada pela montadora, “A Volkswagen concordou efetuar pagamento no valor máximo de US$ 1,2 bilhão aos revendedores envolvidos e oferecer benefícios suplementares para atender às reclamações passadas, atuais e futuras”.

O valor será distribuído entre 652 concessionários e a Volkswagen também concordou em comprar de volta os veículos com motores fraudados que as revendas ainda mantêm em estoque. O acordo foi apresentado ao tribunal em San Francisco, Estados Unidos, para aprovação.

Ao acordo com os concessionários, soma-se um plano de compensação US$ 14,7 milhões, também aprovado pelo mesmo tribunal em julho passado, aos cerca de 480 mil proprietários americanos de carros com motores manipulados.

Em setembro de 2015 a fabricante reconheceu ter alterado os motores diesel de 11 milhões de veículos em todo o mundo para enganar os testes de emissão de poluentes junto às agências reguladoras.

Proteção 360 graus

Fabricar carros cada vez mais seguros está no radar das montadoras há décadas. Modelos mais amigáveis, que protegem não só quem está dentro dos veículos, mas também ciclistas e pedestres tornaram-se comuns. No Brasil, a questão de segurança ganhou novos patamares com obrigatoriedade de freios ABS e airbag em todos os modelos fabricados por aqui desde 2014. Nos últimos anos, porém, as fabricantes de veículos têm ido além dos tradicionais alarmes e películas antivandalismo e começado a pensar mais a fundo na questão da segurança fora do carro. De olho em índices alarmantes de furtos e roubos de veículos, as montadoras se unem na tentativa de dificultar a vida dos criminosos.

Os dados da Confederação Nacional de Seguros impressionam: 57 veículos foram roubados por hora no país em 2015. De acordo com a Polícia Militar, o número de furtos de peças, como rodas e estepes, é pelo menos três vezes maior e muitos motoristas nem chegam a relatar os episódios – o que pode inflar as estatísticas.

Segundo a PM, o furto mais comum nos últimos meses é o de rodas: os assaltantes aproveitam carros estacionados em lugares ermos, levam as duas rodas próximas da guia e deixam um macaco para manter o veículo equilibrado. Depois disso revendem para autopeças não certificadas e movimentam o mercado ilegal. De acordo com a PM, há uma média de 30 ocorrências diárias desse tipo de furto na Grande São Paulo.

Para tentar dificultar a ação dos criminosos, a Jeep adicionou um item de série em seus modelos top de linha: um parafuso antifurto para as rodas. Segundo a montadora, com o item é impossível remover a roda do veículo sem uma chave especial, que apenas o proprietário tem acesso. Nos modelos mais simples também é possível incluir o acessório a um valor médio de R$ 300.

Além disso, a Jeep tem o sistema Keyless Enter ‹n› Go – que também está presente em modelos de outras marcas como Volkswagen e Kia. Com ele, o usuário coloca a chave de presença no bolso e não precisa encostar mais nela para destravar o carro, entrar e ligar o motor. Caso o motorista seja abordado por um assaltante e saia do carro com a chave, depois de uma distância segura o modelo deixará de funcionar.

Para o consultor independente do setor automotivo Rubens Baptista Júnior, as montadoras acabam desempenhando um papel social e a tendência é que cada vez mais participem de questões como segurança urbana e mobilidade. “Apesar de não ser de responsabilidade das fabricantes, essas questões envolvem diretamente seu público final. Cabe às empresas se atualizarem constantemente para entender as evoluções da segurança pública”, afirma.

Segundo Marcos Bedendo, professor de branding da ESPM, as marcas ganham credibilidade por apoiar essas causas. “O fato de o consumidor saber que determinado modelo possui itens de segurança além da prevenção de acidente pode ajudar na decisão de compra. Em um mercado tão acirrado cada vantagem deve ser levada em conta”, avalia.

Além dos acessórios que travam o estepe e impedem a retirada das rodas, na General Motors o sistema OnStar também acaba fazendo um papel de guardião. A partir de 2017 todos os modelos da linha da GM terão o sistema, que além de itens de conectividade, priorizam a questão da segurança.

Por meio de um aplicativo, os motoristas podem destravar as portas antes de chegar ao carro, verificar o local onde o veículo está estacionado e receber mensagens se houver alguma movimentação sem sua autorização. Também de forma remota pode-se solicitar a redução gradual da velocidade em caso de roubo, ou até de bloqueio total do motor, o que facilitará a recuperação do bem pela polícia.

Segundo William Bertagni, vice-presidente de engenharia da General Motors América do Sul já não dá mais para pensar em tecnologia sem incluir a segurança dentro e fora do veículo como prioridade. “Pesquisas internacionais mostram que os consumidores já consideram os itens tecnológicos do veículo mais relevantes do que a potência do motor.”

O sistema da GM permite ainda o monitoramento durante viagens, caso o motorista solicite que um atendente o acompanhe. Após coletar algumas informações, uma cerca eletrônica de monitoramento será criada e se for detectado desvio ou alguma parada inesperada, como um roubo, o Centro de Atendimento OnStar entrará em contato com os ocupantes do veículo para averiguar a situação e, caso necessário, dar direções ou auxílio com a polícia. 

Abeifa quer repasse de cotas de importação

A Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos, reforçará junto ao governo o pleito de retirada das cotas de importação limitadas ao teto de 4,8 mil unidades ou ao menos que haja a liberação das cotas não utilizadas por algumas marcas para outras que já atingiram seu limite. A informação é do presidente da entidade, José Luiz Gandini, que prevê para este ano a importação de apenas 39 mil veículos pelas associadas sem fábrica local, o que representará queda de 35% em relação aos 60 mil do ano passado.

“Para este fim de ano e o próximo vamos manter a bandeira da entidade de dialogar com o governo federal no sentido de acabar com os 30 pontos porcentuais a mais no IPI a partir do Inovar-Auto 2, solicitando que após o pagamento de 35% de imposto de importação haja isonomia entre os nossos produtos e os produzidos no Brasil”, adianta Gandini.

Com relação ao sistema de cota, a entidade defende uma flexibilização no caso de ela não ser extinta. A ideia seria repassar volumes não utilizados por algumas marcas para as que atingiram o limite a que tinham direito. Seria uma alternativa de ao menos minimizar as dificuldades enfrentadas hoje pelo setor que, após as limitações impostas pelo Inovar-Auto, tem visto suas vendas despencarem ano a ano.

No que diz respeito ao mercado interno em geral, Gandini acredita que finalmente o setor chegou ao fundo do poço. Ele estima vendas totais este ano de 1,9 milhão a 1,95 milhão de automóveis e comerciais leves, com as empresas associadas à Abeifa comercializando apenas 39 mil unidades importadas. No acumulado do ano até agosto, suas afiliadas emplacaram 24,5 mil unidades, recuo de 42,6% na comparação com as 42,6 mil de igual período de 2015.

Para 2017, estima uma retomada gradual do mercado, com crescimento na faixa de 8% a 10% nas vendas internas totais e também nas de importados, com algo em torno de 2,1 milhões de unidades a serem emplacadas no ano que vem: “Se houver a aprovação dos ajustes propostos, o novo governo terá como trabalhar. E no momento em que os consumidores voltarem a acreditar nas metas de ajustes fiscais e houver novas ondas de investimentos no País, o setor automotivo certamente será beneficiado, até porque a relação automóvel por habitante ainda é muito baixa no Brasil”.

BorgWarner negocia divisão de reposição de leves da Remy

Na segunda-feira, 3, a norte-americana BorgWarner anunciou que negocia a divisão de reposição para veículos leves da Remy a um grupo de investidores liderados pelo também norte-americano fundo de investimentos Torque Capital Group. A empresa espera que a transação, que depende ainda de aprovação das autoridades econômicas, esteja concluída ainda neste último trimestre de 2016.

O valor da negócio é de aproximadamente US$ 80 milhões. Somente nos primeiros seis meses de 2016, porém, a divisão faturou globalmente US$ 142 milhões.

O negócio, afirma a BorgWarner em nota oficial, envolverá fábricas em San Luis Potosi e Piedras Negras, no México, Twinsburg e Edmond, nos Estados Unidos, Bruxelas, na Bélgica, Jemmal, na Tunísia, e Miskolc, na Hungria. Ao todo, a divisão emprega por volta de 3 mil pessoas em todas as unidades.

As operações da ex-Remy International voltadas para sistemas elétricos, contudo, não serão negociadas, já que a BorgWarner pretende intensificar sua atuação em sistemas de propulsão de veículos híbridos e elétricos. A negociação também “não inclui outros produtos BorgWarner ou tecnologias, incluindo os produtos de veículos comerciais Delco Remy”.

A BorgWarner comprou toda a Remy International em meados do ano passado por cerca de US$ 1,2 bilhão. A argumentação à época era de que a linha de produtos da Remy, especialmente os voltados para a “eletrificação do powertrain”, fortaleceriam o portfólio da companhia, que pretende chegar a faturamento anual da ordem de US$ 15 bilhões até 2020.

Cade investiga cartel de peças automotivas de reposição

A Superintendência-Geral do Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, abriu processo administrativo para apurar prática de cartel no mercado independente de peças automotivas para o mercado de reposição entre os anos de 2013 e 2016.
Segundo o parecer do órgão, há evidências de que 28 empresas compartilharam informações com o objetivo de criar parâmetros para delimitar processos de tomada de decisão, por exemplo, em relação aos repasses de aumentos de custos nos preços cobrados pelos produtos no mercado.

Em nota divulgada pelo Cade na quinta-feira, 29, a troca de informações teria “permitido às empresas prever aspectos como preços, níveis de venda e produção e estratégias de negócio umas das outras para, desse modo, estruturar uma atuação coordenada e estratégica entre elas, com efeito de prejudicar ou limitar a concorrência no mercado independente de peças automotivas de reposição”.

Ainda de acordo com a Superintendência, todos esses ajustes eram conduzidos por pelo menos 66 pessoas físicas ligadas às empresas. As práticas teriam sido levadas adiante por meio de e-mails, contatos telefônicos e planilhas, além de reuniões presenciais realizadas periodicamente nas dependências das empresas e em restaurantes.

Com a instauração do processo administrativo, os acusados serão notificados para apresentarem suas defesas. Ao final do processo, a Superintendência-Geral do Cade opinará pela condenação ou arquivamento e remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final.

Entre 2014 e 2016, a Superintendência-Geral instaurou nove processos administrativos para investigar cartéis de diferentes peças automotivas. Entre eles, estão os relacionados aos segmentos de velas de ignição, rolamentos antifricção, revestimentos de embreagem, sistemas térmicos, o que incluem radiadores, condensadores e sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado, limpadores de para-brisas, dispositivos de segurança para automóveis, como cintos de segurança, air bags e volantes de direção, amortecedores e substratos de cerâmica para automóveis.

Outros quatro mercados já foram objeto de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Superintendência em agosto de 2014, que ainda podem resultar na instauração de novos processos administrativos. São eles: iluminação automotiva (faróis, lanternas e luzes de freio); interruptores de emergência (pisca alerta e chave de seta); mecanismos de acesso (jogos de cilindros, maçanetas, fechaduras e travas de direção) e embreagens automotivas. O Cade informa ainda que há outras investigações em curso no setor de autopeças.

Quase nada para o Brasil

As montadoras começam a mostrar suas propostas e novidades no Mundial 2016, o Salão do Automóvel de Paris. A verdade, no entanto, é quase nada poderá alguma chance no País. A Nissan, por exemplo, mostrou a quinta geração do Micra, como é chamado o March na Europa, mas conforme declaração de Carlos Goshn, o CEO da Aliança Renault-Nissan, enquanto o mercado não reagir é pouco provável que o modelo tenha alguma possibilidade de chegar por aqui.

Também a Citroën fez estreia global do novo C3. De acordo com a fabricante um hatch polivalente com espaços generosos, dotado de teto panorâmico de vidro, sistema de navegação 3D com reconhecimento de voz, câmera de ré, sensor de ponto cego e motores PureTech a gasolina e Diesel BlueHDI. Mas a marca adianta que não será oferecido no Brasil, pois para o mercado nacional há um “Plano Produto próprio”.

Dentre as recentes novidades da Citroën para a Europa, como o E-Méhari, o SpaceTourer e o novo C4 Picasso, a marca mostra conceitos como C3 WRC, ideia para um carro de rali baseado no C3.

Sua irmã Peugeot aproveita a exposição para uma “ofensiva mundial”, como ela própria define, na categoria de SUVs, com lançamentos neste segmento. Depois de apresentar no primeiro semestre o novo 2008 na Europa e o 3008 na China, e há pouco menos de um mês o 4008, tamém na China, lança mundialmente no evento parisiense os novos 3008 e 5008. O primeiro para participar de segmento do mercado que se mostra em plena expansão em todo o mundo e, o segundo, na faixa dos utilitários de grande porte, com capacidade para sete lugares.

Uma boa aposta de desembarcar no País é o novo Discovery, que a Jaguar Land Rover lança no salão. O sofisticado utilitário esportivo vem equipado com nove portas USB, seis pontos de recarga e um ponto de wi-fi dentro do veículo para até oito dispositivos. A empresa também confirmação da produção novo XF Sportbrake, modelo que irá se juntar à família em 2017. Esse, porém, “não tem previsão de chegar ao Brasil”, conforme disse em nota o CEO Ralph Speth.

Dentre as asiáticas vale o destaque do Honda Civic Type R Prototype, que segundo a fabricante é uma antecipação do estilo da próxima geração do Civic Type R, um esportivo que será lançado no ano que vem e produzido no Reino Unido. A marca adianta que o Type R será exportado para diversos mercados ao redor do mundo e marcará estreia do modelo na América do Norte.

Missão da Anfir no Peru pode render US$ 6,6 milhões

Os fabricantes de implementos rodoviários calculam em até US$ 6,6 milhões os valores de negócios gerados durante a participação na Expomina Peru, feira que reuniu o setor internacional de mineração no país andino. Parceria da Anfir, associação que representa as empresas do setor, com a Apex-Brasil, os brasileiros tiveram um espaço exclusivo de exposição no evento, que ocorreu de 14 a 16 de setembro.

Egsa, Facchini, Grimaldi, Librelato, Randon, Rossetti e Triel HT fizeram parte do grupo brasileiro em Lima. Mais de 100 mil pessoas, entre empresários do setor de mineração, investidores peruanos e internacionais, profissionais e transportadores, dentre outros, passaram pelo evento. Segundo Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir, o Peru vive um momento de retomada de sua economia.

“A participação no evento foi mais um passo no projeto de internacionalização desenvolvido entre as duas entidades”, afirmou Alcides Braga, presidente da ANFIR. “Chegamos para ficar”, completa.

O convênio da Anfir com a Apex-Brasil mira mercados latino-americanos. Antes do Peru, um grupo de empresários brasileiros partiu em missão na Colômbia em junho, quando a possibilidade de negócios girou em torno de US$ 8 milhões.

Abrir novos mercados virou uma das soluções para ajudar a minimizar a queda do setor, que até agosto registra recuo de 31% com relação ao mesmo período de 2015: foram vendidos no mercado doméstico 42,6 mil reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis.

Conectividade e intermodalidade vão determinar o futuro da indústria

Atravessamos um momento de grandes transformações que nos impele na direção de descobrir soluções inovadoras para novos tempos. Apesar da insegurança política, social e econômica que assola o mundo, é possível identificar tendências no setor da mobilidade, que, globalmente, se move ao sabor das novas demandas do planeta.

Dito assim isso mais parece exercício para um futuro distante, mas esse futuro na verdade já chegou. Por essa razão o 25º Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade decidiu pelo tema «A Engenharia Criando a Mobilidade do Futuro – Intermodalidade – Conectividade – Veículos e Sistemas Inteligentes», que reflete a preocupação da indústria e da engenharia em relação aos próximos passos de uma revolução que está apenas começando.

No Brasil nossa preocupação é diretamente proporcional às necessidades geradas pelos gargalos da mobilidade ante a precariedade da infraestrutura de transporte, em especial nas grandes metrópoles. É nesse contexto que a conectividade e a intermodalidade assumem lugar de relevância no País, como em todo o mundo. Não é por acaso que o assunto tem pautado a lista de prioridades dos mais importantes mercados. A conectividade e a intermodalidade vão determinar o futuro do transporte, da logística e da nossa indústria.

Este é o momento para o debate, pois a tecnologia avança e se faz presente nos automóveis e caminhões com sofisticados sistemas de conectividade, e as oportunidades para o surgimento de novas tecnologias são infinitas. Se o Brasil está atrasado na conectividade? Eu diria que não, a tecnologia está aqui como no mundo inteiro, o que falta é organizar melhor a infraestrutura para que os sistemas possam ser aplicados mais rapidamente aqui no País.

Na Europa os veículos “conversam” com as sinalizações da rua, o que só é possível porque além da tecnologia há uma padronização para os semáforos, avisos e faixas etc…, que ainda não existe no Brasil. A conectividade e seus sistemas sempre dependem de um trabalho multidisciplinar entre montadoras, fornecedores e órgãos reguladores. Esse trabalho já começou e agora é preciso ritmo, fazer as coisas caminharem.

Um novo universo tecnológico de serviços começa agora, como a telemetria e o truck pad já bastante populares, ferramentas que facilitam a gestão da frota e o controle do caminhoneiro sobre a localização do frete. Esses e outros recursos menos conhecidos comprovam que a crise brasileira não afetou o ritmo da engenharia local no acompanhamento da tecnologia. Ainda que o apetite e o entusiasmo das empresas tenham arrefecido com o mercado interno, toda a indústria sabe que se não investir agora, quando o mercado voltar a crescer, estará em segundo lugar. Todos estão investindo.

Não menos importante no cenário da mobilidade do futuro, a intermodalidade cresce na lista de prioridades nas novas necessidades brasileiras e mundiais. Nesse particular a agricultura tem avançado fortemente, apostando na ferrovia. Em outros setores essa tendência é ainda incipiente na prática, mas é tratada com a máxima importância. O Brasil é ainda um país rodoviário e isso vai mudar devagarzinho, por que requer vultosos investimentos.

Sou otimista. O potencial do Brasil em termos de infraestrutura e logística é muito grande. Hoje o País ainda perde muito dinheiro por causa das deficiências no sistema. Mas a recuperação da economia virá em breve e o investimento vai voltar, porque o retorno é garantido. É impossível isso não ocorrer.

A exportação é uma saída para o Brasil, mas não é a única solução e não se faz de uma hora para outra. O País precisa trabalhar para melhorar estruturalmente. Uma boa parte da vantagem do câmbio com a desvalorização do real é perdida por causa do custo logístico do Brasil. Exportar um caminhão daqui para a África é dez vezes mais caro do que exportar a partir da Alemanha. A diferença é brutal.

Toda crise é uma oportunidade para pensar e agir, concentrar foco nas coisas que precisam melhorar e isso é sempre bom. Acho que esta crise vai dar um salto de produtividade para o Brasil e as empresas.

Philipp Schiemer é presidente da Mercedes-Benz e do 25º Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade