No veículo mais negociado nos Estados Unidos pulsa tecnologia de multinacional brasileira. Os blocos de motor de 2,7 litros que equipam a picape F-150 são fornecidos pela Tupy, produtora de blocos e cabeçotes de motor de ferro fundido. No caso da picape norte-americana, a peça reúne blocos de cilindros produzidos de ferro grafite compactado, CGI. Esse mesmo motor também está presente no Edge e no Taurus oferecidos no mercado Chinês.
De acordo com a companhia, o novo motor Ford é uma dos mais leves e mais compactos graças à combinação do CGI e do alumínio na composição do bloco. O motor também é um dos primeiros a gasolina de produção em massa já construídos com bloco feito a partir de CGI. “A redução de peso é uma das principais vantagens da nova picape Ford”, afirma em nota a multinacional brasileira. “O veículo é 320 kg mais leve que sua versão anterior, principalmente porque utiliza aço e alumínio de alta resistência em sua estrutura e corpo.”
Segundo a Tupy, o desenvolvimento dos blocos de motor começou em 2012 em sua fábrica de Saltillho, no México, a partir de um investimento para adaptação da planta para a produção de produtos CGI.
No ano passado, a Tupy encerrou o período com receitas totais de R$ 3,4 bilhões, alta de 10% sobre 2014. Embora o faturamento gerado pelo mercado interno tenha encolhido 26,7% na comparação com 2014, para R$ 621,7 milhões, a receita proveniente do mercado externo cresceu 24%, para R$ 2,8 bilhões, representando 82% de sua receita. Em 2015, a participação do setor automotivo no faturamento da companhia foi de 93,9%.
A companhia tem unidades industriais em Mauá, SP, Joinville, SC, sua cidade de origem, e duas outras fábricas no México, em Saltillo e Ramos Arizpe, além de escritórios internacionais, localizados nos Estados Unidos e na Alemanha. Ao todo emprega mais de 15 mil pessoas.
Nada relacionado a motores, mas a agência reguladora de segurança dos Estados Unidos, NHTSA, abriu uma investigação a respeito de problemas de freio em 282 mil unidades da F-150. De acordo com a agência, há registros de queixas de consumidores alegando “perda súbita e completa da eficiência dos freios”, embora não tenha sido relatado nenhum ferido ou acidente.
Os modelos envolvidos foram produzidos em 2015 e 2016 equipados com motores de 3,5 litros. A porta-voz da Ford Elizabeth Weigandt diz que a fabricante está cooperando com os agentes da NTHSA.