O segmento de caminhões continua preocupando os dirigentes da Anfavea em virtude da alta ociosidade na indústria. “Sem a volta do investimento na infraestrutura que coloca o País em crescimento, o mercado de caminhões continuará em dificuldade”, alertou Antonio Megale, durante divulgação do desempenho do setor automotivo na quinta-feira, 6.
Em setembro os licenciamentos de caminhões alcançaram 4.195 unidades, quedas de 4,6% em relação a agosto e de 29,2% na comparação com setembro do ano passado. No acumulado do ano até setembro, os emplacamento somaram 38.867 veículos, volume 30% do que o registrado no mesmo período de 2015, quando os licenciamentos chegaram a 55.524.
Para Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz, o mercado de caminhões pelo menos parou de piorar. “Hoje o clima de negócios é mais positivo. O telefone voltou a tocar no departamento de vendas, ou seja, o número de consultas é maior.”
De acordo com Moraes, se o governo fizer sua lição de casa, com a aprovação da PEC do teto dos gastos públicos, e voltar a investir em infraestrutura, o mercado volta. “Não como o desempenho de 2011, mas baseado em um crescimento mais sustentável.”
A produção de caminhões segue retraída, conforme o comportamento do mercado. No nono mês do ano as fábricas produziram 4.846 unidades, recuos de 7% na comparação com agosto e de 16,7% em relação a setembro do ano passado. NO acumulado do ano, os 46.447 caminhões produzidos representaram queda de 21,7% ante o volume de um ano antes, de 59.331 unidades.
Altas significativas foram registradas nas exportações de caminhões. Em setembro foram embarcadas 2.502 unidades, alta de 66,9% sobre agosto e de 24,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, os negócios externos do segmento registraram uma pequena queda de 07%, para 15.257 unidades enviadas para fora do País.
Ônibus – Os dirigentes da Anfavea não veem mudanças significativas no segmento de ônibus no curto prazo no mercado interno. De acordo com Moraes, a oportunidade que havia no radar, com a renovação da frota dos urbanos da cidade de São Paulo, não ocorreu, o que leva a crer que o mercado de chassis em 2016 ficará na faixa de 10 mil a 12 mil unidades. “O volume atual é muito baixo. O crescimento deverá vir o ano que vem, mesmo assim lento e, basicamente, puxado pelos urbanos.”
Em setembro o mercado absorveu somente 701 chassis, volume que representa quedas de 42,4% em relação a agosto e de 46,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a setembro, as 9.301 unidades negociadas representaram volume 32,2% menor do que o de um ano antes.
Diferentemente do mercado doméstico, as exportações do segmento de chassi registraram alta significativas. No mês passado embarcaram 1.064 unidades, altas de 11% sobre agosto e de 60,4% na comparação com setembro do ano passado. Mesmo no acumulado do ano, o saldo é positivo, com 6.984 unidades exportadas de janeiro a setembro, o crescimento é de 33,8% ante o volume registrado no mesmo período do ano passado.
O desempenho ascendente das exportações contribuiu com o ritmo das fábricas. Em setembro foram produzidos 2.144 chassis, altas de 46,6% na comparação com agosto e de 24,1% sobre o mesmo mês do ano passado. O resultado, no entanto, ainda não supera a queda 22,5% no acumulado do ano até setembro, período no qual a produção de chassi somou 14.482 unidades.