Mercado de caminhões deverá crescer 10% no ano que vem

O mercado de caminhões no Brasil deverá começar a se recuperar a partir de março do ano que vem. Nos próximos meses, no entanto, os licenciamentos de veículos pesados permanecerão nos patamares atuais, próximo às cinco mil unidades/mês. A previsão é de Antonio Cammarosano, diretor nacional de vendas de caminhões da MAN Latin America, durante sua apresentação no primeiro dia do Congresso AutoData Perspectivas 2017, na segunda-feira, 17, na Amcham, Câmara Americana do Comércio, em São Paulo.

“Daqui para frente a recuperação é real. Acredito que no próximo ano o crescimento das vendas de caminhões será de 10%”, disse Cammarosano. Segundo o diretor, de 2005 a 2014 a elevação do mercado foi marcada por financiamentos subsidiados e pela antecipação de compra de caminhões, principalmente em 2011, ocasião na qual foram licenciados mais 170 mil caminhões, como também ano da véspera da mudança da legislação Euro 3 para Euro 5.

De acordo com o executivo, aquele ambiente e condições do passado recente, mascararam a queda econômica que vinha tomando força no país a partir de 2013. “A queda no mercado em 2015 e 2016 ocorreu na mesma intensidade que o crescimento dos anos anteriores. Se não tivéssemos créditos subsidiados, talvez teríamos hoje um mercado de 70 mil unidades. Seria uma queda, mas não tão brusca quanto a atual. A recuperação, por isso, será mais sustentada e seguirá o crescimento do PIB”, afirmou Cammarosano, acrescentando que a perspectiva para este ano será venda por volta de 50 mil caminhões.

Com as vendas em crescimento mais sustentado, Cammarosono ressaltou que a produção terá a mesma toada. Segundo ele, em 2017, havia uma estimativa de aumento de 20% na montagem de caminhões no Brasil, mas esse patamar deverá ser a metade, cerca de 10%. “As empresas estão trabalhando com estoques mais ajustados, cerca de trinta dias. Antes, o giro era de em torno de noventa dias. Isso impacta diretamente a produção”. Atualmente, o estoque de caminhões no Brasil está em 45 dias.

O que poderá melhorar a atividade produtiva nas montadoras de caminhões instaladas aqui no próximo ano é a exportação. Se os esforços das empresas surtirem efeito, com aumento dos embarques, a produção poderá apresentar um crescimento de 20% em 2017. “Mas, olhando os números do mercado interno, não acredito em uma alta muito acima de 10% no ano que vem”, ressaltou.

Em relação ao mercado de ônibus, Cammarosano estima que o crescimento deverá ser entre 10% a 15% em 2017. “As vendas de ônibus retornaram ao patamar normal em 2015, que é de 16 mil unidades. Os volumes que experimentamos até 2005, foram inflados pela criação de programas do governo, como o Caminho da Escola, e financiamentos atrativos. Como no segmento de caminhões, veremos uma recuperação mais sustentada, sem esses artifícios”, acredita o executivo. “O que tiramos desse cenário adverso é que podemos olhar para o retrovisor e perceber que o pior já passou. Estamos caminhando para uma maturidade na recuperação da economia e isso deve se sustentar para os próximos anos.”

Elétricos dominarão grandes cidades até 2030, diz estudo

Os modelos elétricos poderão responder por cerca de dois terços da frota de automóveis das cidades mais caras do mundo, como Londres e Cingapura, em 2030, aponta pesquisa apresentada pela consultoria McKinsey e a Bloomberg New Energy Finance durante o Future of Energy Summit, evento realizado na capital inglesa na terça-feira, 11.

O estudo aponta três motivações básicas: regulamentações mais rigorosas de emissões nessas localidades, queda dos custos das tecnologias aplicadas nos veículos e muito mais interesse do consumidor em produtos considerados limpos.

A pesquisa recorda que vários governos têm incentivado e adotado medidas para a redução da emissão de gases que gerem o efeito estufa. É cada vez mais comum também, por exemplo, incentivos fiscais a veículos limpos e áreas restritas a esses produtos, as chamadas zonas de baixa emissão.

Os custos da eletrificação também estão caindo rapidamente. O custo de uma bateria de lítio caiu 65% de 2010 para 2015 – de US$ 1 mil /KWh para US$ 350 e deverá cair abaixo de US$ 100/ KWh durante a próxima década, mostrou o relatório.

Os veículos elétricos poderão decolar a qualquer momento em função das mudanças nas preferências sociais, disse Spencer Dale, economista-chefe da BP, durante o encontro. Ele vê riscos até mesmo para os postos de combustíveis convencionais, quie precisarão rever seu modelo de negócios e encontrar formas de rentabilizar o carregamento de mveículos elétricos.

O estudo considera que os principais fabricantes de veículos têm esse novo cenário em suas planilhas. A Volkswagen, por exemplo, exibiu no Salão de Paris, há duas semanas, o carro conceitou I.D, que, segundo Herbert Diess, presidente mundial da marca, , é o ponto de partida para os trinta modelos elétricos que com, os quais pretende contar em 2025.

Dieter Zetsche, CEO da Daimler, também antecipou plano ousado para o segmento de modelos movida a eletrcidade: a empresa, com a marca EQ, projeta dez veículos e pretende ser a líder no mercado premium em dez anos.

Hatch pequeno e SUV ganham participação no ano

Os segmentos por tipo de modelo que mais crescem em participação este ano são os de hatches pequenos e SUVs. Os primeiros dominam as vendas no acumulado de janeiro a setembro com fatia de 25,7%, ante os 23,3% que detinham em idêntico período do ano passado, e os SUV já abocanham 18% do mercado, com ganho de quatro pontos porcentuais no mesmo comparativo.

Esse comportamento positivo dos dois segmentos se reflete no ranking dos modelos mais vendidos no Brasil, que tem dois hatches pequenos na ponta de cima – o líder Chevrolet Onix e o vice-líder Hyundai HB-20 – e dois SUVs, o Jeep Renegade e o Honda HR-V, dentre os dez mais vendidos.

O Renegade ficou em sétimo lugar em setembro, com 4.456 unidades emplacadas, e é o 10º no acumulado do ano, num total de 39,4 mil unidades. O Honda HR-V ficou na 9º posição no mês, com 3.844 unidades vendidas, e é o 7º no ano, com quase 44 mil emplacamentos.

O Onix vem se mantendo na liderança com uma boa folga em relação ao segundo colocado. O modelo da GM atingiu venda de 12,6 mil unidades em setembro e já supera 105 mil no ano. O HB-20 fechou o mês passado com 10 mil unidades e totaliza 85,9 mil no ano. O terceiro colocado é o Ford KA, tanto no mês como no ano, com respectivamente 6,6 mil e 55,4 mil emplacamentos.

O Chevrolet Prisma ocupou a 4ª colocação em setembro, com venda de 5.344 unidades, e é o sexto no ano (48,3 mil unidades), atrás do Toyota Corolla que é o quinto mais vendido no acumulado de janeiro a setembro, com 48.637 unidades emplacadas, volume extremamente próximo ao do Fiat Palio, com 48.658, o quinto no ranking de 2016. O Renault Sandero está na 8ª colocação no acumulado até o mês passado, com 43.762 unidades, e o Volkswagen Gol é o 9º, com 43 mil.

Modelos de entrada – Uma novidade no mês de setembro no ranking dos mais vendidos foi o Fiat Mobi, lançado no primeiro semestre deste ano, que com 3.264 emplacamentos ocupou a décima posição.

O novo modelo da Fiat encaixa-se no chamado segmento de entrada, que também inclui Palio, Gol, Ka e Toyota Etios, dentre outros. De acordo com balanço divulgado pela Fenabrave, esse segmento vem perdendo participação este ano tanto para os hatches pequenos como para os SUVs. Os carros de entrada dominavam 24% das vendas no acumulado de janeiro a setembro de 2015, índice que baixou para apenas 20,8% nos primeiros nove meses deste ano.

Na sequência, na quarta colocação desse ranking, aparecem os sedãs pequenos, que têm mantido participação na faixa de 17%, e em quinto estão os sedãs médios, com fatia de 8,5% este ano, 0,5 ponto porcentual a menos em relação ao mesmo período do ano passado.

HB20 ganha mais conectividade

O Hyundai HB20 já é o segundo automóvel mais vendido do Brasil. Somou mais de 85,5 mil unidades nos primeiros nove meses do ano – 10 mil somente em setembro,quando também foi o segundo colocado em vendas – e se ainda esta quase 20 mil unidades atrás do líder Chevrolet Onix no acumulado, também não tem seu posto ameaçado pelo terceiro modelo mais negociado no País, o Ford Ka, que registrou pouco mais de 55 mil emplacamentos de janeiro a setembro.

Ainda assim a Hyundai parece não estar satisfeita com o já ótimo desempenho do modelo em 2016, cujas vendas cresceram quase 10% na comparação na comparação com o mesmo período do ano passado – em um mercado que recuou mais de 22%. Tanto que, a partir deste mês, ampliou as opções de conectividade – um forte argumento de vendas para o público do segmento – para toda a linha HB20, que inclui ainda a versão sedã, que somou 33,8 mil emplacamentos até setembro.

A montadora incorporou à central multimídia do hatch e do sedã o Google Android Auto, sistema que aumenta a integração entre as funções do smartphone e do veículo.

Os novos HB20 produzidos em Piracicaba, SP, já saem da fábrica com o novo recurso instalado. Mas mesmos os consumidores que acabaram de comprar o carro com a central multimídia poderão dispor da novidade. Para isso, o próprio usuário pode atualizar o sistema, baixando uma nova versão de software disponível no site do programa de fidelidade Hyundai Sempre.

A fabricante assegura que “todos os clientes receberão as orientações necessárias, podendo realizar o procedimento no fim de outubro”. A central multimídia é opcional nas versões Premium do HB20, HB20X e HB20S, e item de série na edição limitada HB20 Ocean.

O Google Android Auto está disponível para dispositivos que tenham sistema operacional Android 5.0 Lollipop ou acima. Para utilizá-lo, é necessário fazer o download do aplicativo na Google Play e conectar o smartphone no carro por meio de um cabo USB.

A montadora lembra que o sistema roda as principais funções do aparelho diretamente na tela touchscreen de 7 polegadas integrada ao painel do automóvel, além de aplicativos instalados no smartphone, validados pelo Google.

Por seu intermédio o usuário a navegação, faz chamadas telefônicas, envia mensagens pelo WhatsApp e reproduz músicas armazenadas no smartphone ou em aplicativos – tudo por comandos de voz.

A central multimídia é compatível também com Apple CarPlay, para iPhone 5 e superiores, e com o Car Link, para smartphones Samsung e LG, que permite, por exemplo, reproduzir o aplicativo de navegação Waze na tela integrada ao painel.

Dana comprará fábricas da Sifco em Campinas e Jundiaí

A Dana anunciou nesta quarta-feira, 12, que pretende comprar as operações da Sifco em Campinas e Jundiaí, SP, fabricantes de componentes forjados e usinados. A empresa não divulga o valor da oferta, a única feita após edital divulgado há cerca de duas semanas. A Sifco encontra-se em recuperação judicial desde 2014 e a eventual efetivação da transação depende ainda da aprovação dos credores. 

Os termos financeiros finais do contrato, justifica a Dana, estarão sujeitos ao resultado das condições de fechamento. A a expectativa é de que a transação deva ser concluída até o encerramento deste ano.

A compra dos ativos assegurará a continuidade de importante negócio da Dana no País, que em 2011 comprou, por US$ 150 milhões – até então o maior aporte da companhia no Brasil –, o direito de distribuir os eixos dianteiros não-tracionados produzidos pela própria Sifco, pertencente ao Grupo Brasil.

Na prática, a Dana adquiriu naquela época a produção da parceira e agora compra a própria estrutura produtiva. O contrato de então previa vigência de dez anos e possibilidade de prorrogar para mais cinco, além de estabelecer o fornecimento exclusivo da Sifco para a Dana, que, em contrapartida, se comprometia a comprar unicamente da fornecedora.

A aquisição agora dos ativos produtivos sinaliza a disposição da Dana de seguir forte no segmento e até ampliar sua carteira, já que as operações pretendidas respondem ainda pela produção de virabrequins, dentre outros componentes.

“Esta aquisição aumentará a presença da Dana no Brasil com a expansão de nossa oferta de produtos”, completa
Raul Germany, principal executivo da Dana no Brasil.

Tem também uma papel tranquilizador para o mercado, conforme assegura a própria empresa por meio de Luiz Pedro Ferreira, diretor institucional: “Fortalece a posição da Dana, agora mais verticalizada, o que garante maior estabilidade na cadeia suprimentos”.

“Este é um momento oportuno para investir em ativos estratégicos e selecionados no Brasil que fortalecem ainda mais nossa imagem como fornecedor líder e confiável”, completa James Kamsickas, presidente e CEO da Dana, que lembrou, por meio de nota, que a empresa está há 70 anos no País.

A Dana projeta, fabrica e distribui produtos no Brasil para praticamente todos os principais produtores mundiais de automóveis, caminhões comerciais e equipamentos fora-de-estrada. No mundo tem presença marcante no fornecimento de tecnologias de transmissão, vedação e gerenciamento térmico. Atende a automóveis, caminhões comerciais e equipamentos fora-de-estrada, fornecendo diretamente às montadoras ao mercado de reposição. 

Fundada em 1904 e com sede em Maumee, Ohio, a empresa emprega aproximadamente 23 mil pessoas em 25 países. No ano passado registrou vendas globais de cerca de US$ 6,1 bilhões.  Na América do Sul, além do Brasil – onde tem fábricas em Gravataí, RS, Sorocaba e Diadema, SP, e 2 mil funcionários – tem operações na Argentina, Colômbia e Equador.

Vendas de veículos importados caem novamente

A Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, confirmou que o fluxo de negócios nas concessionárias de veículos importados desacelerou mais uma vez em setembro.

As dezoito marcas filiadas à entidade negociaram somente 2.754 veículos no mês passado, recuou de 6,2% com relação a agosto, quando foram vendidas 2.936 unidades. A comparação com o mesmo mês do ano passado mostra um quadro ainda mais dramático, com redução de 38,3% nos negócios, que batem em 4.461 veículos em setembro de 2015.

O resultado mensal apenas agravou o já difícil cenário no qual os importadores estiveram mergulhados ao longo dos nove primeiros meses de 2016. No acumulado até setembro, os associados da entidade negociaram 27, 2 mil veículos, queda de 42,2% com relação aos 47,1 mil licenciamentos veículos registrados em igual período do ano passado.

“As quedas consecutivas nas vendas mensais dos importadores sem fábrica no País indicam claramente que precisamos de medidas emergenciais e de impacto, de modo a reestruturar e manter a rede de concessionárias e, por consequência, o atendimento aos clientes finais”, afirma José Luiz Gandini, presidente da Abeifa.

“Vamos manter nossos pleitos pelo fim dos 30 pontos porcentuais no IPI para que possamos recuperar especificamente o setor de veículos importados. Mas, por ora, pleiteamos ao menos a liberação das cotas não utilizadas por outras marcas”, argumenta o executivo.
Gandini, também importador da Kia, vai mais além e diz que sem alteração no Inovar-Auto os importadores não terão como manter as atuais redes de concessionárias e, consequentemente, os empregos por eles gerados.

“Por meio de tratamento isonômico no sistema tributário do setor automotivo, após os 35% de imposto de importação, o mercado dei mportados voltaria à normalidade e o setor contribuiria com a geração de mais empregos diretos e indiretos e maior arrecadação aos cofres públicos.”

Os veículos importados pelas empresas associadas da Abeifa têm participação quase residual no mercado interno em 2016. Responderam por apenas 1,78% em setembro e 1,87% ao longo dos nove primeiros meses.

A entidade, porém, reúne cinco marcas também com produção nacional– BMW, Chery, Land Rover, Mini e Suzuki – e que encerraram setembro com 1.084 veículos empalcados, 13,8% menos do que em agosto e 84,3% abaixo das 6.896 unidades emplacadas no mesmo mês do ano passado.

Os números acumulados também não trazem alento ao quinteto, que negociaram 8, 7 mil veículos até setembro, , queda de 70,8% com relação ao resultado dos nove meses do ano passado.

Com os totais somados – importados e produção nacional – a participação das filiadas à Abeifa no mercado interno é de 2,46% no acumulado do ano.

Produção argentina recua 19,6%

A indústria automotiva argentina registrou mais uma queda na produção de veículos. Trata-se do 13º mês consecutivo de baixa e, segundo representantes da Adefa, a associação que a reúne as montadoras instaladas no país vizinho, o resultado está diretamente ligado às condições desfavoráveis do Brasil, que em setembro registrou uma baixa de 20% nas vendas do mercado interno.

De acordo com dados da entidade, em setembro a produção de veículos na argentina somou 42,6 mil unidades, volume 2,2% inferior ao de agosto e 19,6% menor em relação ao desempenho do mesmo mês do ano passado.

De janeiro a setembro, a produção acumulada é de 347,9 mil veículos, queda de 14% na comparação com as 404,4 mil unidades produzidas no mesmo período do ano anterior.

Devido ao menor ritmo no chão de fábrica também as exportações anotaram decréscimo nos embarques. Em setembro foram enviados para fora do país 17,6 mil veículos, alta 7,1% sobre agosto, mas volume 19,2% menor do que aquele registrado no mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano até setembro, os embarques somam 135,7 mil unidades, queda de 29,2% em relação aos 191,6 veículos exportados no mesmo período de 2015.

Em setembro as exportações de veículos da argentina representaram 41,5% da produção e 39% no volume produzido ao longo do ano.

Apesar da queda no mercado brasileiro, o Brasil se mantém como maior comprador de veículos da argentina. Do volume total das exportações do país vizinho de janeiro a setembro, 100,4 mil unidades tiveram como destino o Brasil, participação de 74% nos negócios externos. Depois, aparece o México, com fatia de 7,9% das compras.

Diferentemente do mercado brasileiro, as vendas de veículos na Argentina, pelo menos, seguem em alta. Em setembro as fabricantes entregaram às revendas locais 67,8 mil unidades, 6% maior em relação ao volume de agosto e crescimento de 12,2% sobre os 60,4 mil veículos comercializados no mesmo mês do ano anterior.

As 530,6 mil unidades negociadas de janeiro a setembro representaram alta de 18,1% na comparação com o volume entregue no mesmo período do ano passado.

São Carlos supera 10 milhões de motores

Nesta quarta-feira, 12, a fábrica de motores da Volkswagen em São Carlos completa exatos 20 anos. A unidade, que abriu as portas produzindo o motor EA111 1.0l para a segunda geração do Gol, superou 10 milhões de motores fabricados nestas duas décadas – o último milhão de 2014 para cá.

O motor que simbolizou esse marco foi produzido na terça-feira, 11. É uma unidade da família EA211, o 1.0l TSI, que equipa o recém-lançado Golf TSI. Mas São Carlos fabrica ainda, todos originários da mesma família, versões 1.0l MPI, 1.4l TSI e 1.6l MSI, que equipam, além do Golf, outros sete veículos e derivações, do pequeno up! à picape Saveiro.

A planta segue com a produção ainda do EA111 1.6l, presente no Gol, Fox, Voyage, SpaceFox e Saveiro e incorporou melhorias produtivas e muitas tecnologias desde sua inauguração. No ano passado, por exemplo, a empresa anunciou ciclo de investimento de R$ 460 milhões até 2018. Os recursos contemplam o início de produção dos motores TSI e a preparação para o aumento da capacidade produtiva da fábrica – número não revelado pela montadora –, além de inédita linha de virabrequim,que entrou em operação este ano. 

Entre 2012 e 2013 outros R$ 425 milhões já haviam sido aplicados em novo prédio produtivo, novas linhas de produção dos motores EA211 e para o aumento de capacidade produtiva dos EA111. Hoje planta tem 87 mil m2 de área construída, 200% a mais do que quando foi inaugurada.

Com três prédios produtivos, São Carlos conta hoje com três linhas de montagem de motores, quatro linhas de usinagem de blocos, uma linha de usinagem de virabrequim, duas de usinagem de cabeçotes e três de montagem de cabeçotes.

David Powels, CEO da Volkswagen na América do Sul, destaca que os recursos reforçarão “a importância da planta dentre as unidades de motores do Grupo Volkswagen” no mundo.

Prova disso foi sua escolha, em 2015, como base exportadora de blocos de 1.0l da família EA211 para a produção de motores que equipam os modelos Polo e up! fabricados na Europa. “São Carlos passou por intensa evolução em termos de qualidade e tecnologia em seus processos produtivos, o que nos possibilitou a exportação dos blocos para a Alemanha”, enfatiza Andreas Hemmann, gerente executivo da fábrica de São Carlos.

Dentre os muitos fatos históricos, coube à fábrica fabrica paulista a honra de ser a primeira planta a fabricar um motor 1.0l bicombustível no Brasil, em 2003, também o primeiro motor 1.0l de três cilindros, em 2012, e o 1.0 TSI, no ano passado. O complexo foi ainda o primeiro do grupo fora da Europa a conquistara certificação ambiental ISO 14001, assim que completou seu primeiro ano em operação.

Umicore e Proconve: tudo a ver.

Ainda hoje cidades populosas, de trânsito intenso e engarrafado sofrem com a poluição atmosférica, afinal, 95% dos poluentes emitidos vêm de veículos automotores. Mas já foi pior, muito pior. Nos anos 80, quando iniciado o Proconve, Programa de Controle de Poluição do Ar Veículos Automotores, cada veículo leve, em média, emitia 35 g/km rodado de monóxido de carbono, CO, gás resultante da queima do combustível. Hoje, a emissão é de 0,3 g/km rodado.

A evolução, atestada pela Cetesb, deve-se muito, a partir de 1991, do início das atividades da Umicore no País, com a produção de catalisadores em sua fábrica de Americana, SP. A multinacional belga inaugurou sua fábrica para 1,5 milhão de peças/ano quando o Proconve iniciava sua fase 2 que, com o aperto na legislação, exigiu recurso a mais do que a simples regulagem no motor.

“O catalisador foi fundamental para a indústria adequar o motor sem perder sua eficiência energética”, lembra Gabriel Murgel Branco, hoje consultor e um dos coordenadores da implantação do Proconve no País. “Com ele podemos dizer que a emissão do monóxido de carbono está resolvida, pois já não supera os limites prejudiciais à saúde.”

De acordo com a Umicore, não apenas CO, mas o catalisador também que mais ajudou na redução de outros poluentes. “A utilização dos catalisadores foi a solução que mais agregou resultados positivos, contribuindo decisivamente para que a redução de emissões de monóxido de carbono, hidrocarboneto, HC, e óxido de nitrogênio, NOx, em veículos leves superasse a marca dos 95%.”

Desde que se instalou no País, a Umicore já produziu mais de 47 milhões de catalisadores, tanto para ser entregue às fabricantes de veículos quanto para o mercado de reposição. Stephan Blumrich, vice-presidente e diretor da Umicore Brasil, se diz orgulhoso de ter contribuído com o avanço tecnológico e, assim, melhorar a qualidade de vida e saúde da população. “Temos ainda um longo caminho a percorrer. Com mais rigor na legislação, mais exigência sobre nós.”

O executivo adianta que a discussões para a Euro 6 ainda são embrionárias, com expectativa para entrar em vigor em 2020. “Se acontecer já temos a solução, seja ela qual for, com a combinação de tecnologias de catalisadores e filtros.”

Livro – Para celebrar os aniversários da Umicore no Brasil e do do Proconve, a empresa lançou livro institucional: 25 anos do Catalisador Automotivo e 30 anos do Proconve: Uma estratégia de sucesso. A brochura conta a história de ambas as iniciativas e os avanços obtidos tanto do ponto de vista ambiental quanto tecnológico.

GM amplia o Maven

Depois de ter lançado seu programa de compartilhamento de carro no Brasil, o Maven, em junho passado, como programa piloto para os funcionários de São Caetano do Sul, SP, a General Motors anunciou na terça-feira, 11, a expansão do programa também aos empregados das unidades paulistas de Mogi das Cruzes, São José dos Campos, Indaiatuba, da catarinense, Joinville, e da gaúcha Gravataí.

De acordo com a fabricante, a iniciativa faz parte de movimento global da companhia no sentido de levar mais opções de “mobilidade urbana e sustentáveis ao redor do mundo, agora disponível em todas as instalações da GM no Brasil.”

Após cadastro, os funcionários poderão fazer suas reservas, como também travar e destravar as portas do veículo por meio do aplicativo Maven. Segundo a companhia, nesta primeira fase a ação permite deslocamentos ponto a ponto, com a retirada e a entrega do veículo em ponto determinados dentro das unidades da fabricante.

O usuário paga R$ 35 por hora ou até R$ 210 para um reserva de 24 horas, com combustível e seguro incluídos. O pagamento será descontado diretamente da folha de pagamento do empregado.

Por enquanto a frota disponível para o programa possui Chevrolet Cruze LTZ e Cobalt Elite, com todas as unidades equipadas com o sistema de telemática OnStar, capaz de oferecer ao motorista serviços de emergência, segurança, navegação, concierge e conectividade.

“Seja levando para encontrar os amigos, seja para explorar a cidade ou para sair com a família no fim de semana, o Maven permite que as pessoas acessem os meios de transporte da forma que eles querem e quando eles querem”, diz em nota Carlos Zarlenga, presidente da GM do Brasil. “Temos outras expansões previstas que permitirão que os clientes vejam como o Maven pode propiciar a liberdade conectando as pessoas aos lugares que elas desejam ir facilmente”, adianta.

Além da recente iniciativa no Brasil, a GM também investe em programas de mobilidade urbana com o programa de carona Flinc, na Alemanha e os programas de compartilhamento, CarUnity, da Opel, o Let’s Drive NYC, da Chevrolet, como também o Lyft e o próprio Maven.

Além da GM, a operação brasileira da Ford também já tem seu programa de compartilhamento de veículos em curso. Desde o fim de agosto, ainda como projeto piloto que deve perdurar por seis meses, funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, podem utilizar reservar um carro para fins de semana e feriados.

Para ter esse conforto, basta apenas que os interessados solicitem o veículo – por enquanto apenas o médio Focus – por meio do aplicativo HR Mobile no smartphone ou agendem diretamente com a área de recursos humanos. O custo por fim de semana é da ordem de R$ 175, valor abatido diretamente na folha de pagamento.