Caçamba bem-aceita

O mercado de picapes no Brasil está longe de apresentar a ebulição presente atualmente na categoria de utilitários esportivos. Mas a se ver pelos lançamentos dos últimos meses e o que vem pela frente, uma briga interessante se aproxima. Pelo desempenho do mercado no segmento no acumulado do ano, o consumidor aceitou bem o que lhe foi oferecido, principalmente com a introdução da picape Fiat Toro.

O modelo, lançado em fevereiro passado, acumula até setembro 27,6 mil unidades vendidas. Volume que lhe proporciona a liderança no ranking de vendas da Fenabrave na categoria de picapes grandes, com 24,8% de participação. É bem verdade que a veículo da Fiat não pode ser comparado em tamanho nem preço com as demais opções de picapes disponíveis no mercado. Mas a Renault Oroch, também inserida nesse balaio e à altura em tamanho e preço com a Toro, acumula somente 10,4 mil unidades negociadas e, diferentemente do modelo da Fiat, com vendas contabilizadas desde janeiro.

Não é difícil imaginar que a Toro, embora não participe dos mesmos argumentos de venda presentes em modelos como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger, apenas para ficar dentre os veículos que separam a Toro da Oroch no ranking, não tenha tirado negócios de todos os outros concorrentes da categoria.

Ainda que a Oroch tenha a vantagem no preço – parte em torno de R$ 68 mil, enquanto o modelo da Fiat acima dos R$ 80 mil -, a opção da Renault carrega menos. Ambas as picapes chegaram ao mercado inaugurando segmento intermediário, entre utilitários pequenos e médios, com o argumento de aliar conforto de SUV com capacidade de carga.

No mercado geral de picape, a Toro perde em vendas somente para as pequenas Fiat Strada, com 45,2 mil unidades vendidas até setembro, e Volkswagen Saveiro (29,3 mil).

Na ocasião de lançamento da Toro, o primeiro modelo Fiat a ser produzido fora de Betim, MG, no Complexo Industrial da FCA, em Goiana, PE, os executivos da marca tinham como alvo clientes de picapes de médias e estimativa de vender 50 mil unidades em seu primeiro ano cheio, em 2017 portanto. De acordo com o seu desempenho até setembro, os objetivos foram alcançados, afinal, a picape vem emplacando por volta de 4 mil unidade/mês.

O segmento, no entanto, deve ficar mais concorrido nos próximos anos com o planejamento das montadoras. Pelos menos dois lançamentos já são confirmado para 2018, caso da Renault Alaskan e da Mercedes-Benz X-Class.

Peugeot mostrará conceito elétrico

Como principal destaque em seu estande do Salão do Automóvel de São Paulo, programado para os dias 10 a 20 de novembro, a Peugeot do Brasil mostrará o conceito Fractal, cupê urbano elétrico que mostrará como será o i-Cockpit da marca no futuro. O modelo, segundo a fabricante, também se dedica de diferentes formas ao uso da acústica no design automotivo.

Criado pelo designer de som brasileiro Amon Tobin, o sistema de áudio pode ser comandado por meio de um relógio de pulso inteligente. A unidade de pesquisa da PSA Peugeot Citroën, a StelLab, e a Focal, líder francesa em sistemas de som, projetaram um inovador sistema que combina alta qualidade sonora em 13 alto-falantes incorporados atrás dos bancos.

De acordo com a Peugeot, o Fractal é uma incubadora de ideias que explora novos processos de projeto e fabricação, tendo mais de 80% de suas peças interiores impressas em 3D, enquanto baterias de íons de lítio de 40 kW alimentam os motores elétricos no eixo dianteiro e traseiro para fornecer uma potência total de 204 cavalos, com autonomia de até 450 km.

A distância variável do solo permite ao veículo se adaptar a diferentes tipos de terreno. A altura pode aumentar ou diminuir de 7 cm a 11 cm para melhorar a aerodinâmica e ampliar a vida útil da bateria.

O novo conceito da Peugeot é extremamente compacto, com 3,81 m de comprimento e 1,77 m de largura, e peso total de 1.000 kg. As rodas de 19 polegadas estão posicionadas nas extremidades do carro, com um balanço dianteiro e traseiro de apenas 0,52 m, e a parte superior da carroceria possui teto removível para transformar o cupê em um cabriolet.

Motor – A bateria de 40 kW do Fractal alimentam dois motores elétricos de 102 cavalos, um em cada eixo, e oferecem uma autonomia de 450 km. O sistema gerencia a potência de acordo com as condições de direção. Com isso, os 204 cavalos de potência máxima são distribuídos com base na aderência para melhorar a tração e recuperação de energia, e também leva em consideração a transferência de peso e as diferentes relações de transmissão dos motores elétricos.

Durante a aceleração, o motor traseiro entra em ação primeiro, com o motor do eixo da frente gradualmente funcionando a partir dos 100 km/h. O cupê vai de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e pode cobrir 1.000 metros partindo da imobilidade em 28,8 segundos.

Volkswagen adianta novidades para o Salão

A Volkswagen promete no próximo Salão do Automóvel de São Paulo, aberto ao público de 10 a 20 novembro no Expo São Paulo, doze novidades em seu estande de 4, 5 mil m², um dos maiores do evento. Na quinta-feira, 27, a montadora anunciou uma parte dos lançamentos para guardar alguma surpresa durante o evento.

Uma das sensações certamente será o conceito Golf GTE Sport, um híbrido plug-in acionado por um conjunto de três motores, dois elétricos e um a combustão que somam 400 cv. A carroceria é praticamente construída toda em fibra de carbono e, por dentro, traz concepção de um carro de corrida. Com todos os motores trabalhando juntos, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundo e chega a 280 km/h.

Longe dos conceitos e prontas para o mercado são as novas versões Track para o Gol e up!, além da Urban White para CrossFox. A ideia do marketing da empresa foi entregar melhor custo/benefício nas faixas mais altas de cada uma das gama dos modelos. O Gol se apresentará como nova dianteira, herdada da nova Saveiro, além de maior conteúdo de série, como sistema de informação e entretenimento do Volkswagen App-Connect, ar-condicionado e pacote de elétrico. No capô o motor 1.0 de 3 cilindros que desenvolve 82 cv com etanol. Segundo a fabricante, estará posicionado entre as versões Confortline e Highline.

A opção Track do up! foi baseada na versão Move da linha e incrementado com maior número de itens de série. Além do apelo aventureiro e o mesmo motor 1.0 de 3 cilindros, a versão traz ar-condicionado, regulagem elétrica dos retrovisores, sistema keyless de abertura e travamento das portas por controle remoto, sistema de ajuste variável de espaço no porta-malas e sistema de som (com rádio, conexão por Bluetooth, leitor de CD e arquivos MP3 e entradas USB, Aux-in e iPod). A versão ficará entre as versões move e a high.

A partir do Salão, a Volkswagen também incorporará na linha do CrossFox a versão Urban White, na qual acrescenta mais recursos tecnológicos e de segurança. O visual é exclusivo, com a carroceria pintada de branco e o teto podendo ser encomendado de preto. A versão possui sistema Infotainment Composition Touch, com tela colorida de 5 polegadas capaz de espelhar smartphones, além de trazer rádio, leitor de CD e arquivos MP3, Bluetooth e entradas USB, Aux-in e para SD-card. Traz de série controle eletrônico de estabilidade, assistência de partida em rampas, direção com assistência elétrica e bloqueio eletrônico do diferencial.

No powertrain o CrossFox Urban White carrega motor 1.6l MSI Total Flex com 120 cv quando abastecido com etanol e torque de 16,8 kgfm. O câmbio é manual de seis marchas ou a automatizada I-Motion.

Somadas às novidades das versões, a fabricante também mostrará o Golf TSI, o Golf Variant 1.4 e o Tiguan 1.4. Na prévia realizada pela montadora, a equipe de design apresentou teaser de um conceito preparado pelo time brasileiro que também estará exposto. A montadora ainda adianta que os preços dos lançamentos somente no Salão.

Fundação Volkswagen e seus prêmios à comunidade

A presença do Coral da Gente, mantido pelo Instituto Bacarelli, em qualquer evento é sempre garantia de graça e bom gosto. E não foi diferente na sexta-feira, 21, no Centro de Treinamento da Volkswagen, em São Paulo, durante a entrega dos prêmios do concurso Volkswagen na Comunidade, promovido pela Fundação VW. Receberam reconhecimento projetos de aleitamento materno, de formação profissional a pessoas com deficiências, de utilização de ferramentas culturais para tirar de situação perigosa jovens e adolescentes – e mais sete.

Como bem disse Nílton Júnior, vice-presidente de recursos humanos da companhia e presidente do conselho de curadores da fundação, “este é um encontro para festejar aqueles que fazem a diferença”.

A diferença começa pelo espírito da coisa e chega às atitudes das pessoas envolvidas em cada projeto. Pois o princípio, ali, é o do voluntariado, pois os projetos concorrentes são inscritos por colaboradores da companhia, do VW Financial Services e da MAN que dedicam parte de seu tempo às entidades. O concurso deste ano bateu o recorde histórico de cases inscritos – foram 790 projetos, 11,7% a mais do que no ano passado.

Além dos projetos premiados a fundação oferece cursos de gestão de projetos sociais a todas as entidades finalistas. Nesses nove anos foram premiadas 84 entidades, num total de R$ 3,4 milhões em recompensas diretas entregues e, de acordo com avaliação da fundação, foram beneficiadas 472 mil pessoas em 27 estados.

Na verdade os prêmios são dez, e o 11º é entregue àquela entidade, uma das vencedoras no ano anterior, que melhor geriu os seus recursos. Neste caso a vencedora foi a Associação Humanitária Amor e Caridade, de Jacareí, SP, com seu projeto de educação ambiental para a reciclagem de óleos já usados.

Foram os seguintes os cases vencedores, que receberam R$ 40 mil para aplicação exclusiva em ações sociais:

Instituto Monsenhor José Benedito Antunes, de Santo André, SP, com o projeto Cantar, Tocar, Encantar: desenvolvimento cultural, intelectual e social por meio da sensibilização musical;

APAE de Rio Grande da Serra, SP, com o projeto Panificação e Confeitaria nos Caminhos da Inclusão Social: capacitação para o mercado de trabalho e geração de renda;

Igreja Batista Central de Resende, RJ, com o projeto Repartir o Pão: formação pré-profissional na área de panificação para jovens;

Rotary Club de São Carlos Norte, SP, com o projeto Aparelhamento do Banco de Leite Humano da Santa Casa de São Carlos: coleta e fornecimento de leite materno para prematuros que não podem mamar em suas mães.

Lions Clube Curitiba Batel, PR, com o projeto Escola de Música Lions: a caminho de sua orquestra filarmônica mirim;

Associação Ágape para Educação Especial, de São José dos Campos, SP, com o projeto Mulheres Ágape: atendimento de pessoas com deficiência com a missão de sua inclusão sociofamiliar – por meio de estrutura organizada de costura pelas mães;

APAE de Tatuí, SP, com o projeto Liberdade dos Sentidos, Jardim Sensorial: reabilitação de crianças com deficiências intelectuais e autistas por meio da melhora de sua qualidade de vida e da ativação do processo perceptivo;

Orpas, Obras Recreativas, Profissionais, Artísticas e Sociais, de São Paulo, com o projeto QuilombOrpas: incentivo aos sonhos de crianças e adolescentes do Jardim São Luiz por meio de projeto de música hip hop;

Tecendo Cidadania, de Palmares, PE, com o projeto Cultivando o Presente, Garantindo o Futuro: objetivo é levar uma nova esperança às pessoas por meio da agricultura; e

Fundação Terra, de Arcoverde, PE, com o projeto Maracatu Sinhá da Terra: atividades de educação e cultura visando à inclusão por meio da música, da dança, dos ritmos e das linguagens do maracatu.

Termina a greve na Scania

Após uma semana de greve, os trabalhadores da Scania decidiram em assembleia realizada na manhã da segunda-feira, 24, pelo término do movimento. A informação, divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no início da tarde, acabou recebendo um adendo horas depois: “Em função da vantagem apertada verificada na votação haverá plebiscito para validar ou não a decisão”.

O plebiscito será realizado ao longo desta terça-feira, 25, com cada funcionário depositando seu voto em urnas que serão instaladas no interior da fábrica. “É uma forma de tirar qualquer dúvida que possa pairar sobre o resultado. Os companheiros vão registrar seus votos e assim teremos um quadro exato do que eles desejam”, informou Carlos Caramelo, diretor-executivo do Sindicato e trabalhador na Scania.

O acordo proposto pela empresa, negociado durante o fim de semana, garante reajuste salarial de 5% retroativo a setembro (data base da categoria), mais abono de R$ 4 mil pago em janeiro de 2017. Com validade de dois anos o acordo prevê também a recomposição integral da inflação pelo INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, nos salários em 2017. Dos cinco dias uteis de paralisação, quatro serão incluídos no banco de horas do trabalhador.

Avanços – Por meio de nota, o sindicato explicou que em relação à proposta anterior, cuja rejeição levou ao início da greve, a negociação realizada durante todo o fim de semana com a direção da fábrica avançou, dentre outros pontos, no sentido de garantir a extensão do período de estabilidade por mais três meses – até dezembro de 2017.

Também foram acertadas como itens adicionais ao anteriormente proposto a renovação dos contratos de trabalhadores temporários e a antecipação do pagamento do 13º salário de 2017 para o mês de fevereiro.

O acordo prevê ainda um adicional nos salários, aplicado em janeiro de 2018 e janeiro de 2019, caso a produção anual atinja ou supere 16 mil unidades de caminhões e ônibus. O valor será de 0,5% nos salários a cada mil unidades produzidas a mais.

De acordo com Caramelo, diretor do sindicato, a empresa, por meio do acordo proposta, a manter no Brasil os volumes de produção voltados para a exportação: “Esse é um dos pontos importantes, pois preserva o nível de competitividade da planta brasileira, garantindo a capacidade de exportação a partir daqui”.

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, admitiu, por sua vez, que as negociações no fim de semana foram duras e que economicamente a proposta não mudou muito: “Mas pudemos incluir questões que contemplam outras áreas de interesse do trabalhador”.

Novo marca, Link & Co quer estabelecer novos parâmetros

A Lynk & CO, nova marca global da chinesa Geely Automobile, foi anunciada na última semana na Europa e promete fazer verdadeira revolução. Mais do que automóveis, quer ser protagonista de uma nova forma de relacionamento direto com o cliente final e dele com o automóvel.

O primeiro produto da marca, o Lynk & Co 01, chegará às ruas chinesas no transcorrer de 2017 e já no ano seguinte aos mercados norte-americanos e europeus. Com ele, a empresa, que projeta vendas globais da ordem de 500 mil unidades em cinco anos, além de planejar consolidar vendas pela internet. Serviços e peças poderão adquiridos em rede de cerca de quinhentos pontos próprios – não haverá concessionários nomeados – ou, dependendo dos mercados, em lojas da Geely e da controlada Volvo.

A Lynk diz que uma rede própria garantirá custos menores de distribuição e, por consequência, preços mais competititvos, além de assegurar o controle total sobre o relacionamento com o cliente.

“O modelo atual de distribuição de veículos está quebrado”, disse Alain Visser, durante evento de lançamento da marca na Suécia. Na sua opinião, com o modelo de concessão as montadoras perdem o controle sobre parte fundamental para construção das imagens de marcas.

A empresa também pretende acabar também com o conceito de ano-modelo dos carros e adotar mudanças mais frequentes. Visser falou até mesmo em versões do tipo primavera e outono.

O Link 01 será produzido em poucas versões – cada uma somente com uma cor de carroceria – para permitir escala. Utilizará a plataforma modular CMA, já presente no Volvo XC40. A empresa promete equipá-lo com motores 1.5 de três cilindros e 2.0 de quatro cilindros, ambos já em uso pela gama da Volvo.

A marca foi batizada de Lynk exatamente para enfatizar outro importante aspecto: ela pretende produzir carros com os mais elevados níveis de conectividade, incluindo a possibilidade de os proprietários os compartilharem por meio de aplicativo próprio.

Autopeças registram novo déficit

O déficit da balança comercial do setor de autopeças no acumulado do ano até setembro foi de US$ 3,84 bilhões, valor 18,67% menor do que o resultado registrado no mesmo período do ano passado, indicando mais uma redução do déficit. Os dados são do Sindipeças, divulgado no fim da semana passada, baseado em informações do MDIC, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Tanto as exportações quanto as importações de autopeças recuaram. No acumulado de janeiro a setembro, as vendas de autopeças para 176 países somaram US$ 4,9 bilhões, queda de 16,1% sobre o valor apurado no mesmo período do ano passado. As compras vindas de 156 países, por sua vez, totalizaram US$ 8,74 bilhões, quantia 17,3% menor na comparação com o valor registrado um ano antes.

Somente em setembro, as exportações somaram US$ 544,3 milhões, valor 17,38% abaixo do que o registrado no mesmo mês de 2015. Já as importações alcançaram quase US$ 1,1 bilhão, soma 2,54% maior se comparada a de setembro de 2015.

Em setembro a balança comercial do setor de autopeças foi de US$ 525,2 milhões, resultado 36% maior do que o registrado em setembro de 2015, quando o déficit foi de US$ 386,2 milhões.

De janeiro a setembro, as vendas de autopeças para Argentina – destino que participou com 27,85% das exportações -, totalizaram US$ 1,3 bilhão, queda de 30,54% em relação ao mesmo período do ano passado.

Depois da Argentina, o maior mercado das autopeças brasileiras é os Estados Unidos, com 16,35% das vendas. No acumulado do ano até setembro, as empresas fornecedoras negociaram com o país US$ 800,9 milhões, valor 15,31% menor do que o registrado um ano antes.

No sentido inverso, as compras dos Estados Unidos são as que mais participam das importações do setor de autopeças, 13,68% até setembro. No acumulado do ano, os negócios com aqueles país somaram quase US$ 1,2 bilhão, queda de 9,6% na comparação com o mesmo intervalo de 2015.

Seguido dos Estados Unidos aparece a Alemanha como o país de quem o Brasil mais comprou peças, com participação nas compras brasileiras de 11% até setembro. No acumulado do ano as importações das Alemanha totalizaram US$ 961,9 milhões, queda de 6,84% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Euro Repar Car Service chega ao Brasil

A oficina paulistana Carbofreio foi o primeiro estabelecimento selecionado para estrear a atuação da Euro Repar Car Service, marca de oficinas multimarcas do Grupo PSA, no continente sul-americano. A inauguração ocorreu na quarta-feira, 19, em São Paulo.

Atualmente a marca possui uma rede de 2,5 mil afiliados, especialmente na Europa, e pretende chegar a 10 mil até 2021 em todo o mundo. De acordo com comunicado, a inauguração desta primeira oficina na Capital paulista representa etapa importante do plano de desenvolvimento mundial da Euro Repar Car Service.

“Ficamos muito satisfeitos em podermos finalmente lançar no Brasil a Euro Repar Car Service, a quarta marca do Grupo PSA em manutenção e reparação automotiva”, disse em nota Christophe Musy, diretor mundial de aftermarket do Grupo PSA, presente no evento de inauguração. “É uma boa notícia para os motoristas brasileiros de veículos de todas as marcas, que procuram um serviço de pós-venda de qualidade, perto do seu domicílio ou trabalho, a um preço acessível. Nosso objetivo é termos 200 pontos na América Latina até o fim de 2017.”

Segundo Nuno Zigue, diretor mundial da Euro Repar Car Service, a afiliação à marca permite à oficina se beneficiar de ferramentas de gestão, de apoio técnico e de marketing, “sem abri mão de sua independência, flexibilidade e de sua operação multimarca”.

O plano da empresa é se desenvolver rapidamente na América do Sul, especialmente no Brasil com o objetivo de oferecer cobertura em todo o território nacional. De acordo com o Eduardo Grassiotto, a ambição da marca é se tornar a principal rede de oficinas multimarcas do País, “tanto em termos de cobertura geográfica quanto em matéria de satisfação dos clientes”.

Segundo a fabricante, o mercado de pós-venda multimarca tem um papel fundamental no plano mundial Push to Pass do Grupo PSA, no qual se estabelece crescimento rentável para a empresa entre 2016 e 2021. Nele ainda, o objetivo é que se atinja aumento de 10% no faturamento de pós-venda do grupo até 2018 e de 25% até 2021.

Japoneses de olho no mercado brasileiro

Um grupo de 12 empresas de autopeças do Japão virá a São Paulo e Curitiba na próxima semana para analisar parcerias e investimentos locais. Algumas delas, as que já têm fábricas ou escritórios no Brasil, estudam ampliar negócios por aqui, enquanto outras querem avaliar o mercado para eventualmente se instalarem no País.

As informações foram divulgadas pela Jetro, organização do governo japonês que tem a finalidade de promover os investimentos e o comércio exterior em todo o mundo e está presente em mais de 50 países. A missão japonesa aproveitará a visita ao Brasil para também participar, entre os dias 25 e 27 de outubro, da Mostra Tecnológica do Congresso SAE Brasil, que será realizado no Expo Center Norte, na capital paulista.

No dia 28 a missão estará na sede da Fiep, Federação das Indústrias do Paraná, em Curitiba, PR, para uma rodada de negócios organizada em parceria com a Agência Paraná de Desenvolvimento.

“Esse momento turbulento da economia brasileira é passageiro e as empresas do Japão apostam no Brasil como um excelente mercado para o futuro”, garante Atsushi Okubo, diretor-presidente da Jetro no Brasil. “Além disso, as empresas japonesas consideram o País estratégico para aqueles que enxergam a América Latina a longo prazo.”

Duas das 12 companhias que vêm ao Brasil – a Daifuku, que presta serviços de consultoria e engenharia do sistema de logística, e a Usui Kokusai Sangyo Kaisha, fabricante de produtos de tubo e ventoinhas para automóveis, veículos agrícolas e máquinas de construção – avaliam ingressar e promover investimentos no País para atender montadoras e fabricantes de autopeças.

As demais, segundo Okubo, já têm operações locais e querem ampliar negócios no Brasil. A Mitsuba Corporation, por exemplo, tem planos de iniciar a fabricação do menor e mais leve motor de vidro elétrico do mundo no País. “A tecnologia, aliás, é a grande aposta dos japoneses para promover seus negócios com os brasileiros”, complementa o executivo.

A missão é composta ainda pelas empresas KBK, Nifast, Denko Corporation, OSG SulAmericana, Shinko Kikki, Three Bond, Tosei, Furukawa e Yushiro.

Encontro em Tóquio – Essa é a segunda vez no prazo de um ano, segundo a Jetro, que uma missão empresarial do setor automotivo japonês vem ao Brasil. Em 2015, um total de 18 companhias esteve no País, com visitas em São Paulo e em Porto Alegre, “que geraram um alto volume em negócios e resultou na concretização do estabelecimento de uma empresa no Brasil”.

A possibilidade de novos investimentos de empresas japonesas no setor automotivo brasileiro foi tema de encontro realizado na quarta-feira, 5, em Tóquio, que reuniu o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Fernando Furlan, e executivos da Honda, Mitsubishi, Nissan e Toyota.

Na ocasião, Furlan garantiu que o governo vem tomando uma série de medidas para a atração de novos investimentos e a retomada do crescimento econômico. Acompanhado da diretora do Departamento das Indústrias para a Mobilidade e Logística do MDIC, Margarete Gandini, ele explicou aos japoneses que os desafios para a indústria brasileira nos próximos anos envolvem inovação, eficiência energética, segurança veicular e integração às cadeias globais de valor.

Atualmente, o Japão é o sexto mercado de destino das exportações brasileiras e o oitavo mercado de origem das nossas importações, sendo o sétimo país com a maior corrente de comércio com o Brasil. Ao todo, são mais de 5 mil as empresas com relações comerciais entre os dois países.

Honeywell amplia venda de turbos no Brasil

O presidente e CEO da Honeywell Transportation Systems, Olivier Rabiller, informou na quarta-feira, 19, que a empresa fechou novos contratos com montadoras brasileiras para o fornecimento de turbos para automóveis e comerciais leves. Sem revelar números e nem quem são os novos clientes, o executivo garantiu que “os negócios envolvem volumes significativos e que a empresa está preparada para atender o aumento de demanda nessa área”.

Na sua avaliação, o uso de motores turbo alimentados em veículos brasileiros saltará dos atuais 20% para 30% em cinco anos. “Esse crescimento virá dos automóveis e comerciais leves, pois no caso dos pesados 100% dos modelos já possuem turbo.”

Todo esse potencial de crescimento baseia-se na necessidade brasileira de melhorar a eficiência energética dos automóveis aqui produzidos, assim como reduzir o índice de emissão de poluentes. O consumo médio dos carros brasileiros, segundo Rabillier, é de 17,4 quilômetros por litro de gasolina, 30% inferior ao da Europa, por exemplo, hoje de 23,4 km/l:

“O mercado brasileiro deverá rapidamente introduzir novas tecnologias para atender às normas de emissões e eficiência energética a serem definidas no Inovar-Auto 2. Isso abre um grande potencial de ampliação para as tecnologias da Honeywell, não somente em produtos, como o turbo, mas também em soluções de software, nova e promissora fronteira da companhia”.

Rabillier, que assumiu seu atual cargo em julho, trabalhou por um tempo na Renault brasileira, conhecendo assim os meandros do mercado local. Por isso ele vislumbra que a partir de 2018 o turbo passará a estar mais presente em modelos de grande volume, com componentes fabricados localmente e não importados, como já ocorre hoje. “Isso fará com que a produção de turbos no Brasil cresça acima do crescimento da indústria automotiva.”

Aportes inevitáveis – Diante desse cenário, o executivo admitiu que a empresa investirá localmente em novas linhas de produto e no desenvolvimento de fornecedores brasileiros, mas não revelou valores a serem aplicados por aqui. Também não forneceu números relativos à produção e ao faturamento, mas disse que no momento o equilíbrio da Honeywell no Brasil vem do aumento das suas exportações e da sua presença forte no aftermarket.

A empresa, segundo ele, manteve os níveis de produção de 2015 e ganhou participação de mercado graças ao lançamento de sua linha de produtos remanufaturados RemanOriginal Garrett. De acordo com o diretor-geral da Honeywell no Brasil, Christian Streck, essa linha é uma iniciativa mundial da empresa e, no caso do mercado brasileiro, baseia-se em turbos remanufaturados destinados ao mercado de veículos comerciais usados – caminhões, ônibus, picapes, vans e ônibus.